Emaranhado escrita por FranHyuuga
Notas iniciais do capítulo
Tema da rodada 10 (última): Escolher entre três vídeos da animação Pingu indicados pelo Staff para inspirar o capítulo.
— Escolhi "Episode no. 42: Pingu at the Fairground".
Emaranhado
Capítulo 10
Bateu à porta de Gaara com ímpeto, ansiosa.
— Hinata? – Surpreso, ele a recebeu de pijama.
Devido às circunstâncias, combinaram de não se encontrarem naquela noite. A expressão dela, no entanto, foi suficiente para deixá-la entrar sem perguntas.
— Seja sincero, Gaara. – Ela o encarou, a respiração descompassada revelando que correra até ali. – Você pretendia liderar a Sabaku S.A.?
Os olhos aquamarine denunciaram o espanto, mas Gaara manteve a estoica expressão. Percebia-se em terreno perigoso.
— Sim – respondeu.
Ela engoliu em seco. Desde que ouviu Sabaku no Temari, sentia-se perdida nas próprias convicções.
— V-Você... a-ainda pretende?
Deslizando os dedos pelos cabelos desalinhados, Gaara suspirou.
— Eu desprezo Sabaku no Rasa, mas já não quero nada que pertença a ele.
Lágrimas banharam o rosto níveo de Hinata.
— O que ele f-fez... – Ela soluçou, lançando-se sem forças no sofá. – O sofrimento que você enfrentou...
Gaara se ajoelhou diante dela, as mãos enxugando seu pranto.
— Eu n-não posso interromper a denúncia já feita. – Ela segurou o rosto dele, as testas encostando-se uma à outra. – Mas o que m-me pedir, Gaara, eu farei.
Beijando seus lábios trêmulos, ele respondeu:
— Case-se comigo, Hinata.
.
.
Disseram que era loucura.
Conheciam-se há três anos, desde que trabalhavam juntos, mas se relacionavam apenas há cerca de seis meses. Havia ainda tanto a descobrir, a compartilhar, que a ideia de casamento soava descabida.
Mas a verdade é que Hinata e Gaara traziam no peito uma longa jornada que sempre deixou a felicidade de fora. Caminhavam solitários almejando objetivos que, agora sabiam, não lhes traria o que realmente importava.
Hinata vira a família se despedaçar pela perda.
Gaara conhecera o desamparo marcado pelo abandono.
Ambos não precisavam que lhes dissessem ser cedo para amar ou se entregar a alguém.
Por isso, quando trocaram seus votos no altar de uma pequena igreja dois meses após o noivado, celebraram juntos o novo objetivo que compartilhavam: formarem sua própria família.
— Eu queria protegê-la como sempre me protegeu – disse Hanabi à irmã mais velha, após a cerimônia. – Mas sei que meu cunhado fará isso como ninguém.
Hinata riu, agradecida por ter sido perdoada. A princípio, Hanabi se revoltou quando descobriu que a privaram da verdade sobre a morte da mãe, depois entendeu que o fizeram para preservá-la de um destrutivo ressentimento.
Os convidados fizeram seus votos ao casal. Hiashi emocionou-se ao levar a primogênita ao altar, Chiyo alegrou-se por finalmente ver o filho adotivo sorrindo, Kiba girou a amiga em um abraço e Temari fez questão de dizer que já não se preocupava com a felicidade de Gaara, podia dormir tranquila.
Foi um dia memorável.
.
.
As crianças correram afoitas até o carrinho de algodão doce.
— Devagar! – orientou Hinata, em vão.
Gaara caminhava ao seu lado, os dedos entrelaçados aos dela. Seu olhar era atento aos dois filhos em meio às atrações da feira. Já foram à barraca de tiro ao alvo, ao balanço e ao martelo de força, mas a energia da infância nunca acabava.
— Azul, azul! – pediu o menor, indicando o doce.
— Você quer também, Shinki? – perguntou Gaara apanhando a carteira.
Ajeitando a postura, o garoto respondeu no alto de seus nove anos:
— Não sou criança, pai.
Hinata riu. O filho mais velho estava atravessando uma nova fase.
— Eu quero, querido – disse ela, escolhendo o doce de cor verde. – Divide comigo, Shinki?
O garoto, fingindo-se contrariado, deu de ombros:
— Se você insiste.
Mãe e filhos caminharam pela feira lambuzando os lábios sorridentes. Gaara, observando-os embevecido, lembrou-se de sua história com Hinata.
Infelizmente, Akasuna no Rasa não respondeu por seus crimes. Kankuro, filho de seu segundo casamento, foi quem assumiu a culpa por alguns dos esquemas. De fato, havia muitas cabeças para cortar antes de a ameaça alcançar o líder da corporação, mas a situação causou grande estrago e rendeu às famílias vitimadas justas indenizações.
Aquele emaranhado de problemas foi complexo, mas agora Gaara sentia-se grato... Afinal, foi nele que encontrou o amor.
[Fim]
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Ufaaaa! Chego ao fim da Fase 1 do UFC Fanfics e sinto-me muito grata... O desafio serviu para melhorar técnicas de improviso e de narrativa sob pressão (rs). Brincadeiras à parte, posso me orgulhar por chegar até aqui, pois cada rodada foi uma surpresa e tanto.
Espero que essa short-fic não tenha ficado superficial devido à quantidade mínima de caracteres, e espero que vocês tenham gostado. :)
Obrigada pelo apoio e por lerem!
Beijos~