Ironias do Amor escrita por Lyse Darcy


Capítulo 12
CAP 12 – Uma Notícia Irônica


Notas iniciais do capítulo

Desculpem os eventuais erros que escaparam ...
Boa Leitura!



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O caminho para o consultório parecia infindável a paisagem passava pela janela do carro de modo rápido de modo que a garota pensativa não conseguia fixar a vista em nenhuma paisagem, casas, pessoas, árvores, tudo passava por ela de maneira veloz. Seu olhar perdido em meio a devaneios, e assim baixou a cabeça em direção ao envelope e o alisou numa vontade repentina de abri-lo, mas a amiga sentada a seu lado a tirou de seus pensamentos.

— Rey, você não está nem um pouco curiosa de abrir o envelope e saber o que tem nele? – Ria divertidamente para a jovem que alisava o envelope que devolveu o sorriso e respondeu.

— Não tenho muita vontade de saber, e para falar a verdade estou me sentindo bem melhor.

— Se fosse eu já teria rasgado tudo e lido o que tinha dentro. – O moreno sorria no banco do carona enquanto pronunciava aquelas palavras, e o latino ao volante ria ao ouvir a conversa do trio, então olhou pelo retrovisor interno a garota de sardas e falou.

— Então, você tem o que afinal?

— A médica disse que suspeitava de anemia e falta de descanso. – Sorriu e voltou a olhar pela janela e tornou a falar. – Assim o que tem aqui nesse envelope é a confirmação disso. E não se preocupe eu estarei pronta para começar amanhã no estágio. – O homem ao volante sorriu amplamente e consolou a jovem.

— Não se aflija Rey, não foi isso que eu quis dizer, e todos aqui sabemos que você é uma garota de garra e vai se empenhar, ninguém duvida disso. – A olhou mais uma vez pelo retrovisor e emendou. – Só desejo que seja o que for que tenha nesse envelope, não seja nada sério. – A garota voltou a olhar para frente e sorriu fracamente.

(...)

Adentraram no saguão da sala de espera do consultório a jovem avançou até o balcão onde se encontrava a recepcionista, enquanto que os demais se sentaram para aguardar. A garota de sarda respirou fundo e pousou sua mão no tampo de granito e falou.

— Boa tarde! Tenho hora marcada com a doutora Christie. – A moça de coque e terninho a fita por sobre os óculos por uns instantes e depois voltou a sua atenção ao écran do computador a sua frente e tornou a falar.

— A consulta está marcada em nome de quem?

— Jakkes, Rey Jakkes. – Sorriu ao falar assim porque se lembrou do espião mais célebre de todos os tempos. A jovem a sua frente não demonstrou qualquer sinal de riso ou coisa semelhante em relação àquela pequena piada. Apenas disse.

— Sim você está agendada. Pode aguardar que será chamada. – Sorriu mecanicamente e voltou seus olhos para alguns papéis sobre sua mesa, assim a garota saiu do balcão e voltou para o trio que a esperava.

— Obrigada, Poe por nos dar carona até aqui, mas você precisa voltar para o seu trabalho, depois eu dou notícias como foi aqui. – Sorriu e olhou para o moreno e completou. – E você também tem que voltar para o seu estágio, deve estar mais que encrencado por não ter ido hoje, a gente se encontra lá, além disso estou com a Rose, daí todos nós voltamos juntos. – Nesse momento as garotas entrelaçaram os braços e a oriental concordou com um menear de cabeça e um sorriso nos lábios. E antes que os rapazes fizessem qualquer interjeição. A garota falou firmemente.

— É sério vamos ficar bem, podem ir cada um aos seus afazeres. – E sorriu cordialmente. Os rapazes se entreolharam e sorriram em resposta e se despediram das jovens e nesse instante a recepcionista chama a garota de olhos esverdeados.

— Senhorita Jakkes pode seguir até o consultório da doutora.

A garota voltou-se para a voz feminina que a chamava e fez um sinal de que que já estava a caminho e, tornou a olhar os rapazes e se despediu de cada um com um abraço e um agradecimento pelo apoio e seguiu com Rose até a sala da médica. Bateu na porta suavemente e em seguida entrou juntamente com a japonesinha.

Dentro do consultório a mulher loira de estatura alta estava sentada fazendo pequenas anotações, quando ergueu a vista se deparou com a dupla de garotas a sua frente, sorriu e falou.

