Little Things escrita por Siaht


Capítulo 14
XIV. it’s not much, but it’s home


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas!!! ;D
Tudo bem com vocês?
Espero que gostem do capítulo! ♥



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XIV

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{it’s not much, but it’s home}

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A casa estava lotada. Transbordando gente por todos os cômodos. O que não era exatamente uma novidade. A Toca parecia sempre prestes a explodir, cuspindo pessoas pelos ares. Nesse ponto, Scorpius Malfoy já estava acostumado. No entanto, ainda se lembrava da primeira vez em que estivera ali, durante o verão entre o segundo e o terceiro ano. Rose e Albus o haviam convidado para uma festa e, dessa vez, ele fora. Se lembrava de ter se sentindo intimidado em meio a multidão de adultos, adolescentes e crianças. Se lembrava da parte dele que desejou sair correndo, mas que, no fim do dia, acabara se divertindo.

De um modo geral, os Weasley-Potter –e todos os seus agregados –  sempre o trataram com respeito e educação. Como se o simples fato dele estar com Al e Rosie fosse suficiente para que portas lhe fossem abertas, hospitalidade lhe fosse estendida e perguntas não fossem feitas. O que era estranho, considerando todo o histórico dos Malfoy com aquela família. Ainda assim, também era bom. Muito bom.

Draco, entretanto, ficava receoso, quando o filho ia para a casa dos amigos.  Não importava quantas vezes o menino garantisse que estava tudo bem, o pai sempre ficava pairando em torno dele, quando o garoto retornava, para se assegurar de que nenhum problema houvesse ocorrido. Normalmente não ocorria.

A casa dos Potter era normalmente caótica. James, Albus e Lily pareciam estar constantemente encontrando novos motivos para gritarem uns com os outros, Monstro, o elfo doméstico, estava sempre resmungando sobre alguma coisa – e parecia que Al era a única pessoa de quem ele gostava – e você eventualmente acabaria tropeçando em algum objeto inesperado, largado em um lugar indevido. Sapatilhas, livros, vassouras, revistas, balaços, peças de roupas... Você nunca sabia o que esperar.

O senhor Potter costumava ser bastante agradável, embora sentisse uma empolgação estranha em relação à Hogwarts que o Malfoy nunca conseguiria compreender. E a senhora Potter... bom, Scorpius gostava bastante dela. A mãe de Al estava sempre com alguma camiseta de time de Quadribol, os cabelos ruivos caindo brilhando por suas costas ou presos em um coque frouxo, um sorriso selvagem no rosto. Ela era muito divertida... e bonita. E xingava como um marinheiro, quando achava que nenhuma das crianças estava por perto. E, bom, Scorpius gostava bastante dela.

A casa dos Granger-Weasley também era interessante. Ficava localizada em um bairro trouxa, o que fazia com que Rose sempre o arrastasse para algum estabelecimento diferente. Algo que era muito divertido para alguém que crescera sem qualquer contato com os não-bruxos. Além disso, ele gostava bastante de Hugo. O irmão mais novo da amiga vinha tendo problemas para se adaptar a Hogwarts e, na concepção de Scorpius, qualquer um que odiasse aquele colégio era uma pessoa decente e que valia a pena ter por perto.

A senhora Granger trabalhava muito e o menino quase nunca a via, mas quando acontecia, ela sempre o bombardeava com perguntas sobre seu desempenho escolar. O que era estranho, mas acabara se tornando uma piada interna entre ele e Rose. Então tudo bem. Scorpius, entretanto, hesitara bastante antes de finalmente ir até ali. Se lembrava da Weasley falando que o pai havia dito que não devia ser amiga dele. Ron, contudo, nunca lhe fora rude. Não aparentava ser seu maior fã, era verdade, mas mantinha silêncio sobre isso.

Rose – sincera como sempre – uma vez lhe contara que o pai havia dito que “se ela queria ser amiga de um filhote de doninha albina, ok, mas que tomasse cuidado”, e que entreouvira uma conversa em que Ron dizia a Hermione que nunca confiaria em um Malfoy, mas também nunca maltrataria uma criança. Ele era um adulto, pelo amor de Merlin!

A questão era que Scorpius aprendera a gostar da família gigantesca e louca dos amigos e aprendera a se sentir em casa entre eles. Naquela tarde, ele caminhava pelos cômodos d’A Toca como se caminhasse por um local que conhecera durante toda a vida. Era o último dia de verão e o rapaz estava prestes a começar o quinto ano. Não havia visto Rose ou Al durante as férias inteiras. Seu pai fora chamado para avaliar uma coleção nova em museu bruxo na Itália. E os Malfoy aproveitaram para tirar férias em família. Havia sido ótimo. Ainda assim, ele sentia uma dor quase física devido à saudade dos amigos.

Precisara se convencer a não sair correndo, como um louco, pel’A Toca, procurando pelos dois. Encontrou Rose primeiro. A garota estava sentada embaixo de uma árvore. Havia cortado os cabelos e os cachos ruivos, pouco acima dos ombros, emolduravam seu rosto. Tinha óculos amarelos, com as lentes em formato de coração, nos olhos e tênis vermelhos nos pés. A atenção totalmente voltada para as cartas de tarô dispostas na grama. Após todas aquelas semanas, aquela simples imagem – tão simples, tão cotidiana, tão Rose— poderia fazer Scorpius Malfoy chorar.

— Rosie? — ele chamou, se aproximando.

A menina levantou a cabeça e olhou diretamente para ele. Um sorriso imenso se abrindo em seus lábios e iluminando aquele rosto sardento tão adorado.

— Oi, Scorpius.

O coração do garoto saltou em seu peito, batendo tão rápido que ele achou que o mundo inteiro poderia ouvir.  


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Notas finais do capítulo

Bom, era para esse capítulo ter sido bem maior, mas meu dia foi super corrido e eu estava sem nenhuma capacidade de concentração. Acabei o dividindo em duas partes (e acho que faz até mais sentido, considerando o conteúdo). Não estou muito satisfeita com o resultado, mas espero que tenha ficado, ao menos, aceitável.
Sim, o Scorpius tem um crushzinho na Ginny que é "I'm not a regular mom, I'm a cool mom" total haha
Beijinhos,
Thaís