Dusk Till Dawn escrita por dracromalfoy


Capítulo 21
Capítulo Vinte e Um


Notas iniciais do capítulo

Olaaa
Desculpem qualquer erro, deixem um comentário e boa leitura ;D



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DUSK TILL DAWN

Capítulo XXI

Perdi totalmente o controle, simples assim. James está me beijando e fui eu quem começou com isso. Num momento eu estava falando sobre destino – e sinceramente, o que eu estava na cabeça quando comecei a falar sobre aquilo? – e no outro eu estava em seus braços.

Não tenho como fugir disso e essa é minha única certeza. Eu também deveria desconfiar que acabaríamos assim em algum momento, porque desde o momento em que eu vi James naquela loja, ele foi a única coisa que rondou nos meus pensamentos. Um dia eu não queria nem mesmo sair de casa, quem dirá ter qualquer tipo de interação social e, no outro, estou nos braços de James Potter e desejando que ele me toque e não me solte mais.

E é isso que ele faz, porque suas mãos estão por toda parte e eu gosto muito quando ele coloca os dedos entre meus cabelos. Gosto do seu calor, dos seus lábios nos meus, do seu corpo colado ao meu e da forma como subitamente eu esqueço até mesmo que preciso respirar se quiser continuar com os beijos.

Ele me diz que precisa parar com isso se eu quiser comer alguma coisa nas próximas horas, mas eu não sinto fome. Ele me diz que gosta do que estamos fazendo, eu só consigo concordar na minha mente, porque nenhuma palavra sai da minha boca. Ele me pergunta se eu quero mesmo ir adiante com isso. Que pergunta estúpida, é claro que eu quero ir adiante com isso, não me imagino não fazendo isso.

Talvez tenha sido um impulso desconexo e incontrolável do meu subconsciente, eu não sei dizer, mas independente de qualquer coisa, acho que nada será capaz de fazer com que eu me arrependa do que estamos prestes a fazer.

&

James está me abraçando e seu corpo nu é a única fonte de calor nesse momento. Minhas roupas devem estar em algum canto – provavelmente uma peça em cada lugar. Eu posso me esticar e puxar a coberta para nos cobrir, mas para isso, eu precisaria me desvencilhar dos seus braços e, sinceramente, é a última coisa que quero fazer.

— Por que nós nunca conseguimos ser amigos? — Pergunta ele, seus lábios estão passeando pelo meu pescoço e seus dedos estão ao lado do meu corpo, fazendo com que um arrepio percorra toda minha espinha. — Quando éramos crianças, você me odiava. Depois começamos a sair, acho que não chegamos a tentar manter apenas a amizade. E depois tudo acabou, não foi?

— Acho que sim.

— Não conseguimos ser amigos. Eu pensei que pudéssemos ser amigos agora, sabe, mas sempre algo me conectar a você de uma forma que eu acredito que não aconteça com amigos.

— Sempre fomos amigos, James. — Digo para ele e sei que estou sendo sincera. — Você sempre foi meu amigo, acima de tudo.

Ele respira fundo e seu abraço se aperta envolta do meu corpo. A sensação é tão gostosa, tê-lo ali é algo sem igual. Não consigo pensar em mais nada quando o sinto assim, tão próximo de mim.

— Você entendeu.

— Entendi. — Tiro sua mão da minha cintura e me viro, ficando de frente para ele. Seus olhos passeiam pelo meu rosto e seu corpo relaxa, deixando que sua cabeça repouse no travesseiro macio enquanto eu apoio a minha em uma das mãos. — Entendo o que quer dizer. Eu te amava demais para ser sua amiga. sua amiga.

Ele sorri para mim e concorda com a cabeça.

— E agora? — Questiona, beijando meu rosto.

Não sei o que eu deveria responder. Não sei o que sinto por James. Talvez um sentimento de pertencimento, talvez saudade do que vivemos, não sei. Imagino que depois de tanto tempo sozinha, me escondendo do luto e com medo de seguir minha vida, a proximidade de James tenha se tornado uma espécie de conforto. Não sei que sentimento é esse, não sei como eu poderia descrever. Tudo que sei é que dez anos se passaram, no que isso nos transformou?

— Agora eu não sei. — Respondo sendo sincera.