— Não fiquem aí paradas. – Para quebrar o gelo se levantou e deu alguns passos em direção das meninas, então pousou um beijo no topo da cabeça da oriental e disse. – Seu irmão e eu estamos com saudades suas. Está comendo direitinho? Precisa de algo? Dinheiro? – Rose ficou muito acuada com todo aquele bombardeio e, então falou.

— Eu estou bem. – Ela emendou. – Lisa, não é por mim que estamos aqui. É sobre a Rey. – Nesse momento a loira sorriu e olhou para garota de sardinhas e olhos que evidenciavam um pouco de apreensão e falou.

—Você fez o exame que te mandei? E conseguiu o resultado que ótimo! – Estendeu a sua mão para receber o envelope das mãos da paciente e, tornou a se sentar em sua mesa e enquanto abria o envelope fez um gesto com as mãos para que as meninas se sentassem e, elas atenderam a solicitação da mulher alta que nesse momento lia o resultado do exame com seus óculos de leituras. Enquanto isso a garota de olhos esverdeados ruía as unhas em pura ansiedade, que até aquele momento não sentia todo o peso do momento em seus ombros. A médica terminou de ler o laudo, sorriu de canto de boca enquanto devolvia os papéis para o envelope e pronunciou o resultado.

— Como suspeitava, além de uma anemia, você tem algo mais. – A garota arregalou os olhos e a médica sorriu e a acalmou. – Não fique apreensiva, não está com uma doença séria, é bem verdade que agora precisa se cuidar muito mais por causa desse “serzinho” que está aí dentro. – Sorriu ao dizer aquilo, a garota estava em choque ao ouvir aquele resultado não conseguia absorver aquela informação que saía da boca da médica que emendou. – Parabéns para a futura mamãe. – Tudo aquilo parecia surreal, um sonho, não era verdade o que a mulher de jaleco dizia, percebendo a surpresa da jovem a consolou.

— Não se preocupe, minha jovem se você seguir minhas recomendações e tomar o complexo vitamínico com ferro que receitar e, muito importante se alimentar bem, vai ficar tudo bem. – A fitava enquanto dava as suas recomendações e completou.  – Precisa descansar e não se estressar. E começar um pré-natal que pode começar comigo e depois te indico um bom obstetra. – A garota estava pálida e sorriu fracamente e pousou sua mão na barriga ainda chapada e respondeu.

— Quanto a isso não se preocupe vou seguir à risca suas orientações. – Rey olhou para a japonesinha que a olhou de volta pegando na mão da amiga em apoio e deram um sorriso cumplice. A mais velha sorriu para as amigas e falou.

— Ótimo! Vamos acertar toda a sua agenda e seu pré-natal. – Olhou para o seu computador e começou a teclar as informações necessária para a nova paciente. Ao terminar todas as receitas e solicitações de exames se voltou para a sua cunhada e falou.

— Rose, só assim para você vir me visitar. – Riu amigavelmente para a oriental e tornou a falar. – Eu e seu irmão vamos fazer um jantar para uns amigos íntimos, vai ser pequeno e queremos que você vá, ou melhor exigimos. Íamos te ligar, mas está aqui e quero aproveitar o ensejo. – Ao terminar a sentença a garota de óculos sorriu e concordou com a cabeça, aceitou, pois, gostava muito de seu irmão e não queria lhe fazer essa desfeita. A mais alta sorriu e deu uma piscadela divertida e, tornou a olhar para a garota de semblante atônito e falou alegre.

— Você também está convidada querida. Faço questão! – A garota piscou algumas vezes hesitando em responder. Então a doutora percebendo sua demora em aceitar insiste.

— Não aceito recusas, afinal, você é amiga da Rose, então sempre será bem-vinda em nossa casa. – Assim, a garota deu um sorriso tímido e meneou a cabeça num sim vacilante. A mulher ao ver aquela confirmação sorriu satisfeita e olhou para a sua parente e falou.

— Ótimo! Vou mandar os detalhes do dia e horário para o seu celular. – Com o encerramento da consulta com os receituários, recomendações e outros detalhes, o trio se despediu e as garotas saíram do consultório.

Rey estava apreensiva com o resultado que acabara de receber e que agora não era apenas ela no mundo, mas um bebê que já era uma realidade, que precisava de todo cuidado e amor, alisou involuntariamente seu ventre em um ato de carinho respirou fundo e pensou. Agora precisava ir ao último local dessa via sacra e, por fim de uma vez por todas num pedaço pequeno de sua vida, porém muito importante de sua vida. Será que se eu o ver vou conseguir ser forte? Olhou para amiga entrelaçaram os braços como irmãs siamesas a garota se cabelos avelã sorriu e disse.

