Head Above Water escrita por BiahPad


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

SÓ QUERIA DEIXAR AQUI A MINHA INDIGNAÇÃO PELA SAÍDA DA RACHEL DA SÉRIE E AQUELE FINAL P-O-D-R-E QUE DERAM PARA A MINHA BEBÊ.
Infelizmente nosso shippe não aconteceu Resolvi abandonar a série e focar nas fanfics. Apesar do Colin ser o amor da minha vida, sem a Sarah a série não é mais a mesma.
Enfim, espero que gostem e COMENTEM, por favor. Preciso saber se estão gostando ou odiando a história. Críticas são bem vindas e vou fazer de tudo para ajeitar aquilo que for necessário.

Enfim, é isso. Espero que gostem e beijinhos❤



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/767775/chapter/3

Sarah

Connor envolve minha cintura com seu braço, puxando-me para si, fazendo nossos rostos ficarem próximos e nossos narizes se tocarem. Seus grandes olhos, azuis acinzentados, desviam dos meus e passam a encarar minha boca. Umedeço meus lábios, minha respiração se torna ofegante, levo meus dedos ao seu cabelo, traçando-o e milésimos de segundos depois nossas bocas se chocam contra a outra, em um encaixe perfeito, nossas línguas dançam em uma sincronia impecável.

Esse segundo beijo não era mais cauteloso como o primeiro, é urgente, emanando o desejo e a necessidade que ambos sentimos pelo outro. Quando nossos lábios se separaram por um breve segundo, Connor sussurra meu nome, sorrio e o puxo novamente para mim.

Alguns instantes depois somos obrigados a nos separar já que escutamos a chegada do chofer com o carro.
—Me desculpe pela demora, senhor. Lá atrás estava uma loucura— diz o rapaz, entregando as chaves para Connor.
—Sem problemas, obrigado— ele fala com um sorriso simpático nos lábios e se vira para mim— Vamos?
—Claro— respondo.

Andamos em direção ao carro, com as mãos entrelaçadas. Connor abre a porta para mim, aguarda minha entrada no veículo, depois dá a volta e entra, dando a partida.

Começo a observar, pela janela, Chicago. A cidade não havia mudado muita coisa ao longo desses últimos meses, mesmo sendo tarde ainda havia um grande fluxo de pessoas pela rua. Sentia falta do clima, do calor humano das pessoas, dos amigos que ela havia me dado. Muito embora tivesse más lembranças, Chicago era o meu lar e estava disposta a batalhar para seguir em frente, mesmo sabendo que não seria fácil e que iria enfrentar grandes medos e demônios.

Delicadamente Connor pega uma de minhas mãos, que estavam em meu colo, envolve-a na sua e deposita um beijo casto nela. Acabo deixando um sorriso escapar.
—Um dólar por seus pensamentos— sua voz rouca me causa arrepios.
Sorrio e respondo:
—Bom, Dr. Rhodes, me perguntava onde diabos está me levando, já que esse não é o caminho para o meu hotel. Pretende me sequestrar?

Ele acha graça.
—Tecnicamente, Dra. Reese, não seria um sequestro, já que a suposta vítima não está se opondo em ir comigo, pelo contrário, acredito que esse seja o seu grande desejo.
—Grande desejo? Tecnicamente, nem sei para onde está me levando. E outra, já ouviu falar da síndrome de Estocolmo? É bem comum que vítimas de sequestros, depois da grande pressão psicológica que sofrem, comecem a desenvolver sentimentos, empatias e amor pelo próprio sequestrador.
—Quer dizer que a senhora assume desenvolver sentimentos por mim, Dra. Reese?— ele pergunta e reviro os olhos.
—E como eu poderia negar? Como esses benditos olhos azuis e esse maldito sorriso, o senhor Dr. Rhodes, quebrou qualquer barreira que eu pudesse construir a minha volta. Definitivamente ia precisar de uma ajuda profissional para conseguir resistir a você.
—Ora, Dra. Reese, é só não resistir— ele diz, parando o carro em um sinal.

Connor se aproxima de mim e começa a distribuir beijos e mordidas suaves em meu pescoço. Sua atitude me pega desprevenida e um gemido rouco escapa de minha boca, levo minhas mão ao seu cabelo e puxo-os delicadamente. Nossas bocas finalmente se encontram e de novo ocorre uma explosão de sentimentos. Sinto suas mão desceram da minha nuca, passeando por minhas costas, parando em minha cintura. Ele me puxa querendo que eu sente em seu colo, mas a buzina do carro de trás nos assusta e somos obrigados a nos separar.
—Você vai me dizer ou não para onde está me levando?— pergunto após alguns minutos em silencio.
—Para o meu apartamento.

