Questão de Sorte escrita por Hakiny


Capítulo 34
Tesouros Celestiais


Notas iniciais do capítulo

Eu estou achando meus capítulos muito curtos, mas eles estão com a mesma média de palavras... O que está acontecendo? huahuahuah



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— Pai! — Helena tentava alcançar o homem enfurecido — Não pode ser tão duro com ele. Tenho certeza que em algum momento ele vai tomar jeito.

— Se você viver para tomar todas as dores dele, é provável que nunca consiga! — Blanc marchava em direção a sala de reuniões.

Lá Josh esperava a chegada do pai.

— DUAS FUGAS! — Já dentro do cômodo, Blanc acertou a mesa com um soco tão forte que ela foi resumida a pedaços.

— E 17 prisões… — Josh evitava olhar para o pai.

— Eu não cheguei onde estou me contentando com grandes números Josh, eu quero resultados perfeitos! — A voz do homem preenchia a sala como um trovão. E ele se referia a sua posição como general do exército de elite do Minus.

— Os seus números perfeitos custariam a vida de uma dezena de cidadãos inocentes! — Josh também estava com seus ânimos alterados.

— E salvaria a vida de milhares! — Blanc encarava o filho com ódio — Do que adianta um corpo tão poderoso para uma mente tão fraca?

— Pai… — Helena tentava interferir.

— FORA!

Ao som do comando do pai, a garota tremeu. Apesar de desejar ficar na sala para apoiar o irmão, ela se sentiu incapaz de contrariar aquela ordem. Depois de passar um olhar apreensivo para Josh, ela apenas se retirou.

— O único motivo de eu treinar tanto, de me submeter inteiramente às suas ordens e sair todos os dias nessas missões, é salvar pessoas — A voz do garoto estava firme — Não me peça para matar pessoas pai! Eu não vou sacrificar nenhuma vida!

Os olhos de Blanc fitavam a imagem de Josh com um mix de desprezo e raiva.

— Eu sinto muito — Josh estava fragilizado — Pai eu não queria que isso...

Antes que pudesse completar a sua frase, o garoto foi atingido no rosto com um soco tão forte, que ele foi lançado junto a uma estante de livros, que acabou sendo posta abaixo com o impacto.

— Você ficará nas masmorras subterrâneas pelos próximos 15 dias — Blanc limpava da mão o sangue que havia espirrado do rosto do filho.

— Pai por favor… as masmorras não… — Josh se levantava um pouco zonzo — Eu odeio aquele lugar…

— Mas você gosta tanto das bruxas, que eu espero que aprecie sua estadia ao lado delas.

Após terminar a sua frase, Blanc saiu da sala. Logo em seguida dois guardas entraram e encararam o garoto depressivo.

— Você vai precisar ser arrastado? — Um dos homens estava um pouco constrangido e tentou uma piada — Não acho que só nós seremos suficientes para dar conta.

— Está tudo bem Afonso… — Josh era incapaz de mudar o seu humor.

— Quanto tempo dessa vez? — Lázaro, o outro homem que acompanhava Josh perguntou.

— 15 dias — Josh sussurrou em total desânimo.

— Uau! — Afonso exclamou e depois seguiu com um assovio longo — O que fez para deixar o senhor Lagunov tão bravo?

Josh se limitou a balançar a cabeça, era claro que ele estava cansado daquele assunto.

Enquanto desciam as escadas em espiral, andar por andar ele sentia seu coração apertar. Ele odiava aquele lugar, odiava o cheiro de podre que vinha dali. Odiava ouvir o choro das bruxas implorando por comida, ou um cobertor. Odiava a ideia de que ele era parte daquele sofrimento. Era mais fácil ignorar tudo quando se podia assistir à luz do sol.

— Ele veio de novo…

Uma voz rouca sussurrou.

— O que será que a aberração fez dessa vez?

Uma outra voz se pronunciou.

Agora Josh se lembrava, que o mais forte de todos os motivos de ele odiar aquele lugar, era o nojo que as bruxas sentiam dele. Não bastando ser um dos caçadores que as condenou aquele destino cruel, ele era o que elas chamavam de “aberração”. Diferente dos outros caçadores, Josh tinha sangue de bruxa correndo em suas veias. Ele nunca gostou das histórias, mas pelo pouco que havia ouvido de sua irmã, ele havia passado por um procedimento experimental quando era bebê: sangue de bruxa havia sido injetado em suas pequenas veias. Nenhum humano, caçador ou não, havia sobrevivido aquela experiência, com exceção de alguns infelizes que acabaram perdendo toda a sua sanidade, na maioria das vezes acompanhada de deformação corporal. Diante dos resultados, era difícil chamá-los de humanos, ou acreditar que depois daquele procedimento ele poderiam ter uma vida.

Mas ele havia sobrevivido, o Lagunov abençoado. Aquele que traria a vitória humana sobre as bruxas e destruiria o mal do mundo.

Josh achava repugnante a ideia de um pai submeter o próprio filho, ainda criança, a uma experiência como aquela, mas diante de tudo o que ele estava destinado, era quase compreensível.

— Lar doce lar! — Lázaro destrancou a cela enferrujada e abriu espaço para que Josh passasse.

Ele olhou com indignação para o soldado, aquela piada estava longe de ser engraçada em um momento como aquele.

Lázaro deu de ombros.

Já sozinho, Josh tentava tirar a sua atenção dos murmúrios que preenchiam aquele andar.

