Quando o sol nascer de novo escrita por Kai


Capítulo 3
Capítulo final: A coragem do fogo.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/779973/chapter/3

Naquela volta para casa, ao invés de manter seus olhos em Sasuke como sempre fazia, Naruto observou o trajeto. O jeito poético no qual jamais havia visto o mundo o trouxe paz, aquela que ele só obtinha através do mar de seus pensamentos. Tirou do movimento da paisagem a inspiração para seu poema, observando o céu escarlate, que cobria o céu naquele estante. Há tanto tempo passava por esta situação e jamais havia a percebido, assim como mais cedo, Sasuke, que ficou anos sem perceber Naruto, o percebeu e deu-lhe um pequeno sorriso. Então, assim como o céu vermelho da tarde, que talvez tenha feito isso, especialmente nesse dia, para que o Uzumaki o percebesse, Naruto escreveria sobre isso: O que está ali, mas jamais se percebe.

Foi direto para o quarto ao chegar em casa, e lá ficou olhando  para janela pelo resto do dia. Observou tantas coisas, lembrou até que aquela janela, um dia, fora um de seus possíveis pontos de escape, quando por tantas vezes pensou em jogar seu corpo por ela, até lembrar-se que ainda havia tantas coisas a serem escritas em seu conto chamado "vida".

Quando pessoas, carros, animais e as músicas de Hiro Takahashi — o artista que Hinata havia recomendado — o nutriram de inspiração, Naruto sentou-se em sua escrivaninha e com a vontade do fogo, escreveu um poema sobre o que havia aprendido no dia. Não demorou tanto quanto da outra vez, e tinha até ficado melhor. O garoto estava, finalmente, orgulhoso de si, depois de tanto tempo. Leu e releu o poema diversas e diversas vezes, até se certificar que naquele papel estava uma obra-prima. 

Fora dormir em paz naquela noite. Feliz consigo mesmo.

Quando entardeceu no dia seguinte, foi correndo, com um enorme sorriso no rosto, para o clube de literatura mostrar seu poema para Hinata. A menina leu por diversas vezes, sem nem dizer ou se expressar, deixando o clima do local pesado e fazendo a ansiedade de Naruto ficar em um nível que jamais havia ficado. O sorriso então se perdeu, quando a aluna-professora lhe disse que estava bom, mas precisava de umas coisas aqui e ali.

Durante o resto da semana, Naruto reescreveu o poema, adicionando coisas com as dicas que sua professora o dava. Estava satisfeito com o resultado, mas entendia que precisava ser um ótimo para reconquistar a amizade com Sasuke.

— Agora está perfeito! — Sorriu Hinata, ao ler o poema de Naruto.

— Sério?! Não tem mais nada o que ser feito?

— Sempre tem, mas acho que você não tem mais tempo para melhorar. Já é Sexta e amanhã seria o seu último dia. Então deixa como está.

Naruto, empolgado com a afirmação da professora, ligou para sua amiga Sakura, pedindo para que o esperasse na porta da escola, já que precisaria de alguém para lhe dar confiança, porque hoje entregaria a carta-poema para Sasuke.

Assim o fez, Sakura esperou seu amigo. Ambos foram juntos até estação de trem, com Sakura sempre tentando acalmar Naruto, que estava extremamente nervoso, com direito a tremilique e suor.

— Olha, você pare de suar, senão vai chegar no Sasuke igual um porco! — Dizia Sakura, com seu jeito tão particular de acalmar os amigos.

Era chegada a hora, o trem estava na estação. Naruto se despediu de sua amiga, que o desejou boa sorte, e entrou no trem. Observava Sasuke, juntando forças que lhe dessem coragem para entregar a carta. Respirou fundo, para que o nervosismo passasse, mas não adiantou. Coragem e nervosismo era o que menos tinha o garoto, e mesmo assim decidiu ir lá, afinal, se conseguisse realizar essa feito, iria reconquistar sua amizade com Sasuke e, de quebra, ganharia o vídeo-game que tanto queria. Encheu então o peito de ar, e foi em direção à Sasuke, contando os passos desajeitados, mas só conseguiu alcançar a falha.

Deitou em sua cama, se sentindo a maior falha humana já ocorrida. O conto de um ninja determinado poderia acabar ali mesmo, jogando seu corpo fracassado pela janela. Suas amigas o ligavam para saber o resultado da aventura, mas ele as ignorava com vergonha da derrota. ao contrário da noite anterior, essa não foi boa. Nem dormir tinha conseguido.

Levantou-se e esperou para ver o sol nascer, mas a chuva o negou esse prazer. Estava escuro e com uma chuva muito forte. Naruto então se permitiu chover igual ao céu que lhe deu inspiração, desabou o mar de sua mente. Então uma mensagem de voz chegou em seu celular. Era sua amiga, Sakura, preocupada com o menino.

— Oi... Eu sei que ontem você não conseguiu. Não se preocupe, eu vou te dar o vídeo-game de qualquer jeito. Então, o meu sim você tem. Só para pra pensar uma coisa... Nada de ruim pode te acontecer se você entregar a carta, afinal o "não" você já tem. Tenta hoje de novo, por favor.

Aquelas palavras secaram o rosto do menino, trazendo de volta o sorriso. Com aquelas palavras como escudo e com sua amiga lá para lhe dar forças, o menino entrou no trem para finalmente entregar a carta. Os dias chuvosos sempre foram bons para Naruto, então aquele seria o melhor deles. Fim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse é o fim da história, mas ainda há um capítulo extra. Obrigado por ter lido.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quando o sol nascer de novo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.