Travo.

Sinto-me sufocada.

Minhas mãos gelam.

Seu apartamento?

Só nós dois?

Céus, como eu não havia me tocado disso? Era óbvio que ele iria querer aproveitar o resto da noite, mas não passou por minha cabeça que fosse daquela forma.

Respiro fundo, tentando controlar o nervosismo. Ok, Sarah! Pare com esse medo bobo, mantenha a calma ou ele vai perceber. Você só está indo para o apartamento dele, não é como se nunca tivessem dormido no mesmo cômodo, a única diferença é que na época não estavam juntos e todos os desejos e pensamentos, que sentia por ele, não passavam de sonhos, alguns bem eróticos por sinal.

Sempre tive atração por Connor, desde a primeira vez que nos vimos percebi que ele era diferente dos outros homens. Nesses meses em Minnesota, com nossa aproximação, passei a desenvolver sentimentos mais fortes por ele, no início negava e tentava colocar em minha cabeça que aquilo era carência por estar em uma nova cidade, em um novo trabalho, tendo ele como a única pessoa conhecida.

Mas o tempo foi passando e a confusão em minha mente só ia aumentando, até que Connor precisou voltar para Chicago. Era estranho, mas parecia que um parte de mim tinha ido embora também, minhas manhãs não eram as mesmas sem o nosso café da manhã sagrado antes de começar o turno. Minhas noites de sextas passaram a ser: sair do hospital, ir para casa, tomar um banho e tentar estudar ou encontrar algum programa de televisão bom, desistir quando percebia que nada iria me agradar e ir dormir.

Mesmo que trocássemos mensagens e ligações diariamente, nada amenizava a angústia que sentia, em meu peito, por não o ter por perto.

Foi aí que os dois meses separados tornaram-se decisivos para que eu percebesse e aceitasse que meus sentimentos por Connor não eram uma simples paixonite e era muito mais do que um encantamento. Eles eram fortes e verdadeiros, e me faziam pensar e imaginar se um dia algo poderia acontecer.

E aconteceu, cá estamos nós, após meses esperando, finalmente juntos, indo em direção ao seu apartamento, querendo viver e realizar tudo aquilo que que imaginamos durante esse tempo.

Seria uma noite só nossa.

Sarah e Connor.

Eu queria aquilo.

Esperei por isso.

Imaginei diversas vezes como seria.

Então por que eu estava gelada? Por que minhas mãos estão tremendo e minha barriga parece ter milhares de borboletas? Por que estou tão nervosa ? E com medo? A verdade é que as respostas para todas essas perguntas eram bem simples:

Eu sou virgem.

Virgem?

Sim, nos auges dos meus 25 anos nunca havia transado. Meus antigos namorados sempre tentavam ir mais além, mas nunca me senti à vontade ou preparada para dá esse passo.

Mas apesar do pouco tempo juntos, observava que por Connor havia uma sensação diferente, uma segurança que nenhum dos meus ex-s haviam me proporcionado. Eu queria que fosse com ele, queria que fosse especial, que fosse inesquecível, mas estremecia ao pensar como seria sua reação ao descobrir sobre isso.

Noto que já estávamos entrando na garagem do prédio. A sensação de insegurança passa a dominar meu corpo, o nervosismo e a ansiedade me faziam ficar pior ainda. Connor estaciona o carro na vaga, retira o cinto de segurança, sai e dá a volta e abre a minha porta.
—Tudo bem?— pergunta ao notar que eu não me movi um centímetro.
—Hum-hurm— murmuro e começo a sair.

Sinto minhas pernas fraquejarem e só não caio por que Connor me segura.
—Sarah, você está bem?— ele me encara preocupado.
—Sim, são os saltos. Odeio andar com essas coisas— minto e dou um sorriso forçado.

Caminhamos até em frente ao elevador, onde aguardamos sua chegada. Connor me abraça por trás e começa a distribuir beijos em minha nuca, ombro, a descendo até minhas costas. Suas mãos deslizam por meu corpo, passando pelas laterais de meus seios, descendo para a cintura e parando na curva de minha bunda, onde ele aperta. Sua boca volta a fazer o mesmo caminho feito anteriormente, mas agora com os beijos ele sugava e mordia cada canto, subindo aos poucos até chegar a minha orelha, onde morde o lóbulo com delicadeza.