Havia maldições contra ele, zombarias e pranto.

— Você não parece um bruxo — Uma voz delicada chamou a atenção do garoto — Não totalmente pelo menos.

Bastante curioso, ele se atentou a origem do som. Na cela em frente a sua, grandes olhos azuis o encarava com dúvida.

— Quem é você? — Josh perguntou.

— Eu me chamo Safira, Safira Neville — A garota sorriu amigavelmente.

Enquanto Josh se desvencilhava daquelas lembranças que o visitava em horas inoportunas, a sua luta corria a todo vapor.

— Por quanto tempo irá fugir como um coelho? — Hector o atacava de todos os lados, mas todos os seus golpes eram evitados com facilidade.

— Até entender como funciona esse seu tesouro celestial! — Josh tinha uma expressão curiosa em seu rosto.

— Então isso é só um teste para você, maldito! — Tomado por raiva, Hector avançou para cima do adversário.

Fazendo pouco caso da performance do inimigo, Josh afastou alguns centímetros da mira do contrabandista e em seguida o atingiu no estômago.

Hector gemeu de forma rouca e acabou deixando saliva escorrer de sua boca.

— Como eu previa… — Ainda com o punho enterrado na barriga de Hector, Josh se aproximou do ouvido do homem, que nesse momento se esforçava para ficar de pé — Essa sua mania de fugir das lutas e fazer ataques surpresas só revela o quão fraco você é.

Um sorriso debochado floresceu no rosto do contrabandista.

Josh mal pode notar quando Hector agarrou o seu braço com força. Naquele momento, uma onda de energia percorreu todo o corpo dele e em um instante ele se sentiu sem equilíbrio ou controle sobre si.

— E esse seu descuido diante de um inimigo desconhecido só revela o quão burro você é — Hector dizia triunfante enquanto observava o caçador cair de joelhos.

— Ok… — Josh suava frio — Você vai me dizer o que aconteceu comigo ou não?

— Perda de tempo desnecessária! — O contrabandista tinha uma expressão fria em seu rosto.

Ele posicionou sua soqueira um pouco acima da nuca de Josh e se preparava para o golpe final quando foi surpreendido por algo agarrando seu pescoço.

O homem cambaleou para trás e só então se deu conta de que se tratava do chicote que Josh carregava com ele.

O objeto se movia sozinho e no estado precário em que se encontrava, Josh estava longe de ser capaz de ter algo a ver com aquilo.

Não importando o quanto Hector se debatesse ou tentasse agarrar aquele tesouro celestial, era como se aquilo fosse uma serpente que se enrolava cada vez mais em sua vítima.

Aos poucos o homem viu suas forças indo embora e acabou por se render ao chicote vivo que o enforcava.

No fim Hector caiu no chão, aparentemente sem vida.

Foi então que do chicote, surgiu um homem bem vestido e muito bonito.

— Você é um completo imbecil! — O homem se mostrava extremamente decepcionado — Estava a um minuto de morrer por puro descuido!

— Oi Sebastian… — Josh estava extremamente sonolento — Te devo uma…

— Na verdade — Sebastian erguia o caçador e o ajudava a se manter em pé —, se estamos lidando com números seria algo muito mais próximo de 173 do que um!

Um pouco distante dali, Ryu e Ryan travavam uma batalha acirrada.

Mesmo com todos os ataques explosivos vindos por parte do caçador e seu tesouro celestial, o Dark Blood de Eveline era impenetrável.

Ryu estava mais do que satisfeito com sua nova descoberta, apesar de que o seu limitado conhecimento em relação a espada dificultava qualquer tipo de estratégia.

Um olhar rápido para Catherine o fez perceber que ela estava em apuros.

“Eveline”

Ryu deu o comando.

A espada saltou de sua mão com a velocidade de uma bala e cercou Catherine, fazendo entender que ninguém se aproximaria dela.

— EVELINE! — O guardião gritava enquanto fugia desesperadamente das explosões de Ryan.

Num movimento rápido, Eveline atravessou os corpo de todos os homem que ameaçavam a bruxa do azar e se pôs frente ao ataque de Ryan, impedindo que Ryu fosse atingido pelas explosões.

“Eu não sou um ioiô”

A espada protestava.

— Eveline! — Catherine gritou ao longe.

Mais uma vez, o tesouro celestial correu ao socorro da garota.

— Pare de se esconder atrás de sua espada, Ryu! — O caçador do Minus dizia enquanto lançava uma onda de explosões em direção a seu inimigo.

— Ah Claro! — Ryu rolava pelo chão na tentativa de se esquivar do ataque — Você certamente está usando o poder da sua mente para me atacar!

— As suas piadinhas estão me cansando! — Ryan atacava desenfreadamente como um louco — Lute e pare de fugir como um covarde!

— EVELINE! — Ryu estava mais uma vez desesperado.

Como esperado, a espada negra cercou o guardião com um escudo que absorveu toda a energia da arma de Ryan.

— Bom, eu não costumo usar isso em situações tão comuns — Enquanto Ryan falava, sua espada adquiria um brilho intenso — Mas acho que você já testou demais a minha paciência.

Enquanto o guerreiro se preparava para dar o seu grande ataque, foi agarrado pelo pescoço por um chicote e em seguida arremessado tão longe que Ryu acabou o perdendo de vista.

— Precisamos fugir daqui agora! — Josh enrolava o chicote e pendurava mais uma vez na cintura.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Sexta tem mais!



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