Questão de Sorte escrita por Hakiny


Capítulo 76
O Santuário




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/759767/chapter/76

No castelo do segundo reino, Helena se ocupava atendendo inúmeros telefonemas. Eram desde repórteres, até autoridades exigindo audiência com o polêmico general do Minus.

— Você é jovem demais para estar com tantas rugas — Uma senhora elegante se sentou em uma poltrona próxima a da garota. Aquela era Lavínia, mãe de Blanc.

— O vovô sabe? — Helena encarava o vazio — A saúde dele está bem frágil.

— Não — Lavínia suspirou — Se ele soubesse que seu único filho, acaba de sujar o nome da família dessa maneira ele…

— As preocupações do duque são tão fúteis quanto a criação que ele deu a meu pai — Helena dizia enquanto cerrava os punhos — Se ele tivesse sido um pai melhor, eu talvez tivesse um pai melhor!

— Os homens dessa família tendem a ser tolos, minha filha.

— Nem todos vovó.

— Aquele garoto não é da nossa família — Lavínia torceu o nariz — Como poderia uma aberração como aquela…

Lavínia se deu conta, que Helena não estava mais ali.

A garota bateu duas vezes e em seguida entrou no quarto onde se encontrava o pai doente. O médico a aguardava, para dar as notícias sobre o estado do velho general. E de fato ele estava velho, como ela não mais se lembrava. Embora estivesse doente, era  estranho que seu pai envelhecesse tanto. Ele havia ganhado uns 10 anos no mínimo. 

Recostado na cabeceira da cama, ele estava com os olhos distantes.

— Majestade, eu consegui estancar a hemorragia e o senhor Lagunov possui uma regeneração sobre humana, por isso ele deve ficar bem rapidamente — O médico explicava a condição do paciente.

— O que você tinha na cabeça? — Helena soltou com todo ressentimento que tinha em seu coração — Seus atos impensados vão custar mais do que você é capaz de pagar!

— Majestade… — O médico estava receoso — Temo que o estresse possa agravar a situação de seu pai.

— Ele aguenta — Helena soltou sem pudor algum — Saia por favor.

O médico saiu de imediato.

— Então agora você está suficientemente confiante para levantar a voz para mim? — Os olhos antes vazios de Blanc, agora se voltaram para a filha — Não se esqueça quem é o pai aqui.

— Está cada vez mais difícil, considerando as atitudes impensadas que você toma! — Helena estava firme — Uma criança mimada, que não mede esforços para alcançar seus objetivos.

Blanc permaneceu em silêncio.

— A imprensa está atrás de você, a justiça está atrás de você, a nobreza dos bruxos está atrás de você… Até o rei do primeiro reino está atrás de você. A única coisa que ainda está te mantendo vivo é o fato de estar no meu castelo, o rei Henrique teme uma guerra e por isso respeita as fronteiras, mas pai… — Helena estava abalada — O tamanho da merda que você criou ultrapassa todos os limites que eu poderia imaginar.

— E o Minus?

— Você não tem mais apoio, a instituição te destituiu do cargo de general e o Ryan vai assumir.

— Aquele desgraçado! Foi graças a ele que a missão falhou… — Blanc cerrou os punhos.

— Pai… — Helena se mostrava incrédula com as preocupações do caçador — Pai, você vai ser decapitado! E eu não sei o que fazer quanto a isso! Pai eu não sei se posso ajudá-lo! Seu castelo de areia finalmente desmoronou e você não tem mais alternativas.

— Quanto escândalo… — Blanc retirou o lençol que o cobria e se levantou — Você é como uma criança, desesperada porque ninguém te buscou na escola no horário combinado.

— O que está fazendo? — Helena estava confusa — Pai, volte para a cama antes que seu ferimento abra.

Blanc parou seu passos e em seguida encarou a filha com cinismo:

— Eu aguento.

A porta se abriu e o médico aguardava no corredor, preocupado que a briga familiar pudesse agravar o estado de seu paciente. No momento em que o pobre homem se deparou com a imagem do general doente de pé, seus olhos arregalaram.

— Você tem um telefone? —  Blanc se aproximou do homem, somando quase o dobro do seu tamanho.

O médico entregou o aparelho para o caçador, com suas magras e trêmulas mãos.

Helena seguiu o pai e o observou tentando entender o que estava acontecendo.

— Jay, contate o tribunal federal do primeiro reino e diga que o general do Minus, Blanc Lagunov, solicita uma audiência — Blanc falava no telefone.

— Sim, senhor! — O soldado respondeu do outro lado.

— O que você está fazendo? — Helena ainda estava confusa.

— Vencendo.