Um arrepio percorre meu corpo e um gemido escapa de meus lábios. Ele para e me puxa para que ficasse a sua frente, nos encaramos por alguns instantes, começando a aproximar nossos rostos.
—Dra. Reese, espero que esse vestido não seja especial para a senhora— sua voz rouca me faz perder um pouco o foco.
—P-p-porque?— pergunto com certa dificuldade.
—Por que eu só consigo pensar em uma coisa desde que te vi entrando naquele salão— ele diz e se aproxima mais.
—O quê?— pergunto com a voz tremula.
—Só conseguia imaginar o prazer que vou sentir quando rasgar ele de você.
—Você não teria essa coragem— falo um pouco assustada.
—Com certeza eu teria, só não arranquei na frente de todos porque você é minha, Dra. Reese, só minha—enfatiza. Quando vai me beijar o elevador chega e ele me puxa pela mão— Vamos, não aguento mais esperar.
Antes que as portas fechassem, Connor me imprensa contra a parede e começa a me beijar, suas mãos descem até minha bunda e a apertam com força, acabo sentindo sua ereção contra mim e um ruído escapa de meus lábios.

Sinto o elevador parar e empurro Connor para longe. Encaramos um ao outro, cada um em um canto do elevador, tentando controlar nossas respirações. Passo as mãos tento em meu vestido, tentando desamarrotar, de canto de olho vejo Connor ajeitar seus cabelos.

A porta do elevador abre e um casal de idosos entra:
—Boa noite, Dr. Rhodes— saúda a mulher e em seguida me olha dando um sorriso simpático.
—Boa noite, Sr. E Sra. Lewis. Como vão?— diz Connor retribuindo o sorriso.
—Ah, obrigado— diz o senhor quando Connor o ajuda com algumas sacolas que ele carregava— Estamos bem, mas não melhor que o senhor. Quem é essa bela dama que o acompanha? Atrevo-me a dizer que se fosse alguns anos mais novo, competiríamos pau a pau por ela— ele diz, piscando para mim. Sinto minhas bochechas esquentarem.
—Ora Alfred, respeite a moça. Não vê como ela ficou sem graça?— exclama a senhora— Não ligue para ele, minha linda. Depois que ficou velho ficou meio caduco.
—Não estou caduco Lize, talvez um pouco já que estamos casados à mais de 40 anos. Apenas estava reconhecendo a beleza da jovem, não é porque fiquei velho que deixei de enxergar, na verdade, talvez tenha, mas ainda sim sei que essa é uma bela dama.
—Obrigada, Sr. Lewis. Me chamo Sarah, é um prazer em lhe conhecer— digo estendendo a mão para lhe cumprimentar— Oh!— exclamo envergonha quando, em vez de apertar minha mão, Alfred leva-a até sua boca, depositando um beijo.
—O prazer é todo meu, minha querida. Me diga, algum dia teria chances com você ? - ele diz.

Olho para Connor totalmente envergonhada, ele me olhava com um sorriso brincalhão nos olhos. Era claro que ele estava adorando me ver naquela situação.
—Até parece que a menina largaria a companhia de um príncipe como o Dr. Rhodes, para ficar com um velho como você Alfred. Nem nos auges do seu tempo você competiria com ele— diz ela revirando os olhos— A proposito minha flor, me chamo Lize, é um prazer lhe conhecer.
—O prazer é todo meu, Lize— respondo.
—Então Connor, essa é a garota especial?— pergunta Alfred e lanço um olhar confuso para meu namorado.
—Ela mesma Alfred, não falei que valia a pena esperar?
—Com toda a certeza meu caro. Percebi que era ela de cara, seus olhos sempre assumem um tom de azul cintilante quando fala dela. No momento nem consigo descrever como eles estão, mas o brilho que emana só fazem confirmar que está apaixonado por essa garota— diz Lize.

Encaro Connor sentindo minhas bochechas esquentarem, mas sorrio abertamente. Ele me olha e parece um pouco desconcertado.
—E o sorriso? Ah, meus caros, que saudades da minha juventude! Parece que foi ontem que eu escalava a parede da casa de Liz só para entregar uma carta de amor. Naquela época isso era quase uma obscenidade, mas nós sabíamos que éramos feito um para o outro e não importava o que os outros iriam pensar, ao seu lado era onde eu queria está— diz Alfred e me emociono com suas palavras— Se eu pudesse dá um conselho para vocês diria: Vai ser difícil, terão dias que acordarão e se perguntarão como chegaram a tal ponto, mas se o que sentem um pelo outro for amor de verdade, então meus belos jovens, cada lágrima, cada dor e sofrimento que passarão não será em vão. Quando olharem para trás, vão ver que tudo que passaram foi necessário, mesmo que fosse só para conseguir arrancar um sorriso do outro.

