Protocolo - Bebê Aranha escrita por Pixel


Capítulo 8
"Que Tal Eu Te Contar Um Segredo?"


Notas iniciais do capítulo

Depois de um dia longe, eu estou de volta. Era pra ter saído mais cedo, mas tive um dia agitado. O importante é que ainda não é meia noite.

~~ Boa Leitura



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 O clima estava tenso entre a equipe, tão tenso que era quase possível corta-lo com uma faca. Steve, surpreendentemente, não tinha falado nada desde que Fury começou a explicar toda a situação; Scott estava com os cotovelos apoiados na mesa e o punho pressionado contra a boca, parecia assustado; Sam estava quieto em seu canto, encolhido, parecendo distante; Natasha estava silenciosa, pensativa, do jeito que ele está acostumado a vê-la, mas dessa vez seu rosto estava desprovido de qualquer expressão. Clint estava como ela e Tony... Tony estava com medo.

 Ele nunca iria admitir isso para ninguém, mas ele tinha que ser honesto consigo mesmo. Estava com medo. Assustado com a ideia de ter algo assim a solta.

 Tinha algo acontecendo em São Francisco, Califórnia; algo que tem aterrorizado muito a polícia local e que ainda não chegou a tomar proporções mundiais pelo simples fato de que as autoridades ainda estavam tentando entender o que diabos estava acontecendo.

 Tony pensou que já tinha visto de tudo, ele achava ter visto de tudo; ele foi sequestrado, torturado, conheceu um cara que estava supostamente morto a 70 anos, entrou em um buraco de minhoca, conheceu pessoalmente um cara estranho que na verdade é um deus nórdico, quase morreu mais de uma vez, entrou pra uma boyband de super-heróis, criou um robô assassino; mas por incrível que pareça, o mundo ainda era capaz de trazer coisas novas. E não eram boas.

 Uma série de assassinatos e desaparecimentos começou a ocorrer em São Francisco no último mês, nenhum dos casos parecia ter algum tipo ligação com o outro. Algumas pessoas chegavam a ser aleatórias do ponto de vista dele. Ninguém sabe o que é, de onde veio e o que está fazendo.

 — Não há registros de algo assim na Hidra. Não tem cara de ter sido algum experimento deles. Mas a esse ponto não acho que podemos descartar essa possibilidade — Nick Fury disse, apontando para um holograma de algumas imagens borras.

 Todas eram gravações de uma câmera de segurança, e todas mostravam a mesma coisa. Uma enorme sombra negra, tendo pelo menos três metros de altura. Estava sempre presente de algum modo, mas não era clara o suficiente para sequer entender o que era.

 Sua postura era encurvada, e em algumas das imagens, era possível distinguir os olhos brancos.

 Seja lá o que fosse, não era humano. Não podia ser humano.

 — Isso não pode ser humano — Steve murmurou pensativo, ele foi o único a além de Fury a abrir a boca nos últimos 10 minutos. Um rápido olhar em sua direção deixou claro que o capitão estava tendo alguns problemas pra lidar com isso; sua postura estava tão reta que era estranho olha-lo.

 — Mas então... o que é? — Scott gaguejou, um pouco assustado; ele não era tão bom em disfarçar suas emoções como os outros. Tony não podia culpa-lo, ele mesmo estava receoso com isso. — Parece um Hulk todo preto

 — Uma testemunha o comparou ao “Bicho Papão” — Fury disse, deixando que o holograma mudasse para a próxima imagem. Tony pode ver que ele estava preocupado com isso, sério demais para sequer pensar em outra coisa no momento.

 Se bem que raramente ele viu Fury com outro tipo de humor.

 — Descreveu ele como se fosse um monstro. Com olhos brancos e dentes enormes, afiados. Uma espécie de monstro saído de um pesadelo — Completou a discrição.

 A mente de Tony não pode deixar de comparar tudo isso com um filme de terror trash.

 — Parece impossível... — Clint murmurou, pensativo. Ele não estava olhando para ninguém quando falou, apenas encarando suas próprias mãos.

 — Mas é real — Fury disse com força em sua voz.

 O holograma mudou novamente e agora havia um quadro divido em pelos menos 5 linhas verticais e horizontais, todas contendo uma foto de algum homem ou mulher. Tony engoliu em seco. Ele sabia que aquilo era o número de vítimas até o momento, e o número era muito extenso para apenas um mês.

 — Essas são as pessoas dadas como desparecidas, e que podem ter sido vítimas desse “Bicho Papão” — Maria Hill disse, se levantando da sua cadeira. Até então ela estava calada, apenas ouvindo o que Fury estava dizendo, mas pareceu ter despertado. — Cada um deles são fichados na polícia, com crimes pesados. Desde venda ilegal de armas até homicídios. Alguns deles eram membros de gangues perigosas em São Francisco

 A sala mergulhou em um silêncio ensurdecedor, a tensão apenas aumentando. Tony estava achando tudo aquilo difícil de engolir, porque seja lá o que era, ninguém nunca viu antes. O que aquela coisa era capaz?

