O Trono Ilegítimo escrita por Katherinne Snow


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas tudo bem?
Espero que gostem desse capítulo cheio de emoções fortes.



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Estava cavalgando sozinha em uma tarde fria nas proximidades do castelo depois de discutir com um dos conselheiros da França sobre uma clausula do contrato nupcial onde eu deveria aceitar a presença da amente oficial sem questionamento e foi o que bastou para gerar uma discussão horrível e minha insatisfação com esse matrimônio crescer ainda mais, pois além de amar outro tenho que aguentar um pretendente que me abomina.

Desci do cavalo e sentei-me em uma pedra enquanto o animal bebia agua no pequeno lago a minha frente e acabei ouvindo o som de cascos no chão e me virei encontrando Bash em seu alazão vindo ao meu encontro sorridente como sempre.

— Está me perseguindo? – Perguntei brincando enquanto ele se acomodava ao meu lado na pedra que me servia de banco.

— Você está no meu castelo intrusa, comporte-se – Respondeu e eu ri antes de confrontá-lo se ele falava assim por ter pedido a legitimação de sua paternidade no vaticano e fiquei decepcionada quando ele jurou não saber sobre os planos de sua mãe em legitimá-lo e que não concordava em usurpar o trono de Francis. Pedi que reconsiderasse e foi então que confessou diretamente a mim que era protestante e que sua fé o impedia de reconhecer qualquer decisão do Papa, pediu para eu considerar uma solução pacífica no problema com protestantes da Escócia quando desabafei com ele sobre a carta que recebi de minha mãe, e com essa atitude eu tive certeza que Sebastian seria um rei maravilhoso e bondoso no futuro.

— Estou com medo Sebastian. – Confessei de uma vez por todas olhando naqueles lindos olhos verdes.

— Medo de que?

— De te perder, eu sei que nosso romance nunca vai dar certo e não quero ter você como um amante, pois isso me causa repulsa.

— Você tem que confiar em mim Mary, não jogue fora o nosso amor tão facilmente, vamos lutar por isso e encontrar uma solução descente, eu prometo. – Falou ele beijando minha testa ternamente.

— Eu não aguento mais fazer de conta que quero me casar com Francis quando o que eu mais desejo é estar com você. – Falei já sentindo uma lágrima teimosa cair. Rainhas não demonstram desespero Mary, contenha-se.

—Nós vamos dar um jeito, mas a legitimação não é uma opção. Eu te amo tanto... Case-se comigo Mary e eu prometo que me esforçarei ao máximo para fazê-la feliz.

O pedido me pegou de surpresa e é claro que concordei, pois o amo mais que qualquer coisa. Selamos nossa promessa com um anel de noivado que pertencera a avó materna dele, uma jóia de poucos quilates, mas de muito valor sentimental ao nosso amor proibido.

Eu estava feliz por ter a certeza que meu amor era correspondido, mas triste por estar presa a uma promessa que não conseguiria cumprir e a solução veio de uma de minhas ladies que me lembrou que minha prima e atual Rainha da Inglaterra Elisabeth é também uma filha bastarda, assim como Sebastian, mas que diferente dele assumiu o trono ilegitimamente e além de tudo é protestante e definitivamente não tem o apoio do Papa. Legalmente eu sou a herdeira desse trono, mas não reivindiquei por não ter poder bélico para tomar a coroa dela, mas estando oficialmente noiva do futuro rei da França, eu conseguiria facilmente o apoio financeiro do Vaticano para tomar o poder dela, afinal teria três países sob meu comando no futuro e todos eles sob o comando católico, ainda que meus planos incluem uma ligeira mudança no desfecho...

É uma trama perigosa, mas por Sebastian eu correria todos os riscos e sendo assim procurei o Rei Henry que é ganancioso e esperto diferente de Francis e fiz a proposta de dar a ele poder sobre a Inglaterra se me garantisse o bom comportamento de Francis frente ao Papa quando eu pedisse o apoio financeiro para reivindicar o trono inglês e foi como dar doce para uma criança, ele festejou minha decisão e arrumou tudo para que eu fizesse o pedido formal frente ao clero. Eu estava nervosa por enganar um sacerdote, mas não é um pecado tão grande, afinal se ele concordar vai provar que é ganancioso e isso também é pecado, pelo menos na teoria.

Estávamos todos reunidos na sala do trono e Francis se comportava amavelmente como um noivo devotado, até se livrou da Olívia para dar mais veracidade ao seu amor devotado por mim. Haviam vários lordes, condes e Marquêses, dentre eles,  Bash que  me encarava curioso sem entender nada do que estava acontecendo naquela sala, engoli seco para disfarçar meu nervosismo e foquei no que eu precisaria falar e fazer nos próximos minutos.

O rei começou o discurso sobre como meu parentesco com Henrique VIII é mais forte e legítimo que o de Elisabeth sua filha bastarda e que eu desejava reivindicar o trono inglês. O Papa ficou surpreso a princípio eu garanti que me casaria com Francis em breve e que teríamos três países com uma rainha e rei católicos eliminando assim a ameaça protestante da europa. Houve um momento de discussão breve entre a comitiva de sacerdotes, mas  o acordo foi selado e eu teria a ajuda financeira para o exército que precisava e incluindo assim minha pequena vingança pelos anos que a Inglaterra atacou a Escócia e trouxe miséria ao meu povo.

No final do acordo tive que prometer me casar o mais rápido possível com Francis o que foi bem inconveniente, mas necessário. Todos na sala vibraram em alegria, mas minha atenção voltou-se a Sebastian e eu pude ver a decepção estampada no rosto dele, afinal eu prometi que me casaria com ele e que aceitaria sua religião e agora estava toda feliz ao lado de Francis prometendo casar-me com outro e acabar com os protestantes.  Ele saiu da sala ignorando a todos e principalmente a mim, engoli o choro, e continuei com meu teatro.

No outro dia pela manhã fui surpreendida com Bash invadindo meus aposentos me acusando de ser falsa e gananciosa, disse que eu me diverti com seus sentimentos até conseguir a atenção de Francis. Não respondi suas acusações, apenas mostrei o anel de sua avó em meu dedo bem próximo ao seu rosto sentindo um pouco de ódio por ele não pensar nem na possibilidade de eu estar armando para ficar com ele.

— Vê isso em minha mão? É o símbolo de nosso compromisso, eu não me esqueci dele, mas e quanto a você? Está tomado pelo ódio e nem me deixa falar.

— Você não apenas me decepcionou, mas partiu meu coração. Espero que esteja feliz com isso rainha Mary. – Falou rancoroso e saiu batendo minha porta.

— Não posso contar meu plano ainda, tenha paciência meu amor, eu voltarei em breve para você. – Respondi para o nada já sentindo as lágrimas teimosas escorrerem por meu rosto.


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