Quando eu estava na beira do precipício, pensando em como eu odiava viver num mundo sem Amos e em como eu nunca mais queria ser tocada por ninguém, que nunca mais seria capaz de sentir de novo, me disseram que, com o tempo, eu iria me curar e conseguiria seguir em frente e que sentiria de novo. Agora, tudo que sei é que nunca conseguiria estar com alguém da forma como estou com James, nesse exato momento. Pode ser coisa da minha cabeça, mas eu acredito que, se realmente existe um destino que se encarrega de tudo que acontece em nossas vidas, ele se encarregou de que eu tivesse esse nível de intimidade e conforto apenas com James Potter e Amos Diggory. Por qual outro motivo eu estaria aqui agora se não fosse essa a razão?

No entanto, eu também sinto um impulso, uma voz dentro da minha cabeça me dizendo que não é sensato me entregar dessa forma. Eu não quero dar ouvidos para essa voz, mas eu sei que ela tem razão.

James se mexe desconfortável na cama e percebo que ele parece hesitar antes de falar. Talvez escolhendo bem as palavras.

— Eu não quero te pressionar. — Confessa ele.

— Então não pressione. — Respondo, dando de ombros. — Por favor.

— Só que... Lily — Ele me encara, olhando no fundo dos meus olhos, fazendo com que eu desvie o olhar por um instinto, mas ele toca minha bochecha e faz com que eu o olhe. — Não estou pedindo para você pensar nisso agora ou amanhã. Nem pedindo para você me prometer nada. Mas quero que você pense a respeito disso.

— A respeito do que, exatamente?

— A respeito do que fizemos e do que vem em seguida. — Ele diz as palavras rapidamente, como se quisesse se livrar delas. — Isso que fizemos vai se repetir? E, caso se repita, o que exatamente é isso? Sexo sem compromisso, sem sentimentos, sem perguntas sobre o futuro? Ou vamos apenas ser amigos? Nós vamos nos ver novamente?

— Não sei, James. Nós realmente precisamos falar disso agora?

— Não, não precisamos. — Ele volta a se deitar e olha para o teto, a visão perdida em algum lugar distante. — Só estou dizendo que seria bom pensar nisso, sabe? Não temos mais 18 anos, somos adultos. — Ele pausa e estreita os olhos até onde estou parada sem saber como reagir àquela conversa que veio repentinamente. — Estou me divorciando, também. Quase trinta anos, um divórcio. Não quero mais joguinhos, Lily. Quero saber o que vai sair disso.

— Não sei o que vai sair disso, James. — Digo, sendo sincera. — Eu vou dormir todos os dias sem me perguntar como vai ser o dia de amanhã. Não tenho mais planos. Eu te disse mais cedo, minha vida não é mais em Hogsmeade, mas também não é em Nova York. Como posso te prometer algo sem saber mais quem sou, aonde pertenço?

— Eu entendo. Tudo bem.

Quero dizer a ele que, talvez, possamos voltar a esse assunto outro dia, mas sinceramente eu não quero falar disso. Não sei o que vou fazer em relação a essa situação e me pergunto se realmente tem algo a ser feito. Acho que a única resposta para isso era que eu não deveria ter começado com isso. Deveria ter ido embora de Hogsmeade. Ou então deveria ter dito que não queria vir até sua casa.

Várias alternativas, mas acabamos aqui.

Sem dizer mais nada, levanto-me e procuro pelas minhas roupas. Espero que James me chame ou pergunte o que estou fazendo, se já estou indo embora ou algo assim. No entanto, ele não diz nada. Apenas continua onde está enquanto eu pego minhas coisas e vou embora sem dizer mais nada.

&

— Isso parece muito confuso pra mim. — Diz Marlene, sentando-se na beirada da minha cama.

— O que parece confuso?

— A forma como vocês não resolveram nada com essa conversa. Você me disse que estavam conversando, depois transando e, de repente, conversando de novo. E você simplesmente foi embora. Isso parece muito... Lily, o que diabos aconteceu?

— Não sei, Marlene. Eu acho que fiquei um pouco desesperada com aquela conversa. Talvez ele tenha percebido isso.

Marlene estreita os olhos e não consigo ler sua expressão ou adivinhar o que ela está pensando?

O motivo de eu ter contado para ela o que aconteceu ontem entre James e eu é porque estou revivendo tudo aquilo o dia todo. Fico me perguntando várias coisas sem chegar a nenhuma conclusão e, por isso, preciso colocar esses pensamentos para fora de alguma forma. Marlene é minha melhor amiga, por isso não pensei duas vezes antes de contar para ela.

