Roommates escrita por weasleyyys


Capítulo 2
Apartment


Notas iniciais do capítulo

RELOU PESSOAS
Eu to tão feliz que vocês comentaram que resolvi postar hoje skkskskskd
Sério, muito obrigada a todos que separaram um tempo da vida pra ler a história, que estão acompanhando e interagindo comigo sz
Eu tenho umas observações pra fazer antes de começar o capítulo, então só vai:
1- Eu revisei isso aqui varias vezes, mas como eu já venho pensando nessa história há muito mais tempo, algumas coisas estão bem claras na minha cabeça, mas às vezes pode ser que não estejam tão claras quanto deveriam no capítulo escrito. Então, se vocês tiverem alguma dúvida podem pedir nos comentários que eu respondo bem de boa. Se encontrarem algum erro ou contradição, me avisem também!
2- Eu sei que geralmente não é permitido levar comida no avião, mas resolvi ignorar isso pra esse capítulo skkskskskd ke
Acho que é isso mesmo, espero que gostem!



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Liz

 

Eu e Luke provavelmente formávamos a dupla mais cara de pau que existia. 

 

Estávamos no mesmo voo para NY, mas os assentos ficavam distantes. Por algum motivo, ele decidiu que a viagem seria uma boa oportunidade para nos conhecermos. 

 

Já que vamos ser colegas de apartamento e coisa e tal, você sabe. 

 

Por isso, um pouco antes de o avião decolar, ele andou até onde eu estava acomodada, ao lado da janela, e se dirigiu ao homem sentado ao meu lado, no banco do meio. 

 

— Desculpe incomodar o senhor—, ele começou, e fiz de tudo para não revirar os olhos. — Mas, se não for incômodo, você se incomodaria de trocar de banco comigo? Minha amiga aqui e eu não conseguimos pegar assentos perto um do outro.

 

Essa coisa de ser educado não parecia funcionar muito bem com o Luke. O homem o olhou estranho, provavelmente pelo excesso de flexões do verbo 'incomodar' usados, mas assentiu, se levantando. Luke o direcionou para seu antigo assento, se sentando ao meu lado.

 

— Pronto — ele piscou, colocando um iPad em cima da mesinha do avião, como um advogado orgulhoso de ter encerrado um caso. 

 

De repente, uma mulher de meia idade se sentou no banco ao lado de Luke. Ela era gordinha e tinha a pele morena, e seus olhos tinham um ar meio louco. 

 

— E aí? — pediu, sorrindo para nós. 

 

— Oi — sorri de volta, sem saber o que fazer.

 

— Ah, isso é lindo — ela disse, nos encarando. 

Não entendi muito bem do que ela estava falando, e não achava que era da aparência de Luke. — Vocês são namorados? Nova York é tão-

 

— Não somos namorados. — Respondi, antes que ela começasse a citar os lugares mais românticos de Nova York. — Estamos indo para a faculdade.

 

— Ah —, ela pareceu entender. — Cara, o bicho é brabo na faculdade. Vão ter que estudar para caramba, tão me entendendo?

 

— Hã, é — Luke parecia tão pasmo quanto eu com a mulher. Ela parecia ter passado tempo demais com adolescentes de quinze anos. Ou com rappers, vai saber. — Também vamos dividir um apartamento.

 

— Bacana — ela comentou, dando uns chutes no banco da frente. Fiquei com pena dos passageiros. — E você é daqui, Dylan?

 

Luke e eu franzimos a testa, tentando descobrir o que exatamente havia de errado com aquela mulher.

 

— Hã... meu nome não é Dylan — ele respondeu, meio incerto. Porque né, nunca se sabe se sua mãe tatuou na sua cara sem querer o nome Dylan. Sempre fica a dúvida. — É Luke.

 

— Hum — a mulher o analisou, como se ele fosse um daqueles grounders de The 100. Sim, eu podia fazer essa comparação: também fiquei meio chocada quando eles apareceram, e com Luke não foi muito diferente. — Seus pais erraram feio nisso aí — ela  continuou, horrorizada. Luke franziu a testa, sem entender.

 

— Quê?

 

— Na escolha do seu nome! — a mulher balançou a cabeça. — Você definitivamente não tem cara de Luke. Dylan é bem melhor.

 

Nisso eu tinha que concordar. Luke pareceu meio escandalizado, mas ela já havia perdido interesse nele, e se voltava para a pessoa obviamente mais interessante ali: eu. 

 

— E você, querida? Qual seu nome?

 

— Liz — Respondi, e Luke pareceu lembrar de uma questão importante.

 

— Aliás, seu nome de verdade é Elizabeth? Ou Elizandra? Ou-

 

— Meu nome de verdade é Liz, idiota. — Bufei. Era cada pergunta. Me voltei novamente para a senhora. — E qual seu nome?