No santuário, Catherine estava se habituando ao segundo dia no seu dormitório. Diferente dos outros alunos, a ela havia sido reservado um particular. Ela sabia que aquela decisão era uma forma de afastá-la das outras bruxas, visto que ninguém suportaria compartilhar espaço com ela. Mas preferia mentir para si mesmo, e acreditar que era especial, por isso havia algo reservado assim para ela. Deitada em sua cama, com o Tommy em forma de chinchila, dormindo em sua barriga, ela lia o cronograma escolar.

Havia 4 divisões de períodos, chamados de (--- pense sobre essas coisas ---). Havia um pequeno recesso ao término de cada um desses períodos, onde as bruxas poderiam voltar para casa, caso assim desejassem. Um pouco mais a frente ela avistou o calendário escolar, juntamente com os dias de aula e seus respectivos horários.

“Turma do ano 515” 

— Olha, Tommy! — Catherine sorriu empolgada, enquanto mostrava o papel para seu roedor sonolento — Isso aqui é para mim. Vamos ver… — Catherine analisava os horários — Segunda feira, tenho aula às 16h. 

Seus olhos vagarosamente se dirigiram até o relógio que ornamentava sua escrivaninha que marcava 15:46.

Com um movimento único a garota saltou para longe da cama, fazendo seu pequeno bichinho rolar pelo colchão.

— Eu não acredito que vou fazer um papel desses no meu primeiro dia de aula… — A bruxa tentava prender os cabelos que seria incapaz de pentear com aquele resquício de tempo que tinha. Por sorte, naquela manhã seu pai já havia lhe enviado uma muda de roupas. Sem pensar muito ela se livrou do pijama que vestia e pôs um vestido que lhe cobriu sem a necessidade de abotoar ou amarrar qualquer coisa. 

— Vem, Tommy! — Ela enfiou a chinchila no bolso e correu rumo a sala de aula.

Chegando em frente a sala, quando o relógio marcava às 15:58, Catherine foi barrada por um inspetor:

— Sem uniforme, não assiste a aula — O homem disse de forma firme.

— Uniforme? — Catherine estava confusa.

— Todos os alunos receberam seus uniformes hoje pela manhã, onde está o seu? 

— Eu não recebi… — A bruxa estava desmotivada — Por que?

— Procure a diretoria — O homem se virou para a porta, a partir daí, ignorando a bruxa.

Foram 15 minutos até que a bruxa conseguisse encontrar a tal diretoria. Nesse tempo, ela conversava com seu mascote sobre os possíveis motivos de não terem entregado seu uniforme. Todos acidentais é claro.

Chegando lá, ela soube que Carine havia saído para resolver alguns problemas no tribunal do primeiro reino.

— Ninguém pode me ajudar com isso? — Catherine pedia ajuda a secretária.

— Você pode tentar falar com a vice diretora.

— Seu uniforme não foi entregue porque você não é uma aluna do santuário! — A vice diretora entrou na sala repentinamente.

Era a mesma mulher que a havia recepcionado tão cruelmente, Denize.

— Eu não me importo com a opinião que você tem sobre mim, meu lugar é aqui goste você ou não! — Catherine a encarou com obstinação.

— Seu lugar é na fogueira! — Denize a olhava, como quem estivesse diante de uma praga que precisava ser contida.

— Já tentaram me queimar uma vez e falharam — A jovem bruxa soltou antes de sair da sala.

Denize a viu se afastar em silêncio.

Caminhando pelos corredores, Catherine murmurava incessantemente. Sem a presença de Carine ela não poderia conseguir um novo uniforme, sem uniforme ela não poderia assistir às aulas. A diretora voltaria em três dias e a garota já lamentava todos os assuntos que perderia naquele período. Não sabia se conseguiria retomar aqueles assuntos, se acompanharia a turma. Ela já estava em desvantagem em relação as outras bruxas, jamais havia tido a sua disposição um livro de magia e muito menos pais que a ensinassem os fundamentos básicos.

— Catherine, a magia que existe em nosso corpo é a mesma que corre pelo mundo. A mesma que emana do sol, ou que possibilita o desabrochar de uma flor. Por isso, uma bruxa deve sempre estar em contato com a natureza, tanto quanto em contato consigo mesmo. Essas duas magias estão intimamente ligadas e uma não existe sem a outra.

Aquelas doces lembranças dos ensinamentos de Safira, a fizeram se desvencilhar daqueles pensamentos que afetavam sua autoestima. Ela não estava em desvantagem, havia sido instruída por uma das bruxas mais poderosas de todos os tempos. Aqueles três dias não a fariam ficar para trás!

“Se eu não posso estudar como os outros alunos, talvez eu devesse encontrar uma forma de estudar sozinha.” 

Enquanto refletia sobre suas possibilidades, Catherine ouviu passos se aproximando naquele corredor vazio. Instintivamente ela se escondeu em uma pequena lacuna que ficava entre duas pilastras. 

