Say Something escrita por Andreza Cullen


Capítulo 4
Chapter three


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, como prometido, domingão e cap novo para vocês.
Gente, vou esclarecer algumas coisas para ninguém ficar confuso.
O cap passado (bônus) se passa entre a discussão que o Draco e Harry tiveram e o Harry foi para a casa do Ron, só para o caso de vocês ficarem confusos. Ele não interfere na narrativa linear da história em sí, que será toda oficialmente narrada pelo Draco, beleza?
Bom, o fato do Ron e da Lilá ainda morarem juntos são pq eles são muito amigos e lá na frente quando um personagem voltar isso vai ser muito importante.
Se ficou mais alguma dúvida, podem perguntar que eu respondo, okay? As vezes (como essa) posso demorar para responder os comentários, mas é pq eu gosto de dedicar um tempo meu para isso, ler, reler e aí sim responder com todo o meu amor, okay?

Então vamos para a história!



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Acordei me espreguiçando, e senti algo batendo no meu braço. Potter estava deitado do outro lado da cama, virado para mim que havia dormido virado para a parede. Não pude deixar de ficar surpreso, já que nas raras vezes que ele ia dormir na cama, acordava no meio da noite e ia para a sala.

Inconscientemente leveis meus dedos aos lábios, me lembrando dos lábios dele ali, ontem. Aquilo tudo era confuso demais, aquela mudança era conturbada demais. Eu ainda sentia raiva por ele ter me escondido o envenenamento, caramba! E estávamos funcionando bem do jeito que estava, cada um no seu canto, estava conformado com aquilo. E agora ele se aproximava, me olhava, me notava.

Não, dessa vez eu não perderia o controle. 

Me virei, encarando a figura forte e morena que dormia com a respiração pesada. Chacoalhei seus ombros delicadamente, mas ele não acordava.

— Potter, acorda. Temos que almoçar na casa dos Black, anda – continuei chacoalhando–o, falando baixo e ele finalmente acordou.

Me levantei, calçando os chinelos e pegando uma aspirina. Aquela confusão toda havia me dado uma dor de cabeça.

— Que horas são? – perguntou a voz sonolenta, levemente irritada do outro lado da cama, tateando o criado mudo a procura dos óculos.

Ele odiava acordar cedo.

— 7:00 horas, temos que chegar cedo para ajudar eles a preparar o almoço, e Rony disse que eles vão fazer um jogo de quadribol a tarde, então não esqueça as vassouras – falei, logo depois engolindo o comprimido e indo para o banheiro, entrando no box e o fechando. Não demorou muito para que Potter entrasse, indo até a pia e escovando os dentes.

Ele terminou e falou que iria fazer o café, e eu concordei dizendo que acordaria Scorp daqui a pouco.

Viu? Funcionávamos bem juntos, não precisávamos de mais do que isso. Comunicação sobre o necessário era o suficiente para darmos a vida incrível que Scorp merecia.

Fechei o chuveiro e fui escolher minha roupa.

— Scorp, lembre–se, nada de aceitar qualquer coisa que os filhos dos gêmeos te dêem ok? E se eu souber que você e as cobras da Pansy falaram de novo para Melanie que papai noel não existe, você pode esquecer o video–game por um mês – comecei os avisos antes de chegarmos. Quando juntava Scorp, Teddy e os filhos da morena nada de bom acontecia.

— Draco, não seja tão duro com o garoto, ele é só uma criança... – Potter falou com tom ameno, sem tirar os olhos da rua enquanto dirigia.

— Ela ficou chorando por semanas até que Fred conseguiu convencê-la de que ele existia sim!

Lancei um olhar bravo para o loirinho, que me olhou com aquela carinha inocente, fazendo eu me derreter e esquecer a bronca que eu estava dando. Baguncei seus cabelos enquanto ele ria, prometendo de comportar.

Sei...

Não demorou muito para estacionarmos em frente à mansão e sermos recebidos por um Lupin com olheiras, porém muito feliz.

Agora eu ajudava Hermione a colocar os pratos na mesa do quintal enquanto as crianças brincavam de algum esporte trouxa, acho que chamado futebol.

— Não sei, estávamos pensando em Paris, já fui para lá quando bem nova e amei. Seria um aniversário de casamento inesquecível – ela falou, colocando os garfos em um suporte.