O elevador para, Alfred olha para Lize e sorrir, estendendo-lhe a mão e as entrelaçando, começando a sair do elevador. Connor os ajuda com as sacolas, colocando-as no chão e voltando para o elevador.
—Boa noite Sarah, você é incrivelmente linda. Espero que meu menino seja feliz ao seu lado, ao que me parece, você deve ser muito importante para ele, além de ser uma moça encantadora— diz Lize— Boa noite, Dr. Rhodes, nos vemos por aí.
—Tchau, meus queridos— diz Alfred e a porta começa a fechar— Dr. Rodes? Não faça nada que eu não faria.
—Pode deixar, Alfred— responde Connor gargalhando.

Então ficamos sozinhos de novo, em completo silêncio. Ele de um lado e eu do outro. Havia gostado do casal, apesar de Alfred ser um pouco para frente, era um bom senhor, lembro de suas palavras e sorrio, será que eu e Connor teríamos a chance de viver um amor tão bonito como o deles? Saberíamos lidar com as diferenças do outro? Teríamos paciência? Eu desejava que sim, queria que aquilo funcionasse, que desse certo e que fosse uma jornada muito bonita.

O elevador para no ultimo andar, Connor digita um código e insere um cartão. As portas destravam e começam a abrir lentamente, dou de cara com um apartamento gigante, extremamente sofisticado e moderno. Classificar aquele lugar como enorme era modéstia. No meio da sala havia um sofá em forma de “U” que deveriam caber umas 15 pessoas confortavelmente. Em sua frente uma mesinha, com livros e revistas espalhados, logo atrás vinha uma imensa lareira. Aos fundos da sala a parede era de vidro e dava em uma sacada com uma vista espetacular de Chicago.

A esquerda da entrada, estava a cozinha, com um balcão que a separava da sala. Havia uma mesa redonda de jantar bem na frente da parede de vidro. Nas paredes, de tons beges, havia quadros de diversos tipos e tamanhos. O chão era revestido por um tapete marrom, bem grosso.
—Uau— é só o que consigo pronunciar.

Connor apenas acha graça e caminha na direção da cozinha, onde deixa as suas chaves, retira seu relógio e os coloca em cima do balcão.
—Quer alguma coisa?—pergunta.
—Água, por favor.

Caminho em direção à varanda. A vista daquele lugar era simplesmente hipnotizante, as luzes, a movimentação dos carros e das pessoas lá em baixo, o vento que soprava, eram coisas que proporcionavam certo encanto.
—Aqui— Connor me entrega um copo— É lindo, não é? Normalmente prefiro coisas mais simples, me contento com pouco, desde que me sinta confortável. Mas quando encontrei esse lugar, essa vista na verdade, não tive como não comprar— ele me abraça por trás, beijando meu pescoço. Involuntariamente, acabo tentando me esquivar, começando a ficar nervosa, de novo.

Connor me puxa, fazendo com que ficasse em sua frente, percebo que ele está me olhando preocupado.
—Sarah, você está bem?— ele afaga meu rosto.
—Estou meu amor. Só me sinto um pouco cansada— respondo colocando a minha mão em cima da sua e lhe dando um sorriso, que ele retribui.
—Não sabe como estou feliz de ter você aqui, Sarah. Como eu esperei para ter você ao meu lado, te tocar, te abraçar— ele aproxima nossos rostos— Te beijar— sussurra com uma voz rouca e acabo com a distância que nos separa. O beijo é calmo, sem malícia, com carinho e apaixonado.

Somos obrigados, a nos separar, quando o ar falta em nossos pulmões. Connor me encara, sorri e me solta, andando em direção ao sofá, onde começa a tirar os sapatos.
—Então, em qual hotel você está? Estava pensando que podíamos passar por lá amanhã e pegar suas coisas.
—Realmente vou precisar de uma muda de roupa, não aguento mais usar esse vestido.
—Também não aguento mais te ver com ele— responde me lançado um olhar malicioso, acabo corando— Vamos amanhã de manhã pegar todas suas coisas e trazer elas para cá.
—P-para cá?— me engasgo com a água.
—Sim— ele diz— Se está em um hotel, significa que ainda não conseguiu um novo apartamento. Não vou permiti que fique em um hotel, quando tenho esse enorme apartamento a nossa disposição. Na verdade, se você quiser, pode ficar por aqui mesmo.
—Não acha que está muito cedo para pensar em morarmos juntos?
—Eu sei que pode parecer precipitado, mas se formos analisar a situação, estamos à meses tentando entender o que sentíamos um pelo outro, enrolando e prolongando uma coisa que poderia ter acontecido a muito tempo atrás. Se eu não tivesse voltado para Chicago, provavelmente, nunca teríamos admitido o que sentíamos e você sabe disso. Não quero mais ficar longe de você, Sarah.

