Nunca mais só. escrita por Shaina


Capítulo 9
Capitulo 9




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  Essa autora não deixou de perceber que Alice Cullen tem andado muito acompanhada pelo senhor Jasper Withloock em todas as festas, e que o Lorde tem feito muitas visitas a mansão Swan para vê-la. Reza as fofocas que os dois estariam a um passo de um pedido de casamento. 

 Quem parece não gostar nem um pouco da aproximação desses dois é o Marquês Withloock que tem declarado em várias ocasiões que não aprovaria. Segundo algumas fontes o marquês chegou a dizer a princesa que seu relacionamento com o filho seria uma vergonha e uma mancha na família real se acontecesse. O marquês não teria dito o motivo pra tanto desrespeito com o próprio filho, mas fica aqui nossa curiosidade e nossa pergunta: Seria Jasper um problema para a família real? Ou há mais sobre o marquês que não sabemos? 

 Façam suas apostas meus queridos, a princesa deixará o Sr. Jasper de lado? O lorde Jasper seguirá para longe da princesa? Ou os dois irão caminhar para o altar antes do fim da temporada? 

 A semana estava passando voando, mas naquele dia Bella tinha se permitido estar na cama por mais do que o habitual e aceitável, afinal aquele era o dia que talvez conseguisse um pouco de respostas e só um pouco de paz de espirito. 

 Quando Charlie chegou em casa no dia anterior lhe contando que ele a levaria para ver Victória no dia seguinte, Bella fingiu estar tranquila, empurrou os sentimentos para dentro de sim fortemente e não deixou transparecer os medos que a rondavam. Agora a luz do dia com as horas contadas para o reencontro a garota temia o que descobriria, e temia mais ainda como se sentiria ao estar frente a frente com a mãe que a criou. 

 Decidindo que não poderia protelar mais nenhum momento, ela saiu da cama direto para o banheiro, tomou um banho sozinha e escolheu um vestido cinza para o dia. Só quando estava completamente pronta desceu as escadas, tomou o café da manhã sozinha antes de encontrar a mãe na sala, a mesma estava acompanhada de Alice, Rose e Emmett. 

—Isso é uma comitiva? -Brincou olhando para cada um dá sua família. 

—Você demorou a descer hoje, achei que teria que ir lá em cima te arrastar. -Rose se ergueu e a abraçou apertado, nenhuma das duas precisava dizer nada, os sentimentos estavam legíveis no abraço. 

—Como se sente? -Renée questionou assim que Bella se sentou ao lado dela. Claramente a mãe não estava confortável com o passeio que ela faria naquele dia, mas mesmo assim não se opôs. 

—Amedrontada. -Bella escolheu por ser sincera mesmo que sorri-se para todos. -Há sempre muitas perguntas, espero conseguir resposta para pelo menos metade delas. 

—Você tem certeza que quer fazer isso? -Emmett perguntou inquieto, o irmão se preocupava, ninguém sabia o que as respostas que Bella conseguiria iriam fazer por ela. 

—Eu preciso fazer isso. -Ela suspirou. -Eu sei que é difícil para vocês, mas aquela mulher me criou, me alimentou e me vestiu por anos, talvez ela não conseguisse demonstrar amor, mas de um jeito estranho ela cuidou de mim durante todos esses anos. -Ela se sentiu começar a tremer então apertou as duas mãos uma na outra respirando fundo para se controlar. -Eu quero entender por que, apenas isso. Além do mais, talvez ela saiba o que James vai fazer agora. 

—Nós entendemos querida. -Renée garantiu e abraçou. 

—Nós estaremos aqui quando você voltar. -Alice falou pela primeira vez e lhe deu um pequeno sorriso. -Só pro caso de você precisar. 

—Obrigada! -As duas sorriram uma pra outra. 

 Poucos momentos depois Charlie passou pela porta, ele deu um pequeno sorriso para as pessoas na sala e então pousou os olhos na filha, tinha quase dois anos que a tinha recuperado e provavelmente nunca pensou em deixa-la chegar perto de qual quer um dos Edburgue de novo. 

—Está pronta? -Ele perguntou para ela que apenas assentiu e se ergueu. 

—Vamos terminar com isso de uma vez. -Ela pediu. 

 Os dois se despediram de todos e saíram já entrando na carruagem, o pai lhe havia explicado no dia anterior que fariam uma viagem de mais de uma hora até a prisão onde Victória era mantida, chegando lá seriam recebidos por alguns soldados que os levariam até ela. 

