The Death Of Me escrita por julianab


Capítulo 3
Make you laugh until you cry.


Notas iniciais do capítulo

Eu queria ter postado o capítulo ontem, mas tava fora do ar! Espero que vcs gostem.



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Make you laugh until you cry.
Te fazer rir até você chorar.

 

— O que você está fazendo aqui? – perguntou Damon. Sua voz, porém, era divertida. Ele estava parado na porta aberta, encostado no batente com os braços cruzados e encarando Elena. – Você não deveria estar no colégio ou algo assim?

— Jenna me deixou ficar em casa. – ela resmungou, protegendo os olhos do sol com a mão. – Agora ela foi trabalhar, por isso pude sair de casa.

— Pequena ressaca, Elena? – Damon claramente estava se deliciando com a situação. Elena resmungou com uma mão na cabeça. – Você não deveria ter bebido tanto.

— Culpa sua. - ela o olhou de forma acusadora, sem achar graça.

— Estou ficando cansado dessa mania de sempre me culparem. Está pegando mais esse hábito irritante do meu irmãozinho. – Damon saiu da porta, deixando Elena entrar. Ela soltou um gemido baixo, feliz com a pouca luminosidade dentro da casa.

— Onde está Stefan? – ela perguntou depois que Damon fechou a porta.

— Onde você deveria estar: na escola. – ele a encarou fixamente por alguns segundos. – Não posso te oferecer muitas coisas, mas acho que tenho um pouco de café. Você quer? – Elena concordou com a cabeça, agradecida.

Quando Damon foi até a cozinha, ela o seguiu, sentando no balcão de mármore escuro.

Ele parou por um breve segundo, respirou fundo, e depois abriu uma gaveta. Enfiou a mão bem atrás dela e achou um pote de café escondido, mostrando-o a Elena como se tivesse achado algum tipo de tesouro. Ela sorriu.

Damon preparou o café enquanto Elena observava, absorta em pensamentos. Ele se virou para ela em certo momento, com seu sorriso de canto.

— Bote para fora, Elena.

— Estava me lembrando de você cantando ontem. – ela deu uma risada curta, e ele alargou o sorriso.

— Melhor que você, com certeza. – Elena fez uma careta para ele.

Damon terminou o café e estendeu a caneca para Elena, que não a segurou direito. Um gritinho escapou de sua boca e seus olhos se fecharam, se preparando para o barulho da caneca atingindo o chão. Ele nunca veio.

Elena abriu os olhos, mas sabia antes mesmo de fazê-lo. Sentia, antes de enxergar. Damon estava parado a centímetros de seu corpo, segurando a caneca entre os dedos. Ela sabia que os reflexos de um vampiro eram extraordinariamente rápidos, mas não estava acostumada a demonstrações tão explícitas.

— Tome mais cuidado, Elena. – Damon falou com uma voz baixa que arrepiou a nuca dela. Elena confirmou com a cabeça lentamente, hipnotizada pelos olhos dele, perigosamente perto.

Ela pegou a caneca que ele estendia, os dedos dos dois se roçando bem levemente.

Elena quase deixou a caneca cair de novo ao ouvir seu celular tocar alto no seu bolso, tamanho foi o susto que levou, acordando do transe em que parecia ter entrado.

No visor ela pôde ler “Stefan Salvatore”, e pelo canto do olho viu Damon se afastar até o outro lado da cozinha, se encostando no balcão também.

— Elena, você está bem? – a voz de Stefan soou preocupada assim que ela atendeu o celular.

— Estou... – Elena não conseguiu evitar o sorriso que surgiu em seus lábios ao ouvir Stefan.

— Por que não veio ao colégio? - ele ainda estava preocupado.

— Ressaca... – ela resmungou, lançando um olhar para Damon, que fez sua melhor expressão inocente.

— Assim que terminar as aulas eu vou aí cuidar de você, ok? Fica bem enquanto isso.

— Tudo bem, Stefan, eu te amo.

— Eu também, Elena. – Ela sorriu e desligou o celular.

— Como você aguenta isso, Elena? – Damon tinha o rosto contorcido com algo que parecia muito com nojo. - Ele cuida demais de você... Não lhe deixa nem respirar! – ele falou indignado, balançando a cabeça e se recompondo. Um sorriso sedutor surgiu no canto de sua boca. – Você precisa de alguém para lhe mostrar o que é viver de verdade.

— Estou bem, obrigada. – ela respondeu com um sorrisinho cínico, escondendo o rosto atrás da caneca. Damon manteve os olhos nela todo o tempo que Elena demorou para tomar o café. Ela apoiou a xícara ao seu lado no balcão e perguntou tentando imitar o jeito sedutor de Damon.  – Quer um pedaço?

Um segundo depois das palavras saírem de sua boca, Elena percebeu que era uma coisa estúpida a se perguntar a um vampiro.  Principalmente um como Damon.

