Dusk Till Dawn escrita por dracromalfoy


Capítulo 22
Capítulo Vinte e Dois


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa
Capítulo curtinho de transição para o que vem a seguir. Queria dizer também que a fanfic está quase acabando, espero que vocês estejam gostando!!
Boa leitura e me desculpe por qualquer erro.



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DUSK TILL DAWN

Capítulo XXII

JAMES POTTER

 

Emmeline cortou e pintou o cabelo. Eu fico surpreso assim que a vejo, mas não falo nada, porque aparentemente não estamos conversando, então apenas me sento de frente para ela e aguardo. Ela está com o cabelo na altura do ombro, liso e loiro. Nunca a imaginei loira, seus cabelos negros em contraste com seus olhos claros sempre chamaram muita atenção. Percebo agora que ela fica mais bonita assim, parece uma mulher totalmente diferente.

Ela me olha por menos de cinco segundos e volta a encarar suas mãos. Eu olho pra janela da cobertura e só vejo o céu nublado cheio de nuvens. Tento pensar em qualquer coisa enquanto aguardo, mas quando não estou pensando no que estamos fazendo agora, eu penso em Lily. Acho que pensar em Lily é mil vezes pior. Lembro do que eu disse a ela e do retorno que tive, da forma como ela ficou apreensiva naquela conversa e em como foi embora.

Eu acho que poderia ter pedido para ela não ir. Eu deveria ter pedido que ela ficasse ali comigo? Pensei bastante a respeito disso na última semana, mas cheguei a conclusão de que não, eu fiz certo em deixá-la ir. Odeio essa situação porque me lembra de dez anos antes quando eu também estava pensando se deveria pedir, se deveria implorar para que ela não me deixasse.

Não tenho mais dezoito anos, não tenho mais que ficar implorando a atenção de ninguém.

E também estou me divorciando, droga! Eu estou me divorciando quando eu deveria estar fazendo planos com minha família. O que eu poderia estar fazendo com Emmeline agora? Ela não pode me dar filhos, mas poderíamos adotar. Eu poderia agora estar planejando com ela  mudar para uma casa maior, talvez com quatro quartos. Três banheiros. Eu diria a ela que poderia decorar nossa nova casa como bem entendesse, eu arcaria com tudo. Iríamos adotar um bebê, ou talvez uma criança já mais crescida. Daqui alguns anos, iríamos fazer uma viagem para o outro lado do mundo, como uma segunda lua de mel. Deixaríamos nosso filho (ou nossos filhos) com Remus e Hestia e aproveitaríamos a viagem a sós.

Eu iria pedir a opinião dela sobre melhorias na Zonko’s. Talvez abrir algumas filiais. Ela iria me apoiar, é claro. Eu ficaria estressado com o tempo, muito trabalho, muitas preocupações. Mas, no fim, eu teria ela e teria nossa família. Eu iria dormir à noite pensando que amava minha vida e era grato por tudo que tinha.

Porém, não foi assim que as coisas aconteceram. Estamos prestes a conversar com os advogados e dar fim no nosso casamento. Vamos decidir agora quem vai ficar com a nossa casa? Vamos decidir agora quem vai ficar com a casa na praia na America do Sul, que eu provavelmente nunca irei visitar e ela também não?

Nesse momento, fico feliz por não termos filhos, acho que decidir quem ficaria com a guarda deles iria acabar comigo. Estou quase colocando meu café da manhã para fora apenas de pensar na possibilidade.

Isso tudo me faz retornar a Lily. Porque entendo os meus motivos para não ter implorado para ela ficar. Implorar por algo que é tão necessário para você, só vai fazer com que você se frustre quando perceber que não está recebendo de verdade o que merece. Estou em divorciando, qualquer coisa que venha a seguir, quero que seja completo. Não posso aceitar apenas umas noites de sexo, não mais.

Até porque, estamos falando de Lily Evans. Ter só metade dela é pior do que não ter nada.

No fim, Emmeline não quis ficar com nada. Assinamos os papéis. Estou divorciado.

Eu deveria me sentir aliviado? Porque não estou. Na verdade, sinto como se eu estivesse deitado no chão quente enquanto ela pisa em mim.

