Ironias do Amor escrita por Lyse Darcy


Capítulo 13
CAP 13 – A Dor Irônica de Ser Abandonado


Notas iniciais do capítulo

Galerinha linda v~á desculpando os erros que por ventura encontrarem beijos!



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O olhar perdido do homem fitava o caminho que a garota traçou sem hesitar ou olhar para trás e isso o deixou vazio e o chão de seus pés por um momento sumiu. Nesse interim, aprumou a postura, ergueu sua cabeça e olhou a todos de modo altivo e marchou de volta a sua sala. Os demais abaixaram as suas cabeças e seguiram com suas atividades.

Dentro do recinto caminhou passos incertos até a sua mesa e espalmou suas mãos sobre a bancada de mogno e apoiou todo o peso de seu corpo sobre os braços abaixou a cabeça e cerrou os olhos com muita força e, sentia que toda a sua força e convicção se esvaindo. Repassava cada cena vivida momentos atrás como se fosse um filme.

Sua mente vagueava e parava sempre no mesmo ponto. O momento fatídico em que disse a garota que amava ‘que iria destruí-la’. Um sentimento de raiva crescia e tomava conta do seu ser. Sentia uma força pungente em querer destruir tudo a sua volta como um escape das emoções, porém um pensamento o impediu. Levantou a cabeça e aprumou o tronco e se dirigiu aos Recursos Humanos.

O sujeito imponente vestido todo de negro abre a porta da sala, e encontrou um homem roliço de bochechas carnudas o olhou com receio aquela estranha visita, então o homem que mal cabia em seu terno falou vacilante.

— Bem-vindo ao setor. Em que posso ser útil? – O sujeito orgulhoso o olhou com indiferença e ordenou.

— Quero ver os arquivos da senhorita Jakkes, agora! – O homem no terno pequeno o fitou com pavor e assentiu com a cabeça. E se levantou até a estante de ferro e recolheu dela uma pasta com a etiqueta JAKKES, Rey, assim a trouxe para junto do advogado que a tomou abruptamente e falou num tom de ameaça.

— Não fale com ninguém sobre minha pesquisa, entendido! – O funcionário dos recursos humanos assustado apenas concordou com a cabeça e viu o homem todo voluntarioso sair dali de modo ríspido.

Novamente em sua sala caminhou até a sua mesa sua mente não se fixava em nada totalmente perdida, nesse momento se sentou e pousou o arquivo no tampo de mogno, ele cresceu em expectativa em abrir aquele ficheiro, quando uma voz masculina o interrompeu.

— Ora! Ora! Que espetáculo acabamos de assistir, não foi mesmo?! – Falou num tom provocativo e observou que o homem sentado tinha algo em sua posse, olhou atentamente e viu o nome da garota no arquivo, deu um sorrisinho contido, e continuou. – Eu não pude deixar de relatar esse incidente ao doutor Snoke, que ficou muito curioso em saber detalhes do acontecimento com os dois estagiários. – E completou em puro triunfo. – Ele quer ver o doutor agora!

O homem tentou disfarçar o desconforto crescente, mas se empertigou em sua cadeira tentando guardar a pasta sem que o outro visse do que se tratava, mas já era tarde demais. O sujeito ruivo se mostrava displicente, no entanto sabia de quem se tratava aquele arquivo. Assim o homem com a pasta na mão pousou ela em uma gaveta aleatória e, saiu rapidamente sem verificar se o outro havia saído também.

O emproado permaneceu na sala só alguns instantes a mais. Tempo suficiente para tirar da gaveta algo que parecia ser muito promissor. Dobrou a folha e colocou no bolso interno do seu paletó e saiu do local com um ar de satisfação.

(...)

Na sala de um homem arrogante estava o advogado com o semblante abatido e sem convicção, o mais velho observava cada movimento e expressão do ser que se aproximava de sua mesa e com um gesto educado o convidou a se sentar e se pronunciou.

