Emaranhado escrita por FranHyuuga


Capítulo 9
Sempre


Notas iniciais do capítulo

Tema da rodada 9: Músicas francesas. Escolher uma das músicas abaixo para inspirar o capítulo:

— La vie en rose, Édith Piaf.
— Ne me quitte pas, Jacques Brel (versão de Maria Gadú).
— Elle me dit, Mika.

Escolhi "La vie en rose".



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Sempre

Capítulo 9

 

Os dedos afrouxaram e os documentos se espalharam aos pés do casal. Eram como pétalas a decorarem o especial momento.

Sem esperar qualquer resposta à declaração, Gaara finalmente abaixou seu rosto em direção ao dela. Quando os lábios se encontraram, nada mais importou. A avassaladora paixão tão bem contida por suas personalidades introvertidas pareceu transbordar nos dedos afoitos, nas línguas que se conheciam, no compasso frenético dos corações.

Abandonaram as roupas como se abandona qualquer hesitação. Com ímpeto, coragem e desejo. E quando a manhã nasceu, os olhares diziam tudo o que importava saber. Pertenciam um ao outro.

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Hinata estava apaixonada. Não conseguia conter o sorriso insistente sempre que pensava em Gaara.

Ela podia não saber, ainda, qual era a cor, a música ou o prato preferido dele. Podia ter adicionado seu número no celular somente naquela manhã. E podia ter muito a conhecer sobre seu passado. Mas existia nela uma forte convicção do que sentia.

Em seu coração, Gaara fizera morada.

Ele era nobre. Sério. Atento. Justo. Respeitava-a e a fazia se sentir especial sempre que seus belos olhos aquamarine a encontravam. Hinata confiava nele, de um jeito que talvez não confiasse em ninguém mais.

Por isso assumir uma decisão sobre o que fazer com aqueles documentos era muito difícil. Queria levá-los à polícia para abrir a decisiva investigação de fraude financeira, mas sabia o que implicava esse passo.

No mínimo, Gaara perderia seu posto. Seria demitido, talvez marcado para nunca mais alcançar uma boa oportunidade profissional em outra megacorporação. Descobririam rapidamente o que ele fizera, e Hinata temia por sua segurança.

As consequências que afetariam Gaara a torturavam.

Descobrir a verdade não podia ser suficiente?

Precisava, mesmo, punir os malfeitores?

 

Os dias passavam. O amor crescia. A intimidade selava o compromisso e a felicidade apagava a dor. Na gaveta, os documentos permaneciam na escuridão da incerteza.

— Por que ainda não fez o que devia? – perguntou Gaara certa noite, quando jantavam na casa dela.

O silêncio de Hinata dizia mais do que suas próximas palavras:

— Talvez seja melhor assim.

Ele a estudou, o cenho franzido em reprovação.

— Eu odeio planilhas – disse calmo, segurando a mão dela sobre a mesa.

— O q-quê? – indagou Hinata, boquiaberta. Planilhas eram sua principal ferramenta de trabalho.

— Também odeio me vestir socialmente.

Ela riu, apesar de entender a seriedade do momento. Gaara estava lhe dizendo que não se importaria de abrir mão do seu cargo ou da vida corporativa.

— Você não p-precisa fazer isso, Gaara – respondeu ela, a voz carregada de ternura. – Você me deu a verdade, e isso era mais do que poderia receber se continuasse a trilhar meu caminho sozinha.

Suspirando, Hinata acariciou a mão envolvida à dela.

— Eu amo você – confessou emocionada. Era a primeira vez que respondia à declaração de Gaara. – Não posso d-destruir sua vida...

— Você pode. – Ele se levantou e a puxou para que também o fizesse. – E você vai.

O olhar dele a convenceu de que, sim, seu objetivo precisava ser cumprido. Por sua mãe, por cada família prejudicada e por ela mesma.

Hinata deixou-se perder em seu abraço.

— Você continuará ao meu lado?

— Sempre – sussurrou Gaara.

.

.

Agentes policiais cumpriam o mandado de busca e apreensão na Sabaku S.A. Arquivos, computadores e caixas repletas de documentos foram levados para investigação. A maioria dos funcionários parecia estarrecida, porém vários agiam de modo suspeito e entreolhavam-se com cautela. Certamente outras atividades ilícitas, talvez lavagem de dinheiro e superfaturamento de mercadorias, seriam encontradas.

A mídia noticiava o acontecimento e o prédio foi cercado por repórteres.

Hinata observava a cena ao lado de seus colegas. Gaara ainda estava no andar do setor contábil. Mantiveram a rotina para evitar saberem que foram os responsáveis pela denúncia, embora isso logo viesse à tona.

Quando finalmente foi liberada, no caminho para sua casa, Hinata foi interceptada por uma mulher agressiva:

— Está feliz por ter roubado o futuro do meu irmão?!

[Continua]


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Notas finais do capítulo

Eu amei as músicas, gente! Que delícia de rodada. E a música que escolhi, muito amorosa, combinou com o capítulo. Ufa!

O que acharam dos acontecimentos?
No capítulo final, teremos alguma tensão.

Obrigada por lerem e comentarem! Eu quase não consegui escrever esse capítulo devido ao meu tempo limitado, quero gritar de frustração... Mas, SIM, vou responder aos comentários mesmo que seja somente depois de concluir a história.

Beijos~



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