He Is My Captain escrita por Airi


Capítulo 9
Posso me perder em seus olhos pela ultima vez?


Notas iniciais do capítulo

AEEE! Demorou mas estou aqui! hahaha, o capitulo ficou um pouco curto, porque só no proximo vai poder contar o resto, :X ; Bom, gente, se ficar ruim é só avisar! Eu prometo que o proximo capitulo tudo vai melhorar ; E sim está um dia atrasado porque minha mente não estava boa ontem T_T ; Ai achei melhor parar voltar hoje o/
Bom, boa leitura!



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Recapitulando os meus problemas: Estou apaixonada por um homem imbecil, de “fingimento” com um amigo pra lá de gostoso, e duas cortesãs que foram raptadas pelo pior pirata do mundo que quer me matar por deixá-lo caolho. E o inédito! Henry quer ir salva-las no meu lugar... Será que ele finalmente está se apaixonando por Katherine? E...porque essa idéia não me agrada nenhum pouco?

- Eu escutei direito? Você quer ir? – Perguntei diretamente para Henry, deixando nossos problemas de lado

- Se não escutou, é surda... o que eu acabei de dizer? Eu vou Mary, você e Matt ficam...

- Mas eu não falei nada em ir.. – Matt disse confuso

- Ah... não falou? – Henry rebateu confuso – Que seja, eu vou...

E antes que eu pudesse abrir minha boca ele terminou a frase

- ...sozinho...

Henry disse aquilo olhando pra mim, o que era o pior de tudo. Seus olhos demonstravam preocupação e medo. Serio, eu não posso deixa-lo ir sozinho, afinal ele morre de medo de Black Bart e é o mínimo que posso fazer pelo homem que amo. Eu disse isso mesmo? Ah, deixa pra lá.

- Ah, Henry, você precisa de ajuda, eu vou com você... – disse já indo para a entrada do barco.

- Não, não vou... – ele pegou meu braço me fazendo andar em um circulo, ido para o lado oposto - ...ajuda nessas horas é inútil e você está mal...

- Que bobagem! – Falei gritando para que Matt não escutasse o que ele estava dizendo – Eu vou com você e acabou!

O pobre Matt nessa historia toda ficou lá de pé me olhando discutir e gritar com Henry. No final das contas eu o convenci a me deixar ir, não sei como, mas consegui. Ele entrou rapidamente e logo voltou com duas espadas, uma de ouro, que confesso linda, e uma normal com cabo de madeira.

- Sabe usar uma espada, pirralha? – Ele disse em tom provocante, jogando a espada para mim.

- Não sou muito mais nova que você capitão e provavelmente mais esperta, então, sim eu sei... – respondi a altura, pegando a espada.

Nossos olhos se encontraram, desafiando um ao outro. Quase me perdi naqueles olhos cor de mar e naquele belo sorriso bobo que ele tinha, mas não posso, tenho amigas, ou quase isso, para salvar.

- Vamos? – Ele perguntou se aproximando de mim e me puxando pela mão

- Matt não ficará contente em me ver de mãos dadas com você Capitão... – disse puxando minha mão rapidamente e me despedindo de Matt de longe

Seguimos caminho mesmo estando bem escuro, é eu sei que tudo isso está sendo duro para Matt, porque ELE sabe a verdade, mas tenho medo de estar sozinha com Henry e ainda por cima doente. Caminhamos por uns bons minutos, subindo e descendo ruas, até chegar a um bar. Henry parou e olhou para dentro.

- O que foi? – perguntei curiosa – Uma pista?

- Não... estou com fome... – ele falou um pouco tímido.

- Não andamos nem uma hora e você já está com FOME? E como assim fome Henry? Sua amada Katherine está por ai, nas mãos de Black Bart, estamos correndo perigo aqui e você quer parar para COMER? – Perguntei muito irritada, dando vários tapas no ombro dele.

- Sabe que ela não é minha “amada”, mas isso não é assunto para discutirmos aqui, e sim estou com fome, e podemos pedir informações por aqui Mary, não percebe? Minha tática é perfeita! – a voz dele soou de forma rude

- É, claro...com toda a certeza você teve esse plano desde que viu esse lugar nojento... você me decepciona, serio...

- Ai que você se engana, você se surpreende a cada dia com a minha esperteza, só não quer admitir...