 Durante o caminho Bella tentou colocar em ordem sua mente, queria saber e entender para que exatamente tinha sido tirada da família. Também se permitiu pensar se em algum momento Victória teria a amado, ela não se importava com James, os dois nunca foram exatamente apegados, não que ela se lembra-se ao menos, mas ela era a sombra de Victória até começar a trabalhar na barraca sozinha, tinha convivido e conhecido aquela mulher por anos. 

—Estamos aqui. -Charlie anunciou apontando um grande lugar a frente. 

 A prisão era toda de pedra, com paredes altas que impediam as pessoas de escalarem e escaparem. O portão de ferro era guardado por guardas armados que verificaram a carruagem antes de os deixar entrar, o lado de dentro era enorme e eles passaram pelo que pareceu vários campos diferentes já que era divido com grades. 

—Lorde Swan, milady, sejam bem vindos espero que tenham feito uma boa viagem. -Ela ouviu a voz e só o reconheceu quando colocou os dois pés firmes no chão e pode erguer os olhos para o soldado Faleris que ainda usava uma farda. 

—Soldado Faleris. -Bella cumprimentou e lhe deu um pequeno sorriso. -Achei que nunca mais lhe veria. 

—É um prazer reencontra-la milady. -Ele lhe deu um pequeno sorriso em resposta. 

—Está tudo pronto? -Charlie perguntou fazendo que o soldado voltasse os olhos para ele. 

—Sim senhor, estamos prontos para recebe-los. -O soldado os guiou para dentro de um prédio, Bella não pode se impedir de olhar em volta, havia muitos soldados por ali. -Terão que deixar tudo de valor aqui fora, qual quer coisa pontiaguda como cintos, brincos, colares e até mesmo anel serão guardados para suas saídas. 

—Tudo bem. -Charlie concordou, os dois foram levados para uma sala onde tiraram tudo como haviam sido instruídos e guardaram em uma caixa, Bella puxou a pulseira que Jacob a havia dado e colocou na caixa. -O que é isso? 

—Jacob Black fez para mim, segundo ele foi feito pelas mãos dele. -Bella respondeu vendo o pai tocar o lobo de madeira. 

—Me parece que ele a queria marcar como dele. -O pai bufou soltando o lobo e fazendo Bella sorrir. 

—Um dia o senhor terá que me contar o motivo de tanta raiva, e será em breve, afinal Black não é alguém que eu desgoste. -Ela avisou fazendo o pai parar enquanto seguiam pelo corredor com o soldado Faleris na frente. 

—Está mesmo falando sobre casamento? -Charlie questionou, Bella notou que o pai ficou branco como papel e colocou a mão no braço dele. 

—Não, ainda espero ser arrebatada por um amor como o seu e o da mamãe, ou como de Emm e Rose. -Ela avisou e sorriu. -Mas se não acontecer, não vejo por que não me casar com alguém divertido e gentil que tem demonstrado ser tão bom comigo. 

—Eu posso lhe garantir que encontrará alguém que lhe fará feliz, e esse alguém não é o Black. -O pai falou. 

 Os dois caminharam em silencio seguindo o soldado para dentro da prisão, então ele abriu uma porta os dando passagem, havia mais soldados ali e um vidro que lhes separavam de onde Victória estava sendo mantida algemada a mesa. 

—Ela não conseguirá te tocar em nenhum momento. -Faleris avisou. -Estaremos aqui o tempo todo ouvindo tudo, na hora que quiser sair apenas saia.  

—Sim senhor. -Bella respondeu e sentiu que o mundo começava a girar. 

—Não se esqueça, ela não pode te atingir mais. -O pai sussurrou enquanto ela assentia. -Você não deve nada a ela. 

—Quando estiver pronta. -O outro soldado anunciou, Bella sorriu para o pai e caminhou para dentro da sala. 

 Demorou apenas um segundo para que Bella notasse as diferenças na mulher que ela chamava de mãe, os cabelos loiros estavam mal cuidados e muito maiores, ela havia emagrecido muito, os olhos não brilhavam como antes e havia olheiras abaixo dos olhos. 

—Bella! -Ela falou surpresa, tentou se levantar, mas suas mãos presas a mesa a impediram. Bella caminhou para a cadeira a frente dela muito surpresa. -Minha menina, eu sabia que você um dia viria, quando eles finalmente lhe deixariam vim me ver. Olha pra você, olha só, está tão bonita, parece uma dama. 

—Victória. -Bella sussurrou ao se sentar. 