— Muito bem meu jovem, o que tem a me dizer sobre o incidente com os estagiários nessa tarde? Devo me preocupar? – A pergunta parecia óbvia, porém estava carregada de segundas intenções que o homem mais moço percebeu, precisava ponderar bem como iria responder aquela inquisição, que mais parecia uma armadilha. Olhou para o sujeito enrugado sentado à sua frente que olhava friamente e respondeu.

— Não precisa, doutor Snoke. Tudo está tudo sob controle. – A velha raposa o encarava como que o lendo por dentro. Deu um sorriso ácido para o jovem a sua frente e falou secamente.

— Espero que o que ocorreu essa tarde no escritório, mais precisamente nos recursos humanos não atrapalhe em nosso caso I.C.A. E que esses estagiários não nos tragam problemas. – O sujeito falava com o intuito de deixar Ben sem saída e que tomasse alguma ação, pois o homem de olhos azuis gélidos não admitia erros ou evasivas.

— Não irão atrapalhar. Vou garantir que isso não aconteça. – E pela primeira vez em todos esses anos no escritório de Snoke, Solo respondeu com uma evasiva, dado que ainda precisava estudar e saber até onde Rey sabia daquela ação e, o mais importante até quanto o ‘traidor’ havia falado acerca do assunto com a garota.

O homem velho não esboçou confiança nas palavras do seu locutor, porém esboçou um sorriso sinistro e com um olhar pétreo falou sombriamente.

— Assim espero, pois do contrário tenho a sua cabeça em minhas mãos. – O mais moço engoliu em seco, porque considerou que tinha que resolver aquela situação o mais rápido possível, precisava convencer a garota a se retratar e voltar atrás, mas para isso precisava ganhar sua confiança novamente. Nesse interim, o advogado mais velho de ar soturno disse secamente.

— Isso é tudo. Quero que resolva de uma vez por toda essa situação incomoda com os estagiários e, não quero mais ouvir falar desse assunto. Agora pode se retirar.

O mais jovem meneou a cabeça em concordância e deu as costas ao seu superior e rumou para a sua sala rapidamente. Ao chegar próximo, avisou a sua assistente que não queria ser interrompido em hipótese alguma, adentrou no recinto e fechou com um girar de chave para garantir nenhuma intromissão.

Caminhou até a sua mesa apreensivo, e se sentou baixou sua vista até a gaveta e abriu e puxou a pasta com a etiqueta JAKKES, Rey, a abriu devagar como se estivesse desarmando uma bomba e sacou os papéis que tinha dentro, notou que havia uma carta de desligamento da parte de Rey escrita a punho, descartou-a por um momento e continuou a vasculhar os documentos. Olhou o papel timbrado com uma clínica médica, nem se deu conta quem assinou tal atestado nem a letra contida ali, apenas leu o que dizia tal papel.

Olhava tudo aquilo com muita avidez sem ao menos atentar aos detalhes, verificou a CID do atestado e teclou e logo surgiu no écran de seu dispositivo eletrônico que se tratava de anemia, respirou fundo aliviado por não se tratar de algo pior, mas revirou todos os papéis ali, no entanto, não encontrou a cópia do exame. Onde será que estava? Será que o rapaz do RH havia falhado em recolher os arquivos? Será que ela voltaria para entregar? Esses pensamentos tomaram a sua mente, sentia uma necessidade incomum de ver aquele exame.

Assim tornou a olhar o papel timbrado e uma onda de alívio percorreu por todo o seu corpo ao se dar conta de quem cuidou de sua Rey foi a sua amiga de longa data.

(...)

O homem ruivo em sua sala olhava um documento com uma porção de números, letras e porcentagens, que mais o deixava confuso do que esclarecia precisava decifrar aquele material, ali poderia encontrar algo valioso para poder dar as cartas e jogar com Solo e ter aquele homem sob domínio.