- O dia que eu fizer isso, o mundo acaba... pode apostar... – falei ironicamente

E sim, acabamos entrando lá, Henry comeu até dizer chega, pagamos e ele não perguntou nada. Claro, ele deveria ter se esquecido completamente do que estava fazendo ou do que tinha dito pra mim, a memória dele é mais curta do que a de um passarinho. E só não detalho tudo o que vi, porque sinceramente não tem nada de interessante para ver ou algo que ele tenha feito que seja digno de nota. Quando estávamos saindo do lugar, um homem de capa preta abordou Henry e eu.

- Estão procurando Black Bart não é mesmo?

- É, estamos sim... sabe de alguma coisa sobre ele? – Henry perguntou, ficando serio.

Finalmente alguma pista!

- Eu só falo com a garota... – ele alertou - ...me disseram que você é burro demais... é Mary não é mesmo? – Ele perguntou se virando para mim.

- É... é Mary... mas, tem pistas dele?

- Como assim burro demais? - Henry disse alto quase avançando no homem

- Cala a boca! – falei irritada – Não estou escutando o que ele está falando por causa desse seu escândalo Henry!

Por alguma razão, ele ficou quieto mesmo. Acho que viu o quanto eu queria logo terminar com tudo isso. Alias, estou cansada e está de noite.

- Então, como ia dizendo... – ele continuou - ...eles estão do outro lado da ilha, é só atravessar a floresta que vão chegar lá..

- Espera um minuto, como sabe disso? – perguntei desconfiada, tentando ver o rosto dele.

- Uma mulher, Katherine, me pediu para vir até aqui e procurar por vocês, ela me deu as descrições e o nome de vocês...

Quando viu que eu estava tentando olhar seu rosto, o homem abaixou mais a cabeça virando para o lado. Me virei para Henry, ele parecia atento a conversa e meio tenso, será que florestas amedrontam ele também? Não duvido nada. Mas algo me diz que mesmo ele dizendo que não ama Katherine, ele se preocupa com ela, assim como se preocupa com Carly e talvez comigo e os outros tripulantes. Não posso culpá-lo por ser um capitão muito sentimental, isso está salvando a vida de muitas pessoas no final das contas.

- Bom... obrigada mesmo assim, agora pode ir, não queremos te trazer problemas, vamos achar o nosso caminho...

Agradeci e o homem foi embora. Henry continuou parado e todos ficaram nos olhando. Ótimo! Tínhamos tido aquela conversa lá no meio de um monte de homens podres, feios, nojentos, sebosos e fofoqueiros. Precisamos sair daqui. Comecei a andar, mas Henry não mexeu um músculo.

- O que foi dessa vez?

- Nada, estou só pensando... – Henry falou meio avoado.

- Não pode andar enquanto pensa? Precisamos mesmo ir embora daqui...

- Não, sou homem, não sei fazer duas coisas ao mesmo tempo...

- Então tá, eu faço por você seu burro idiota... – falei irritada

Ele não protestou quando comecei a empurrá-lo bar afora, Henry é pesado, mas estava me ajudando colocando um pé depois do outro. Já pensou eu ter que carregá-lo para fora? Não duvido nada que ele já tenha pensando nessa possibilidade. Quando estávamos lá fora confesso que fiquei com um pouco de medo. Poucas pessoas andando na rua, e a maioria com cara de mal encarados, ou seja, homens andando, as mulheres que tinham ali só eram cortesãs, que acompanhavam esses homens, que em sua maioria bêbados. A luz era fraca, as lamparinas estavam quase se apagando, o que indicava que estava chegando um momento da noite que eu nunca quis conhecer.

- Agora que estamos aqui fora, por favor, pode me dizer o que está pensando? – falei aflita.

Henry percebeu que eu não estava nenhum pouco confortável parada ali no meio da rua com todos aqueles “olhos” me observando. Ele continuou em seu “estado de pensamento” por mais alguns segundos e depois voltou a Terra, virando seu para mim, me encarando. Ele com certeza podia ver o horror e o pânico nos meus olhos, porque um sorriso malicioso se formou em seus lábios de forma que nunca tinha visto antes, e logo ele passou um de seus braços por minha cintura me puxando para perto dele. Meu coração acelerou, quase pulando pela boca. Maldito, aqui não é hora e nem lugar dele bancar o herói.

- Melhor assim? – ele perguntou baixo, olhando para mim.

