Celle, o retorno escrita por Nany Nogueira


Capítulo 49
Os meninos crescem




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Sam passou pelo quarto da casa de Cat onde estavam hospedados os filhos gêmeos. Não encontrou Nick, mas apenas Eddie, pensativo.

— Filho, não vai se arrumar para a sua prisão, digo, casamento? Não me diga que caiu em si e já se arrependeu?

— Ora, mamãe – disse Eddie, rindo – Se casamento fosse tão ruim assim, a senhora não estaria com o papai há quase 3 décadas, afinal, não é o tipo de mulher que se acomoda com o que é ruim, não é mesmo?

— Seu pai é insuportável, acontece que já me acostumei a ele depois de tantos anos.

— Viu? Também posso me acostumar! Vou sobreviver, como você. Aliás, você sempre foi a minha maior referência, mãe. Te admiro tanto, sempre será a mulher que mais amo nesse mundo, por isso, não precisa ter ciúme – abraçando-a.

— Quem disse que tenho ciúme, garoto convencido – empurrando o filho – Só avisei, já que tenho experiência, sou casada. Quer casar, vá em frente! Mas, arrume-se, porque quem se atrasa é a noiva.

Eddie riu ao ver a mãe se afastar, negando o óbvio e foi vestir o seu alinhado terno de noivo.

Sam saiu do quarto e deixou a lágrima contida rolar. Seu menino estava mesmo se tornando um homem. Aquele momento que parecia tão distante havia chegado.

Nick passou correndo com Ellie pelo corredor e Sam pensou: Ainda havia uma criança a ser cuidada e não era Ellie.

 - Nick, vai tomar banho e se arrumar para o casamento! Você é o padrinho! – gritou a mãe.

Poucas horas depois, a cerimônia se realizava numa sinagoga perto da casa de Cat e Robbie, já frequentada por estes.

Valentina sentia-se nervosa, com o coração acelerado e suando frio. Os conselhos dos pais e de amigos próximos afirmando que ainda eram jovens demais para se casar iam e vinham à sua mente, distraindo-a da fala do rabino.

Eddie reparou no nervosismo da noiva, segurou sua mão com firmeza, olhou em seus olhos e sorriu. Quando houve a troca de olhares, as dúvidas que pairavam nas cabeças de ambos os noivos se esvaíram, o amor era mais forte que tudo e isso era o quanto bastava para fazerem dar certo.

Ambos absortos na troca de olhares não prestaram atenção na pergunta do rabino, deixando os convidados apreensivos. O líder religioso repetiu:

— Senhor Edward Benson, aceita Valentina Shappiro como sua legítima esposa?

— Sim! – respondeu com ênfase e rapidamente o noivo ao se dar conta da pergunta.

— Senhora Valentina Shappiro, aceita Edward...

— Sim! – respondeu ela antes mesmo que o rabino terminasse – Vamos logo com isso antes que eu me arrependa – disse ela, rindo e arrancando risadas dos expectadores.

A cerimônia foi finalizada, o jovem casal se beijou sob os aplausos dos convidados.

Ellie saiu jogando pétalas de rosa, tal como entrou, já que era daminha, sendo seguida pelos noivos, que receberam chuva de arroz na calçada em frente à sinagoga.

A festa aconteceu num clube perto dali e todos brindaram, comeram, dançaram e aproveitaram a comemoração, tendo os noivos saído às escondidas para a tão aguardada lua-de-mel.

Todos acordaram depois do meio-dia na manhã seguinte e se surpreenderam com Nick já acordado, sentado no sofá da sala, com o olhar distante, sem responder aos cumprimentos dos presentes.

Sam sacudiu o filho que parecia em estado hipnótico. O rapaz reagiu pedindo que a mãe parasse. Ela indagou:

— Viu fantasma ou estava dormindo sentado e de olhos abertos? Essa é nova pra mim!

Freddie interveio:

— Calma, Sam. Deixa o garoto explicar.

— Espero que não tenha enchido a cara até não se aguentar em pé ontem à noite, já te avisei que mais uma dessa e eu ia te encher a cara de bolacha! – ameaçou Sam.

— Eu não bebi demais, mãe. Mas, você vai me encher a cara de bolacha mesmo assim.

— Então, o que aprontou para merecer as bolachas?

— Mãe, talvez eu precise ficar mais um tempo em Los Angeles, para resolver uma parada.

— Que parada?

Freddie completou:

— É, que parada? Também quero saber!

Isabelle se manifestou:

— Calma, pai, mãe, a coisa pode ser séria e Nick precisa do nosso apoio e não do nosso julgamento.

— Valeu, Belinha – agradeceu o rapaz.

Sam respirou fundo e disse:

— Está bem, fala logo, vamos te escutar calmamente.

Nick falou rapidamente e de uma vez:

— Eu vou ser pai!

Freddie pediu:

— Repete, porque eu acho que não entendi direito.

— Eu acho que também não, não quero acreditar no que eu entendi – completou Sam.

— Eu vou ser pai, a Sarah está grávida! – repetiu ele com mais calma e mais uma informação.

— Desde quando você namora a Sarah? – questionou Isabelle.

— Então, eu não namoro, mas a gente se curte tem tempo já.

— Deveriam ao menos se curtir com camisinha – disse Sam, dando um tapa na cabeça do filho.

— Ai, mãe! Eu usei, mas algo deu errado. Ora, algo deu errado com vocês também quando tiveram a Belinha.

Foi a vez de Freddie dar um tapa na cabeça do filho:

— Mais respeito, moleque! Eu fui trabalhar e você vai fazer o mesmo, para sustentar o seu filho.

— Isso se a Sarah quiser ter o bebê. Ela me disse que Jade e Beck vão expulsá-la de casa e jamais admitirão que eu me case com ela, porque Jade odeia a nossa família desde o incidente da Belinha com o Rick...

— Tudo minha culpa – lamentou Isabelle.

— Olha, não queria colocar nesses termos, mas foi sua culpa mesmo, maninha.

Foi a vez de Cris perder a paciência:

— Moleque, se alguém tem culpa nessa história é exclusivamente você, que engravidou a moça.

Sam decidiu:

— Você é uma criança que está prestes a ter outra. Mas, quem sabe vai ser até bom, para ver se cresce. Chegou a hora que eu adiei há anos. É chegado o momento de eu me entender de vez com a minha velha amiga Jade.


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