Lovely Death Angel escrita por Jibrille_chan


Capítulo 7
Capítulo 06


Notas iniciais do capítulo

Pra compensar meu atraso D: Eu vou postar 2 capítulos o/



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O que eu mais detestava em regras de hospitais era a proibição de comida. Digo, se você reparar bem na expressão dos pacientes, vai perceber que aquela gororoba sem sal é quase tão mortal quanto a doença deles. Certo, isso é um pouco de exagero... mas comida de hospital definitivamente era algo que eu não gostaria de provar.

Eu queria fazer uma pequena surpresa para Kouyou. E claro, contava com uma ajuda especial: as crianças internadas, que eram seus pacientes. Bem, não foi realmente difícil convencer uma dúzia de crianças a encher balões e esconderem um bolo confeitado. Muito pelo contrário. Parecia que aquelas crianças precisavam de algo pra se divertirem.

E ali eu entendi o porquê de Kouyou ter escolhido aquela profissão. E o porquê de compararem crianças com os anjos de asas brancas (eu definitivamente não me encaixaria naquela definição). A alegria delas era contagiosa, o riso enchia a sala e penetrava até nas personalidades mais ácidas e ranzinzas.

O quarto estava irreconhecível com balões pendurados, fitas coloridas e eu torcendo para que nenhum enfermeiro mal humorado aparecesse antes de Kouyou. Me sentei ao pé da cama de uma menina aparentemente muito habilidosa em dar nós nas bocas dos balões, observando-a e tentando aprender.

- Mas como é que você faz? – perguntei pela quinta vez.

- Assim, tio! Você puxa aqui, com cuidado, aí passa por aqui e pronto!

- Assim?

Comecei a imitá-la, mas no primeiro puxão, o balão escapou da minha mão, voando pelo teto do quarto, fazendo as crianças rirem com vontade. O balão pousou no chão em frente à porta, no exato instante em que ela se abriu. Por um segundo eu fiquei estático, com medo de quem seria. Mas aqueles fios loiros não me enganavam.

- Mas o que... Aoi?

Os olhos de Kouyou estavam do tamanho de pratos, e no instante seguinte as crianças o puxavam pra dentro e fechavam a porta, para garantir que ninguém acabasse com a festinha particular. Ele ainda me olhava, sem entender nada. Eu sorri, vendo-o ser puxado até uma cama desocupada, onde as crianças o sentaram.

- Tio Takashima! A gente vai fazer uma festa pra você!

- Uma festa? – ele olhou para o pequeno, com uma sobrancelha erguida.

- É! Tio Aoi disse que você estava triste e que precisava de uma festa!

Ele me olhou com o sorriso mais lindo e mais brilhante que eu já havia visto no rosto de alguém. E tinha certeza de que aquela imagem iria ficar gravada na minha memória.

- Você é louco, Aoi!

- Eu faço o que eu posso. Temos um bolo, não temos? – perguntei aos pequenos e eles saíram em disparada para pegar o o bolo e os utensílios de plástico devidamente tomados emprestados do hospital.

- Aoi, como você conseguiu entrar aqui com um bolo? – ele perguntou, se aproximando de mim. – Se algum enfermeiro vir...

- Eu tenho os meus truques.

Ele riu, e depois me olhou com seus olhos brilhantes como a tempos eu não via.

- Obrigado. Por tudo.

Eu não sabia o que responder ou como responder, e felizmente fui salvo pela chegada do bolo. Em menos de cinco minutos, a visão que se tinha era de rostos lambuzados de chantilly, e nem eu nem Kouyou saímos ilesos. Pelo menos éramos os menos sujos, já que as crianças pareciam estar cobertas de chantilly. O bolo já estava acabando quando a porta se abriu novamente, e a enfermeira-chefe entrou.

Um silêncio profundo reinou, seguido de uma barulheira infernal de todos querendo se explicar ao mesmo tempo. A mulher, uma senhora um pouco acima do peso, de meia idade, teve que quase gritar para que nós a ouvíssemos. Então desatou a fazer um sermão enorme, tão chato que eu nem prestava atenção.

Mas não tinha problema de ouvir tudo aquilo, ou se eu passaria as próximas horas limpando tudo e dando banho em todas as crianças. Tinha valido a pena só pelo sorriso que eu havia ganhado de Kouyou.

- Eu ainda não acredito que você fez isso, Aoi!

Já era tarde da noite, e eu o acompanhava até sua casa, a pé mesmo.

- Ah... Foi divertido, apesar de termos sido pegos em flagrante.

- Nossa... Acho que fazia muito tempo que eu não levava uma bronca daquelas...

Eu apenas ri, dando de ombros.

- Pelo menos deu tudo certo. Fiquei com medo que você tivesse que sair do hospital ou algo assim.

- Bom que você só pensou nisso depois.

- Ah... É.

Foi a vez dele de rir, então paramos em frente ao prédio onde ele morava.

- Mesmo assim, obrigado, Aoi. Me diverti muito. Até com a bronca eu me diverti!

- Que bom. Era essa intenção. Digo, não a bronca, mas que você se divertisse.

Ele abaixou levemente a cabeça, um pouco sem jeito. Depois voltou a me olhar, sorrindo.

- Então... Boa noite, Aoi.

- Boa noite, Kouyou.

Fiquei ali, parado, vendo-o entrar no edifício e sumir pelo hall. Definitivamente, tinha valido a pena.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Vamos ao próximo! o/ *samba*



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