— ParIs é mesmo incrível, mas o que acha de Veneza? Me lembra muito você aquele lugar – sugeri, sabendo que ela amaria a pequena cidade. Era cheia de história, antiga e extremamente romântica, exatamente como ela.

Ela pareceu ponderar um pouco, e depois seus olhos brilharam.

— Eu não tinha parado para pensar sobre isso! Para mim, a França sempre se bastava em Paris, mas acho que é uma ótima ideia...

Fred surgiu, abraçando a esposa por trás e deixando um beijo em seus cabelos.

— Draco acabou de sugerir que comemorássemos nosso aniversário de casamento em Veneza – ela informou o marido. Aquele olhar de devoção que um tinha pelo outro era tão perceptível que poderia ser moldável.

— Ter uma doninha viajada de estimação tem lá suas vantagens... Aí!

Não segurei o sorriso quando Hermione deu uma cotovelada no ruivo pelo comentário.

— Grande testa rachada! – Fred anunciou que Potter se aproximava com os braços cheios de pratos, parecendo bem pesados. Fui até ele pegando uma metade e levando até a mesa sem falar nada.

— Obrigada – ele murmurou quando se aproximou, e eu apenas assenti com a cabeça, não querendo prolongar o momento.

— Estávamos pensando onde vamos passar nosso aniversário de casamento, e Draco deu à ótima ideia de Veneza! – Mione contou a ele, enquanto Fred ia checar as crianças que brincavam no quintal com a bola.

— Nunca fui para lá, mas o pelo pouco em que eu vi nos filmes tenho certeza que você vai aproveitar muito – eles começaram a conversar, e eu foquei em secar os pratos molhados que ele havia trazido.

— Potter, me passe aquele monte – falei, apontando com o queixo os pratos empilhados na sua frente. Ele prontamente obedeceu, voltando a secar os talheres em seguida.

Eu tinha certeza que o olhar de Hermione passava de mim para ele nesse exato momento.

— Então... – ela começou – daqui a alguns meses é o de vocês também, já decidiram o que vão fazer?

Seus olhos quase ardiam na minha pele e o tom de acusação na sua voz deixava claro que ela percebeu algo.

— Vamos ficar em casa com Scorp, e acho que agora vou ajudar Lupin com a comida – sai de lá antes que ela pudesse perguntar qualquer coisa e fui para a cozinha, mas me arrependi. Estava lotada!

Molly – que eu não sabia que já havia chego–, Lupin, Luna, George, Lilá e Rony pareciam ter tudo sobre o controle. Quer dizer, Molly parecia ter todos sobre controle e eles obedeciam sem pestanejar.

— Tem espaço para mais alguém aí? – perguntei da porta, e dois segundos depois Molly estava vindo na minha direção sorrindo.

— Draco! Quantas saudades de você menino! Deveria aparecer na t’oca mais vezes, e olhe para você, como está bonito e elegante! Embora esteja bem magrinho, precisamos mudar isso hem – ela falou me analisando, e eu sorri em resposta. Essa mulher era incrível, tinha um calor materno que me fez amá-la no momento em que a conheci de verdade.

— E a senhora está cada vez mais jovem– beijei sua mão, e ela despejou meu elogio com um aceno envergonhado.

— Mas um Don Juan não perde a pose, hem! Mas venha, precisamos de alguém que consiga não queimar o arroz...

— Foi sem querer! – George se defendeu e eu fui para o fogão.

— Queremos relembrar os velhos tempos onde o pomo era a única bola que aqueles dois ali queriam pegar! – Fred levou um grande puxão de orelha da mãe por falar aquele tipo de coisa perto das crianças. Pois é, certas coisas nunca mudam...

Enfim, decidimos que eu e Potter seriamos os capitães dos times de quadribol, e como eu venci eu começava escolhendo.

— Ginevra! 

— Droga! Isso não é justo Malfoy – ele me lançou um olhar de frustração, e eu retribui com um sorriso cínico.

O sorriso saiu antes que eu pudesse segura–lo. Estava me sentindo com 15 anos outra vez.

— Meu querido Potter, eu só fico em times que ganham – Ginna lançou uma piscada para mim enquanto se direcionava ao meu lado do campo improvisado.

— Rony!

— Fred.

— George.

— Sirius!

— O que? – ele me olhou atônico – eu nem sabia que ele ia jogar!

