Lovely Death Angel escrita por Jibrille_chan


Capítulo 8
Capítulo 07


Notas iniciais do capítulo

Ae! Domingo eu vou atualizar de novo. Dessa vez é sério ._.'



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Um mês já havia se passado, mas para mim parecia um ano. Um mês com todos os tipos de surpresas, desde pequenas festas escondidas na ala pediátrica (porque houveram outras) até a providencial visita de seus pais. E de fato, eles eram muito simpáticos.

Mas tinha algo me perturbando muito. As dores de cabeça de Kouyou agora eram muito mais freqüentes, e ele demorava um pouco mais para voltar de cada desmaio. Eu insistia para que ele procurasse algum especialista, ou que pelo menos me dissesse o que diabos ele tinha, mas ele simplesmente dizia que não era algo pra me preocupar.

Bati na porta do seu apartamento, tentando parecer não tão abatido nem preocupado com sua saúde, esperando que ele abrisse. Alguns segundos mais tarde a porta se abriu, e a visão que tive me fez cair num acesso de riso incontrolável. Kouyou e seu avental de ursinhos.

- O que? É bonitinho, ta? – ele resmungou.

- Você... você realmente é uma criança, Kou.

- Isso se chama "influência do meio". Trabalho com elas o dia todo.

- Continua sendo adorável.

Ele corou levemente, e eu ri mais um pouco.

- Toma, isso é pra você.

Lhe estendi uma caixa, adornada com um laço. Seus olhos brilharam em cima da caixa.

- Pra mim? O que é?

- Abre que você descobre.

Ele abriu a caixa, um sorriso enorme se formando no seu rosto ao se deparar com bombons.

- Chocolate!

- Sim. Com avelã. São seus favoritos, não são?

- Sim! Obrigado, Aoi!

E sem pensar duas vezes, ele se atirou nos meus braços, me dando um abraço quente e carinhoso. Eu tentei retribuir à altura, aspirando seu perfume adocicado. Lentamente foi me soltando, depois foi me puxando até a cozinha, deixando sua caixa de bombons sobre a mesa.

- Olha, eu não sabia o que cozinhar, então improvisei um yakisoba mesmo, tem problema?

- De forma alguma, Kou.

- Ah, que bom!

Ele abriu o armário, pegando os pratos. Me levantei para ir ajudá-lo, mas ele dispensou a ajuda com um gesto. Deu a volta, ainda com o seu sorriso infantil, e começou a colocar os pratos na mesa. Eu apenas o observava, tentando conter aquele sorriso bobo que se formava no meu rosto. Ele colocou os dois pratos na mesa e depois parou, as mãos se fechando.

- Kou? Tudo bem?

Ele acenou afirmativamente com a cabeça, uma das mãos se apertando sobre a têmpora.

- Kou, por favor, me diz a verdade.

Sua respiração subitamente se acelerou, e eu me levantei, segurando seus ombros. E, como eu esperava ele perdeu os sentidos, sendo aparado por mim. Mas daquela vez algo estava estranho. Espasmos percorriam seu corpo, e eu nunca havia visto aquilo, pelo menos não de perto.

Comecei a entrar em desespero, sem saber o que fazer. Ele se contorcia, como se estivesse levando pequenas cargas elétricas, um filete de sangue escorrendo pelo nariz. Deitei-o no chão, pegando apressado o telefone e chamando uma ambulância.

Depois sentei no chão ao seu lado, abraçando-o forte até que a ambulância chegasse.

Sentei novamente na cadeira da sala de espera da emergência do hospital, inquieto, tentando saber de alguma coisa. Assim que um médico fez menção de vir para perto de mim, me levantei, indo até ele.

- Como ele está?

- Calma, rapaz. O doutor Takashima está melhor, só está um pouco fraco pela convulsão.

Acenei afirmativamente com a cabeça, passando uma mão pelos cabelos.

- O que ele tem? Já perguntei inúmeras vezes, mas ele não quer me dizer.

- Ele... Ele não te falou? Ele tem um tumor no cérebro, que está crescendo gradativamente. Não sabemos precisar ao certo quanto tempo de vida ele tem.

Senti o chão sumir debaixo dos meus pés. O médico pareceu se preocupar por um instante; provavelmente eu estava pálido. Tentei pensar em alguma coisa.

- E... não se pode remover esse tumor?

- Seria uma operação extremamente delicada, e mesmo assim não saberíamos se todo o tumor foi retirado, não do jeito que está. Infelizmente... não podemos fazer nada. O doutor Takashima irá morrer.

Engoli em seco, tentando achar a minha voz.

- Vocês sabem quanto tempo ele ainda tem?

- Não sabemos ao certo. O tumor cresceu para áreas internas do cérebro, não temos noção exata de seu tamanho.¹

- Eu posso vê-lo?

- Claro. É o quarto à direita no fim do corredor.

Acenei novamente com a cabeça e fui apressado até seu quarto. Ele estava sentado, entretido com a televisão. Estava usando uma camisa de uniforme dos médicos, já que a sua deveria estar manchada de sangue. Parecia tão calmo. E ali, sobre a sua cabeça, eu podia claramente ver os números dançando, me informando o que o médico não sabia dizer.

O tempo que restava a Kouyou.²

Senti meus olhos ficarem úmidos, e ele virou a cabeça na minha direção.

- Aoi?

Fui até ele, as lágrimas caindo pelo meu rosto, e o abracei como se aquilo pudesse salvá-lo. Ele só tinha mais duas semanas. E se eu estava vendo o tempo que restava a ele, só podia querer dizer uma coisa: eu era o anjo que iria buscá-lo.

Continua...


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Notas finais do capítulo

¹ Eu non sei absolutamente NADA de medicina. Aliás, biologia é a matéria que eu mais detesto .__."
² Efeito Death Note 8D~ *apanha*
E só pra constar, non faço idéia de qual seja o chocolate preferido do Takashima. Então eu coloquei o meu *_*