Celle, o retorno escrita por Nany Nogueira
Isabelle acordou sem muita empolgação naquele dia ensolarado em Seattle. Sabia que era seu aniversário, mas, olhou em volta e viu que seus pais não haviam vindo acordá-la com café da manhã na cama como nos velhos tempos. Pegou o celular e não havia nenhuma mensagem de Cris também.
Desde que dissera ter voltado a tomar anticoncepcionais, ele estava distante e ela, respeitando o especo dele. Porém, esperava por algo no dia em que completava 25 anos.
Resolveu se levantar de uma vez e foi tomar café da manhã. Sam e Freddie a parabenizaram com abraços, beijos e frases de carinho. A mãe serviu as panquecas com Nuttella que ela tanto gostava, mas Isabelle sentiu o estômago revirar ao olhar para a comida e a mãe percebeu, indagando:
— Enjoou das minhas panquecas, Belinha?
— Acho que não. Eu ando com intolerância alimentar ultimamente.
— Igual ao Eddie? – perguntou Freddie.
— Acho que sim, pai. Uma intolerância à lactose tardia. Eu li a respeito e soube que é bastante comum na idade adulta, quando as reservas da enzima lactase no estômago acabam.
— Só o que me falta! Mais um filho estragado! – disse Sam, tirando o prato de panquecas da frente de Isabelle.
Freddie perguntou:
— Então, o que vai querer comer, princesa?
— Acho que vou só tomar um suco, pai. Não precisa se preocupar – pegando a jarra de suco de laranja, um copo, e servindo-se.
— Desse jeito vai desmaiar no seu trabalho, nunca foi de comer pouco, já nasceu com fome – observou Sam.
— Puxei a você, né, mãe?
— Com toda certeza – concordou Freddie, rindo.
— Vou comer uma banana – pegando na fruteira.
Estava a caminho do trabalho quando sentiu o celular vibrar na bolsa. Sentada no banco de trás do táxi, pegou e puxou na barra de notificações, vendo que era de Cris. Preferiu não abrir.
Na empresa recebeu as felicitações dos colegas e até ganhou um bolo, tendo todos cantado parabéns. O chefe aproveitou para fazer um discurso sobre a competência profissional da moça, que a deixou muito feliz e lisonjeada. Estava se sentindo plena no seu novo trabalho.
Quando chegou em casa, esperava alguma surpresa por parte dos pais, mas, encontrou Sam e Freddie, desanimados, jogados no sofá, com roupas de casa, assistindo a um programa qualquer na televisão.
Isabelle cumprimentou-os e se sentou na poltrona ao lado, contando a surpresa na empresa.
Sam falou simplesmente:
— Que bom, minha filha.
— Só isso? Eu pensei que estavam preparando uma surpresa pra mim hoje! Sempre ficaram muito empolgados com os meus aniversários! Não tem mais importância para vocês? – quase chorando.
Freddie foi rápido:
— Não é nada disso, minha filha. Apenas não sabemos o que você gostaria de fazer para comemorar o seu dia.
Sam completou:
— Você é uma mulher feita, agora. Completando ¼ de século! Cheia de personalidade e de opinião, independente. Não queremos mais decidir por você. Nós te deixamos a vontade para escolher como quer comemorar.
— E quando você decidir, estaremos presente, obviamente – disse Freddie.
— Eu não pensei em nada – confessou Isabelle.
— Podemos sair para jantar então – propôs Freddie.
— É uma boa idéia – concordou Isabelle.
A campainha tocou e Sam falou:
— Acho melhor você abrir, Belinha. Hoje é seu dia, deve ser para você.
Isabelle abriu a porta e viu um grande buquê de rosas vermelhas. Atrás dele, Cris, vestindo um terno, com um grande sorriso, dizendo:
— Para a minha princesa – entregando o buquê – Como você não respondeu a minha mensagem, vim te dar os meus parabéns pessoalmente – puxando ela pela cintura e beijando-a nos lábios.