— Não me insulte Harry, quadribol é meu sobrenome e só por isso vou fazer seu time ser massacrado!

Por fim, fiquei com Ginna, Fred, Sirius e Pansy, enquanto Potter ficou com Rony, George, Lino e Thonks.

Os bancos da mesa do almoço agora estavam a uma distância segura do “campo”, e todos estavam lá acomodados com pipoca e cerveja amanteigada prontos para assistir a partida.

Scorp não sabia por quem torcer pelos seus dois pais estarem em times separados, mas isso não pareceu o incomodar nenhum pouco, o que viesse era lucro.

Mas eu ganharia, ganharia de Potter e esfregaria o pomo naquele sorriso de vencedor que ele me lançou antes de começarmos. Agora era uma questão de honra.

O placar estava 80 para mim e 40 para Potter, estávamos jogando a quase uma hora, mas o pomo parece ter se escondido nas barbas de Merlin!

Voava mais rápido que a vassoura de última geração permitia, e, enquanto o pomo não aparecia, aproveitei essa sensação ao máximo. Ah, como eu amava voar e como eu amava quadribol! Era sempre bom as festas de final de ano, quando todos se reuniam e jogavam, e a ideia que Lino deu para marcarmos de jogar pelo menos duas vezes por mês foi prontamente aceita por todos.

Eu tinha certeza que, se tivéssemos vassouras sobrando, Molly teria pego uma e dado um tapa na cabeça de cada um dos gêmeos e de Lino pelo palavreado e os as gracinhas ao time adversário, e eu me segurava para não chorar de rir ao imaginar a cena.

Dei um giro extremamente rápido com a vassoura sentindo o vento quase me tapear no rosto, e então eu vi. Aquele minúsculo brilho dourado emergiu de sabe–se Slytherin onde e agora estava a todo o vapor para o mais longe possível de mim. Olhei para os lados e vi que Potter o encontrou também.

Foi um breve segundo que trocamos olhares desafiadores e logo eu já estava correndo em disparada para o céu. 

Esse pomo não me escapa!

Os gritos e torcida da nossa família ficavam cada vez mais distante enquanto eu acelerava para alcançar o meu prêmio, e um milésimo de segundos depois senti uma vesti raspando a minha. O maldito estava bem do meu lado!

— Desista Potter, esse jogo já é meu!

Me inclinei mais ainda sobre a vassoura ganhando mais velocidade, e ele fez o mesmo.

— Nem pensar, eu nunca desisto das coisas que amo.

Vacilei na vassoura, mas foi rápido o suficiente para ele não notar e não interferir no jogo. Eu sabia muito bem que aquele duplo sentido foi intencional. Mas ele poderia ter escolhido um trocadilho menos brega, não?

Agora estávamos muito, mas muito perto do pomo, e eu precisava tirar ele da jogada, nem que para isso precisasse empurrar ele da vassoura. Mas tive uma ideia melhor.

No ligar de me inclinar mais para a frente, fui para o lado, ficando colado a ele e sussurrei com uma voz rouca, mas auto o bastante para que ele pudesse ouvir sobre o vento.

— Sabe, hoje depois do banho coloquei aquela minha cueca preta que você diz ficar sexy em mim só para você tirar com os dentes mais tarde.

E funcionou.

Ele se desequilibrou, mirando o cabo da vassoura para baixo e caindo uns bons metros antes de se lembrar que estávamos em um jogo, mas quando se recuperou, o pomo já brilhava em minhas mãos e eu descia para terra firme.

— Papai, papai, eu sabia que você faria o Potti comer poeira! – meu filho se jogou nos meus braços segundos depois que eu aterrissasse, e todo mundo comemorava, exceto o time adversário, é claro.

— Não valeu, aquilo não foi nada justo Malfoy! E porque caralhos você ensinou nosso filho a me chamar assim?! Aí!

— Sem palavrões na frente das crianças! – falei depois que lhe dei um tapa no braço.

— Eu tenho uma boa ideia do que a doninha falou para fazer o Harry perder o equilíbrio – Lino olhava para mim com uma cara de “eu sei o que vocês fizeram no verão passado”.

— Esse é o lado bom de ser do time de um sonserino, sempre fazem de tudo para ganhar. E GANHAMOS. Ganhamos e vocês perderam! Há! – Fred não deixaria os irmãos e Lino em paz até que alguém lhe desse um tapa.

