Emaranhado escrita por FranHyuuga


Capítulo 8
Amor


Notas iniciais do capítulo

Tema da rodada 8: Escrever o capítulo desenvolvendo da melhor forma possível sarcasmo, perdão ou amor.
— Escolhi amor.



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Amor

Capítulo 8

 

Dez dias se passaram sem que visse Hinata.

Agora subgerente do setor contábil, Gaara aprendia como as coisas realmente funcionavam. Na primeira semana em sua função, percebeu-se alvo de “subornos amigáveis” de colegas que antes sequer conhecia. Davam-lhe pequenos incentivos para favores internos. Certa vez, quando saía de um restaurante próximo, descobriu que sua conta fora paga por um sujeito pomposo. Era um dos responsáveis pelos orçamentos.

Isso o desagradava. A corrupção era uma cultura aceitável por todos que atuavam na contabilidade da Sabaku S.A., e Gaara perguntava-se quanto tempo duraria em sua nova função se não cedesse ao que esperavam dele.

Ao fim de cada expediente, sentindo-se exausto de tanto conter os dissabores que o perturbavam, ele bebia seu uísque e pensava em Hinata.

Conseguia imaginar-se feliz ao lado dela. Nunca pensou que poderia, um dia, cobiçar o lazer de viver em família. De, talvez, se tornar um pai como nunca teve. De despertar ao lado de alguém com a certeza de estar no lugar certo.

Sua vingança realmente valia a pena?

Antes, nada tinha a perder. Concentrar-se em seu objetivo o fazia se sentir satisfeito.

Agora, contudo, via-se abrindo mão de algo que nem mesmo fora seu. E o preço por moldar um futuro sem Hinata se mostrava alto demais.

Quando lhe deram acesso aos arquivos mortos da corporação, Gaara soube o que fazer.

.

.

Hyuuga Hinata conformava-se com a ideia de que fora esquecida. Depois de quase vinte dias sem notícias de Gaara, sentia-se sozinha.

 

Evitava pensar que a Sabaku S.A. teria roubado dela outra pessoa importante.

Naquela quinta-feira, preparava um simples jantar quando ouviu seu nome:

— Hinata!

Parou o que fazia, em dúvida.

— Hinata!

Certo, realmente a chamavam. Da janela, mal acreditou quando encontrou Gaara na calçada em frente ao prédio. Ele parecia envergonhado, mas ela acabou por sorrir.

— Quarto andar – gritou em resposta, antes de acionar a abertura da porta de ferro pelo interfone.

Por um momento, hesitou em recebê-lo. Depois abandonou o receio e cedeu ao desejo mal contido de revê-lo.

Abriu a porta do apartamento e, ansiosa, aguardou o velho elevador chegar ao seu andar.

Quando Gaara pisou no corredor e os olhares se conectaram, ambos enfrentaram a dificuldade de manter sob controle as emoções. E quando os passos dele o levaram até Hinata, souberam que o tempo não apagou aquela doce tensão que os agitava.

Silenciosa, Hinata deu espaço para que entrasse. O terno e a pasta de couro sinalizavam que Gaara viera direto do escritório.

Os olhos aquamarine observaram o ambiente com interesse. Havia um macio tapete em frente ao sofá, uma estante com livros e um aparelho de som vinil. As cortinas exibiam detalhes em renda e o aquário tinha peixes multicoloridos. Ele gostou. A decoração expressava a personalidade de Hinata: acolhedora, pacífica, delicada.

— Eu não sou bom em expressar o que sinto – começou Gaara –, mas aprendi cedo o que realmente importa.

A mão pousou na própria testa, exatamente na tatuagem do kanji “Amor”, e Hinata deu um passo em sua direção. Queria muito tocá-lo agora, mas também ansiava ouvi-lo.

Gaara retirou documentos da pasta e os entregou a ela. Aguardou a breve leitura e assistiu à surpresa tomá-la.

— Isso é... – Os olhos encheram-se de lágrimas.

— Você tinha razão – disse ele, vencendo a distância que os separava. – A Sabaku S.A. prejudicou centenas de famílias vendendo ações de empresas associadas. Todas decretaram falência meses depois da assinatura dos contratos.

— Você f-fez isso por mim? – Ela o encarou, chorosa.

Gaara não hesitou ao responder:

— Por nós.

Hinata assentiu, o peito enchendo de um sentimento quente e irrefreável pelo homem à sua frente.

— Não importa o que você decidir – disse o ruivo, a mão acariciando a face dela. – Vou apoiá-la até o fim.

— P-Por que iria tão longe?

Cansado de fugir da verdade, e muito ciente do que Hinata lhe despertava, Gaara confessou:

— Porque amo você. 

[Continua]


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Notas finais do capítulo

EU PRECISAVA DE MAIS CARACTERES! Queria taaaaanto que Gaara e Hinata se beijassem nesse capítulo, mas não tive espaço para fazê-lo (rs).

De qualquer modo, confesso, gostei muito de finalmente fazer Gaara encarar e assumir o que sente. Amor não tem tempo para surgir. E, sobretudo, amor nos faz colocar o outro acima de nós mesmos. E o ruivo fez isso como ninguém, não?

Importa saber o que vocês acharam, no entanto (rs).

Peço desculpas, porque não pude responder hoje aos comentários como prometido. Preciso voltar ao trabalho nesse momento. Estou com demandas em atraso. D: Espero responder amanhã.

Muito obrigada por lerem e comentarem! Isso me anima demais!
Beijos~



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