Fico em silêncio e o vejo levantar, vindo em minha direção.
—Cada minuto que passa, fico mais viciado na sua presença— ele para em minha frente— No seu cheiro— coloca seu rosto na curvatura do meu pescoço, seu nariz encosta-se a minha pele e sinto-o inspirar profundamente, meu corpo amolece— Do seu toque— entrelaça uma de nossas mãos— Do seu corpo— sua mão desliza sobre mim até minha cintura— Do seu gosto— sua língua percorre meu pescoço, prendo a respiração— Da sua pele— morde meu queixo, fecho os olhos involuntariamente— Olhe para mim Sarah— ordena.

Sinto um frio na espinha, sabe lá Deus como, mas só a voz desse homem me faz amolecer por inteira, meu coração bate em um nível desenfreado, minha respiração está descompassada. Abro os olhos e dou de cara com aquelas íris azuis hipnotizantes. Mordo os lábios e ele faz uma careta.
—Você está mordendo os lábios— repreende-me.
—Desculpe— fico envergonhada e quando vou abaixar a cabeça, ele me impede.
—Não precisa ficar com vergonha, Dra. Resse. Mas, é que todas as vezes que te vejo mordendo os lábios, sinto vontade de mordê-los também, bem forte.

Prendo a respiração.
—Vamos— ele diz e me puxa pela mão.
—O quê?— exclamo.

Entramos em um enorme corredor.
—Vamos para o meu quarto, quero arrancar esse seu vestido.

Paraliso.

Connor caminha em direção a ultima porta do corredor, abrindo-a e entrando no cômodo. Alguns segundos depois, ele reaparece e me encara.
—Tudo bem?— pergunta.

Engulo um seco.                                      —Acho que precisamos conversar.
—Que tal mais tarde? Temos que terminar aquilo que começamos no carro— ele se aproxima e me beija com urgência, demonstrando todo o desejo que exala de seu corpo.

Sinto meu corpo ser prensado contra a parede, nossos corpos estão colados um ao outro. Uma de suas mãos fica em meu cabelo e a outra percorre meu corpo, das costas até a cintura, avançando mais um pouco até chegar à curva da minha bunda, onde aperta com certa força. Connor me pressiona ainda mais junto a parede, forçando seus quadris contra mim para que sentisse sua ereção.

Sem parar o beijo, um gemido rouco, escapa de meus lábios. Droga, quem eu queria enganar? Como poderia negar? Eu desejava esse homem, o queria como nunca quis ninguém. Ele me fazia sentir coisas que nem conseguia imaginar serem possíveis. Com uma palavra me fazia gemer e ficar completamente excitada.

Agarro-o pelos braços, incrivelmente musculosos e subo minhas mãos até seu cabelo, puxando gentilmente, arrancando um gemido de Connor. Começamos a nos mover, sem partir o beijo, indo em direção ao quarto.

Noto suas mãos irem até o zíper do meu vestido, começando a abri-lo. A peça começa a ficar frouxa em meu corpo e sinto-a escorregar, mas antes que ela possa cair, a seguro e quebro o beijo.
—Connor...
—Hum?— ele pergunta enquanto distribui beijos em minha nuca, me fazendo, esquecer por alguns segundos, o que eu lutava, internamente, para falar.
—E-eu...—um gemido escapa quando sinto sua língua deslizar sobre meu colo, parando próxima aos meus seios.

Ele retoma o beijo, me levando para próxima da cama. Até que o sinto puxando meu vestido.
—Não— sussurro, mas ele parece não me ouvi, já que está mais concentrado em morder o lóbulo da minha orelha.

Mais uma vez puxa, já impaciente, o vestido e escuto o tecido rasgar. Nessa hora retomo a consciência e o empurro para longe, ele me olha estarrecido.
—Eu disse não— falo tremula. A expressão em seu rosto me faz querer sumir —Desculpe, eu não queria fazer isso— falo envergonhada.
— Mas que porra é essa, Sarah? O que aconteceu? Você não quer? É isso?— pergunta, tentando esconder a frustação.
—Não!— digo desesperada e ele me olha ainda mais confuso— Eu quero muito Connor— me aproximo dele e passo as mãos em seu rosto, sentindo meus olhos marejarem— Mas eu preciso confessar uma coisa.
—O que houve Sarah? Por que está chorando? Foi alguma coisa que eu fiz? Alguma coisa que disse?— pergunta desesperado.
—Não é nada com você— uma lágrima escorre e ele leva sua mão ao meu rosto.