— Você me disse que só tinha visto James uma vez — Relembra ela, cruzando as pernas e ficando de frente para mim. — E na segunda vez que se viram já estava na cama dele?

— Marlene, você está me julgando?

— Claro que não! Eu só estou tentando entender a dinâmica de vocês, já que vocês passaram dez anos sem se verem e, de repente, é como se nada disso tivesse importância. Isso está te deixando muito aflita, o que me faz pensar que talvez você tenha... sentimentos por ele?

— Como eu posso saber? — Rebato, segurando minha própria cabeça entre as mãos. — Eu não... Olha, isso é muito difícil, entende? Era tudo tão simples com o Amos, eu estou acostumada a não precisar falar sobre meus sentimentos, porque acho que o Amos sempre sabia o que eu sentia sem que eu precisasse colocar isso em palavras.

— Isso porque vocês passaram anos juntos, Lily. Vocês se conheciam pra valer. Eu não conhecia você durante seu namoro com James, mas talvez naquela época ele também te conhecesse o suficiente, não é? Acho que isso é uma questão de convivência. — Ela faz uma pausa e abaixa a cabeça, pensativa. — E também de diálogo. Vocês precisariam conversar, é assim que acabamos conhecendo melhor as pessoas.

Ficamos em silêncio.

Estou me sentindo uma idiota. Quando saí da casa de James daquela forma, parecia que, por um momento, minha mente tinha parado de funcionar. Eu não estava pensando direito, não sabia o que estava fazendo. Agora, relembrando como tudo aconteceu, eu me sinto uma verdadeira idiota.

James não teve nenhuma reação a não ser me deixar ir. O que isso significa? Se ele tivesse me pedido para ficar, eu teria ficado? Se tivesse insistido naquele assunto, eu teria cedido?

— Acho que entrei em pânico. Pensar em ter qualquer tipo de relação com alguém ainda é... Dolorido. Ainda estou surpresa comigo mesma por ter beijado ele e por... Você sabe.

— Sei. Acho que no fundo você criou essa barreira em volta de si mesma, Lily. Acho que você deveria ligar para ele, caso sinta que quer vê-lo novamente e esclarecer essas coisas. Se não quiser, apenas deixe isso claro. Você me disse que ele está se divorciando, eu imagino que tudo isso seja confuso para ele também.

 — Deveria ter sido diferente. — Digo. — Eu deveria ter feito as coisas sem tanta pressa. O dia que nos vimos pela primeira vez foi muito bom, nós conversamos sobre várias coisas, comemos e rimos.

— Talvez. Mas não tem como você voltar atrás agora, Lily. Então talvez seja melhor você pensar um pouco a respeito do que está sentindo antes de tomar a decisão.

— E se eu não tomar nenhuma decisão?

— Isso já é uma decisão.

— Faz sentido. Obrigada, Marlene. Principalmente por estar me ouvindo sem me julgar.

 Marlene dorme comigo naquela noite, Henry está extremamente feliz por ficar ali e espalha todos seus brinquedos pela sala enquanto assiste desenho na TV. Percebo o quanto minha mãe fica feliz com a casa cheia e com ele ali por perto.

Amo meu afilhado e sempre o vi apenas dessa forma: como meu afilhado querido; filho da minha melhor amiga e uma criança adorável. Hoje, no entanto, eu estou olhando para ele pensando no que eu poderia ter tido.

Se a vida não tivesse tirado Amos de mim, talvez pudéssemos ter tido filhos. Todavia, sei também que esse não é meu pensamento principal, porque no fundo minha mente está martelando que, se eu tivesse ficado em Hogsmeade, dez anos antes, eu poderia estar agora morando com James numa casa perto do campo com crianças correndo pela casa e nos deixando loucos. Eu ainda seria advogada, mas formada pela Oxford, ou Hogwarts, ou Cambridge. Esses eram meus planos dez anos antes, será que sinto falta deles?

Fico em choque assim que percebo o que eu estou pensando. Sentir falta desses planos ou desejar que eles tivessem acontecido seria o mesmo de dizer que me arrependo das decisões que tomei. Se eu tivesse continuado em Hogsmeade, não teria Amos.

Não posso me permitir pensar assim. Preciso tirar James Potter da minha cabeça.

Talvez seja o momento de retornar para casa.

Retornar para Nova York.

 


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