 E o que estava tentando fazer?

 — Uma testemunha relatou que o viu de perto — O holograma mudou novamente e agora havia a foto de uma mulher jovem, de cabelos ruivos e olhos azuis.

 Ela parecia cansada, exausta na verdade. Sua pele estava pálida demais e ela parecia com um fantasma. Haviam hematomas por todo o seu rosto e o olho esquerdo estava inchado. Ela parecia ter entrado numa luta violenta.

 — Essa é Anastásia Wells. 23 anos — Fury disse, gesticulando para o holograma. — Ela estava voltando para casa do trabalho quando 10 homens a atacaram. Ela tentou fugir, mas acabou sendo imobilizada. De acordo com a vítima, a criatura apareceu e a salvou

 Tony franziu o cenho, surpreso por um minuto. Aquela coisa não parecia querer ajudar, principalmente considerando o número de vítimas em sua ficha; eram... incoerente. Porque ele mataria algumas pessoas, e outra não. Ele se sentiu enjoado quando o único pensamento lógico veio até ele.

 — Então ele é um vigilante... — Tony conjecturou em voz alta, ganhando alguns olhares dos seus colegas de equipe. Fury, surpreendentemente, acenou em concordância.

 Tony estreitou os olhos, uma espécie de medo e raiva revirando em seu estômago. A primeira coisa que veio em sua mente foi o Homem-Aranha. É exatamente esse tipo de coisa que vigilantes fazem; arrumam problemas, não seria diferente dessa vez.

 — Ao que tudo indica, sim. Mas os modos dele são bem brutais até mesmo para um vigilante — Fury disse. Em nenhum momento sua expressão se alterou. — De acordo com a vítima, a criatura comeu a cabeça de um dos agressores bem na sua frente. E deixou o resto em estado crítico. Srta. Wells fugiu da cena

 O holograma mudou novamente e agora a mesma mulher estava sentada em uma cadeira numa sala de interrogatório. Ela parecia aflita, assustada, os olhos esbugalhados.

 — Ela disse no interrogatório que o monstro virou pra ela e falou para ela ir pra casa — Maria Hill completou a história, apenas confundindo mais ainda a cabeça de Tony e provavelmente a de todos que estavam ouvindo. — Ela também descreveu a cena como “vinda de um filme de terror”

 A sala de reuniões ficou em silêncio novamente.

 — Temos alguma pista do que é? — Steve perguntou, a voz tão seria que ele parecia sombrio e isso fez Tony franzir os lábios. Nada de bom vem disso.

 Maria Hill balançou a cabeça negativamente.

 — A única coisa que temos é um codinome... ou talvez fosse para ser um codinome — Ela disse. — Anastácia Wells disse que a criatura se alto intitulou “Venom”. De acordo com ela, o que mais chamou a atenção foi que a sentença estava na terceira pessoa no plural

 — Ótimo Tony amaldiçoou internamente, se jogando para trás em sua cadeira. Ele podia sentir seu cérebro pulsando dentro do crânio com um dor de cabeça avassaladores.

 — Vamos ter que acabar com isso — Natasha disse em uma afirmação clara, séria. Foi a primeira coisa que ela disse desde que a reunião começou, e soou tão sombria que ele teve certeza que a Viúva Negra estava agindo aqui.

 — A ideia é descobrir o que é essa coisa primeiro — Fury disse, finalmente dando alguma ideia para um plano, o que era exatamente o que eles estavam precisando aqui. — E depois dar um jeito de captura-lo. Seria mais ideal que Barton e Romanoff assumam a missão

 É claro que seriam eles. Clint e Natasha trabalhavam por mais tempo com a S.H.I.E.L.D e ambos eram bons quando o assunto era ser intrometido. Eles eram perfeitos para isso. Tony não tinha argumentos para reclamar.

 — Ótimo... — Clint murmurou, não escondendo seu mal humor. Havia uma pitada de raiva em seus olhos, que brilhavam com fervorosamente.

 — E o resto de nós? — Steve perguntou, apenas deixando claro a pergunta que todos estavam se fazendo.

 Mas era óbvio que eles apenas iriam esperar ordens; alguma novidade que dissesse exatamente qual seria próximo passo. Tony resistiu ao desejo de revirar os olhos; Fury chegava a ser tão previsível as vezes.

 — O resto de vocês vão esperar até temos mais informações — Nick Fury apenas confirmou em voz alta. — Não precisamos de um completo caos em São Francisco — Disse, e então acrescentou: — Mais do que já está

 — Quando partimos? — Natasha perguntou, se reclinando em seu assento.

 — Assim que a tempestade de neve passar. Vão ter um apartamento esperando por vocês

 ...

 Peter estava espantado com o quão fácil era descobrir sobre a vida pessoal de uma pessoa na internet, ainda mais com a ajuda de uma I.A ao seu lado. Tudo se tornava tão simples que era assustador.

