Celle, o retorno escrita por Nany Nogueira


Capítulo 21
O novo emprego




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Com o exame de farmácia nas mãos, Isabelle praticamente fechou a porta do banheiro na cara de Cris, gritando:

— Espera aí!

Cris sentou-se na cama da moça, aguardando. Até que ela saiu com o resultado nas mãos, dizendo, triste:

— Negativo.

— Oh, meu amor! Eu sinto muito! Mas, a gente vai continuar tentando.

— Talvez não seja o melhor momento. Talvez a gente tenha se precipitado. Eu te contei a história do aborto e tal...

Cris aproximou-se de Isabelle e abraçou:

— Não estou impressionado com a história do aborto, eu quero muito ter um filho com você, sempre quis. Por isso, quero continuar tentando, se você quiser.

— Está bem, podemos tentar – concordou ela, abraçando ele também.

— Não vamos desistir tão fácil.

Apesar dessa frustração, que a deixaria para baixo no restante do dia, ao final deste, recebeu uma ligação que melhorou muito o seu astral. Era de Henry, Ex-Vice-Diretor da empresa na qual trabalhava em Nova York, informando que havia acabado de abrir a sua própria empresa em Seattle e convidando a moça para um cargo muito bem remunerado.

Isabelle não conseguiu esconder a empolgação e aceitou imediatamente. Na mesma noite, contou a Sam e Freddie, que fizeram questão de sair para jantar, para comemorar.

Foram ao Pini’s, junto com Cris, Ellie, Carly, Gibby e Sophie.

Ellie quis ficar o tempo todo no colo de Isabelle.

 Cris contava a todos que ainda estava dividindo o tempo com Mabel, que não fora embora da cidade para ficar mais perto da filha. Mas, que o advogado já havia pedido a guarda provisória, que foi concedida em favor de Cris, apenas com direito de visita à Mabel. Mas, esta, com a ajuda de Melanie, havia entrado também com pedido de guarda, alegando, já ao início, que Cris não era o pai biológico.

Freddie comentou:

— Essa situação é realmente muito complicada. Se precisar de um bom advogado, temos alguns que prestam serviços para a Microsoft. Conheço a minha cunhada e ela pode ser realmente perigosa numa disputa judicial.

Carly falou:

— Ela foi muito boa quando me ajudou a ficar com o Cris. Mas, agora, está do lado oposto.

Sam se manifestou:

— Eu tenho que admitir que a nerd da minha irmã é uma das melhores advogadas de América. Você tem que se cercar de um time dos melhores advogados desse País para fazer frente a ela.

Isabelle interveio:

— Gente, assim vocês vão deixar o Cris mais nervoso.

O rapaz falou:

— Está tudo bem, amor. Eu tenho consciência de tudo isso. Mas, não vou abrir mão da minha filha, vou lutar até as últimas instâncias. Ninguém me tira a Ellie.

— Estamos juntos nessa – falou a moça, apertando a mão do namorado sobre a mesa.

Os dois trocaram um olhar e um sorriso. Carly aproveitou o ensejo:

— E esse casamento sai ou não sai?

Gibby completou:

— Sua mãe sonha com esse casamento há tempos.

Cris respondeu rapidamente:

— Vamos nos casar assim que a Mabel parar de me negar o divórcio. Já entrei com o litigioso.

— Você decidiu isso? – perguntou Isabelle – Nem me participou?

— Vai dizer que depois de tudo o que passamos ainda vai recusar o meu pedido de casamento?

— Não sei, né? Vai que você me pegue num dia de TPM.

— Eu tenho certeza de quem em breve, você passará uns 9 meses sem TPM.

Sam assustou-se:

— Belinha, você está grávida?!

— Não, mãe! – respondeu rapidamente a moça.

— Ainda não – completou Cris, rindo.

Freddie falou:

— Não quero minha filha mãe solteira.

Isabelle sentiu os ânimos ficarem exaltados e se manifestou:

— Gente, o Cris estava brincando! Nós queremos sim ter filhos um dia, mas tudo ao seu tempo. Será que podemos comer em paz agora? Até a Ellie já está assustada.

Sophia falou ironicamente:

— Ela não parece assustada.