— Você não parece mais tão cheia de energia não é mesmo? Eu tenho um bom olfato e o seu cheiro é peculiar

A garota reconheceu a voz de Denize.

Assustada, a bruxa se encolhia mais naquele minúsculo espaço.

“Por que aquela mulher estava perseguindo ela? Ela poderia machucá-la mesmo estando dentro do santuário? Poderia ter alguma chance contra uma bruxa daquele nível?”

— TE ACHEI! — Denize se lançou em direção ao pequeno espaço onde Catherine estava, mas aquele local estava estranhamente vazio.

Enquanto isso, a bruxa de Otium despencou 3 lances de escada antes de aterrissar no chão gelado de um local desconhecido.

“O que houve? Eu fui engolida pela parede?” Catherine pensava enquanto tentava se recuperar da pancada, o pequeno Tommy se contorceu em seu peito e ela correu para se certificar de que ele estava bem. Aparentemente o roedor tratou de se abrigar seguro entre os seios da garota. Catherine percebeu então que a única prejudicada naquela história havia sido ela.

— Onde eu estou? — A bruxa sussurrava confusa enquanto esfregava a cabeça cheia de galos.

— No meu território — Uma voz desconhecida sussurrou.

Catherine se encolheu contra a parede.

— Q-quem é você? Olha eu não sei como eu vim parar aqui me desculpe…

Um par de olhos cinzas se abriram na escuridão. Era tão escuro que Catherine era incapaz de sequer enxergar a silhueta do indivíduo.

— Desculpe a minha deselegância — O corpo que abrigava aqueles olhos brilhantes veio a luz — Eu estava dormindo e acordei com seu pouso inadequado.

Era uma mulher, parecia ter em torno de 30 anos. Era alta e tinha uma pele perfeita. Seus cabelos eram encaracolados e tão acinzentados que não pareciam combinar com a sua jovem aparência.

Com um pequeno sinal com os dedos, a mulher fez com que todo local se acendesse.

— V-você é uma professora? — Catherine ainda estava insegura.

— Ah… não — A mulher pensou por alguns segundos — Eu trabalhei como substituta algumas vezes, sabe? Mas eu detesto adolescentes. Eles e seus problemas fúteis, acreditando que tudo é o fim de mundo. Se quer saber, eu já vi o fim do mundo e ele é muito feio sabia?

Catherine ficou em silêncio.

— A propósito, como você entrou aqui? — A mulher perguntou.

— A parede me engoliu… — Catherine estava um tanto incrédula com toda aquela situação.

— Hum… — A desconhecida fez surgir uma taça de vinho em sua mão — Estava em uma situação de perigo não estava?

A bruxa acenou positivamente com a cabeça.

— Olha, o santuário é tão vivo quanto nós e ele escolhe quem quer por perto, e essas pessoas escolhidas permanecem em segurança enquanto ele estiver de pé — Explicou com paciência — Mas essas pessoas são poucas, sabe? Acho que a última vez que ouvi sobre algo assim foi na época em que eu estudava aqui e acredite… faz muuuito tempo. — A bruxa parou por alguns segundos — Mas não tenho tido muitas notícias de nada nos últimos 15 anos, então posso estar desinformada.

Em outro momento, Catherine teria ficado feliz em saber que era especial de alguma maneira para o santuário, mas naquele momento, parte dela ainda estava assustada com Denize e ela ainda não fazia ideia de quem era aquela mulher falante na sua frente.

— Se seguir as mesmas escadas que você rolou, vai encontrar duas portas, pegue a porta da direita e sairá de frente para a biblioteca — A mulher explicou — Adios!

— Mas e se… — Catherine tremeu — E se a Denize estiver me esperando lá fora?

A feição da mulher se fechou.

— Eu estava esperançosa de que estivéssemos falando de estudantes estúpidos, fazendo coisas estúpidas de adolescentes, mas você está me dizendo que a vice diretora pôs a sua vida em risco?

— E-eu não sei… — Catherine estava insegura — Ela não fez nada realmente… talvez eu só estivesse assustada.

— Sente-se — A mulher fez surgir uma cadeira confortável para sua visitante — A Denize tem uma reunião com o conselho do santuário às 19:00, até lá você pode esperar aqui.

— Mas e se ela vier até aqui?

— Ela não teria tanta coragem — A mulher sorriu diabolicamente.

Catherine se sentou, e iniciou uma conversa com a nova conhecida. A mulher se recusou a falar o seu nome, por isso preferiu ser chamada de Tia Cinzenta, o que Catherine acabou por transformar em Cindy. A garota perguntou a bruxa se ela não se importava de ser chamada de tia.