Sorrio para ele, sem graça e tento reunir minhas forças para contar a verdade. Céus! Aquelas benditas palavras nunca foram tão difíceis de dizer.
—Não precisa falar, se não se sentir bem.

Ele me olha com carinho e preocupação. Parece triste em me ver daquele jeito, frustrado, mas visivelmente desesperado por não saber o que fazer. Suspiro pesadamente, o encaro e resolvo falar de uma só vez.
—Eu nunca dormir com ninguém, Connor.

Sua mão desce do meu rosto, ele dá um passo para trás, sua boca se abre em completo espanto, os olhos ficam arregalados e parece prender a respiração.

Fico com vergonha e abaixo a cabeça.
—Nunca?— sussurra.
—Nunca.

O tempo para, nenhum de nós dois toma qualquer iniciativa. Minha vontade é de sumir da sua frente e fingir que aquilo nunca aconteceu, não consigo levantar a cabeça para olhar seus olhos. Sabia que aquilo não daria certo. Ele era mais velho, muito mais experiente do que eu, nunca iria ficar com uma garota insegura e desengonçada, sua atitude só fazia confirmar isso.

Alguns minutos se passam e começo a sentir as lágrimas se acumulando, não queria mais ficar alí, só queria ir embora e sumir no mundo. Sentia-me arrasada, talvez humilhada e bastante envergonhada.

Antes de cair no choro em sua frente, engulo o seco, respiro fundo e começo a fechar o zíper do vestido, mas antes que consiga terminar, sinto as mãos de Connor sobre a minha, impedindo-me de continuar.

Levanto a cabeça e o encaro, assustada.
—Desculpe por minha reação— ele diz e senta em uma poltrona que havia no quarto— Eu só não esperava por isso, Sarah— ele suspira e passa as mão nos cabelos.
—Eu sei, com certeza é difícil encontrar uma mulher de 25 anos que nunca transou— falo com raiva.

Termino de fechar o vestido e caminho em direção a porta, desistindo de segurar as lágrimas. Assim que chego na porta, as mãos de Connor, mais uma vez, me impedem.
—Não chore, por favor— ele me puxa para um abraço, tento relutar, mas por fim, acabo cedendo— Não é questão de ser virgem ou não, meu amor— ele se afasta e segura meu rosto, para que eu o encarasse— Céus, Sarah! Você já se olhou no espelho? Já notou como é linda? Seu corpo, seu rosto, sua pele, seus cabelos, seu sorriso, tudo em você é perfeito, não apenas falando da beleza física, você é doce, gentil, carinhosa. Qualquer homem iria querer você. Eu só fiquei surpreso, me desculpe.
—Fiquei com medo e com vergonha, por isso não lhe contei antes. Tive receio de como seria a sua reação. Deve ser acostumado com milhares de mulheres aos seus pés, todas lindas, mais velhas, mais experientes e sexualmente ativas— engulo um seco antes de prosseguir— Se quiser terminar comigo, juro que vou entender, também não iria querer ficar com uma pessoa insegura, medros...
—Pare!— ele me interrompe— Não estou com você por sexo, Sarah. Gosto de você, da sua companhia, de nossas conversas, de está te conhecendo aos poucos. Gosto do quê você é, e não do que vai ou não me proporcionar na cama. Minha reação foi babaca e por isso te peço perdão.
—O que nós temos, esses sentimentos, essa coisa que sinto aqui dentro, nunca vivi algo parecido com ninguém. Desde quando nos conhecemos Connor, sentir que você era diferente. Meus ex-s não me fizeram sentir, um terço do que você me provoca. Sempre me sentia insegura e desconfortável quando qualquer um deles tentava ir mais á frente.
—Se quiser, podemos apenas dormir, como daquela vez em Minnesota, lembra? — confirmo com a cabeça— Não vou te forçar a nada, Sarah. Vamos seguir seu tempo, quando se sentir preparada nós tentamos.

Um sorriso bobo escapa de meus olhos, não resisto em lhe dá um selinho.
—Não quero esperar. Já falei que com você é diferente, sempre foi e por isso sei que não vou me arrepender. Só preciso que seja um pouco paciente comigo e ir com calma, ok?