 Acabou que Curtis Connors era um ex cirurgião das forças armadas e agora trabalhava como cientista na Oscorp. Ele estava lá a anos, contribuindo para diversos projetos, chegando até mesmo a distribuir uma série de estágios para alguns estudantes. Seu trabalho era extenso, mas tudo que Peter encontrou sobre ele era estritamente profissional.

 Ainda assim, Karen achou o endereço do apartamento dele, aonde ele morava junto com sua esposa e seu filho. Peter estava ansioso assim que os dados apareceram na tela do seu celular, mas um rápido olhar para a janela deixou mais do que claro que seria impossível sair na rua.

 Uma tempestade de neve estava caindo sobre Nova York, quase o impossibilitando de sequer ver as ruas a baixo. Era tão forte que ele sentiu medo apenas de olhar. As previsões deixaram claro que pode continuar nevando até segunda, ou seja, um final de semana inteiro trancado na Torre por causa da neve.

 Peter xingou em sua mente, se sentindo impotente. Ele realmente queria ter algum avançando, algum meio de descobrir a respostas para todas as suas perguntas, mas tudo ao seu redor parecia dificultar ainda mais a sua vida.

 Ele odeia não saber das coisas, odeia não entender algo simplesmente porque alguém se recusa a contar. Era assim com Skip; o homem sempre omitia as coisas da forma mais descarada possível. Ele bajulava Peter, tentava fazê-lo acreditar em algo que não era real.

 Esse sentimento só intensificava a vontade de encontrar com o dr. Connors, nem que fosse apenas uma conversa rápida, algo de minutos, ou de segundos, qualquer coisa que saciasse esse sentimento impotente.

 Que fizesse ele finalmente compreender o que tinha acontecido.

 — O tempo está terrível hoje — Bucky murmurou ao seu lado. Ele tinha sido o único a não se juntar aos Vingadores. Peter não perguntou o porquê e ele também não disse o porquê. — Quase fomos soterrados pela neve hoje de manhã

 — Por que não usaram as esteiras na academia? — A pergunta veio naturalmente, apenas uma forma que ele achou para puxar assunto.

 Nenhum dos dois estavam fazendo alguma coisa. A televisão estava ligada no jornal, mas o volume estava tão baixo que a voz do âncora chegava aos seus ouvidos como um leve murmúrio; Peter duvidava que Bucky estivesse entendendo uma única palavra. A maior parte das notícias eram sobre o tempo, nada que contivesse uma grande novidade. Ambos estavam mais interessados em ver a neve cair do lado de fora.

 Além do mais, Peter não sabia nada sobe Bucky. O ex soldado havia chegado a pouco mais de uma semana na Torre e era um completo mistério. Ele sentia algo estranho ao seu redor e a forma como Tony age não ajuda muito, e isso o deixa confuso, porque seu sentido aranha nunca acordou.

 Era apenas mais um dos segredos que rondavam a Torre e que ninguém queria falar.

 — Não tem graça — Bucky deu de ombros, indiferente. — É mais legal estar ao ar livre... além do mais Sam fica super irritado quando o deixamos para trás — Havia humor em suas palavras.

 Peter riu, um leve tremor em seu peito. Ele podia facilmente imaginar a cena.

 Por um momento ele ficou feliz pela conversa estar descontraída, sem aquela tensão irritante. Peter aproveitou o momento de leveza.

 — Isso deve ser engraçado — Disse, ainda com um sorriso no rosto. — Será que um dia posso me juntar a vocês?

 A ideia veio sem um segundo pensamento. Peter realmente queria passar um tempo descontraído assim, com os outros. Ir e voltar da escola ainda era meio novo pra ele, e Peter estaria mentindo se disse que o estresse não está começando a domina-lo. Porque está.

 Ficar na Torre é estressante, porque ele não está acostumado com as quatro paredes.

 Peter se lembra bem de que os exercícios podem ajudar com essas coisas, além do mais, ele tem estado parado nos últimos messes. Não que isso fosse influenciar em seus poderes, na verdade, é bem pelo contrário, Peter duvida que seus poderes um dia desaparecerão.

 Além do mais, ele nem conseguia imaginar como seria sua vida sem essa parte.

 — Se não se importar em ser deixado pra trás como Sam — Deu de ombros mais uma vez, só que agora havia uma insinuação de sorriso em seu rosto. Peter não ficou ofendido, apesar de ter todos os motivos para isso. — Não vejo nada de errado nisso

 Peter balançou a cabeça negativamente com um sorriso no rosto. Ele sabia perfeitamente que era capaz de acompanhar tanto Steve quanto Bucky, era só uma questão de querer. Mas talvez isso mostrasse que ele não era tão normal quanto imaginavam. Por isso ele estava começando a se acostumar com as pessoas subestimando suas habilidades.

 Principalmente no quesito atlético.