 

— Penélope! — Ela falou, e eu não consegui evitar uma careta.

 

— Nossa, o que sua mãe tinha contra você? — exclamei, e não me orgulho muito disso. Luke, felizmente, reentrou na conversa.

 

— Não ligue para a Liz, Penélope. Aviões deixam ela meio... — em vez de continuar a frase, ele demonstrou através de gestos, girando o dedo perto da cabeça, dando a entender que eu era a fora da casinha do papo. 

 

— Não, não, ela está certa! Sempre achei que eu tinha cara de Gerusa, mas...

 

Antes que algum de nós pudesse dizer mais alguma coisa, o piloto anunciou que a viagem iria começar, então eu coloquei o cinto e olhei para baixo. 

 

— Como você consegue fazer isso? — Luke me olhou como se eu estivesse dançando na capota de um carro enquanto fazia malabarismo (coisa que eu já havia feito, mas ele não precisava saber. Na verdade, a história até que é engraçada. Me pergunte depois). 

 

Me voltei para ele, erguendo a sobrancelha. 

 

— Fazer o que?

 

— Olhar pra baixo — ele se inclinou um pouco na direção da janela, se encolhendo para trás novamente. — Meu Deus, eu sou jovem e lindo demais pra morrer.

 

Revirei os olhos. Garotos eram tão dramáticos.

Logo estávamos tão alto que olhar pra baixo perdeu a graça, e me virei para Luke. 

 

— Então, quer começar a procurar um apartamento? — assumi que como iríamos viajar por um tempo – levava cerca de três horas de Washington, onde estávamos,  até Nova York –, poderíamos começar a procurar um imóvel.

Luke assentiu, e abriu seu iPad, conectando com o Wi-Fi do avião. 

 

No site em que estávamos fuçando encontramos um apartamento legal, praticamente todo mobiliado,  e com dois quartos. Ficava no quinto e último andar de um prédio daqueles bem nova-iorquinos de tijolinhos, perto da faculdade e de uma padaria, o que achei ótimo. O aluguel também não era caro, por isso já agendamos para ir hoje no final da tarde visitar e muito provavelmente fechar o negócio. 

 

Quando terminamos, metade da viagem já havia passado, e Penélope tinha dormido, aleluia. 

 

— Assiste Netflix? — Luke me pediu, o que era a mesma coisa que pedir se eu respirava. 

 

— Dã. — Respondi, e ele abriu o aplicativo. Me animei. Talvez aquilo desse certo no final: eu fugi da minha madrasta louca, consegui entrar em uma faculdade legal, tinha um colega de apartamento e um apartamento, e tinha Netflix. Não era nada mau. — Qual você tá assistindo no momento?

 

Ele deu de ombros. 

 

— Nada. Terminei Lost semana passada, e não sei o que começar agora.

 

Eu sabia.

 

— Coloca The 100, é lindo.

 

Luke colocou, e começamos a assistir. Era ótimo viciar alguém em uma série. 

 

『✦』 

 

Parei na frente do prédio por um momento e encarei a janela do quinto andar, imaginando como eu faria pra caminhar até lá com as doze malas que tinha.

Sim, você leu direito. Doze malas.

 

Pra mim isso era algo normal, já que eu estava me mudando, mas Luke estava pasmo. 

 

— Por que você precisa de tanta coisa? — Pediu, curioso. — Eu só precisei de duas malas pra trazer tudo o que eu tinha.

 

Ele estava tão sem ideia que senti uma pontada de pena. Resolvi dar uma esclarecida em sua mente ingênua. 

 

— Você, por ser garoto, provavelmente precisa de bem menos coisas. Eu trouxe roupas, sapatos, maquiagem, uns livros, travesseiros, cobertas, e essa beleza aqui... —, apontei para uma mala preta enorme e sorri. — Cheia de comida.

 

— Você trouxe uma mala cheia de comida? — Luke arregalou os olhos, admirado, e assentiu com seriedade. — Quanta sabedoria.

 

Ri, o imaginando como um pequeno Jedi.

 

— Vamos levar essas tralhas pra cima. — Decidi, levantando uma mala. 

 

O fato de o prédio não ter elevador podia até ser algo bom: assim perderíamos a barriguinha. 

 

Chegando lá em cima, eu e Luke paramos na porta, encarando o apartamento. Realmente, era bem legal. A porta de entrada dava para a cozinha e para a sala, que ficavam separadas por uma bancada. Havia uma janela enorme na frente da pia, e mais para dentro da cozinha havia a lavanderia. Depois da sala, um corredor levava aos quartos, que eram suítes (graças a Deus), e a um outro lavabo.

