— Ah! Eu vou ali... Pegar o... – Alya começou, se esgueirando e olhando para os lados até que avistou o namorado – O Nino. Isso, pegar o Nino. Não, espera! – arregalou os olhos ao perceber o que tinha dito – Que seja. – pegou sua bolsa e saiu – Nos vemos daqui a pouco.

— O que você quer comigo? – questionei, ficando de pé e cruzando os meu braços.

— Conversar. Eu já não disse?

— Simpático como sempre. – ironizei – Então, fala de uma vez.

— Eu...

— Marinette? Algum problema? – Adrien parou ao nosso lado.

— Não, só estamos conversando. – expliquei.

— Ah, claro. – Adrien andou até mim. Em seguida depositou um beijo na minha bochecha e colocou uma mecha do meu cabelo para trás da orelha. – Bom dia, meu amor. – congelei assim que ele disse as palavras “meu” e “amor” – Estou esperando na sala.

— A-Aham. – Adrien piscou para Félix, exatamente como Chat Noir e saiu. – A conversa. – tentei voltar para a Terra. – O que você queria me dizer?

— Eu... – o sinal tocou. Salva pelo gongo.

— Preciso ir. Não quero me atrasar. – sorri nervosa e saí correndo na direção da sala de aula. Sinceramente, não queria ouvir o que ele tinha a dizer. Quando entrei, já estavam quase todos nos seus lugares e a professora ainda não tinha chegado. – Bom dia, “meu amor”. – ironizei ao chegar ao lado de Adrien e beijei a bochecha dele.

— Você gostou? – ele sorriu, virando para trás, enquanto eu sentava no meu lugar.

— Você novamente me deixou constrangida. – é claro que eu tinha gostado, mas tinha que me fazer de difícil.

— Desculpa, não sabia que você queria continuar conversando com o seu amiguinho. – fez uma careta, me fazendo rir.

— Ciúmes? – me inclinei para frente, escorando o rosto em minha mão.

— Ciúmes? Eu? Nem sei o que é isso.

— Vocês dois, hein! Quem diria! – Alya comentou rindo. – Momento casal depois, agora atenção que a aula já vai começar.

— Como quiser, senhorita. – falei rindo e retirando as minhas coisas da mochila.

***

— Você o quê? – Adrien questionou enquanto caminhávamos para a cantina.

— Vou sair com o Luka hoje à tarde, então se algum akuma aparecer, é só me ligar.

— Tá, eu entendi. Mas como você pode sair com ele? – parei de andar e o encarei sem entender aonde ele queria chegar.

— Como assim? Luka é meu amigo.

— Mas eu sou o seu namorado! – apontou para si.

— Primeiro, você não é o meu namorado de verdade. Segundo, mesmo que fosse, é só uma saída entre amigos. – expliquei e Adrien se aproximou.

— É, eu entendi. Mas e se não for? – o loiro me encarou com uma expressão triste. Não podia acreditar que ele realmente estava preocupado com isso.

— Vai ser. – pontuei – Aliás, não foi o Luka que eu pedi que me beijasse no sábado. – olhei para o lado constrangida.

— Você mesma está jogando o fato na sua cara? – sorriu de lado.

— É, pra ver se você deixa de ser tonto! – olhei para Adrien com uma expressão irritada e ele sorriu, se aproximando mais ainda.

— Ok Bugaboo, eu sou um tonto. Mas um tonto apaixonado. – arregalei os olhos e ele colocou a mão sobre o meu rosto – Me pare quando quiser. – fiquei sem reação e então ele me beijou, bem ali no meio do corredor.

Não demorou muito para que eu retribuísse, na verdade foram dez segundos – sim, eu contei. E nem preciso dizer que mesmo que eu conseguisse reagir, não teria parado ele.

***

Me atrasei alguns minutos para encontrar Luka, o motivo disso? Um akuma, é claro. Parece que Hawk Moth sabia a hora perfeita para mandar um akuma e dificultar a minha vida.

— Desculpa, já cheguei! – parei em sua frente ofegante e escorei minhas mãos nos joelhos.

— Sem problemas, Marinette. – ele sorriu – Vamos? – apontou para o local e eu assenti, o seguindo.

A pista não estava lotada, porém tinha algumas pessoas ali se divertindo. Eu e Luka sentamos em uns dos bancos e começamos a amarrar nossos patins. Logo, ele estendeu a mão e eu segurei, então fomos juntos patinar.

— Então, como vão os ensaios do Kitty Section? – questionei.

— Vão muito bem, na verdade. Escrevi novas melodias e enviei para a Rose compor em cima delas.

— As letras dela são bem esquisitas, mas muito legais. – nós rimos.

— E eu estava pensando... Juleka já me mostrou o seus designes e você é realmente muito talentosa. – sorri e corei de leve.

— Obrigada.

— Não há de quê. Bem, então eu pensei em te perguntar se você gostaria de fazer algumas camisetas para nós. O que acha?