Freddie forçou uma tosse, fazendo o casal interromper o beijo:
— Estávamos combinando de sair para jantar...
Sam completou:
— Quer ir conosco, Cris?
— Eu vim fazer o mesmo convite, então vamos todos.
Sam concordou:
— Isso. Aproveite e chame seus pais, sua filha e sua irmã.
— Ellie está com a Mabel, mas vou chamar o resto da família.
Foram todos a um restaurante italiano, mas Isabelle apenas enrolou com a comida. Sam reparou:
— Filha, não tem leite ou queijo no seu espaguete.
— Eu sei. Só não estou com fome. Comi muito na comemoração da empresa – justificou ela.
Carly comentou:
— Sam e Freddie, vocês devem sentir muito orgulho da Belinha. Tão jovem e já com um bom emprego.
— Nós sentimos muito orgulho mesmo, Carly – concordou Freddie.
— Você também deve sentir do Cris, amiga. Jovem e oficial da Marinha – observou Sam.
— Não vou fazer a falsa modéstia, eu sinto mesmo – concordou a morena, rindo.
— A mamãe baba no Cris 24h por dia, é o filho preferido dela – falou Sophie, emburrada.
Carly se defendeu:
— Cris é o meu filho preferido e você é a minha filha preferida. Também tenho muito orgulho de você pela excelente aluna que é – elogiou Carly, abraçando a filha.
Gibby aproveitou o ensejo:
— Sem contar que Sophie é muito bonita, igual a mamãe – sorrindo para Carly.
Sam disse:
— Sophie é realmente a sua cópia, Carly.
Freddie falou:
— É verdade, ainda mais que conhecemos você na idade dela.
O celular de Isabelle vibrou e ela olhou, chamando a atenção de Cris, que comentou:
— Os parabéns não param de chegar, meu amor?
— É da Ali. Mandou parabéns, mas tá chamando a gente pra balada mais tarde.
— Partiu? – perguntou Cris, animado.
— Eu estou cansada, trabalhei muito essa semana.
— Belinha, você está fazendo 25 anos e não 50. Deixa pra ficar desanimada quando a sua idade dobrar. Vamos!
— Está bem – concordou a moça.
Depois do jantar, os familiares foram para casa e Isabelle e Cris foram encontrar Alison e Greg numa boate.
Os quatro foram logo para a pista de dança. Isabelle se deixou levar pelo embalo e logo se animou.
Dançava sozinha, junto com Alison e com Cris, trocando beijos com o rapaz.
Alison apareceu com um drink para a amiga, mas Isabelle logo perguntou:
— Tem álcool?
— É claro que sim! Estamos comemorando o seu niver. Essa noite você tem o direito de ficar doida, amiga!
— Valeu, Ali. Mas, eu não quero. Já estou feliz o suficiente sem bebida.
— Desde quando você ficou tão careta?
— É a idade – falou Isabelle, rindo e puxando a amiga de volta para a pista de dança.
Já estava amanhecendo o dia. Cris levou Isabelle para ver o nascer do sol na praia e aproveitou a oportunidade:
— Quer casar comigo? – perguntou de repente.
A moça, até então distraída com os primeiros raios de sol, tomada de surpresa, respondeu com outra pergunta:
— Como assim? Nós não podemos nos casar...
— Sim, Mabel! – constatou Cris, contrariado – Mas, não podemos nos casar no papel, apenas. Podemos morar juntos, viver com um casal. Isso ela não pode nos impedir.
— Você está falando sério?
— Claro. Eu tenho salário, você também. Não vamos passar necessidade. Conseguimos nos manter num padrão de vida confortável. Podemos começar a procurar um bom apartamento amanhã mesmo. Se você se sentir pronta para viver comigo...
— Eu estou pronta, meu amor – respondeu Isabelle, capturando os lábios do moreno para um beijo apaixonado.
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