Então olhou para o seu computador e digitou aquelas letras e números e clicou e, no primeiro momento tudo normal e nos resultados subsequentes de sua pesquisa foram todos iguais, assim começou a desanimar, porém havia muita coisa ali a ser estudada desse modo, olhou ao redor e pensou em pedir ajuda, mas precisava ser cauteloso, porque não queria que ninguém soubesse daquela empreitada, necessitava de alguém externo daquele lugar para o ajudar.

O homem agora pensava friamente em como fazer isso sem levantar suspeitas e, como usar esse material para destruir de uma vez por todas Ben Solo, ele riu maquiavelicamente ao imaginar tal situação, pois havia uma ligação estranha entre a estagiária e o advogado e precisava saber o que era. Levantou-se da mesa deu uns passos em direção de uma janela e riu maleficamente quando viu um homem todo de preto sair freneticamente pelo estacionamento e pensou consigo: ‘seus dias estão contados doutor Solo’.

(...)

O caminho para casa era pesado e indefinido tudo ao seu redor parecia estar caindo. Os olhos estavam vermelhos e o rosto inchado de tanto chorar se sentia muito fraca. O trio viajava em silêncio até o apartamento das duas garotas, então o rapaz quebrou o mutismo ao dizer.

— Acha que o esquentadinho pode mesmo nos prejudicar? – Olhava as garotas com puro medo, com isso a jovem de sardas o fitou sem muita vontade e disse fracamente.

— Tirando algum impedimento que ele cause em nos formarmos, acho pouco provável ele fazer algo efetivo que nos prejudique, em todo caso podemos conversar com o doutor Skywalker e a juíza Organa. Eles podem falar com mais propriedade sobre o assunto. – O moreno a fitou e percebeu o semblante abatido da amiga e tornou a falar.

— É verdade você tem razão. Faltam poucos meses para nos formar. Pediremos o apoio deles. – Receou em continuar, mas precisava saber, daí acrescentou. – E seu exame o que você realmente tem? Está tudo bem? – Ao ouvir aquilo a garota estremeceu e ficou totalmente pálida, dessa forma olhou para a amiga que viajava ao seu lado e a japonesa interferiu em defesa da garota.

— Ela está com anemia e precisa de um tratamento longo e um acompanhamento médico, mas ela vai ficar bem. – Sorriu amarelo ao dizer aquela meia verdade. A outra soltou o ar dos pulmões em alívio.

— Ok! Mas não deixe de se cuidar e qualquer coisa me avise. – Sorriu e falou calmamente tornando seu tronco para frente e olhando novamente para o caminho.

Chegaram ao apartamento das meninas e os três se despediram e elas entraram no hall do prédio, enquanto que o rapaz entrou no Uber e seguiu viagem rumo à sua casa.

A garota de sardas cruzou a porta do apartamento como um trem bala e foi direto para o seu quarto e desmoronou na sua cama e agarrou seu travesseiro na esperança de encontrar algum consolo e apoio, assim a oriental entrou no cômodo calmamente e se sentou na beirada da cama e falou amavelmente.

— Querida amiga, não fique assim tão deprimida, sei que tudo isso é uma grande mudança em sua vida, mas precisa ser forte por você e pelo meu afilhado. – Sorriu ternamente enxugou a gota salgada que teimava em cair e alisou o seu ventre e a japonesinha com isso pousou sua mão sob a mão da garota e devolveu o sorriso meigamente.

— Com toda a certeza você será a madrinha do meu bebê! – As duas se abraçaram com lágrimas nos olhos, não de tristeza, mas de pura alegria e afeto. Rose enxugou o pranto da amiga, e disse de modo convicto.

— Você sempre terá a minha amizade e o meu apoio. – Baixou a vista e voltou a olhar a amiga nos olhos esverdeados e inchados e falou. – Você precisa falar com Ben Solo que ele é o pai, não importa a reação dele, no entanto, ele tem o direito de saber. – Pegou na mão da jovem de cabelo avelã e acariciou suavemente, com isso se levantou da cama e, antes de sair do quarto da jovem concluiu.

