Celle, o retorno escrita por Nany Nogueira
Sophie perguntou, aflita:
— Para onde será que ela levou Ellie?
— Eu tenho uma idéia. Tenho que ser rápido, maninha. Avise o papai e a mamãe quando voltarem do cinema.
— Está bem.
Cris saiu correndo, apanhou a chave do carro e saiu da garagem cantando os pneus. Pouco tempo depois estava no aeroporto de Seattle. Procurou o portão de embarque para Cambridge e viu que seu raciocínio estava correto. Mabel estava na fila do check in com malas e Ellie no colo. Ele correu para lá e pegou a filha do colo dela, sob protestos:
— Devolva-me a minha filha, você não tem esse direito!
— Tenho sim, eu sou pai!
— Sabemos que não é!
— Está escrito na certidão de nascimento dela. Quer impugnar a minha paternidade, beleza! Mas, antes disso, se você viajar com ela sem a minha autorização, será seqüestro.
— Está me ameaçando.
— Claro que não, eu nem ousaria, você é muito melhor do que eu no quesito ameaças. Como vai ser? Vai me deixar levar Ellie ou prefere um escândalo agora mesmo?
— Você venceu, por enquanto.
Mabel acompanhou Cris, com Ellie no colo, para fora do aeroporto. Entraram no carro do rapaz e retornaram ao Bushwell.
Cris sabia que Mabel iria tentar levar a filha para a casa da mãe, Melanie, em Cambridge.
Quando entraram no apartamento, Carly e Gibby já esperavam alfitos.
— Eu já ia chamar a polícia – falou Carly, nervosa, pegando a neta do colo do filho e a abraçando.
Gibby ralhou com a filha:
— O que deu na sua cabeça, Mabel? Como pode fugir com a minha neta?
Ela respondeu:
— Vocês estão me julgando e me condenado, mas o culpado aqui é o querido Cris! O bom moço! O dissimulado!
Carly se insurgiu:
— Não permito que fale assim com o meu filho!
Mabel rebateu:
— Seu filho está me traindo com a ex dele, com a minha querida prima, Isabelle!
A morena falou:
— Isso não é possível! Belinha vai se casar em Richard em poucas semanas.
A loira olhou para o marido e disse:
— Vai negar! Você mesmo me confessou!
Cris se defendeu:
— Eu nunca disse que estava te traindo, Mabel. Não vá distorcer as minhas palavras. Você me perguntou se eu havia esquecido a Isabelle e eu respondi que não, porque essa é a verdade, o que não significa que eu esteja te traindo com ela. A Belinha é uma mulher honesta e não trairia o noivo.
— Mas, se ela te desse chance, você me trairia, não é mesmo?
— Não, Mabel. Se ela me desse chance, eu me separaria de você do jeito certo.
Mabel tentou arremessar outro vaso em cima de Cris, mas errou a mira e acertou na parede. Ellie começou a chorar, assustada. Carly disse, nervosa:
— Mabel, olha a sua filha!
A loira pegou a filha no colo e tentou acalmá-la, embora a própria mãe chorasse também:
— Eu vou subir com a minha filha, já que sou prisioneira aqui!
— Ninguém está te prendendo aqui, Mabel – rebateu, Cris.
— Ah, não! Então, por que não me deixou ir embora?
— Você não estava indo embora, você estava fugindo. Pode ir, desde que faça as coisas do jeito certo.
— Qual o jeito certo?
— Realmente, não podemos continuar juntos. Vamos nos separar, estabelecer alimentos e guarda da Ellie.
— A guarda vai ser exclusivamente minha! Eu quero ir morar com a minha mãe em Cambridge, você não tem o direito de me impedir!
Carly interveio:
— Vocês estão muito nervosos, agora. Melhor descansarem, deixar a poeira baixar. Depois vocês conversam melhor.
Mabel subiu com Ellie e Carly foi fazer um chá para Cris.
