Celle, o retorno escrita por Nany Nogueira


Capítulo 22
Um quarto de século




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Isabelle acordou sem muita empolgação naquele dia ensolarado em Seattle. Sabia que era seu aniversário, mas, olhou em volta e viu que seus pais não haviam vindo acordá-la com café da manhã na cama como nos velhos tempos. Pegou o celular e não havia nenhuma mensagem de Cris também.

Desde que dissera ter voltado a tomar anticoncepcionais, ele estava distante e ela, respeitando o especo dele. Porém, esperava por algo no dia em que completava 25 anos.

Resolveu se levantar de uma vez e foi tomar café da manhã. Sam e Freddie a parabenizaram com abraços, beijos e frases de carinho. A mãe serviu as panquecas com Nuttella que ela tanto gostava, mas Isabelle sentiu o estômago revirar ao olhar para a comida e a mãe percebeu, indagando:

— Enjoou das minhas panquecas, Belinha?

— Acho que não. Eu ando com intolerância alimentar ultimamente.

— Igual ao Eddie? – perguntou Freddie.

— Acho que sim, pai. Uma intolerância à lactose tardia. Eu li a respeito e soube que é bastante comum na idade adulta, quando as reservas da enzima lactase no estômago acabam.

— Só o que me falta! Mais um filho estragado! – disse Sam, tirando o prato de panquecas da frente de Isabelle.

Freddie perguntou:

— Então, o que vai querer comer, princesa?

— Acho que vou só tomar um suco, pai. Não precisa se preocupar – pegando a jarra de suco de laranja, um copo, e servindo-se.

— Desse jeito vai desmaiar no seu trabalho, nunca foi de comer pouco, já nasceu com fome – observou Sam.

— Puxei a você, né, mãe?

— Com toda certeza – concordou Freddie, rindo.

— Vou comer uma banana – pegando na fruteira.

Estava a caminho do trabalho quando sentiu o celular vibrar na bolsa. Sentada no banco de trás do táxi, pegou e puxou na barra de notificações, vendo que era de Cris. Preferiu não abrir.

Na empresa recebeu as felicitações dos colegas e até ganhou um bolo, tendo todos cantado parabéns. O chefe aproveitou para fazer um discurso sobre a competência profissional da moça, que a deixou muito feliz e lisonjeada. Estava se sentindo plena no seu novo trabalho.

Quando chegou em casa, esperava alguma surpresa por parte dos pais, mas, encontrou Sam e Freddie, desanimados, jogados no sofá, com roupas de casa, assistindo a um programa qualquer na televisão.

Isabelle cumprimentou-os e se sentou na poltrona ao lado, contando a surpresa na empresa.

Sam falou simplesmente:

— Que bom, minha filha.

— Só isso? Eu pensei que estavam preparando uma surpresa pra mim hoje! Sempre ficaram muito empolgados com os meus aniversários! Não tem mais importância para vocês? – quase chorando.

Freddie foi rápido:

— Não é nada disso, minha filha. Apenas não sabemos o que você gostaria de fazer para comemorar o seu dia.

Sam completou:

— Você é uma mulher feita, agora. Completando ¼ de século! Cheia de personalidade e de opinião, independente. Não queremos mais decidir por você. Nós te deixamos a vontade para escolher como quer comemorar.

— E quando você decidir, estaremos presente, obviamente – disse Freddie.

— Eu não pensei em nada – confessou Isabelle.

— Podemos sair para jantar então – propôs Freddie.

— É uma boa idéia – concordou Isabelle.

A campainha tocou e Sam falou:

— Acho melhor você abrir, Belinha. Hoje é seu dia, deve ser para você.

Isabelle abriu a porta e viu um grande buquê de rosas vermelhas. Atrás dele, Cris, vestindo um terno, com um grande sorriso, dizendo:

— Para a minha princesa – entregando o buquê – Como você não respondeu a minha mensagem, vim te dar os meus parabéns pessoalmente – puxando ela pela cintura e beijando-a nos lábios.