Todos olharam para Ellie, que havia se lambuzado toda com o mousse de chocolate da sobremesa. O riso de todos à cena, quebrou a tensão do ambiente.

Na segunda-feira que se seguiu, Isabelle vestiu-se caprichosamente, de forma muito profissional, e dirigiu-se ao trabalho. Foi muito bem recebida na empresa de Henry, por ele mesmo, que logo lhe passou suas funções e lhe mostrou sua nova sala.

A moça mal acreditava que teria uma sala só para ela e um cargo de maior responsabilidade também, com menos de 25 anos. Estava empolgada para começar e assim o fez com toda a dedicação.

Além disso, manteve-se nas aulas da especialização no período noturno e passava os finais de semana com Ellie e Cris. Sentia-se, realmente, vivendo uma vida bem adulta.

Isabelle e Cris planejavam uma viagem de final de ano, verificando roteiros turísticos num site da internet, quando a moça sentiu-se tontear e um repentino enjôo. Cris a amparou e logo cogitou:

— Parecem sintomas de gravidez! Será que conseguimos, meu amor? – pegando a moça no colo e a girando no ar.

Isabelle começou a dar socos nos ombros dele:

— Me solta! Eu vou vomitar!

Ele a colocou no chão e ela correu para o banheiro, onde realmente vomitou.

Cris perguntou como a namorada estava assim que a viu sair branca do banheiro e ela respondeu:

— Como você acha?

— Desculpa, eu só fiz uma pergunta. Estou preocupado. A gente pode comprar um exame de farmácia agora e fazer o teste...

— Cris, eu não estou grávida. Mais fácil eu estar com uma infecção intestinal. Eu como muita porcaria.

— Você pode estar grávida! A gente faz sexo com freqüência e sem preservativo.

— Cris, eu voltei a tomar anticoncepcional.

— O quê? Por quê? Pensei que você estivesse tentando tanto quanto eu! Que desejasse esse filho tanto quanto eu!

— Não é o momento, Cris. Está tudo errado agora!

— O que está errado e quando vai ser o momento?

— Cris, você pode estar desejando muito ter um filho comigo, porque está com medo de perder a Ellie...

— Ninguém jamais vai susbtituir a Ellie. Eu quero ter um filho com você, porque te amo.

— Eu estou começando numa nova empresa, num novo projeto. Se eu engravidar agora, vou ter que pegar licença-maternidade, irei me afastar por meses. Até eu voltar, já pode ter alguém no meu lugar, você entende?

— Não entendo, Isabelle. Por mais que eu te ame, muitas vezes, realmente, não te entendo.

— Eu acho melhor ir para casa, não estou me sentindo bem, quero deitar na minha cama um pouco.

— Faça como você quiser.

Isabelle chegou em casa e encontrou Sam e Freddie muito empolgados. A mãe falou:

— Você sabe o que está chegando?

— Não faço idéia e nem quero saber – disse a moça, desanimada.

— O seu aniversário – respondeu Freddie.

— Ah, isso! Pois é, acontece todo ano.

— Você já foi mais empolgada com os seus aniversários, minha filha – observou Sam.

— Pois é, vai ver que é porque estou ficando velha e cansada.

— Quem me dera voltar aos meus 25 anos, minha filha – disse Freddie – Quando você era só uma menininha adorável.

— Cresci e não estou nem um pouco adorável agora.

— Deve ser TPM – observou Sam.

— Deus te ouça.

— Como assim?

— Nada, mãe. Pensei alto.

Freddie perguntou:

— Tem mais um evento se aproximando, não quer saber qual será?

— Eu gostaria muito de ir para a minha cama, não me sinto bem.

Sam não se conteve e anunciou:

— Poucos meses depois do seu aniversário vêm as bodas de prata minha e de seu pai.

— Parabéns por se aguentarem por tanto tempo. Que bom que com tantas brigas, estão ambos vivos e inteiros. Agora posso ir me deitar?

Sam ralhou:

— Credo, Isabelle. Hoje você está azeda mesmo. Vai deitar de uma vez!

— Obrigada, mamãe – ironizou a moça, indo rapidamente para o quarto.


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