—Minha filha, eles me roubaram minha menininha, mas você está aqui agora, ainda se parece com você, melhor vestida, mais ainda sim é minha bebê. -Victória a olhava por inteiro, Bella se sentiu intimidada por aquela onda de palavras. 

—Eu não sei o que lhe foi dito, mas eu estou aqui por que tenho milhões de perguntas. -Bella falou, endireitou a coluna e colocou as duas mãos a mesa, os olhos presos no da mulher que em algum lugar do seu coração ela ainda amava. 

—Eles não me dizem nada, não me disseram para onde levaram você, o que fizeram com você? -Bella não sabia se ela estava fingindo de doida, ou se ela realmente tinha ficado, esperava não ter perdido a viagem. 

—Por que você me roubou Victória? Por que você e James me tiraram da minha casa e da minha família? -Bella se viu questionando antes de pensar por onde começar. 

—Não, eles estão mentindo, eu nunca faria isso. -Ela negou. -Você é minha, MINHA FILHA! 

 O grito de Victória a assustou, Bella chegou a se afastar surpresa, medo corroendo as veias. Ela decidiu então seguir outro caminho, não sairia dali de mãos abanando, ela precisava de pelo menos uma resposta. 

—James fugiu. -Bella contou, cruzando as mãos na mesa e se inclinando como se contasse um segredo. -Ele conseguiu escapar da cadeia, você sabe para onde ele iria? Onde posso encontra-lo mãe? 

—Ele não vai embora sem a gente. -Victória havia voltado a sorrir ao ouvi-la pronunciar a palavra mãe. -Ele vira por nós duas, confie em mim, nós somos a família dele e homem nenhum abandona sua família, onde está a honra nisso. 

—Mas eu preciso encontra-lo. -Bella insistiu. -Eles irão me levar embora, eu preciso encontra-lo antes disso. 

—Ele tem amigos, pessoas que o esconderiam. -Victória sussurrou. -Não se preocupe, se tentarem mover você ele saberá, ele sempre sabe. -Victória se recostou melhor na cadeira e sorriu. -Seremos uma família de novo Filha, confie em mim. 

—Eu não sou sua filha. -Bella falou cada palavra pausadamente, lunática ou não Victória não iria entregar quem eram os amigos de James. -Você me roubou, me tirou da minha família e me levou para aquele buraco e me deixou ser infeliz. -Foi como se uma luz entrasse na sala, Victória parou de sorrir e ficou mais como ela, completamente como a mãe que ela se lembrava. -Me levou para uma casa onde não nos cabia e me enfiou em um quarto com seus sobrinhos sabendo que em algum momento qual quer um deles poderia tentar me desonrar. 

—Está mostrando as garras Bella? Eles não lhe podaram o suficiente? Sua ingrata. -Victória bateu a mão na mesa tão forte que o barulho machucou os ouvidos de Bella, mas ela não se moveu continuou encarando a mulher à frente determinada. -Ingrata, eu te dei uma vida boa, agora só por que está morando com os ricos se acha superior? 

—Por que Victória? Por que me roubou? -Bella questionou sentindo uma raiva que ela não sabia que existia. -O que você estava pensando? O que você queria? 

—Eu queria minha filha de volta! -A loira gritou, as duas começaram a respirar fundo como se tivessem corrido uma maratona. -Meu bebê, minha linda menininha. -As lagrimas jorraram pelos olhos da loira. -Eu tive uma menininha e ela era linda, tão parecida com James, geniosa, espirituosa. Mas ela morreu, foi tudo tão rápido, em um minuto eu estava vendo-a brincar mostrando para ela o lago, no outro eu me virei para ver se James vinha na nossa direção e ela caiu no lago. 

 Bella não conseguia ar o suficiente, uma criança havia morrido, no meio de toda aquela bagunça alguém realmente tinha morrido, um corpo realmente tinha sido encontrado. Victória olhou para Bella por tanto tempo que a morena se perguntou se ela via toda a história de novo. 

—Ela tinha um ano e meio. A água estava tão fria, era inverno e começava a congelar, eu a encontrei alguns minutos depois, eu e James tentamos ressuscita-la, fizemos de tudo, mas ela já estava morta. -Ela negou com a cabeça. -Eu entrei em depressão, não comia, não saia da cama. Um dia James conseguiu me forçar sair de casa, nós caminhamos por Ignis e foi quando a vimos, tirando o cabelo e os olhos você era ela, tão linda, tão cheia de birra. Minha filhinha vivia em você. 