— O que? De forma alguma! — Cindy sorriu — Você é tão novinha que poderia facilmente me chamar de vovó. Eu pareço jovem, mas meu filho mais velho tem quase 100 anos. Conservo minha aparência assim, porque gosto do meu rosto como está, mas não tenho vergonha da minha idade.

Cindy era legal, contou a Catherine sobre algumas curiosidades do santuário e também ensinou a ela um pequeno feitiço de proteção.

— Se o seu quarto for invadido por algum estranho todo santuário será alertado com gritos extremamente incômodos que só vão parar quando alguma autoridade aparecer — A bruxa explicava.

Catherine estava animada com a sua nova amiga e durante a conversa falou sobre suas desilusões escolares e sobre os ensinamentos que teve com Safira. Ouviu de Cindy que Safira era uma velha conhecida, mas que nunca haviam sido próximas.

— Do lado de fora tem um bosque — Cindy disse um pequeno conjunto de palavras que riscaram a parede ao lado de Catherine tão profundamente que em seguida tornou-se uma passagem — Deve ser o lugar mais bonito do primeiro reino. Lá você vai ter toda a natureza que você precisa.

— Lá fora é… aqui dentro? — A bruxa do azar caminhou hesitante em direção a saída — Quer dizer, deu muito trabalho para entrar… se eu sair…

— Fica tranquila Catherine, esse bosque é uma interseção entre as duas dimensões e a não ser que você seja oficialmente banida, você sempre vai poder voltar — Cindy se levantou e tocou os ombros da garota — Sente na grama, medite e tenha a aula que você perdeu hoje.

Catherine pensou em negar, ficar ali com Cindy até o horário combinado, voltar para o seu quarto e dormir. Mas amanhã ela acordaria tão desmotivada que não poderia garantir que conseguiria suportar mais um dia naquele lugar. Afinal, eram tantos sonhos, tantas expectativas...tudo isso quebrado. Ela estava quebrada, o santuário havia deixado ela mais emocionalmente quebrada do que toda a travessia havia sido capaz de fazer. Alguns passos e ela estava do lado de fora.

Ela não pôde evitar o fascínio. A porta por onde havia saído, estava no topo duma colina e lá de cima ela pode contemplar a vista mais bonita de toda a sua vida. A grama debaixo dos seus pés seguia até onde não dava mais para ver em um verde esmeralda inacreditável. Ela pôs Tommy no chão e retirou de seu pescoço a relíquia que havia ganhado de Trevor. O animal voltou ao seu estado original e Catherine o montou. Os dois seguiram a toda velocidade com o vento contra o rosto, em direção ao horizonte. O ar que entrava nos pulmões daquela bruxa era como uma espécie de antídoto que renovava todas as suas energias.

— O Ryu iria adorar isso aqui — Deitada na grama, Catherine balançava os braços como se estivesse tentando fazer um anjo de neve — Como será que ele está agora?

Com os olhos fechados, Catherine tentava se lembrar do rosto de seu antigo guardião. Então ela se lembrou de cada detalhe, desde a cor dos seus cabelos até as leves sardas que ele tinha em seu rosto. Ela o viu de frente para um espelho, com os cabelos molhados e usando apenas uma bermuda. Concentrado em seu movimento, ele tentava manusear delicadamente a lâmina que usava para limpar os pelos do rosto. Os olhos dele, antes focados em sua própria pele, voltou-se para outra direção no espelho. O espectro conhecido de sua amada. Com um movimento descuidado ele cortou a própria pele e se virou repentinamente. Catherine se assustou.

— Cat? — Ryu se aproximou da imagem quase transparente.

— Nossa… — Catherine olhava para as próprias mãos — Que tipo de magia é essa?

— Alguém já está a caminho de se tornar uma grande bruxa, hem? — Ryu sorriu orgulhoso para sua companheira.

Catherine também sorriu para ele, feliz de poder ver o seu rosto novamente.

— Senti sua falta — A bruxa soltou.

— Os dias parecem meses para mim — Ryu se aproximou dela.

Catherine se preparava para dizer alguma coisa, quando a sua imagem desapareceu.

Ryu sentiu um aperto no peito e suspirou desanimado antes de sair do banheiro.

No santuário, Catherine levantou-se abruptamente da grama. Um rugido bestial havia interrompido o seu transe. Em desespero, ela saltou para cima de Tommy e se preparou para fugir, até que ouviu mais uma vez aquele som. Dessa vez, mais atenta, ela pôde sentir certo desespero naquele rugido, como se fosse uma espécie de pedido de ajuda, como se o autor estivesse em agonia.

— Eu não devia fazer isso… — A bruxa disse com pesar, antes de guiar Tommy na direção do barulho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Questão de Sorte" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.