— Muito bem crianças, TODAS elas – Remus falou, olhando especificamente para Sirius que também jogava sua vitória na cara do outro time. Ele parou e ficou quieto – Todo mundo arrumando essa bagunça aí, viu? E quem não for, vamos precisar de ajuda para preparar o café.

As pessoas começaram a se dissipar e eu tive que segurar Scorp para que ele não pulasse do meu colo e fosse com Teddy, que o chamou para ajudá–lo a limpar a mesa. Eu ajudaria com o café.

— Eu realmente espero descobrir que está com a preta hoje a noite – senti ele sussurrar no meu ouvido .

Eu havia arrumado para a cabeça.

— Scorpion, você não vai dormir sem tomar banho – falei enquanto tirava os pratos da mesa e levava até a pia. Scorp estava extremamente cansada pelo dia que passou brincando com os primos, e mal estava se aguentando em pé, levando em conta que ele dormia normalmente as 23:00 e ainda eram 21:30.

— Mas pai, vai demorar muito, eu quero dormir! – aquela vozinha mimada, eu tinha que admitir, ele puxou de mim, mas não cederia dessa vez. Dormir sem tomar banho é inadmissível!

— Vamos fazer assim, papai lava a louça e eu te dou um banho, ok? – Harry usou o tom de negociação, o mesmo que usava comigo para ver quem ia limpar o porão algum tempo atrás.

Scorp soltou um “urrum”, esperando Harry terminar de levar a louça até a pia, onde eu já estava lavando–as.

— Vai precisar de ajuda com a cozinha depois? – ele perguntou baixo, do meu lado, colocando os pratos na pia.

O olhei desconfiado. Ele sabe que eu não precisaria, mas mesmo assim ofereceu.

Neguei com a cabeça, voltando a olhar para os pratos cheios de espuma que eu estava esfregando.

— Ok – ele se moveu, vindo até mim e me abraçando por trás. Quase deixei um dos pratos cair quando ele depositou um beijo na minha bochecha – te espero no nosso quarto – seu sussurro fez cocegas no meu ouvido, e, antes que eu pudesse ter qualquer reação, ele e Scorp já estavam subindo.

Mas que droga?!

Neguei com a cabeça, espantando aquilo da minha mente.

Se eu não pensasse sobre seria como se nunca houvesse existido aquele momento.

Isso! Era a solução perfeita!

Não sei o que você anda querendo com isso Potter, mas pode ter certeza que nada entre nós mudou.

Terminei de arrumar a cozinha alguns minutos depois e fui para o meu quarto.

Aquele maldito momento teimava em voltar a minha mente, mesmo eu tendo–o jogado para debaixo do tapete.

Eu me lembro do Potter gentil, carinhoso, romântico... Me lembro dos olhos brilhantes dele, daquele sorriso canalha e como ele ficava ainda mais cretino quando deixava o cavanhaque crescer. Me lembro dos abraços, dele me falando o quão sortudo ele era por ter tudo o que ele amava. De quando ele segurava a minha mão por debaixo da mesa, ou beijava o topo da minha cabeça antes de levar Scorp para dormir, sejamos francos, é impossível esquecer isso! Mas ele não era mais esse Potter, e eu não ia me deixar levar dessa vez.

Escutei a porta abrir e logo ser trancada enquanto eu procurava o meu pijama no guarda–roupa.

— Ele já dormiu? – realmente, Scorp deveria estar exausto!