 — Por que não está na reunião? — Ele perguntou alguns segundos quando o silêncio voltou a reinar. Para a sua surpresa, Bucky se encolheu ao seu lado.

 — Eu não sou um Vingador garoto — Disse como se fosse óbvio.

 Peter, de repente, se mexeu em seu lugar. Ele se sentou de forma mais ereta e olhou para Bucky com os olhos arregalados. A pergunta na ponta da língua. Todo esse tempo ele estava pensando que ele era um dos novos membros, assim como Scott. Se bem que agora que ele parou para pensar, ninguém nunca se referiu a Bucky como um dos Vingadores.

 Peter se sentiu traído com isso.

 — Não? — Perguntou incrédulo. Havia uma careta confusa em seu rosto naquele ponto. — Eu pensei que fosse...

 — Talvez um dia eu me torne... não sei — Bucky parecia meio distante agora, mas estão balançou a cabeça de um lado para o outro. — Só estou aqui porque estou tentando me livrar de certos problemas

 — Ah... — Peter piscou, buscando algum sentido.

 Ele nunca sequer parou para pensar nisso, e agora viu que tinha sido um erro. Ele esteve longe das notícias durante muito tempo, buscando apenas sobreviver; o que acontecia no mundo não importava. Mas era óbvio que nem tudo tinha continuado o mesmo, as coisas aconteceram, coisas que parecem profundas demais para alguém lhe contar.

 Afinal, eles ainda o veem como uma criança. E uma criança precisa se preocupar apenas consigo mesma.

 — Tem algo a ver com.… o seu braço? — Perguntou depois de quase um minuto inteiro de silêncio. Peter olhou de soslaio para o braço de Bucky, sabendo perfeitamente que debaixo do moletom tinha um pedaço de metal.

 Ele queria saber a história.

 Essa era uma pergunta que ele queria fazer a muito tempo, mas ele estava respeitando o espaço de Bucky assim como ele queria que respeitassem o seu. Peter gostava de pensar que havia uma certa confraternização ali. As vezes tem certas coisas que as pessoas preferem guardar para si. E ele entende bem isso.

 — Sim... — Ele não disse mais nada além disso.

 Peter se jogou para trás no sofá, lábios franzidos em uma linha reta e firme. Ele ainda estava curioso e realmente queria descobrir mais sobre Bucky, naquele ponto, qualquer coisa parecia importante. Foi essa vontade que o levou a falar novamente:

 — Se eu te contar um segredo, você me conta o seu...? — Peter sugeriu, se recusando a olhar para Bucky por um momento. Ele não tinha certeza de onde estava com a cabeça quando disse isso, mas sentiu que era o momento ideal.

 Não importa se sua voz falhou ou não.

 Afinal de contas, ninguém na Torre sabia de onde Tony tinha tirado o seu filho perdido. E surpreendentemente, ninguém parecia querer tocar nesse assunto. Parecia um tabu entre os Vingadores.

 Bucky zombou ao seu lado.

 — E que tipo de segredo você tem? — Perguntou, cruzando os braços sob o peito. Ele olhou para Peter de forma zombeteira, ao mesmo tempo que um sorriso se formou em seu rosto. — Foi você quem comeu o último pacote de cookies?

 Peter franziu o cenho, cético, não acreditando nisso por um momento. Ele então bufou uma risada e balançou a cabeça.

 — Não fui eu, foi o Clint — Disse sem hesitar. — Eu vi ele comendo escondido dentro do duto de ventilação

 — Aquele filho da mãe — Bucky rosnou, meio irritado. — Eu disse pra ele guardar um pouco

 Peter sorriu, então piscou, e imaginou se realmente valia a pena.

 Ele tinha muitos segredos, tanto que a esse ponto parecia ter sua vida dívida no que era real e no que era apenas invenção, no que aconteceu e no que não aconteceu. Se sentiu doente por causa disso.

 — Mas então... aceita a minha proposta? — Perguntou mais uma vez, quase pronto para retroceder se necessário.

 — Ah garoto... — Bucky suspirou, balançando a cabeça negativamente. Ele parecia cansado. — Eu acho que nenhum segredo seu me interesse a esse ponto...

 — Sério? — Peter levantou uma sobrancelha, tentando lutar contra a pitada de desanimo que passou por seu corpo. Era verdade, tem certas coisas sobre ele que não chegam a interessar alguém, mas isso não quer dizer que ele não deva conta-las.

 Certo?

 — Não quer saber da onde eu vim? Onde estivesse durante esses últimos onze anos?

 Isso finalmente pareceu pegar a atenção de Bucky, tanto ao ponto do ex soldado levantar uma sobrancelha e encara Peter com os olhos levemente amplos. Ele pareceu pensar por alguns segundos e então, ainda com dúvida em sua voz, disse:

 — Um... orfanato...? —Em sua defesa, era uma boa conjectura.

 — Bom chute... mas não — Peter, por insistindo, juntou ambas as mãos no colo, apertando elas em busca de algum incentivo emocional. Não pareceu ajudar muito.