—Então vocês me roubaram. -Bella sussurrou. 

—E eu te amei durante todos os dias. -Victória sorriu mesmo com lagrimas nos olhos. -Mas você chegou aos doze anos, e James começou a me dizer que você não era nossa filha, e o mais importante ainda procuravam por você, ainda buscavam pela filha perdida. -Ela suspirou e abaixou a cabeça para limpar as lágrimas. -James queria te devolver pedindo uma boa grana, um resgate que nos tiraria da casa do irmão dele e nos daria uma vida melhor, mas sempre que ele começava eu o persuadia a desistir, você era minha menininha e eu já tinha te perdido uma vez, eu não poderia passar por isso de novo. 

—Ele virá atrás de mim? Não para formar uma família de novo. -Bella afastou a cadeira se pondo de pé. -Ele tentará me usar para conseguir dinheiro. 

—Eu só quero continuar te vendo. -Victória pediu. -Quero saber da sua vida. Você já se apaixonou? Está noiva? Casada? Conte-me algo sobre sua vida. 

—Adeus Victória. -Bella a olhou uma última vez, era aquilo que ela não sabia que procurava, o direito de dizer adeus. Ela nunca tinha tido a oportunidade, quando saiu da sala para trocar de roupa não tinha dito nada a mãe e quando voltará eles tinham sido levados e depois eles não eram mais sua família. -Você nunca mais vai me ver, e provavelmente nunca mais ouvirá sobre mim também. 

—Bella não, por favor, não faça isso comigo, eu sou a sua mãe. -Ela tinha começado o discurso calmo e então começado a gritar de novo. 

—Não você não é. -Bella estava perto da porta agora. -Minha mãe é Renée Swan e ela me ama de verdade, sem esperar nada em troca e me dando tudo que eu preciso. E eu não estou falando de dinheiro, eu estou falando de amor, carinho, companheirismo, tudo que você nunca me deu, pois não sabia demonstrar nada disso. Adeus. 

 Então ela saiu da sala, não falou nada com o pai ao deixarem a prisão, também não se permitiu chorar apesar de fazer o caminho de volta agarrada aos braços dele, ele sussurrava palavras reconfortantes e promessas de que tudo ficaria bem. 

 Mas ao chegarem à mansão Swan foi quando ela se deu conta que estava em casa, aquela imponente casa era a marca de onde sua família se encontrava, aquele era seu lar e ela não o deixaria nunca. 

 Ela cruzou a entrada rapidamente já procurando a mãe pela sala, e foi quando colocou os olhos nela que sentiu seu chão ruim, aquela era sua mãe. Os braços de Renée se fecharam em sua volta sem pedir nada em troca. Ela não mentiu para Victória, enquanto a loira não sabia demonstrar real afeto, Renée distribuía esse sentimento por todos que ela gostava. 

 Bella se permitiu chorar de verdade pela primeira vez, não eram lágrimas contidas, havia um grito de dor entalado em sua garganta, o choro que ela deveria ter tido ao descobrir que sua vida tinha sido uma mentira durante tanto tempo, mas com tanta mudança e o desejo de ser boa ela não tinha se permitido, até aquele momento. 

 E foi ali nos braços da mãe com toda sua família em volta que ela finalmente se livrou da dor do passado, foram as lágrimas que molharam o vestido da mãe que a amparava a todo momento que ela lavou a alma e deixou o passado para trás, nada mais importava, aquela era sua casa, seu lar e ela lutaria por eles e morreria por eles. 

—Está tudo bem filha, você está em casa. -Renée sussurrou. 

—Obrigada mamãe! -Ela murmurou contra o cabelo da mãe, só então se afastou e deixou a mãe secar suas lágrimas e as próprias, ela olhou em volta, o irmão e a melhor amiga, a prima e o pai. -Eu amo vocês, cada um de vocês e nada mais importa. 

—Nós também amamos você pequena. -Emmett sorriu, aquele sorriso cheio com as covinhas a mostra que tanto o deixavam com cara de criança e ela não pode não retribuir, pois era impossível não o fazer, não quando o irmão era responsável por ela ter se sentindo em casa logo de primeira. 

—Ótimo, agora será que podemos comer, eu estou morrendo de fome. -Bella brincou arrancando gargalhadas de todos. 

 Durante o almoço cada som, cada riso ou conversa fiada, cada olhar trocado a fazia sentir mais leve, mais inteira e completa, e foi ali que ela soube que independente do que acontecesse ela nunca deixaria nada acontecer com eles. 


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