— Sim, dormiu feito uma pedra depois do banho – estremeci quando seus braços passaram pela minha cintura e percebi que ele já havia tirado a camiseta. Seus lábios foram até o meu ouvido, roçando a barba por fazer na pele do meu pescoço – e eu já tranquei a porta e coloquei o feitiço silenciador... – pela primeira vez em um bom tempo, minha pele formigou aonde ele começou a depositar pequenos beijos. Deixei que minha cabeça tombasse para trás, tentando focar no ato sem si. Sexo Draco, apenas isso, apenas obrigações de pessoas casadas. Ouvi Potter soltar um grunhido abafado enquanto passava o nariz pelo meu pescoço, e aquilo fez algo dentro de mim arder – já te disse que você tem um cheiro incrível? Eu poderia passar a noite inteira só te cheirando se eu não estivesse tão desesperado pra te atirar na cama e fazer amor com você – aquilo foi como um soco, e não deveria me deixar nenhum pouco excitado, pelo contrário, deveria me fazer parar tudo por ali, pagar um boquete até ele gozar e ir dormir, mas teve o efeito exatamente oposto. Senti ficando duro na hora e soltei um suspiro de frustração, mas não tive tempo o suficiente para pensar, pois dois segundos depois ele me virou, me prensando contra a porta do guarda roupa e me erguendo. Por reflexo, passei minhas pernas e fechei as em torno da sua cintura e meus braços foram até o seu pescoço, me agarrando nele, mesmo que Potter me sustentasse me segurando pelo quadril. Por Merlin, como ele era quente! Cada parte de pele minha que entrava em contato com a dele parecia arder, e aquilo era tão confuso! Não eram assim que as coisas funcionaram, e o maldito não estava me dando oportunidade para pensar!

Seus lábios estavam deixando um rastro vermelho por todo o meu pescoço e ele mordeu o meu queixo, mirando a minha boca.

Não, beijá-lo seria demais para mim. Era íntimo demais, aberto demais.

Eu tinha que pensar rápido, desviar a atenção dele...

— Na sua mesa – falei com a voz firme.

Funcionou, ele ergueu a cabeça, me encarando confuso.

— Quero que você me foda na sua mesa.

Apertei mais minhas pernas em torno da sua cintura, deixando que ele percebesse o quão duro eu estava, e entrelacei meus dedos nos seus cachos teimosos.

— Você tá tentando me deixar louco?! – Potter falou em meio a um grunhido enquanto sua boca ia até os meus ombros, mordendo ali, eu tinha certeza que ficariam marcas, e nos guiando até a mesa uma das duas mesas de escritório que tínhamos no quarto.

Uma dele, a outra minha. Ele jogou os papéis que estavam bagunçados na superfície no chão antes de me colocar nela. Arranhei as suas costas enquanto me deitava sobre a superfície de madeira. Ele me deixou marcado, eu tinha que retribuir! 

Senti aquela urgência macia que antes estava nos meus ombros agora no meu umbigo, e sua língua começou a brincar com o cos da minha calça enquanto com os dedos ele desabotoava a mesma. Logo a peça estava em qualquer lugar do quarto, menos em mim.

Vi que seus ombros estavam se movimentando, e eu ti há certeza que ele subiria e tentaria me beijar de novo. Não, ele não faria isso, eu não deixaria.

Quando suas mãos foram até a minha cueca, rosnei.

— Com os dentes, Potter! – por uma breve fração de segundo, seus olhos capturaram os meus, e eu quase me perdi na luxúria que emanava deles. Quebrei o contato visual – Ou vai me dizer que o leão que rosna, não morde? 

Minha pergunta foi respondida quando senti uma mordida forte pouco acima do elástico da cueca, e sim, ela era a preta.

Involuntariamente passei uma das minhas pernas pelos seus ombros, e ele a agarrou, virando o espaço e mordendo minha coxa, subindo pelo joelho, pela panturrilha... Céus! Ele estava me torturando! Quando ele surgiu meu tornozelo senti como se eu fosse sugado direto para o inferno, e, por Merlin, se o inferno fosse assim eu mal poderia esperar para ir pra lá.

Ele voltou para a minha cintura, lambendo toda a este são da mesma e senti uma mão na minha. Olhei, e Potter estava tentando entrelaçar os nossos dedos.

Aquilo era íntimo demais para uma foda. 

Tirei minha mão da dele e levei–a até os seus cabelos. 

Ele pareceu ponderar por um instante, mas logo voltou ao seu trabalho. Seus dentes foram até o cos da minha cueca, e Merlin, como aquela esperava me matando! 

Ele puxou um pouco o elástico, mas logo o soltou. Olhei para ele, incrédulo. Quem estava tentando me levar a loucura era Potter! Isso sim!

Ele voltou a lamber minha pele, e seus dentes voltaram a minha cueca, mas dessa vez só passando por ela.

Antes que eu o pudesse xingar, ele levantou em um supetão e sua boca agora vinha em minha direção.

É claro que eu desviei.

 Íntimo demais Potter.

 Demais.

Esperei que ele voltasse para a cueca, mas ele se afastou.