 — Então da onde? — Bucky perguntou logo em seguida, se animando um pouco mais.

 — Eu te conto se você aceitar a minha proposta— Peter sugeriu, um sorriso se formando em seu rosto quando Bucky ficou em silencio. Não demorou muito e uma careta começou a se formar em seu rosto.

 Eles passaram quase um minuto inteiro em silêncio, quando finalmente Peter deixou seus ombros caírem em desanimo. Ele desviou o olhar para a televisão e encarou o rosto ranzinza do âncora por dois segundos antes de decidir trocar de canal.

 Ele só não teve tempo de alcançar o controle.

 — Só se você me deixar contar aos outros — Bucky disse de repente, ganhando sua atenção quase que instantaneamente. — Porque ta aí algo que todo mundo fala desde que eu cheguei. Inclusive o Sam está convencido de que você foi sequestrado

 Peter parou por um segundo, considerando se isso realmente valia a pena. Havia tanta coisa que ele podia falar, tanto coisa que para ele era importante, mas que talvez para Bucky fosse irrelevante.

 Ele também não podia negar o leve frio na barriga que estava sentindo. Parecia que ele estava prestes a dar um passo maior que a perna.

 Por fim, ele chegou à conclusão de que não precisava contar tudo, não precisava falar sobre a mordida e sobre o Homem-Aranha, não precisa dar detalhes sobre sua vida na rua e nem sobre Skip. Somente a história de Peter Parker bastava. O básico do básico e o que ele queria se convencer de que sabia.

 Talvez isso até o ajudasse.

 — Fechado — Concordou com um aceno, mas por dentro estava se perguntando se isso era realmente o certo.

 — Sou todos ouvidos — Bucky o incentivou e de repente ambos estavam se encarando um de frente para o outro.

 Peter sentiu um peso em cima dos seus ombros. Talvez fosse apenas o olhar do ex soldado que estava lhe encarando, mas era algo que pesava e ele demorou para se sentir confortável. Por cinco segundos, ele tentou pensar por onde começar, mas percebeu que ele não sabia o começo de sua própria história.

 Afinal, ele não se lembrava.

 — Certo — Disse, como se para buscar algum apoio dentro de si. Algo que ele imaginava estar escondido. Peter respirou fundo, deixando que seus ombros subissem e descessem com o movimento. — Eu realmente estive em um orfanato a alguns anos, mas não foi lá que o Tony me encontrou

 — Então foi aonde? — Bucky perguntou assim que Peter terminou a frase. Ele parecia meio ansioso quanto a isso.

 Peter se perguntou qual era as outras conjecturas dos Vingadores sobre ele.

 — Nas ruas — Peter encolheu os ombros. Era como deixar um grande segredo exposto, algo que ele deveria esconder a sete chaves, mas surpreendentemente não chegava nem perto do seu pior segredo. — Ele me encontrou nas ruas

 — Mas... então você era- — Bucky começou, mas Peter não o deixou terminar.

 — Sem-teto? Exato... — Concordou com um aceno leve. Ele já podia sentir suas bochechas ardendo de vergonha, e era algo que ele não devia se envergonhar.

 Não. Não era o fato de ele ter morado na rua, de ter convivido com certas pessoas que o deixava envergonhado, era o fato de ter roubado. De recorrer a um dos piores meios para sobreviver, ao mesmo tempo em que tentava ajudar; era disso que ele tinha vergonha.

 — Mas como?

 — Vai deixar eu contar ou tem mais perguntas? — Peter perguntou de forma impaciente, e talvez houvesse uma pitada de zombaria em sua voz também. Bucky apenas bufou em resposta.

 — Continue — Revirou os olhos, mas ainda tinha um sorriso em seu rosto.

 — Eu fui adotado pelos Parker quando tinha seis anos, eles me criaram até os de-

 — Mas você não se lembrava do Stark? — Bucky o interrompeu novamente. Peter não estava encarando ele firmemente como deveria, por isso foi necessário levantar o olhar para ver quão ansioso ele estava. Seus ombros em um linha reta e olhos atentos.

  Ele parecia quase... aflito.

 — Não... perdi minhas memórias — Peter confessou com um encolher de ombros. Ele não sabe se isso era bom ou ruim, porque por um lado, ele se esqueceu de Tony, mas por outro, isso impediu que ele tivesse lembranças horríveis assim como as outras crianças. — Não me lembro dele e de nada do que aconteceu naquele porão onde os policias nos encontraram... talvez isso seja pra melhor. Não sei — Bucky entendeu o que ele disse e acenou em compreensão. — Richard e Mary um dia sairam para uma viagem a negócios, eu acho que era pra Europa ou algo assim. Eu não tinha passaporte e por isso me deixaram com uma babá... eles morreram em um acidente de avião horas depois

 Bucky não expressou reação imediata. Ele parecia distante naquele momento, como se tivesse se lembrado de algo, mas não queria falar sobre. Havia um certo brilho de compreensão em seus olhos, como se ele entendesse tudo que aconteceu, como se ele partilhasse de certa forma esse sentimento. Peter agradeceu silenciosamente por isso.