— Sério? Você quer que eu faça as camisetas para a sua banda?

— Sim. Eu até falei com eles, todos concordaram. – me senti extremamente lisonjeada com o pedido de Luka. Seria uma oportunidade incrível de dar visibilidade ao meu trabalho e é claro, de ajudar os meus amigos.

— É uma ótima ideia!

— Ótimo!

— Quando eu começo?

— Vamos nos apresentar daqui dois meses, então pode ir com calma. – riu.

— Tá bem. Vou fazer alguns rascunhos e mostro pra vocês essa semana, ok? – ele assentiu.

— Obrigado, Marinette. Não poderia pensar em alguém melhor para isso. – sorrimos um para o outro. Em seguida, Luka me girou e estendeu a sua perna para trás.

— Wow! – exclamei, sendo pega de surpresa. – Não sabia que você era tão bom patinador.

— Tem muitas coisas que você ainda não sabe sobre mim. – piscou e eu corei novamente – Vem. – começou a patinar mais rápido e eu o segui. Felizmente a minha experiência como “Ice Bug” me permitiu acompanhá-lo.

***

— O que você está fazendo aqui? – questionei surpresa, ao me deparar com Adrien dentro do meu quarto. Acabei de chegar da minha saída com Luka e assim que entrei no cômodo, percebi que tinha algo de errado. Tipo uma pessoa a mais.

— Shh! – ele colocou o indicador sobre os lábios – Eu vim como Chat Noir, então não grita por favor!

— Tá, mas o que você está fazendo aqui? Podia ao menos ter me avisado, eu quase gritei. – cruzei os braços e o encarei com uma expressão irritada. Adrien riu e continuou parado no mesmo lugar, em frente à minha escrivaninha.

— Eu comprei uma coisa pra você. Digo, pra nós. – estreitei os olhos, sem sequer imaginar o que poderia ser.

— O que é?

— Você já vai saber, mas antes, quero que saiba que isso é a prova de que eu quero ser mais do que o seu namorado de mentira, ou o cara que você pede beijos de vez em quando. – bateria nele se não estivesse louca para saber o que era. Curiosidade é o meu ponto fraco. – Marinette Dupain-Cheng, eu te apresento... O nosso filho! – saiu para o lado e estendeu as mãos, mostrando uma gaiola com um hamster.

— Ai meu Deus! – corri até ele e fiquei admirando aquela criatura incrivelmente fofa. Meu sonho era casar com Adrien, ter três filhos e um hamster. Bom, pelo menos um deles tinha se realizado. – Ele é tão lindo! – encarei Adrien que estava sorrindo adoravelmente para mim – Muito obrigada! – pulei em cima do loiro e o abracei apertado.

— Que bom que você gostou, tive muito cuidado para trazer até aqui e fiquei com medo que você jogasse ele em mim. – riu e eu o encarei.

— Eu nunca faria isso. Meu sonho sempre foi casar com você, ter três filhos e um hamster. – arregalei os olhos ao notar que tinha dito aquilo em voz alta – Q-Quer dizer, eu...

— O meu também! – Adrien exclamou empolgado e meu deu um abraço ainda mais apertado. Acho que somos perfeitos um para o outro mesmo – Mas por enquanto vamos ficar só com o hamster, ok?

— Sim, sim. É claro. – concordei ainda meio constrangida.

— Então, como vai ser o nome dele? – o loiro se abaixou e encarou o hamster com um sorriso.

— Eu não sei, você tem algum em mente?

— Eu acho que um bom nome seria Adrinette. – brincou e eu soquei o seu braço de leve.

— Que tal Louis? – esse era o nome que eu gostaria de colocar no meu futuro filho, mas por enquanto, acho que poderíamos usar no hamster.

— É perfeito, Bugaboo! – Adrien levantou e ficou parado na minha frente – Hã, você lembra o que eu disse antes, né?

— O que exatamente?

— Que o hamster, digo, o Louis, era a prova de que eu quero ser o seu namorado. Não só de mentirinha. – colocou sua mão no meu rosto e sorriu de um jeito fofo. – O que você me diz?

— Que eu também quero que você seja o meu namorado. Não só de mentirinha. – fiquei na ponta dos pés e beijei Adrien. Ele colocou uma das suas mãos na minha cintura e a outra permaneceu no meu rosto.

Eu estava me sentindo nas nuvens, como se aquele momento fosse a perfeita definição de felicidade – e talvez fosse mesmo.

— Eca! – o kwami do Adrien fez careta, nos interrompendo.

— Plagg! – Tikki o repreendeu.

— Ah, oi. – acenei para ele, enquanto Adrien cumprimentava Tikki com o dedo. – Olha Tikki, o nosso novo amiguinho. – mostrei a gaiola para a minha kwami que encarava o hamster curiosa – O nome dele é Louis. Não é um amor?

— É sim, Marinette.

— Assim como você. – Adrien disse e piscou.