— Você não precisa fazer isso, Draco.

Ele estava de costas, indo em direção a camisa que ele deve ter jogado no chão assim que entrou no quarto.

Eu estava confuso. Não preciso fazer isso? Estávamos bem, claro que daquela vez parecia mais intensa, mas estava ótimo. 

— Que?! – foi a única palavra que confusa palavra que eu consegui falar, me levantando e sentando sobre a mesa.

— Você não precisa fazer isso, é óbvio que o que você menos quer é que eu encoste em você – ele terminava de colocar a blusa.

— Eu não pedi pra você parar! – agora eu estava frustrado, eu não afastei ele. Não empurrei ele. Dês dos últimos tempos sempre foram assim.

Ele se virou, me olhando nos olhos antes que eu pudesse desviar o olhar. Onde antes estava cheio de desejo, agora estava opaco, caído.

— Isso não é uma obrigação, Draco – sua voz tinha aquele Q de mágoa, e pela primeira vez, pareceu me atingir um pouco, mas só um pouco, bem lá no fundo – Isso é o que duas pessoas que se amam fazem! Não é um dever, é amor!

Então era isso? Ele queria amor?! Depois de todo esse tempo de fodas no banheiro, de boquetes antes de dormir, e de dormirmos de costas um para o outro sem um misero beijo ele vem falar que quer amor? Amor?!

Uma risada cínica saiu dos meus lábios.

— Não seja idiota, Potter! Ou o que? Você nunca teve uma foda de bar?

Ele me olhou, alarmado, como se eu tivesse dito algo alarmante.

— Exeto que você NÃO É A DROGA DE UMA FODA DE BAR! VOCÊ É O MEU MARIDO! 

Eu não sei se foi o fato dele ter gritado comigo ou o soco que ele deu na parede que fez meu sangue ferver. Saí da mesa, indo até minha calça e a colocando.

— NÃO SEI SE TEM MUITA DIFERENÇA PARA VOCÊ. OU MELHOR, TEM SIM! A FODA DE BAR DEVE SER O QUE VOCÊ FAZ ENTRE O HORARIO QUE VOCÊ SAI DO SERVIÇO E O HORARIO QUE VOCE CHEGA EM CASA!

Joguei as palavras nele junto com toda a raiva que eu dava sentindo. Maldito! Ele acha que não sei, que não sei que ele tem outras pessoas?! E ainda vem ME pedir por amor? Coloquei minha camiseta, logo me virando para ele.

— CALA A BOCA, MALFOY!

— A VERDADE DÓI, POTTER?!

Ele se aproximou de mim, e nesse momento minhas mãos foram te os bolsos da calça a procura da minha varinha, porém eu havia deixado ela no criado mudo ao lado do meu lado da cama.

Potter parou no meio do caminho, se afastando um pouco.

— Para de me olhar assim – sua voz agora era como um pedido sussurrado. Arrastado, doído– Não me olha como se esperasse que eu fizesse algo com você – ele se afastou mais, e vi a sombra de algo marejado na sua bochecha – Por mais que você não acredite, eu te amo. Eu nunca te machucaria Draco, nunca! 

Aquela pontada de culpa, que eu nem me lembrava mais que existia, fez eu me sentir um pouco enjoado. Eu não consiga dizer nada. Pensar nada. Estava estático.

Nunca me machucaria? Motivos eu tinha de sobra para acreditar, sejamos justos, ele sempre me protegia. Mas eu não conseguia mais, não conseguia mais acreditar em qualquer coisa que viesse dele.

— Vamos dormir. Não quero me estressar com brigas – falei, recuperando minha compostura e já tirando a colcha da cama, sabendo como acabaria.

Não me surpreendi quando o moreno abriu a porta e foi para a sala de estar, ligando a TV.

Me deitei, passando a coberta pelo meu corpo enquanto tomava uma aspirina.

Por que ele tinha que estragar tudo?! Estávamos bem, e ele tinha que fazer o drama Potter. 

Me virei para a parede e fechei os olhos. A cama não parecia mais gigante quando se acostuma a dormir sozinho .


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Notas finais do capítulo

Erros de português, pontuação ou coisas assim culpem o meu bom o velho cansaço de quem trabalhou o domingo inteigo aguentando cliente chato haha
Me deem a alegria do meu dia com um comentário, feito?