Ele não fala nada, apenas sorrir e me puxa para um beijo delicado, me guia para a cama, suas mãos abrem meu vestido, que vai caindo graciosamente, deixando-me apenas de lingerie. Sinto meu rosto esquentar e Connor sorrir.
—Linda— ele sussurra em meu ouvido, sinto um arrepio.

Ele para em minha frente e começa a observar meu corpo, me fazendo ficar ainda mais sem graça.
—Você é linda, Dra.Reese— ele murmura e me puxa para um beijo, novamente.

Gentilmente ele me deita na cama, ficando por cima de mim. Seus beijos começam a descer indo para o meu pescoço, depois meus seios, até minha barriga. Sua língua refaz o caminho feito por ele antes, me fazendo gemer.

Apoio minhas mãos em seus cabelos, puxando-o delicadamente, enquanto tento acalmar a minha respiração. Ele me encaram por um breve momento e começa a desabotoar sua blusa, jogando-a em seguida em qualquer canto do quarto. Voltamos a selar nossos lábios, minhas unhas cravam em sua pele e o escuto gemer.

Connor levanta e tira a calça, mordo os lábios quando vejo sua ereção.
—Você está mordendo os lábios, Dra. Reese?— ele pergunta arqueando as sobrancelhas.
—Desculpe— murmuro, fazendo-o rir.

Ele inclina-se sobre mim, puxa, delicadamente, minha perna direita, distribuindo mordidas em cada canto, parando em minha virilha, onde passa a língua e morde com força. Caio sobre a cama gemendo, minhas mãos agarram o lençol. Connor deposita beijos suáveis em minha barriga, subindo aos poucos até beijar meus lábios de novo.

Sem romper o beijo, ele se senta na cama me puxa para ficar em seu colo, enrosco minhas pernas em sua cintura e quando nossas intimidades se tocam acabamos gemendo. Suas mãos deslizam em minhas costas e vão até o fecho do meu sutiã, abrindo-o. A peça vai caindo devagar fazendo meus seios ficarem a mostra, apesar de está completamente envergonhada, controlo a vontade que sinto de cobri-los. As mãos de Connor vão até eles e começa a massageá-los, fazendo com que enrijeçam.

Algum tempo depois rompemos o beijo, ele abaixa a cabeça e começa a chupar, delicadamente, meu seio direito, enquanto desliza uma mão para acariciar o outro, fazendo pequenos círculos ao seu redor. Um gemido alto escapa de meus lábios e sinto que vou ficando cada vez mais molhada, puxo os cabelos de Connor e me ajeito em seu colo fazendo com que nossos sexos se friccionem de novo.

Ele morde um de meus seios, com o polegar e o indicador aperta o outro, jogo a cabeça para trás, puxando seus cabelos, sentindo minhas pernas amolecerem ao redor de sua cintura.

Voltamos a nos beijar, Connor me deita gentilmente na cama, ficando por cima de mim, suas mãos percorrem minha cintura, passando pelos meus quadris até chegar lá. Sinto um choque elétrico passar por todo meu corpo.

Por cima da calcinha ele começa a fazer círculos ao redor do meu clitóris, me estimulando. Arquejo, rompo o beijo, cravo minhas unhas em sua costa e tento regularizar minha respiração. Sinto como se estivesse pegando fogo por dentro, tenho a sensação de que a qualquer momento vou convulsionar.

Um grito alto me escapa e sinto minha calcinha encharcar. Havia tido, pela primeira, um orgasmo. Meu corpo todo relaxa, minhas forças parecem sumir, meu coração bate em um ritmo descompassado e minha respiração torna-se irregular.
Céus, aquilo havia sido incrível.

Connor se levanta, colocando as mãos nas laterais da minha calcinha começando a tira-la devagar, jogando-a no chão. Curva-se sobre mim, fazendo um caminho de beijos até próximo a minha virilha, arrepiando-me. Ergue-se novamente e retira sua cueca, revelando seu membro.

Meu Deus!

Volta a se inclinar, apoiando as mãos em cada lado de minha cabeça, ficando suspenso sobre mim. Nossos rostos ficam colados, nossos olhares se encontram novamente, seus olhos possuem um brilho e uma tonalidade mais escura, dando-lhe um ar extremamente sexy.
—Tem certeza?— me arrepio com sua voz rouca.

Levo minhas mãos até seu rosto e sorrio docilmente.
—Por favor— sussurro.

Ele continua a me encarar, como se procura-se firmeza e confiança em minhas palavras, em seguida deposita um beijo em cada uma de minhas mãos, dando outro em minha testa.
—Eu te amo— murmura.
—Eu também te amo, Dr. Rhodes— falo e ele sorri, como se aquilo fosse a confirmação do que queria ouvir.