Freddie forçou uma tosse, fazendo o casal interromper o beijo:

— Estávamos combinando de sair para jantar...

Sam completou:

— Quer ir conosco, Cris?

— Eu vim fazer o mesmo convite, então vamos todos.

Sam concordou:

— Isso. Aproveite e chame seus pais, sua filha e sua irmã.

— Ellie está com a Mabel, mas vou chamar o resto da família.

Foram todos a um restaurante italiano, mas Isabelle apenas enrolou com a comida. Sam reparou:

— Filha, não tem leite ou queijo no seu espaguete.

— Eu sei. Só não estou com fome. Comi muito na comemoração da empresa – justificou ela.

Carly comentou:

— Sam e Freddie, vocês devem sentir muito orgulho da Belinha. Tão jovem e já com um bom emprego.

— Nós sentimos muito orgulho mesmo, Carly – concordou Freddie.

— Você também deve sentir do Cris, amiga. Jovem e oficial da Marinha – observou Sam.

— Não vou fazer a falsa modéstia, eu sinto mesmo – concordou a morena, rindo.

— A mamãe baba no Cris 24h por dia, é o filho preferido dela – falou Sophie, emburrada.

Carly se defendeu:

— Cris é o meu filho preferido e você é a minha filha preferida. Também tenho muito orgulho de você pela excelente aluna que é – elogiou Carly, abraçando a filha.

Gibby aproveitou o ensejo:

— Sem contar que Sophie é muito bonita, igual a mamãe – sorrindo para Carly.

Sam disse:

— Sophie é realmente a sua cópia, Carly.

Freddie falou:

— É verdade, ainda mais que conhecemos você na idade dela.

O celular de Isabelle vibrou e ela olhou, chamando a atenção de Cris, que comentou:

— Os parabéns não param de chegar, meu amor?

— É da Ali. Mandou parabéns, mas tá chamando a gente pra balada mais tarde.

— Partiu? – perguntou Cris, animado.

— Eu estou cansada, trabalhei muito essa semana.

— Belinha, você está fazendo 25 anos e não 50. Deixa pra ficar desanimada quando a sua idade dobrar. Vamos!

— Está bem – concordou a moça.

Depois do jantar, os familiares foram para casa e Isabelle e Cris foram encontrar Alison e Greg numa boate.

Os quatro foram logo para a pista de dança. Isabelle se deixou levar pelo embalo e logo se animou.

Dançava sozinha, junto com Alison e com Cris, trocando beijos com o rapaz.

Alison apareceu com um drink para a amiga, mas Isabelle logo perguntou:

— Tem álcool?

— É claro que sim! Estamos comemorando o seu niver. Essa noite você tem o direito de ficar doida, amiga!

— Valeu, Ali. Mas, eu não quero. Já estou feliz o suficiente sem bebida.

— Desde quando você ficou tão careta?

— É a idade – falou Isabelle, rindo e puxando a amiga de volta para a pista de dança.

Já estava amanhecendo o dia. Cris levou Isabelle para ver o nascer do sol na praia e aproveitou a oportunidade:

— Quer casar comigo? – perguntou de repente.

A moça, até então distraída com os primeiros raios de sol, tomada de surpresa, respondeu com outra pergunta:

— Como assim? Nós não podemos nos casar...

— Sim, Mabel! – constatou Cris, contrariado – Mas, não podemos nos casar no papel, apenas. Podemos morar juntos, viver com um casal. Isso ela não pode nos impedir.

— Você está falando sério?

— Claro. Eu tenho salário, você também. Não vamos passar necessidade. Conseguimos nos manter num padrão de vida confortável. Podemos começar a procurar um bom apartamento amanhã mesmo. Se você se sentir pronta para viver comigo...

— Eu estou pronta, meu amor – respondeu Isabelle, capturando os lábios do moreno para um beijo apaixonado.


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