— Vamos agora ao nosso último destino e, me desligar do escritório de modo oficial. – Ambas piscaram e foram esperar o Uber.

(...)

A caminho do escritório do Snoke, todas as palavras, recomendações e o resultado estavam dançando na cabeça da jovem que agora não parava de acalentar seu ventre e ter um sorriso na face e, nisso a amiga corta os seus pensamentos e faz uma pergunta que estremeceu a garota.

— Ben Solo é o pai, não é? Vai contar a ele? – Olhava a garota de sardas que parecia atordoada ao materializar aquela verdade que saía da boca de sua amiga. E agora o que fazer? Contar? Esconder? Tudo aquilo era demasiadamente incrível e novo, e a pegou completamente desprevenida, a única certeza que tinha naquele olho do furacão era que já amava aquela pequena criatura que crescia dentro dela e precisava a proteger. Avaliava tudo mentalmente e olhou para a garota de óculos a sua frente e respondeu francamente.

— Eu não sei o que vou fazer. Realmente não pensei nisso ainda e, nem consigo pensar em tudo agora.

— Realmente você vai ter que pensar muito bem e tomar uma decisão. – A amiga a olhou ternamente e completou. – E não importa o que você decida vai ter sempre o meu apoio. – Ambas sorriram, e Rey se sentiu amparada pela amiga e o restante do percurso continuaram caladas.

(...)

Ao cruzar a área comum do escritório todos os olhos curiosos pousavam sobre a garota de olhos verdes e cabelos cor de avelã. Que seguia de cabeça erguida até a seção dos recursos humanos. Seu objetivo era muito claro em sua mente deixar o atestado médico e, por fim a essa etapa a tudo isso, que lhe trouxe muitas coisas e uma surpresa que ainda precisava digerir e administrar. Mas agora não era o momento, a única coisa que precisava se focar era finalizar oficialmente seu vínculo com esse local e sair o mais rápido possível. O amigo a avistou e acenou com a mão em direção da garota que caminhava com determinação até o seu objetivo, ela o respondeu com a cabeça num menear discreto. E Rose foi para perto do rapaz que acenava.

O ruivo a observava ao longe, e deu um sorriso maligno, deu as costas e rumou ao contrário do caminho da estagiária, não pretendia cruzar o caminho da jovem, tinha outros planos em sua cabeça e rumou para os seus objetivos.

(...)

O escritório estava numa penumbra e um homem com os cotovelos apoiados na mesa e as duas mãos espalmadas cobriam-lhe a face. A mente do sujeito estava vazia não conseguia fixar em nada. Parecia que a vida estava em suspenso, sabia o que tinha que fazer, tomar uma atitude e se refazer, mas não conseguia, tudo que vinha em sua cabeça era uma garota de sardas e olhos esverdeados e, se torturava. ‘Será que ela está bem? O que será que fez ela ir a uma emergência? Minha culpa? ’  Em meio a intensos e angustiantes pensamentos uma voz masculina tira o homem de suas ponderações.

— Solo? Aqui estão os relatórios que você solicitou. – E com um olhar iníquo e um tom ácido continuou. – E mais uma coisa, sei que não se importa com entradas e saídas de estagiários, mas ...

O homem a mesa ergueu o rosto e sabia muito bem aonde o ruivo queria chegar, tentou controlar seu gênio e colocou uma voz mais displicente possível e falou.

— E porque me importaria agora com uma estagiária? – E tornou seu olhar a uns papéis fingindo ler os documentos. E falou. – Mais alguma coisa Hux? – O homem emproado a sua frente em postura de triunfo, notando que o havia atingido deu um sorriso sarcástico e o alfinetou.

— Que ótimo! Assim você não irá se importar de saber que a senhorita Jakkes está nesse momento no RH. Quem sabe se desligando desse escritório. – Olhava o homem que demonstrava nítido abalo pela notícia, o ruivo se controlava para não gargalhar na cara do sujeito derrotado.

Ben sentiu o coração palpitar ao saber que teria a oportunidade de poder ver Rey, tentar corrigir as coisas. Levantou de supetão e saiu da sala de modo intempestivo. O homem de cabelo cheio de gel riu maldosamente e agora tinha certeza de ter encontrado o ponto fraco do sujeito, que antes era inexpugnável, agora era apenas um tolo apaixonado, saiu da sala assobiando e andando calmamente, cerrou a porta e rumou para o espetáculo que em breve se iniciaria.