— Quero pedir desculpas por ter dito aquelas coisas. — Diz Emmeline, olhando para as próprias mãos. Estamos do lado de fora do prédio agora — Eu não deveria ter dito aquilo ou agido daquela forma, foi imaturo da minha parte.

Fico sem entender por alguns segundos, mas então me lembro. Ela viu a bolsa de Lily no meu sofá há uma semana.

— Está tudo bem, Emme.

— Eu fiquei com ciúmes. — Confessa. — Me sentindo traída. Mas eu quero que saiba que eu torço por você. Tenho um carinho enorme por você e sei que merece ser feliz. Eu... — Ela respira fundo e finalmente me encara. — Amo você, James. O único motivo para eu pedir esse divórcio é que porque estávamos infelizes.

— Eu entendo isso, de verdade. — Digo. Não sei o que devo dizer. Devo dizer que também a amo? Isso seria verdade? — Eu queria que fosse diferente. Me desculpe por qualquer coisa. Sinto que... Sinto que tirei algo de você.

— Como assim?

— Você sempre se esforçou muito por nós dois, sinto que tirei algo de você no momento que deixei de alcançar suas expectativas. Eu sinto muito por isso.

— Você sabe o que dizem. Somos responsáveis pelas expectativas que criamos. — Ela sorri, mas parece triste. Quero dizer que também estou triste, mas fico em silêncio. — Seja feliz.

Ela dá as costas para ir embora. Eu devo ter apertado meu próprio braço forte demais, porque sinto uma dor percorrer minha pele no mesmo instante que chamo seu nome.

— Você ficou linda com essa cor de cabelo.

Ela sorri de novo, mas agora parece ser um sorriso sincero.

Assim, ela vai embora, nem mesmo olha para trás. Parece a história se repetindo.

&

Eu não pensei que fosse ficar tão arrasado, mas estou. Por sorte, Remus e Sirius vieram para cá e agora estão me fazendo companhia. Sirius está usando um avental ridículo enquanto frita bananinhas empanadas para comermos. Remus trouxe cerveja e acho que já bebi duas latinhas em menos de vinte minutos.

Conto a eles sobre tudo que aconteceu, principalmente sobre Lily. Enquanto falo, me pergunto se estou arrasado assim porque me divorciei ou porque me dei conta de que perdi Lily justo quando achei que poderíamos tentar novamente. Eu perdi Lily. Perdi Emmeline. Perdi Lily novamente. Talvez seja isso. Esse pensamento me apavora.

— Estou chocado que Lily Evans esteve na cidade esse tempo todo e nenhum de nós soube disso. — Reclama Sirius. — Como foi que ela ficou escondida por dois anos nessa cidade? Nessa cidade minúscula ainda.

— Se ela não queria ser vista, talvez tenha se esforçado justamente para ninguém saber. — Comenta Remus, abrindo uma lata. — Eu não imagino como deve ter sido para ela perder o marido. Se ela disse que voltou porque não estava bem, imagino que talvez ela tenha ficado bem reclusa esse tempo todo. Não é surpresa que ninguém ficou sabendo que estava por aqui.

— É muito egoísta da minha parte estar preocupado com o fato dela não ter ideia do que quer comigo quando tudo isso aconteceu com ela. — Digo me sentindo realmente mal. — Eu ainda fico impressionado de perceber o quanto ela ainda mexe comigo. Por Deus, se passaram anos! E olha só pra mim.

— Eu estou ficando realmente confuso agora. — Diz Sirius. — Eu achei que você estava assim por causa da Emmeline.

— Também.

Dou de ombros. Também estou confuso. Estou mal por Emmeline, pela vida que sonhei indo por água abaixo. Porém, ainda assim, é Lily quem está nos meus pensamentos. Não consigo parar de pensar nela, no seu rosto, seus olhos verdes, seu cabelo sedoso e sua pele macia.

— Cara, sua vida ta uma bagunça.

— Obrigado, Padfoot. Realmente isso me ajuda muito.

Ele fez uma careta e tirou o avental, colocando o prato com as bananas em cima da mesa no centro.

— Isso vai passar, cara. Você já lidou com isso antes, não é? E tudo passou. Você não vai ficar mal pra sempre.

— Não é só sobre me sentir mal. É sobre me sentir vazio. Não quero passar minha vida toda sem sentir nada. Sem ter nada.