— Pense muito bem! E com muito carinho sobre isso. – Piscou e deu um sorriso sincero e, então fechou a porta. Enquanto que a garota sentada na cama sorriu e assentiu com a cabeça.

Quando a amiga saiu do ambiente e a deixou com os seus pensamentos, ela teve uma sensação de que algo estava para acontecer, que lhe escapava, colocou seus dedos em cada têmpora e os massageou: ‘Por que será que estou com tal pressentimento? ’

(...)

Um homem totalmente agitado estacionou em frente a uma clínica médica, desligou o veículo e saiu rapidamente em direção do saguão e cruzou o local e foi falar com a recepcionista. Que o olhou e falou de modo automático.

— Hora marcada, senhor? Em nome de quem? – O sujeito enervado tentou se controlar, porém respondeu de modo ríspido para a jovem.

— Não tenho! Quero falar com a doutora Christie agora mesmo! – A funcionária arregalou os olhos ao se dar conta de tamanha rudeza do homem a sua frente e tudo que pode fazer foi concordar com a cabeça e pegar o fone digitar alguns números e falar.

— Doutora Christie tem um senhor ... – Olhou para o sujeito malcriado para saber o seu nome e ouviu dele secamente e reproduziu para o interfone. – Ben Solo. – A garota colocou o fone no gancho e de modo receoso falou.

— Pode seguir esse corredor, terceira porta a esquerda. – O homem a olhou duramente e seguiu o caminho indicado.

Chegou a porta e entrou intempestivamente no local e uma mulher alta e loira o olhava divertidamente e fala animadamente.

— Só você mesmo para vir assim igual a uma tempestade, assustar a pobre recepcionista e entrar subitamente. – Sorriu e completou. – A que devo a honra para tal visita ilustre! – O homem respirou fundo para não vomitar suas vontades para a amiga, mas falou ainda um pouco exaltado.

— Preciso de sua ajuda. Posso contar com você?

A mulher o olhou de modo divertido sabendo que ele nunca agia assim tão passional, intuía que o que ele iria pedir era algo importante, ao menos para ele. Com isso respondeu.

— Diga Ben no que posso te ajudar? – Ela continuava o encarar animadamente e fez um gesto para ele se sentar, então caminhou até as cadeiras arrastou uma e se sentou e falou, agora um pouco mais controlado.

— Se trata de uma paciente que você atendeu há alguns dias ... – A olhou seriamente e continuou. – O nome é Rey Jakkes é estagiária no escritório veio para cá doente e, teve três dias de afastamento. – Falava de modo ansioso e continuou. – Ela está muito doente? É algo sério? – A mulher de jaleco branco o fitou e respondeu brandamente.

— Todos os resultados dos exames foram para o escritório para ela justificar a ausência, acredito que nos arquivos do escritório vai estar uma cópia que satisfará sua curiosidade em relação ao diagnóstico da paciente. – Olhou alegre sabendo que a estagiária era muito mais do que ele havia mencionado. Juntou os dois pontos da história e falou jocosamente.

— E tem mais, não posso falar sobre pacientes com terceiros vai de encontro com a ética profissional e quebra a confiança médico-paciente. – O sujeito ficou vermelho de raiva e se controlou para não ser grosseiro com a velha amiga, com isso ela o alfinetou.

— Aproveitando o ensejo de sua importante visita. Quero te intimar a um jantarzinho que eu e Mark vamos dar. – Sorriu e completou. – Não aceitamos ‘não’ como resposta. E pode ser que encontre alguém por lá que te anime. – Ao terminar a sentença deu uma piscadela traquina. – Ben bufou e sorriu fracamente e respondeu desanimadamente.

— Vou pensar se irei.

— Não irá se arrepender de ir.

Ambos sorriram e assim se despediram e o advogado saiu da clínica mais vazio do que antes e rumou para o seu carro. Ainda sim precisava saber sobre o que tinha acontecido a Rey, ainda não conseguia racionar essa vontade crescente dentro de si para saber sobre sua flor do deserto.  


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Notas finais do capítulo

Obrigada por acompanharem ...



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