Lovely Death Angel escrita por Jibrille_chan
Notas iniciais do capítulo
Adiantei. /hum Amanhã u vou atualizar de novo o/ *samba*
As recepcionistas já estavam se cansando de ver a minha cara. Eu ia visitá-lo todos os dias, já que o médico achou melhor ele ficar um tempo internado, para observação. E eu sabia que ele não ia sair dali, assim como eu sabia que suas convulsões estavam ficando mais fortes. Não deixava que ele visse, mas meu desespero crescia a cada dia.
Era uma peça de muito mal gosto do destino: eu me aproximar justamente da pessoa que eu levaria. Não sabia mais quem é que estava brincando comigo, o destino, Uriel, Deus. Só o que eu sabia é que não havia como evitar aquilo. Não há como evitar a morte.
Entrei na capela do hospital, me sentando em um dos bancos, tentando pensar. Kouyou estava tendo outra convulsão e os médicos estavam tentando controlá-la; eu no quarto só atrapalharia. Suspirei, cansado. Ele só tinha mais três dias e eu não sabia o que fazer.
- Irônico como as coisas são, não é?
Ergui meus olhos, assustado, encarando novamente aqueles olhos azuis penetrantes. Ela estava de pé, ao meu lado, o vestido rodado imaculadamente branco com rosas azuis bordadas próximas à barra do vestido. E daquela vez, seu sorriso era triste.
- Não acho que seja irônico. Acho que é cruel.
Ela fechou os olhos, acenando afirmativamente com a cabeça e sentou-se ao meu lado.
- Sabe... desde o começo, era você quem iria buscá-lo. Claro que você não sabia, essa informação só é liberada pouco antes da pessoa em questão morrer. Mas o que realmente não estava previsto era que vocês dois acabassem se apegando tanto.
Fiquei observando-a enquanto ela falava; olhava pra frente, a tristeza um tanto visível no seu olhar, espelho da minha própria.
- O primeiro encontro de vocês não teria como ter sido evitado, no hospital. Mas o resto... eu já não posso dizer a mesma coisa. Tem um ditado que diz que "no tear que tece as nossas vidas, não existe pontas soltas".
- O que isso quer dizer?
- Que não existem acasos. – ela sorriu. – E que cada encontro, por mais curto que seja, é revestido de significados, e pode mudar tudo. O nosso encontro é um exemplo disso.
- Por que foi falar comigo aquele dia, se sabia desde o começo o que eu era?
- Ah, bem... Achei seus pensamentos muito intrigantes. Não que eu tenha me esforçado para lê-los, eles simplesmente chegaram até mim. Foi divertido conversar com você, que nem sabia quem eu era.
- Divertido? – ergui uma sobrancelha.
- É cansativo ser tratado com muita pompa o tempo todo, sabe? Você conversou comigo como se eu fosse uma mortal.
Fiquei encarando-a, aquela lógica distorcida dela não me fazendo muito sentido. Depois suspirei de novo, enterrando o rosto nas mãos.
- Eu não sei o que fazer, Mizuki-chan.
- Bom, você tem que cumprir o seu papel, não é mesmo?
- Mas eu não quero.
- Hm... talvez... talvez haja um jeito.
Ergui a cabeça, olhando a minha última esperança de salvar Kouyou.
- Mas, como você sabe... nada é de graça, Aoi. Salvá-lo terá um preço.
- Que preço?
- Suas asas, seus poderes... sua imortalidade.
- E o que acontece com ele?
- Renasce, oras. – ela sorriu brilhantemente.
- Eu troco. Se eu puder ficar com ele... eu troco.
Ela sorriu mais animada, até demais pro meu gosto.
- Ótimo! Então vá buscá-lo!
- O que, agora?
- É!
- Mas ainda faltam três dias para que ele...
- Ele vai sofrer muito nesses últimos dias, Aoi. Faça o que eu estou dizendo, obedeça aos mais velhos!
Foi a minha vez de sorrir.
- Sabe, você não impõe muito respeito com essa estatura. Mas vou fazer o que você está mandando.
Levantei-me, saindo da capela, não sem antes vê-la estirando a língua pra mim e sorrindo. Respirei fundo, tentando arrumar coragem não sei de onde para fazer aquilo. Buscar a alma de uma pessoa querida. Aquilo... realmente doía.
Fui atravessando portas e paredes, até chegar ao quarto de Kouyou. Via seu espírito parado ao lado do seu corpo, observando a cena com uma careta de desgosto. Os médicos e enfermeiros estavam rodeando a maca, tentando medicá-lo.
- Kou?
Ele olhou pra mim e arregalou os olhos.
- Aoi? Mas o que...?
- Eu... vim te levar.
- Levar? Mas...?
Ele olhou para o seu corpo, confuso. Caminhei até o seu lado, abrindo as asas negras.
- Eu sou anjo da morte, Kou. E fui designado pra vir te buscar.
- Eu... vou morrer agora?
Fechei os olhos, acenando afirmativamente para ele e depois encarei o chão. Ele me abraçou e escondeu o rosto na curva do meu pescoço.
- Queria ter ficado mais tempo com você.
- Verdade?
- Sim.
Sorri, beijando o topo da sua cabeça, e só o que vi depois foi muita luz, além de uma queimação quase insuportável nas costas. Quando abri meus olhos, eu estava deitado de bruços no chão do apartamento de Kouyou, a dor nas costas ainda latente.
Olhei ao redor, e só o que vi foi uma cesta. Me aproximei, observando o bebê que descansava tranqüilo ali. Ele abriu os olhos e me sorriu, aquele sorriso que eu já conhecia muito bem.
- Bem-vindo de volta, Kouyou.
Continua...
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Enquanto isso, nos bastidores...
Uriel: ¬¬ Gabriel, você está defasando o meu exército! u_ú
Mizuki: Ah, qual é! Deixa de ser chato! ò_ó Acha mesmo que eu iria deixar esses dois separados? Nunca! *defensora de casais impossíveis*
Uriel: u_ú Vai ter que me arrumar um substituto.
Mizuki: Isso é fácil ¬¬
Uriel: Hunf! ù_ú *inconformado* Mas é brincadeira, nego vem mexendo no meu exército a torto e a direito, sem nem pedir permissão...
Mizuki: Ai, seu anti-romântico! Olha que lindo casal que eles são! *-* *aponta Aoi e Kouyou*
Uriel: ¬¬' Sei, sei... Sabia que você violou um monte de regras, ne? 8D *idéias malignas em mente*
Mizuki: Se sim u.u E você vai ficar quietinho aí. Ou eu jogo praga pra você se apaixonar por um mortal também ò___ó9
Uriel: PÁRA DE JOGAR MACUMBA, GABRIEL! >:O *se encolhe*
Mizuki: u.u Deixa os dois em paz.
Conflitos celestiais o_o/