O recurso humano estava calmo, apenas um homem de bochechas rechonchudas e vermelhas de cabelos ondulados num terno que mal cabia nele, fazia uma jovem assinar alguns papéis e apontava a cada folha que virava e falou.

— É uma pena senhorita Jakkes estar se desligando desse escritório, é uma garota muito eficiente, vamos sentir sua falta. – A garota sorriu para o homem e, voltou a assinar os papéis indicados. Um homem alto de porte atlético e terno preto irrompe a sala e a preenche totalmente com a sua intensidade, tentando controlar seu humor para não afugentar sua Rey. Falou entredentes.

— Senhorita Jakkes!

O corpo da garota estremeceu todo ao ouvir aquela voz tão familiar aos seus ouvidos e num impulso orgulhoso, não voltou seu olhar para a voz que a solicitava. O que deixou o homem ainda mais impaciente. Ela permanecia estática olhando para o funcionário a sua frente, então respirou fundo para controlar o seu nervosismo e falou.

— Terminou? Preciso assinar mais alguma coisa? – O homem rechonchudo acenou a cabeça negativamente um pouco apreensivo com aquela situação, ela o cumprimentou e saiu do local ignorando o homem de terno que a olhava num misto de admiração e perplexidade diante da garota que o derrubou de várias maneiras. Quando se levantou tornou seu corpo em direção do sujeito alto. E ele falou num sussurro.

— Por favor! Precisamos conversar. – A garota levantou seus olhos esverdeados para alcançar os castanhos dele, ele sentiu por um momento a jovem vacilar na sua frente, então ela respondeu.

— Acho que não senhor Solo! Não estagio mais aqui.

O advogado não se deu por vencido e mais uma vez insistiu. – Por favor! – Num sussurro ainda mais baixo que berrou ao coração da ex-estagiária que estava no limite de resistir ao homem a sua frente, e o abraçar ali mesmo, o beijar e, falar que deixasse tudo para trás e começassem do zero, e o mais importante. Começar uma família, seu sonho que acalentava desde a morte de seus pais. E que agora era uma realidade precipitada, porém muito bem-vinda. Meneou a cabeça para afastar aqueles pensamentos, respirou fundo e respondeu com toda a convicção que podia ajuntar naquele momento.

— Não temos nada que conversar. – Deu as costas para o indivíduo que a chamava com o intuito deste não ver os seus olhos vermelhos prestes a desmoronar em lágrimas. O homem nesse momento em puro estado colérico e orgulho ferido esbravejou.

— Acha que você é alguma coisa? Você não é nada, é apenas uma estagiária! Eu vou destruir você! Não vai ser aceita em nenhum escritório de advocacia desse distrito eu vou cuidar pessoalmente disso!

A garota não se segurou mais levantou o olhar para o homem enfurecido a sua frente e falou em pura raiva e o enfrentou.

— Vamos ver senhor Solo! Eu é que irei destruir você e todo esse escritório egoísta e desumano que você trabalha. Pode estar certo disso! – Saiu da sala rapidamente e cruzou todo o escritório rumo à mesa de Finn e então falou.

— Estou indo não piso mais os pés aqui, você vem comigo? – O moreno a olhava atônito tudo aquilo e, nesse momento precisava decidir o que fazer e não voltaria mais atrás e nesse instante uma voz enraivecida ladrou.

— Traidor! Agora vejo quem foi que deixou vazar informações confidenciais. – O rapaz ficou em choque ao ouvir aquilo, e tentou se defender.

— Não sei do que você está falando?

— Nem perca seu tempo Finn em tentar entender esse lugar! Vamos embora. – O rapaz acompanhou Rey, pois sabia que não tinha mais espaço para ele naquele escritório. Com isso, Ben Solo vomitou.

— Vou caçar e destruir os dois!

A dupla rumou em direção da saída sem olhar para trás certos que precisariam de ajuda para se precaver, pois estavam muito próximos de se formar, dali uns três meses. E precisavam contar isso no novo estágio, talvez houvesse a ajuda necessária ali.

O ruivo que assistia a tudo silenciosamente caminhou calmamente em direção de um homem raivoso e desiquilibrado, com um ar de vitória sobre o sujeito quebrado ali na sua frente e falou num tom ameaçador.

— Espero que essa dupla não cause problemas para o caso I.C.A., o doutor Snoke não ficaria nada satisfeito de saber dessa sua mancada. – E se retirou antes que o outro pudesse argumentar. E o homem de olhos enegrecidos olhava em direção da porta e pensava numa maneira de contornar tudo aquilo.


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