XI

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{my thoughts will echo your name}

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O segundo ano fora um pouco mais calmo. Scorpius Malfoy ainda estava longe de ser popular ou mesmo uma figura bem quista, mas já não era novidade. Algumas pessoas se cansaram de implicar com ele, procurando novas vítimas, e outras até sorriam para o menino nos corredores e o cumprimentavam de forma cordial, talvez finalmente convictas de que o garoto não iria assassiná-las enquanto dormiam.

Ainda havia aqueles que não hesitavam em demostrar seu desprezo, é claro, e ainda doía quando alguém mencionava seu pai. No entanto, era diferente agora. Ele já não era o menino inocente, que passara toda sua vida no escuro, e caíra de paraquedas no meio de uma bagunça que por acaso lhe envolvia. Agora ele tinha todas as informações que precisava e sabia o que esperar. E embora isso não tonasse a experiência agradável, ao menos a tornava possível. Suportável.  

Fora isso, as matérias ficaram um pouco mais complicadas e os professores mais exigentes. O chá de Hagrid ficara mais forte. Albus se tornara levemente mais mal humorado e Rose desenvolvera um estranho interesse por assuntos astrológicos. Signos e ascendentes e posições de planetas. Mapas astrais e corpos celestes e mistérios cósmicos. A menina comprara um colar com o símbolo de seu signo – peixes – e o usava o tempo todo. Al achava tudo aquilo uma grande bobagem, fato que Rose atribuía ao fato do sol dele estar em touro. Scorpius, por sua vez, achava divertido. Não acreditava em astrologia e, na verdade, julgava que seria assustador que os astros pudessem ter tanto poder sobre a personalidade e a vida de alguém. O Malfoy não gostava de nada que fugisse ao seu controle, afinal.  

Ainda assim, gostava de ver a empolgação no rosto da Weasley quando ela falava sobre o assunto. Gostava de como os olhos castanhos dela se iluminavam, de como as mãos sardentas se moviam freneticamente em gesticulações infinitas e de como sua voz ganhava aquele tom de pura alegria. Gostava de vê-la feliz.

— Só estou dizendo que é irônico você se chamar Scorpius, quando seu signo é capricórnio. Seus pais perderam uma grande oportunidade — Rose disse certa tarde, arrancando uma gargalhada do amigo.

Eles estavam sentados nas imediações do lago negro. Ela tinha os óculos de estrela nos olhos e os dois dividiam uma torta de morangos que haviam roubado na cozinha. Albus estava enfiado na biblioteca, estudando Poções. Al estava sempre sofrendo por causa de Poções.  

— Acho que meus pais só estavam tentando seguir a tradição da família ao me dar um nome de constelação. — o que, naquele ponto, Scorpius não sabia se era exatamente bom. Não achava que gostava de tradições, especialmente as de sua família.

— Então deviam ter te chamado de Capricornus. Ou feito as contas e tido um filho escorpiano. — ela deu de ombros, como se aquele raciocino fizesse todo sentido.

— Oh, não, Capricornus é terrível. E olha que Scorpius já não é muito bom.

— Eu gosto de Scorpius.

— Você acabou de criticar.

— Não, eu disse que era irônico. Ironias são legais. De toda forma, acho um nome bonito.

— Acha mesmo? — o garoto questionou, sentindo o rosto esquentar. Não sabia explicar por que estava corando.

— Acho.

— Também acho Rose um nome bonito. Apesar de você odiar rosas...

— Eu não odeio rosas. Só acho que são as flores mais entediantes que já existiram.

O menino riu.

— Não são entediantes.

— Bom, plantas não são exatamente o meu departamento, Scorp. Então vou confiar em você. Mas ainda não vejo muita graça. São tão... previsíveis, seguras, clássicas. Uma escolha tão padrão. Definitivamente não são meu tipo de flor.

Scorpius sorriu, entendendo o motivo de flores previsíveis, seguras e clássicas não serem o tipo de flor daquela rosa. Rose Weasley, afinal, nunca poderia ser considerada entediante.