Connor posiciona seu membro na entrada de meu sexo, penetrando lentamente e começa a gemer. Vou sentindo um certo desconforto, que vai aumentando a cada vez que ele entra mais um pouco.
—Ai! — queixo-me.

Ele para, me dá um selinho e sussurra em meu ouvido:
—Me desculpe. No começo pode ser um pouco desagradável, mas logo vai passar.

Ele volta a me penetrar e, quando percebo que já introduziu tudo, fica imóvel, esperando que eu me acostume com a sua presença dentro de mim. Agarro seus braços, procuro seus lábios e começamos um beijo lento e apaixonado.
—Vou começar a me movimentar, tá bom?— ele me olha preocupado e eu assinto com a cabeça.

Lentamente ele retira seu membro de dentro de mim, fechando os olhos gemendo, voltando a me penetrar. Um ruído baixo escapa de minha boca e ele para, me encarando.
—Tá doendo muito?
—Não— minto— Está tudo bem, continue.

Sinto seu peso sobre mim quando ele se apoia em seus cotovelos, fazendo com que eu fique pressa em baixo dele. Connor entra e sai, bem devagar, mas conforme vou me acostumando com sua presença, passo a mover meus quadris contra os seus.

Nosso ritmo aumenta e a sensação estranha, que sentia antes, transforma-se em prazer.

Connor passa a investir com mais força e vai acelerando as estocadas. Cravo meus dentes em seu ombro, fazendo ele gemer, minha pernas se envolvem em sua cintura e eu o puxo para um beijo, ele morde meus lábios inferiores com força e acabo soltando um grunhido.

Nossos gemidos vão ficando cada vez mais altos, nossos corpos estão banhados de suor. Minha respiração acelera a medida que seu ritmo, constante, vai me dando mais prazer.

Connor beija minha boca, meu queixo, meu pescoço, sobe para a nuca e mordisca minha orelha. Noto sua respiração ficar mais ofegante a cada investida.

Meu corpo começa a tremer, fecho os olhos sentindo a estranha sensação de algo preencher meu ventre, meu corpo vai ficando rígido.
Sarah— ele geme em meu ouvido, isso faz com que eu exploda com ele dentro de mim, atingindo o clímax, gritando seu nome bem alto.

Connor dar uma última investida e fica imóvel, geme e goza. Sinto seu líquido me preencher, me causando a impressão de estar completa.

Céus o que havia sido aquilo?

Como uma coisa assim poderia ser tão boa?

Nossas respirações estão ofegante, nossas testas coladas uma na outra, o único som audível no quarto é as batidas voluptuosa de nossos corações. Abro os olhos e nos encaramos por um tempo, era como se eu pudesse ver sua alma, as íris azuis estavam mais claras e emanavam um olhar doce. Connor deposita um beijo em minha testa e começa a sair, bem devagar, de dentro de mim. É uma sensação estranha e acabo estremecendo, ele parece notar e me encara apreensivo.
—Eu te machuquei? — pergunta e coloca uma mecha do meu cabelo para trás da orelha. Não posso evitar de abrir um enorme sorriso.
—Não, você foi incrível! Eu nunca pensei que isso poderia ser tão bom— ele sorrir.
—Podemos repetir, se quiser, Dra. Reese— ele diz com um sorriso sacana.

Inverto nossas posições, ficando por cima.
—Com certeza nós vamos repetir, Dr.Rhodes— falo mordiscando seus lábios.

Minha insegurança e medos ficaram para trás, dando vaga para uma das melhores sensações do mundo: ser amada.

E foi assim que passamos o resto da noite, nos amando, trocando carícias, conhecendo cada vez mais o outro.

Quando o sol começava a aparecer no horizonte, descansei a cabeça em seu peito, completamente esgotada. Connor passa o braço em minha cintura, segurando-me forte contra ele. Nossas respirações estão ofegantes.

Delicadamente, ele puxa o lençol sobre nós, deposita um beijo em meus cabelos e sussurra um “Eu te amo”, segundos depois vejo que já caiu no sono. Sorrio, é a única coisa que não consigo parar de fazer.

É ali que percebo que talvez os demônios e pesadelos de Chicago poderiam ser deixados para trás, se transformando em esperança e uma nova realidade.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se encontrarem algum erro me avisem e peço que me perdoem, escrevi o capítulo pelo celular, já que meu notebook está pra assistência. Espero que tenham gostado ❤ Não deixem de COMENTAR.....



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Head Above Water" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.