— Vou te falar uma coisa, James, e não me leve a mal. Mas eu acho que você se prendeu muito a desejos e sonhos e esses desejos te frustraram. Nem tudo que planejamos acontece. Eu não pensava em ter filhos e nem me casar tão cedo, e olha o que aconteceu entre Hestia e eu. Com você foi o contrário, mas isso não significa que seja totalmente ruim. Você conquistou muitas coisas, você viveu dois grandes amores. Como isso pode ser ruim?

Olho para Remus e não sei se quero rir ou apenas ignorar o que ele disse. Eu vivi dois grandes amores?

— Dê um tempo para você mesmo, Prongs. — Aconselha Sirius. — Tenta focar em outras coisas, trabalho, algum projeto ou algo assim. Quando você relaxar e parar de se cobrar tanto, tenho certeza que você vai se resolver bem consigo mesmo e com o que está sentindo.

— É, acho que sim.

— Anos se passaram e vocês voltaram a se encontrar. Se isso não for destino... — Remus começa.

— Estou cansado do destino me sacaneando, isso sim. Parece que o destino está me colocando em diversas situações péssimas e nunca está satisfeito com seu próprio trabalho.

— Você está sendo dramático. —Sirius ri.

— Cala a boca, Black.

&

Fui para Londres com  minha mãe para comprarmos uma lavadora nova para a padaria. Está ficando frio e meu nariz está vermelho. Eu odeio o clima daqui, só percebo isso agora.

Marlene foi embora tem alguns dias, ela iria ficar mais um pouco, mas teve uma emergência em casa e precisou ir o quanto antes.

Eu pensei que ela fosse ser a primeira a me apoiar a voltar para Nova York assim que eu disse isso em voz alta, mas acho que contar para ela tudo que aconteceu em relação a James fez com que ela repensasse um pouco. Antes de ir embora, ela me pediu para não fazer nada antes de pensar bastante a respeito e ter certeza do que queria.

O problema é que não sei o que quero e, se eu não agir logo, vou acabar me acomodando novamente.

Na última vez que vi James ele me disse sobre ter quase trinta anos e sobre o que aquilo significava. Penso sobre isso também, penso na minha carreira e em como eu ainda tenho coisas para conquistar.

Quando Amos disse para eu seguir em frente, talvez fosse sobre isso. Eu posso voltar para Nova York, comprar um apartamento de Upper East Side, posso voltar a estudar. Conforme eu voltar com meus contatos, posso voltar a ter meu escritório.

Eu sei que sou capaz disso. Preciso acreditar nisso.

Mas também não sei se sou capaz de dar as costas e fingir que esqueci ou que não senti tudo que senti quando estive com James. Eu fiquei anos sem sentir nada, sem ter nada para me segurar. Quando eu menos esperava, fui capaz de me abrir para James, fui capaz de deixar com que ele tomasse conta dos meus instintos. O que isso poderia significar?

Talvez eu não devesse ignorar esse fato.

Minha mãe sempre amou James e sempre nos apoiou, mas quando conversei como ela sobre isso tudo, ela não deu nenhuma opinião. Ela ficou feliz, é claro, como eu já imaginava que fosse ficar, mas ainda assim, se conteve em dizer apenas que eu deveria seguir o que eu acreditava que fosse o melhor para mim. E disse que iria me apoiar independentemente de qual fosse minha decisão.

Eu não quero tomar uma decisão antes de ter certeza que sei de tudo que estou colocando a perder quando finalmente decidir. Mas também não quero que seja uma perda, não quero ter que abrir mão de nada.

Por isso, decido que primeiro preciso esclarecer várias coisas.

Com James Potter.

Deixo minha mãe em casa assim que voltamos para Hogsmeade. Eu só espero que não esteja perdendo tempo com isso, porque preciso imensamente vê-lo novamente. Preciso dizer a ele que o que senti com ele. Preciso que saiba que ele me tirou de um vazio que eu estava por meses e meses. E preciso saber até que ponto posso ir com isso.

Eu não posso deixar me levar por sentimentos desconhecidos, mas eu definitivamente não quero me deixar levar por incertezas ou impulsos covardes de quem quer fugir de algo. Eu não posso mais fugir.

Eu cansei de fugir.


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