Little Things escrita por Siaht


Capítulo 3
III. everybody hates scorpius


Notas iniciais do capítulo

Olá, suas lindas!!! ;D
Tudo bem com vocês?
Aqui estou com mais um capítulo e espero que gostem! ♥



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III

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{everybody hates scorpius}

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Hogwarts era um inferno. Uma tortura diária idealizada pelo próprio demônio. Ao menos para Scorpius Malfoy. O garoto tinha certeza de que a experiência não era a mesma para os outros estudantes. Na verdade, conseguia ver que muitos deles se deleitavam diariamente com o simples fato de estarem no colégio. Aquelas pessoas obviamente não tinham o desprazer de carregar o sobrenome Malfoy.

A família de Scorpius fizera coisas terríveis. O menino sabia. Seus pais haviam conversado com ele sobre o assunto, pouco após a chegada de sua carta de aceitação. Ainda assim, ele não entendera a dimensão de todas aquelas atitudes pregressas até chegar à escola. Aos 11 anos, Scorpius Malfoy descobrira que tinha um sangrento legado de sangue para carregar e não gostou nada daquilo.

As crianças ao seu redor também não pareciam gostar e se dividiam entre as que o ignoravam – por medo ou qualquer coisa pior – e as que estavam dispostas a atormentá-lo pelo resto de seus dias, o fazendo pagar pela má fé de todos os Malfoy que vieram antes dele. Além disso, o fato do menino ser um desastre quando se tratava de interações humanas e sociais definitivamente não ajudava.

Tendo tudo isso em mente, não era difícil perceber os motivos que tornavam o garoto o pária de Hogwarts. Não fosse por Albus e Rose, estaria completamente sozinho. Por alguma rara providência divina, ele e Al acabaram na mesma casa – a Sonserina – e no mesmo dormitório. Compartilhavam, além disso, o mesmo desgosto pelos próprios sobrenomes e as reputações que vinham com eles.

Suas situações, no entanto, eram opostas de diversas formas. Todo mundo queria ser amigo de um Potter, afinal. Todo mundo esperava coisas incríveis de um Potter. Aquele Potter só queria que o deixassem em paz. Albus passaria seus dias embaixo da capa de invisibilidade que herdara do pai, se lhe fosse permitido. E odiava a atenção constante que recebia mais do que qualquer outra coisa.

Rose, por sua vez, poderia ganhar um prêmio por suas habilidades ao desbravar o terreno hostil daquela escola. Ela era muito mais sociável e respeitada do que Scorpius um dia sonharia em ser. Estava longe de ser a garota mais popular de Hogwarts e, verdade seja dita, precisava lidar com sua dose diária de bullying por ser gorda e um tanto “peculiar”. Ainda assim, conseguia cativar os professores de uma forma única e fazer alguns bons amigos por onde passava. James Sirius – o irmão mais velho de Al – costuma brincar que a prima tomara como missão pessoal se misturar a cada pessoa estranha, desajustada e solitária que aparecesse em seu caminho, os reunindo em um clube de esquisitões.

Fosse deliberado ou não, a realidade era que, em todo seu desajuste, a menina era muito mais bem ajustada que Albus e Scorpius. E o Malfoy continuava se surpreendendo com a constatação de que, mesmo tendo tantas outras opções e tantos outros amigos, Rosie continuasse voltando para os dois. Continuasse sendo a peça que fazia deles um trio e não uma dupla de fracassados. Ela não precisava voltar, mas sempre voltava.

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— Argh! Eu odeio esse lugar! — Scorpius reclamou, se sentando ao lado dos amigos.

Após semanas de chuva, o sol finalmente resolvera aparecer, levando o corpo estudantil de Hogwarts em peso para o lado de fora do castelo. Albus e Rose haviam conseguido um ótimo lugar, abaixo de um salgueiro largo e antigo, e o Malfoy finalmente se juntara a eles.

— Me fale mais sobre isso... — o Potter comentou irônico, sem tirar os olhos do livro de poções que tinha no colo. Os óculos escorriam pelo nariz. O rosto se tornava mais franzido a cada palavra que lia. O garoto era uma calamidade naquela matéria e eles tinham um teste se aproximando.  

— O que aconteceu? — Rose questionou. Estava deitada na grama, a cabeça apoiada no cachecol azul da Corvinal, absurdos óculos rosa-choque – com as lentes em formato de estrelas – cobriam seus olhos. Eram os óculos de sol mais ridículos que Scorpius vira na vida. Mas não pareciam tão ridículos quando a Weasley os usava.   

— Apenas mais um dia miserável, nessa escola miserável, com essas pessoas miseráveis me atormentando. E eu tenho certeza que o professor miserável de História da Magia me odeia e vai me reprovar miseravelmente.

— Uau, alguém ganhou um dicionário e descobriu o significado da palavra “miserável”. — Rose riu. Outra pessoa talvez tivesse feito aquilo soar rude ou maldoso, mas vindo dos lábios da garota fazia apenas com que Scorpius tivesse vontade de relaxar um pouco e rir de si mesmo.

Albus apenas revirou os olhos.

— Olha, as pessoas dessa escola são idiotas. A maioria idiotas irreversíveis. Não há muito o que a gente possa fazer. — ela disse, se sentando.

— Ter paciência, aprender algumas azarações poderosas e nos vingar. — Al sugeriu, ainda focado no livro.

Scorpius riu. Rose deu de ombros.

— Bom, pode ser. Mas no momento não há muito que possamos fazer. Dito isso – e me desculpe, mas é verdade –, você tem certo talento para o drama, Scorp, que te faz ver tudo de uma forma exagerada. Nem todo mundo te odeia. E, bom, o professor Binns realmente te odeia, mas ele odeia todo mundo. Provavelmente porque está morto. O que deve ser uma droga! Mas nós não estamos e o dia está lindo. E ninguém vai reprovar em nada. E tudo vai ser maravilhoso. Então aqui está o que vamos fazer: você – ela disse apontando para Albus — vai largar agora esse livro idiota de poções. Eu estudo com você no fim de semana. E você: — disse, se virando para Scorpius, enquanto tirava os óculos de sol e os colocava sobre os olhos do Malfoy — vai ver as coisas de uma forma cor de rosa, por uma vez na vida. E eu vou até a cozinha e implorar para que os elfos me deem doces. Então nós três faremos um piquenique e iremos aproveitar o sol.

Rose praticamente saltitava de empolgação. Naquele momento, vê-la através de uma lente cor de rosa parecia bastante apropriado.

— Eu não quero aproveitar o sol. — Albus resmungou, se escondendo mais nas sombras na árvore.

— Nós. Vamos. Aproveitar. O. Sol. — a garota quase sibilou.

— Okay. — Al aceitou, erguendo as mãos em sinal de redenção. 11 anos lhe ensinaram que era inútil discutir com Rose.

— Okay. — Scorpius deu de ombros, fingindo que não estava adorando aquela ideia maluca.  

— Okay. — Rose saltitou mais um pouco.

E enquanto a menina voltava animadamente ao castelo, Scorpius Malfoy se deitou na grama e tentou ver o mundo através dos olhos de Rose Weasley. Por uma vez na vida, não odiou Hogwarts.


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Notas finais do capítulo

Scorpius é uma drama queen, mas eu ainda amo muito ele haha
Me diverti muito escrevendo a interação entre ele, a Rose e o Al.
Caso não tenha ficado claro, aqui a Rose foi para a Corvinal.
Espero que tenham gostado! ♥
Beijinhos,
Thaís