 — Eu fui colocado no sistema e semanas depois estava sobre os cuidados de um tutor... — Peter parou de falar, engasgando com suas próprias palavras por um momento. Ele chegou no ponto que não queria e foi necessário fechar os olhos por um momento e tentar respirar regularmente.

 Ele esperava que isso fosse ajudar, tentou confiar, mas suas mãos estavam úmidas trêmulas, e ele as fechou em punhos cerrados, sentindo a unha cravar na carne, causando uma dor que não era tão ruim assim.

 Era reconfortante.

 — Eu fiquei um ano com ele e então fugi — Ele se atrapalhou um pouco, mas conseguiu finalmente dizer.

 — Por quê? — Bucky perguntou. Sua voz parecia tão distante, mesmo que ele estivesse logo ali do seu lado. Peter então piscou e fez um esforço para encara-lo.

 — Ele não era uma boa pessoa — Murmurou, era a única forma de descrever tudo isso sem que ele começasse a surtar. — Mais atrapalhou do que ajudou

 — Ele fez alguma coisa...? — Bucky fez a única pergunta que Peter não queria ouvir. Ele desviou o olhar no mesmo momento, engolindo em seco.

 Peter não queria responder, mas em vez disso ele forçou sua voz a funcionar, meio irregular, mas ainda assim saiu.

  — Isso faz parte de um outro segredo meu — Disse por fim.

 Os dois ficaram em silêncio por um momento até que Bucky o quebrou.

 — Stark sabe disso...?

 — Não. É melhor assim — Ele precisou balançar a cabeça e espantar algumas memórias para longe, voltando a falaz, dessa vez mecanicamente. — Eu vivi um ano e meio nas ruas... o motivo do Tony ter me achado foi porque eu assaltei uma mercearia e fui pego

 Peter riu disso, mas soou forçado.

 — Você o quê? — Bucky perguntou, meio incrédulo, mas o jovem aranha o ignorou.

 — Pra complicar tudo — Ele riu, se lembrando de todos os detalhes daquele dia. — Ninguém me disse o que estava acontecendo e eu acabei fugindo de novo... sou bom nisso — Peter balançou a cabeça para o pensamento, rindo de si mesmo. — Tony levou quatro dias pra me achar

  — E então você veio parar aqui? — Ele completou.

 — E então eu vim parar aqui — Peter deu de ombros, soltando o ar que parecia preso em seus pulmões. — Não é porque eu tenho 14 anos que não tenho história pra contar

 — Certo, obrigado pela lição de moral — Bucky revirou os olhos.

 — Agora é a sua vez — Peter remexeu em seu lugar e voltou a encarar Bucky com uma certa ansiedade.

 O ex soldado fechou a cara no mesmo instante, ele estreitou os olhos enquanto encarava o nada. Assim como Peter, ele demorou um pouco mais para enfim criar coragem e começar a falar, provavelmente buscando organizar seus pensamentos antes de tudo. Peter foi paciente e apenas esperou pelo momento.

 — Acho que você não sabe o que aconteceu... — Bucky disse sem encara-lo, parecendo distante. Sua voz estava séria, quase desprovida de qualquer emoção, exceto de algo que aparentava ser raiva... ou talvez amargura. Peter levantou uma sobrancelha.

 — Não dá pra ficar ligado nas novidades do mundo quando não se tem internet ou televisão — Peter tentou explicar. Ele estava levemente receoso agora, encarando a postura tensa de Bucky com cautela.

 Isso o fez perguntar novamente se não era melhor apenas deixar as coisas como estavam.

 — Já ouviu falar na Hidra?

 Peter piscou, atordoado por um segundo. A palavra era familiar, mas parecia esquecida em sua mente. Ele desviou o olhar, franzindo o cenho enquanto tentava lembra de onde ouviu aquilo antes.

 Sim, ele já tinha ouvido, mas parecia algo pequeno demais. Estava na ponta da língua.

 Foi então que ele se lembrou.

 — Você ficou sabendo garoto? — Phlipe perguntou.

 Era um dia ensolarado, tão quente que a camiseta esfarrapada dele estava encharcada de suor e colando em suas costas. A sensação era desconfortável, mas naquele ponto Peter já estava acostumado.

 Phlipe — céus! Phlipe, Peter já estava se esquecendo da sua existência — estava pagando a ele 20 dólares para concertar um celular quebrado. Peter realmente não queria saber qual era a origem daquele celular, de como veio parar nas mãos de Phlipe, um vendedor de bugigangas que andava pelo Queens. Pesando nisso agora, Peter não pode deixar de lado o fato de que ele provavelmente estava contribuindo para um crime naquele momento.

 Mas ele não podia mudar o passado.