 

Na verdade, eu ainda não tinha visto os quartos. Só sabia que eram suítes por causa das informações do site. De onde estávamos, plantados na porta, só dava para ver a cozinha, a sala e o corredor. 

 

Eu e Luke nos entreolharmos, o mesmo pensamento percorrendo nossas mentes. Dei um sorrisinho bobo pra ele, do tipo "nem pense nisso", e saímos correndo. 

 

Passei por um quarto, que ficava na metade do corredor, e enfiei a cara lá dentro. Era de tamanho médio, com paredes brancas, um guarda-roupa de madeira, umas prateleiras e uma escrivaninha. Registrei tudo isso em meio segundo, já correndo para o próximo quarto, que ficava no final do corredor. 

 

Era um pouco maior que o outro, e as únicas diferenças eram as paredes rosas e um guarda-roupa branco.

 

Luke deve ter visto minha cara, porque berrou, mesmo sem olhar o segundo quarto:

 

— Quero esse! — Apontou para o quarto de paredes brancas, já se jogando na cama de casal. 

 

Merda. Eu não devia ter abandonado o primeiro quarto. Odeio rosa. 

 

— Certeza? — Pedi, tentando o fazer mudar de ideia. — Esse é maior e...

 

— Rosa. — Ele completou, sorrindo. — É perfeito pra você, Liz!

 

— Já te falaram que você é um pé no saco? — Pedi, curiosa.

 

— A maioria das garotas me acha incrível. — Luke comentou, e revirei os olhos, entrando no meu novo quarto. 

 

『✦』 

 

O fato de o prédio não ter elevador não era algo bom. Eu me sentia uma porca que havia acabado de fugir de um assalto, e percebi que eu era sedentária demais. 

 

Luke também não era maromba nem nada, mas ele tinha, hã, dez malas a menos para carregar.

 

Tudo bem, admito que ele se ofereceu para me ajudar, mas eu falei não. Sim, eu recusei. Não pelo fato de que eu era mulher e conseguia me virar sozinha e bla bla bla, mas porque eu sabia que se ele fosse me ajudar, daria um jeito de roubar minha comida. 

 

Por isso eu estava carregando minha quinta mala pelo terceiro andar, quase morrendo, quando decidi deixar ela ali e descer para pegar outra, que devia estar mais leve. Depois eu voltaria para terminar o serviço com aquela. 

 

Naturalmente, fiz o mesmo processo com a mala que peguei, a deixando no segundo andar, e fui levando as outras malas para dentro do prédio, as carregando enquanto tivesse vontade e as largando por lá quando desse na telha. 

 

Pelo menos elas não iam ficar lá fora, correndo o risco de serem roubadas. Ali dentro as chances de furto eram menores, até porque vivíamos em um prédio com pessoas (provavelmente) civilizadas, e haviam câmeras. 

 

Quando todas as malas estavam espalhadas pelo prédio, resolvi subir e tomar um banho pra ver se a sensação de ser uma suína vazava do meu ser. Depois me joguei no sofá e comecei a escutar música, lendo as mensagens que havia recebido. 

 

Meu pai perguntava se eu havia chegado bem e se estava tudo certo. Respondi rápido que sim e que tinha alugado um apartamento para dividir com um amigo.

 

Cora tinha enviado umas dez mensagens de voz gritando comigo, então resolvi ignora-la.

 

Por último, Emma, minha melhor amiga desde o oitavo ano, estava me pedindo detalhes e fotos de Nova York. Falei que tiraria fotos depois, mas que até agora eu estava adorando. 

 

Cara, eu ainda não conseguia acreditar que estava mesmo aqui. Tudo era tão novo e diferente para mim, que nunca tinha saído do Texas. Era uma chance de começar de novo e ser melhor. Também era a chance de fugir de meus irmãos chatos e minha madrasta chata, mas isso se classifica nos fatores que vão me tornar uma pessoa melhor, então né. 

 

Com esse pensamento feliz, me deixei relaxar e caí no sono. 

 

Quando acordei, já eram sete da noite, e eu estava com um buraco negro no meu estômago, então resolvi procurar pelo prédio minha mala mais importante: a da comida.

 

Porém, quando cheguei a cozinha, me deparei com todas as minhas doze malas ali, no chão, em frente à porta. Luke as devia ter carregado para dentro. 

 

Me aproximei devagar delas, e abri a que queria, dando uma olhada dentro. Provavelmente qualquer outra pessoa não perceberia, mas eu sabia de cada coisa que havia posto lá dentro, por isso sabia que três barras de KitKat estavam faltando. 

 

O desgraçado roubara meus doces.

 

                   —


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Notas finais do capítulo

LARGUEI E SAÍ CORRENDO PAJEJWKDDJAKS
O que acharam? Estou esperando vocês nos comentários!



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