Asterisco e Machine escrita por Helen
—Apagão? —perguntou aquela voz deliciosamente suave e fantasmagórica.
—Sim. —respondeu a voz áspera da máquina de aço.
Dústria sorriu por baixo do véu branco. Disse: —Tolice.
—Mas, senhora, temos que ao menos descobrir quem é que está planejando. Ontem estava muito escuro para saber.
—Não há muitas pessoas soltas por aí, Bot 1. Vasculhe toda a área com as câmeras, e saberá.
—Sim, minha senhora.
***
—Encontramos.
***
Asterisco estava com Machine, jogando Uno no meio do metrô abandonado. Ouviram-se tiros. Os dois tentaram correr, mas logo os Bots alcançaram Machine, o eletrocutando. Não era o idealizador do apagão, mas talvez tivesse informações preciosas em sua memória. Os robôs enormes olharam para Asterisco, mas nada de valor viram nele. E levaram o que era mais valioso em sua vida miserável de morador de metrô.
***
Asterisco estava de volta à sua cápsula de número 196. A Noite não tinha graça sem Machine. O metrô era apenas lixo. O mundo lá fora? O que sobrou dele?
O punk não queria aceitar a provável morte de seu único amigo, mas também não queria se matar. Decidiu voltar ao mundo do qual tinha sido liberto. Fugir daquela desgraça que era o mundo real. Abriu a porta da cápsula, colocou-se novamente no lugar que esteve por tanto tempo e fechou a entrada.
Um líquido começou a encher o lugar, e Asterisco pouco a pouco sentiu-se voltando para a realidade que tinha abandonado...
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