 — O quê? — Peter perguntou por puro instinto. Ele estava ocupado mexendo na bateria do celular e não olhou para cima. — O preço do cobre abaixou?

 — Pior — Phlipe disse, se movendo de um lado pro outro — O mundo tá um caos garoto, nem os super-heróis podem ajudar mais

 Peter levantou o olhar para isso, uma pergunta na ponta da língua, mas que ele não fez, porque Philip continuou falando.

 — Tem terroristas soltos... é bom que você não saiba sobre essas coisas. Preocupe-se consigo mesmo

 Naquele dia Peter encontrou um jornal jogado no chão, rasgado, com apenas uma parte da matéria da primeira página ainda inteira. Naquele ponto ele imaginou que ninguém mais lia normal, mas nunca ficou tão feliz por ter encontrado um rasgado e quase mutilado em pedaços, mas ainda era legível.

 O jornal falava sobre uma organização nazista chamada de Hidra, que pendurava as escondidas na sociedade desde o final da segunda guerra mundial. Era só isso que dava apara entender. O resto da tinta estava manchada e Peter se lembra de ter se sentido decepcionado.

  — Tenho uma ideia do que é... — Peter murmurou em resposta.

 Bucky fechou a cara, fazendo uma careta, mas ainda assim acenou firmemente. Ele estava encarando a televisão, mas Peter tinha certeza de que ele não estava assistindo.

 — Eu trabalhei pra Hidra. Sob lavagem cerebral — Ele disse, se recusando a olhar para Peter.

 Peter sentiu seu corpo endurecer, finalmente entendendo o porquê de toda aquela tensão. Ele não podia imaginar exatamente o que aconteceu, mas tinha uma ideia, e ela não era agradável.

 — Você... — Ele não sabia o que dizer, não sábia o que queria dizer, mas sentiu obrigado a ao menos tentar.

 — Era uma espécie de terrorista? Sim, eu era, ou gosto de pensar que era — Bucky deixou seus ombros caírem. — Passei o último ano me recuperando em Wakanda. Eles disseram que estou livre, que nenhuma palavra vai ser capaz de me deixar maluco. Mas não é assim que me sinto

 Peter piscou, atordoado. De repente toda a sua história parecia fraca, tudo que ele fez parecia fraco. Skip, o Homem-Aranha, tudo parecia um sonho se comparado ao que Bucky provavelmente enfrentou. Ele era realmente forte.

 — Mas você não teve cul- — Peter tentou dizer, tentou organizar seus pensamentos e ajuda-lo, porque era isso que ele iria querer se estivesse em sua pele. Mas Bucky não deixou.

 — Culpa? Sim eu tive. De certa forma eu tive — Ele suspirou, poupando apenas um olhar sombrio para Peter. — Matei muitas pessoas em nome da Hidra Peter, muitas. Pessoas que talvez você ficaria feliz em conhecer. Não sei nem como o Stark me aceitou nessa Torre, acho que ele tava bêbado no dia — Conjecturou, mas então balançou a cabeça firmemente. — Na verdade não, acho que ele teria me dado um soco se estivesse bêbado

 Peter queria alcança-lo, queria estender a mão, queria ser amigo, mas se sentiu impotente.

 — Você não deve se sentir assim... — Ele disse, tentando buscar alguma firmeza em sua voz.

 Ele tinha muitos pensamentos, muitas ideias e palavras que poderiam sim ajudar, mas não conseguiu organiza-las da forma correta.

 — Acho que o primeiro passo para o perdão é o arrependimento. Não pense que não deveria estar aqui e não pense que não merece uma segunda chance... — Peter murmurou. — Não acho que você seja alguém ruim Bucky

 Ele se lembrou de Skip, alguém que não sentia pena ou remorso pelo que fez. Peter sabia que ele não sentia, podia ver em seus olhos em todas as manhãs, em todas as tardes, em todas as noites; ele nunca demonstrou remorso.

 Mas Bucky parecia arrependido, ele parecia odiar o que fez, e somente isso já lhe concedia o direito ao perdão.

 — Você não pode ter certeza — Murmurou de volta. Peter notou que suas mãos estavam fechadas em punhos firmes, quase como se ele estivesse se controlando.

 Peter sorriu para isso, zombando do quão irônico sua vida tinha se tornado. Já fazia um tempo que ele estava sentado ao lado de Bucky, apenas esperando os demais Vingadores voltarem, e em nenhum momento seu sentido aranha acordou. Estava tudo calmo, estava tudo bem, não existia perigo ao redor.

 Por um momento ele quis contar a Bucky isso, quis contar que estava tudo bem porque ele tinha um sexto sentido que previa o perigo. Queria lhe contar mais um segredo, mas se restringiu.

 — Sim, eu tenho — Confirmou com veemência, tanta que Bucky se virou para encara-lo, parecendo incrédulo.