Enquanto isso, no décimo terceiro andar, Sam, Freddie e os gêmeos decidiram sair para fazer um lanche e assim deixar Isabelle e Richard conversarem a sós no apartamento. Ele começou:
— O que eu fiz ou disse de tão grave para você terminar comigo assim?
— Você não fez nada, você foi perfeito, como sempre. Eu é que sou a errada.
— De onde tirou isso, meu amor? Você é perfeita para mim!
— Eu e o Cris nos beijamos! – disse ela de supetão.
— O quê? – perguntou Richard, levantando-se do sofá.
— Espero que possa me perdoar. Sei que não sou mais digna da sua confiança, por isso achei melhor terminar.
— Você quer dizer que o Cris te beijou, não é?
— Sim, ele me beijou e eu correspondi, então, nos beijamos.
— Quando foi isso?
— Na noite do jantar de noivado. Eu estava nervosa, subi no terraço para espairecer e ele apareceu lá, começamos a conversar e acabou o rolando o beijo.
— Agora eu entendi! Você estava frágil e ele se aproveitou disso.
— Não foi bem assim, Rick...
— Não precisa dizer mais nada, Belle. Vamos esquecer isso. Eu já te perdoei. Você estava frágil, só isso. É compreensível.
— Mas, não foi tudo culpa do Cris.
— Não se sinta culpada, está tudo bem, amor. Isso já passou, vamos simplesmente esquecer e focar nos preparativos do nosso casamento.
— Não sei se posso simplesmente esquecer...
— Pode sim, você vai ver.
Richard tomou os lábios de Isabelle num beijo e ela correspondeu. Em pouco tempo ele já estava deitado sobre ela no sofá aos beijos. Soltaram-se constrangidos quando ouviram a chave na porta.
Ele precisou pegar uma almofada para esconder a sua animação e ela fechou rapidamente os botões da sua camisa. Estavam vermelhos e ofegantes. Sam, Freddie, Eddie e Nick perceberam o constrangimento do casal, mas disfarçaram, oferecendo lanches.
Os dias foram passando e Cris já havia entrado em contato com um advogado para os trâmites do divórcio. Chegou o dia da audiência e ele procurou Mabel pelo apartamento, sem sucesso. Viu Ellie sozinha sobre a cama da suíte do casal e perguntou à pequena:
— Você sabe onde está a mamãe, Ellie?
— Lá, pá-pá – apontando para o banheiro.
Cris entrou rapidamente no banheiro e viu Mabel desmaiada. Sentiu o coração acelerar, pensando se ela tinha atentado contra a própria vida. Pegou a esposa no colo, pegou Ellie pela mão, colocou as duas no carro, e, em vez de ir para a audiência, conforme o planejado, partiu para o hospital.
Naquele momento, Isabelle estava fazendo a última prova do vestido de noiva, sob os olhares atentos de Carly e Sam, que a admiravam.
— Você está divina, minha filha! – disse Sam, emocionada.
— A noiva mais linda que já vi – completou Carly, igualmente emocionada.
— Mas, não me parece tão feliz. O que houve, Belinha? – indagou Sam.
— Eu estou feliz, mãe. Só estou muito nervosa! Tá bem perto, né? É um grande passo.
— Você tem dúvidas, Belinha? – questionou Carly.
— Quem não as tem, dinda? Ainda mais em grandes resoluções de vida!
— Eu não sei se deveria contar... – começou Carly.
— Agora que começou, desembucha – determinou Sam.
— Cris e Mabel estão se separando!
— O que eu tenho a ver com isso? – perguntou Isabelle, friamente.
— Pensei que suas dúvidas pudessem estar relacionadas ao Cris, já que ele mesmo disse à Mabel que não podem continuar juntos, porque não te esqueceu.
— Cris fez a escolha dele lá atrás, se está arrependido agora, o problema é dele. Eu estou fazendo a minha escolha nesse momento!
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