— Na verdade, Elena... – Damon se desencostou do balcão e se aproximou muito lentamente de onde ela estava, com aqueles olhos insondáveis. – Eu quero.

Ele não parecia estar brincando enquanto ficava cada vez mais perto. Elena sentiu seu corpo petrificado.

É só Damon, ela pensou. Mas Damon, no final de contas, ainda era um vampiro, ela lembrou a si mesma. Engoliu em seco.

Ele parou a menos de um metro de distância. Sua mão se levantou e tocou o queixo de Elena, erguendo-o na sua direção. Ela não conseguiu sequer se mover, apenas obedeceu, sentindo como se seu coração tivesse parado instantaneamente.

Em uma fração de segundo, Damon mudou. Um sorriso surgiu no canto de seus lábios e ele abaixou sua mão, dando uma risada de deboche.

— Eu poderia sentir seu medo do outro lado da casa, Elena. – ela continuou imóvel enquanto ele se afastava na direção da geladeira. – Não há nada que estimule mais um predador do que o medo de sua vítima. – ele falou como alguém que entende do assunto. Damon entendia muito bem.

Quando ele sumiu atrás da porta e não conseguia mais vê-la, Elena finalmente soltou o ar, relaxando lentamente. Ela esquecera-se, porém, de que ele podia ouvir extremamente bem. Sem que ela notasse, os lábios finos dele estavam curvados de forma zombeteira.

Damon fechou a geladeira segurando uma garrafa cheia de um líquido vermelho escuro. Ele abriu um armário e pegou um copo, enchendo-o, depois voltou a guardar a garrafa. Ele levou o sangue à boca e bebeu um grande gole, olhando sério para Elena quando abaixou o copo.

— Nunca mais pergunte se um vampiro quer um pedaço seu, Elena. Ele sempre irá querer. – ele bebeu novamente, de forma sugestiva, e depois seus olhos ficaram momentaneamente carrancudos; quando falou novamente, porém, ele sorria. – Nem Stefan é exceção.

— Stefan não me machucaria. – Elena disse com convicção enquanto descia do balcão, mais calma agora.

— Há uma linha tênue entre querer e fazer, Elena. – ela olhou-o de forma desafiadora. – Ele quer, mais do que você imagina.

Elena encarou Damon por alguns segundos, enquanto ele mantinha um sorriso corrompido no rosto. Ela tentou parecer firme, mas vacilou internamente. Logo balançou a cabeça.

— É melhor eu ir esperar Stefan em casa. – ela pegou a caneca que estava no balcão e a levou até a pia.

— Ah, me faça companhia. Essa casa pode ser muito entediante. – ela abriu a boca para dizer não, mas foi pega de surpresa quando ele surgiu a centímetros do seu corpo. Damon colocou o copo dentro da pia, mas seus olhos pareciam perfurar os dela. – Fique comigo.

— Não adianta tentar me manipular, Damon. – ele ergueu a sobrancelha, seus olhos ligeiramente irritados enquanto ela tocava o seu colar. Logo ele sorria novamente.

— Não tentei em nenhum momento, Elena. – ela encarou-o e realmente acreditou nisso. – Vem, vou te mostrar minhas novas aquisições. – ele fez um gesto com a cabeça, e ela, dando-se por vencida, seguiu-o para fora da cozinha.

Na sala sempre tão escura e repleta de antiguidades dos Salvatore, uma televisão de, no mínimo, 52 polegadas estava extremamente deslocada. Não fazia parte daquele ambiente. Logo abaixo dela havia um Xbox 360.

Elena virou-se para Damon com os olhos desconfiados.

— Você pagou por isso? – ele sorriu na sua melhor forma inocente e piscou lentamente.

— A atendente ficou plenamente satisfeita em me dar alguns presentes.

— Damon! – Elena exclamou indignada, revirando os olhos.

— Qual o problema, Elena? Eu proporcionei momentos maravilhosos para ela, também. – ele mantinha um sorriso malicioso. – Ela era deliciosa.

Antes que pudesse perceber o que fazia, Elena deu um tapa no braço de Damon. Por um breve milésimo de segundo, ele ficou surpreso, mas continuou sorrindo, os olhos brilhando de diversão com a irritação dela.

— Garotas não são pedaços de carne, Damon!

— Para mim são. – Elena fuzilou-o com os olhos, abrindo os braços em seguida.

— Você me vê como um pedaço de carne?

Damon estreitou os olhos, pensativo. Depois de alguns segundos ele balançou a cabeça.

— Não, eu não lhe vejo como um pedaço de carne. – ela abaixou os braços, ainda bufando em voz baixa. – Você sabe que é especial, Elena. – ela olhou-o intrigada. – Tem algo sobre você que as outras garotas não têm. Algo que eu não vejo desde que Kat... – Damon se calou antes de terminar a frase. Momentaneamente, Elena viu-o constrangido.