 A conversa tinha chegado ao fim, por isso Peter mudou sua atenção para a televisão, encarando do âncora mais uma vez que agora gritava com raiva pura em sua voz sobre alguma coisa. Ele não sabia dizer exatamente o que era.

 — Alguém já te disse que você é precioso demais para esse mundo? —Bucky disse depois de um tempo. Peter se surpreendeu com isso e olhou para ele, espantado por um momento.

 Ele não entendeu em primeiro lugar, precisou um pouco mais de tempo para ele compreendeu o que o ex soldado quis dizer, que a ficha caiu, Peter zombou em voz alta.

 — Você está dizendo isso pra um cara que roubava mercearias para sobreviver. Não faz sentido — Ele disse, balançando a cabeça de um lado pro outro com incredulidade. Ainda assim, ele estava sorrindo.

— Faz. Tony tem sorte de ter você por perto garoto

 Dito isso, as portas do elevador se abriram e os Vingadores sairam de dentro. Peter se virou, olhando para a equipe.

 A primeira coisa que ele notou é que todos estavam extremamente sérios. A conversa animada que a muito tempo tinha se tornado uma característica fixa deles estava longe, apenas o silêncio reinava.

 Pela primeira vez em uma semana, seu sentido aranha deu sinal de vida, enviando um arrepiou pelas suas costas, fazendo todos os pelos do seu corpo se arrepiarem também.  Peter arfou, surpreso e assustado. Algo estava acontecendo e isso o fez levantar abruptamente.

 Não demorou muito e todos estavam espalhados pela sala de estar.

 Steve se sentou no sofá, ao lado de Bucky, parecendo acabado fisicamente. Peter o encarou por dois segundos com os olhos arregalados. Ele provavelmente estava pálido também.

 — Aconteceu algum coisa ruim? — Bucky perguntou, ganhando apenas um bufo mal-humorado de Steve.

 Peter se levantou do sofá assim que avistou o sr. Stark. Seu coração saltou em seu peito e ele imaginou que o bilionário fosse contar tudo, fosse explicar o porquê do seu sentido aranha ter despertado, mesmo que indiretamente.

 — Clint e Natasha estão saindo amanhã — Foi graças a audição aprimorada de Peter que ele pode ouvir o que Steve disse, parando eu seu caminho.

 Ele ficou parado no meio da sala, seus olhos viajando para os dois espiões que já havia desaparecido no corredor. Eles estavam saindo em uma missão.

 Peter engoliu em seco, sentindo um nó na garganta ao fazê-lo.

 — Tudo bem? — Tony perguntou quando o viu parado no meio da sala. O jovem aranha piscou, voltando a realidade.

 — Sim... — Ele murmurou, mas não havia certeza em sua voz. Ele avançou e se sentou ao lado de Tony.

 Foi necessário um esforço enorme para não avançar e envolveu o bilionário em um abraço, e naquele momento, era tudo que Peter queria.

 — Vocês têm uma missão? — Ele perguntou, não percebendo o jeito que sua voz falhou.

 — Natasha e Clint tem, o resto de nós vai apenas esperar — Tony murmurou.

 Peter percebeu, pela segunda vez naquele dia, o quanto seu pai parecia acabado. Sua pele parecia mais pálida do que a uma hora atrás, seus olhos profundos de sono. Tony parecia acabado.

 — E sobre o que era? — Não pode evitar, a pergunta veio como um reflexo. Peter ficou tenso no mesmo instante.

 Ele confiava em seu sentindo aranha, esse sendo o único motivo de ele estar aqui agora, porque sem seus sentidos, ele não teria fugido de Skip, não teria sobrevivido as ruas, não teria se tornado o Homem-Aranha.

 — Nada que você deva se preocupar — Tony resmungou, se levantando do seu lugar.

 Peter viu quando o homem caminhou até a máquina de café mais próxima.

 Ele deixou seus ombros caírem em desanimo, desmotivado por ninguém contar nada a ele. Talvez seja apenas o fato de ele ainda ser jovem, tão jovem à ponte de que ninguém o considera capaz de entender alguma coisa. Não é como se Peter não tivesse visto a pior parte da humanidade.

 — Você deveria descansar um pouco —Ele comentou, esperando que isso fizesse Tony deixar o café de lado e ir se deitar, porque era exatamente disso que o bilionário precisava.

 — Não sei se conseguiria...


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Notas finais do capítulo

Eu sei, eu sei: "Venom? Sério?" Eu sei, o problema é que sempre tive a idade de colocar eles em algum lugar. Tava marcado para mais tarde no enredo, mas decidi adiantar algumas coisas, incluindo eles. Espero que não tenha ficado muito abrupto!

Eu sei, também, que essa relação do Peter com o Bucky pode ter ficado meio estranha, mas eu particularmente gosto. Já algumas fics no AO3 - principalmente na Tag Hydra Peter Parker -, onde os dois tem uma certa amizadade, achei interessante colocar isso.

Desculpa por qualquer error, foi meio que revisado as pressas!

~~ See Ya Later



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