Ela, por sua vez, sentia o rosto quente. Provavelmente estava corada. Ouvir isso justo de Damon, que já a fazia se sentir uma bagunça normalmente, era embaraçoso.

Ele sorriu, quebrando o clima, e se atirou no sofá, pegando um dos controles do Xbox.

— Vem, vamos jogar Guitar Hero.

— Eu não vou jogar com você! – enquanto se sentava perto dele, ela olhou-o como se ele fosse louco, o que o fez erguer a sobrancelha.

— Posso saber o motivo? – Damon apoiou os pés na mesinha de centro, relaxado, enquanto ligava o jogo. Elena encolheu as pernas em cima do sofá.

— Você é um vampiro! Seus reflexos são rápidos demais! – ela falou como se fosse óbvio, mas pegou o outro controle.

— Eu jogo no expert e você no fácil, o que acha? – ele propôs enquanto escolhia uma música. Elena bufou, fuzilando-o com os olhos.

— Vou jogar no médio, pelo menos. Não me subestime tanto, Damon. – ela não percebeu que ele sorria de canto.

Damon não subestimava Elena, muito pelo contrário; ele respeitava-a como a poucas pessoas.

 

Stefan fechou a porta atrás de si, seus olhos podendo descansar um pouco depois de toda aquela claridade que, mesmo no fim da tarde, ainda o incomodava. Elena não estava em casa, tampouco atendera o celular.

Ele ouviu um som no andar de cima, mas não conseguiu identificá-lo. Cruzou a sala e revirou os olhos para a TV que Damon deixara ligada. Se ele soubesse de que loja veio, faria questão de encontrar uma forma de pagar por ela.

Subiu as escadas enquanto tirava o casaco, distraído, mas parou na metade do caminho e franziu a testa. Stefan ouviu outro som e dessa vez percebeu que ele vinha da biblioteca. Caminhou até o fim do corredor sem acreditar na voz que ouvia. Ele parou na porta, observando. Elena realmente estava ali.

Ela estava sentava numa poltrona e segurava dois objetos grandes e pesados no colo, que pareciam livros. Ela apontava e ria sem parar, virando as páginas enquanto Damon, sentado no braço da poltrona, sorria e a observava.

Mesmo sem dar qualquer indício, Stefan sabia que Damon o vira, pois o sorriso de seu irmão mais velho se tornou ligeiramente provocador.

— Que bom que os anos 70 passaram... – Elena disse de forma entrecortada, rindo.

— Confesso que não era fã desses cabelos, muito menos dessas calças. – Damon apontou para uma foto e Elena limpou uma lágrima que escorreu de seus olhos depois de tanto rir.

Só então que ela viu Stefan. Sorriu imediatamente.

— Stefan! – ele sorriu de volta e entrou na biblioteca. Damon continuou folhando outro álbum, ignorando a presença do irmão.

— Como você está? – Elena se levantou e abraçou-o, dando-lhe um beijo rápido.

— Bem melhor. Damon me deu café e me fez companhia. – ela virou o rosto e sorriu para Damon, que deu seu melhor sorriso cortês. Quando ela tornou a olhar Stefan, o sorriso de Damon se tornou provocador novamente. Seu irmão tentou ignorá-lo.

— Fico feliz. Você está com fome? Duvido que tivesse algo pra você comer aqui. – Elena abriu a boca para responder, mas Damon interrompeu.

— Por que ninguém pergunta se EU estou com fome? – ele tinha um sorriso sugestivo e os olhos estreitos.

— Por que você não fica calado? – Stefan perguntou demasiadamente cordial, fuzilando Damon com os olhos.

— Por que ninguém me dá comida? – foi a vez de Elena perguntar, rindo meio forçadamente, tentando quebrar o clima ruim. Stefan amoleceu, olhando-a.

— Eu vou levar você para casa, OK? – ela confirmou com a cabeça e começou a ser puxada pela mão por Stefan.

— E eu vou arranjar algum pedaço de carne. – Damon falou ao se levantar, lançando um olhar sugestivo a Elena. Ela balançou a cabeça e revirou os olhos, mas um sorriso no canto dos lábios a denunciava.

— Obrigada. Eu me diverti, Damon. – ele imitou o sorriso de Elena e depois foi até a janela, sem se preocupar em sair pela porta da frente.

Óbvio que ela se divertira.

Quando se virou, porém, não era diversão que ela via nos olhos de Stefan.

“Só porque você vive uma eternidade de sofrimento, Stefan, ela também deve viver?” As palavras de Damon ecoavam em sua mente. Elena balançou a cabeça, clareando-a, e deixou Stefan puxá-la para o corredor.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pras 5 meninas lindas que comentaram. Quero mais reviews! Beijos