- Não, pior... – respondi emburrada.

- Mentirosa...

Não tinha o que responder. Como iria dizer a ele que apesar de estar com a consciência toda ferrada por estar pensando em mil coisas ao mesmo tempo, eu queria muito, mas muito aquilo?Nunca! A mente de um orgulhoso é impenetrável, e mesmo que ele descubra isso eu não vou admitir, não vou!

Andar por aquelas ruas daquele jeito era mais confortável, pelo menos os homens desistiam de olhar para mim, e as mulheres olhavam ainda mais interessadas, é né, porque será?

- Para que lado é a floresta? – perguntei interessada, tentando me distrair.

- Não sei, estou apenas procurando um lugar para passarmos a noite...

- Como é que é? – falei me afastando dele – Se quer um lugar para passar a noite, temos que voltar para o barco! Só sai de lá agora porque pensei que...não Henry! Vamos procura-las agora!

- Não fique nervosa... se não vai voltar a tossir sangue... e sim, vamos descansar antes de ir... – ele disse autoritário.

- Me diz agora... qual é o real motivo de você ter deixado eu vir com você...

Dei um passo para trás, o encarando seria e determinada a saber, estava mesmo meio estranho ele ter deixado eu ir junto. Mesmo depois de eu ter atazanado a vida dele. Henry ficou parado, me olhando de um jeito ingênuo, mas eu sei que ele está tentando esconder algo de mim.

- Eu preciso conversar com você... porque não me dá essa noite? É só conversar, eu juro... – ele disse derrotado - ...antes de resgatar Katherine eu preciso saber algumas coisas...

- Tá, e se eu dissesse que te amo, você deixaria ela lá, presa só para ficar comigo? – cruzei meus braços esperando pela resposta mais obvia.

- Se isso fosse verdade, eu deixaria até a minha tripulação...

- O que? – disse perplexa – Você está certo, precisamos mesmo descansar, você não está falando nada com nada! Henry, as coisas não funcionam assim e não é sempre do jeito que a gente quer... tá...

Está me doendo o coração por ver o rosto dele tão chateado. Já vi essa expressão antes, e foi quando eu estava com Matt, ele realmente está disposto a fazer coisas tão absurdas assim por mim? Mas eu não posso permitir, não mesmo. Nem que pra isso eu tenha que machucá-lo e sumir.

- Está dizendo que...

- Estou dizendo.. – disse o interrompendo - ...que temos pessoas para salvar, e são pessoas que estão nos esperando Henry... vamos descansar então e amanha vamos...

- Então concorda em...

- Tá, pode ser... mas você tem mesmo só uma noite para conversar comigo, sem que ninguém atrapalhe...

- Consegue me deixar terminar de falar uma frase? – ele disse irritado.

Comecei a rir na mesma hora, o rosto, o jeito emburrado dele, tudo, é uma questão de tempo para esse “bebe” sumir da minha vida. Estou sentindo isso.

No final das contas fomos para algum lugar passar a noite, e não era um hotel, era a casa de uma senhora muito gentil, que apesar saber que somos piratas ofereceu um quarto. Ainda existem pessoas boas nesse mundo. Entramos no quarto e eu já previa só tinha uma cama.

Olhei de canto para Henry que se sentou em uma poltrona que tinha ali e ficou me olhando diretamente.

- O que foi? – perguntei desconfiada me virando para ele

- Vamos conversar ou não? – ele perguntou impaciente

- Já estamos conversando... – disse calma, me sentando na cama - ...é confortável...

- Mary, sempre tive uma curiosidade... – ele começou

- Tudo bem, pode perguntar... eu concordei com isso mesmo...

- Você nunca teve medo de me perder? Depois daquele dia...

Ele deve estar se referindo aquele dia em que nos beijamos e tudo foi por água a baixo.

- Eu não tenho medo de te perder...porque não vou perder, nunca...

- Como assim?

- Não entende? Henry, eu te amo, quer a verdade? É essa... eu te amo, mas não podemos ficar juntos, porque eu quero estar sempre com você, até mesmo se for só como Capitão, eu aceito, eu aceito ficar ao seu lado como uma mera amiga se for preciso, mas eu tenho medo de beijá-lo novamente e perder você, é isso, eu não agüento essas coisas, eu não sei lidar com a droga do amor! – dei uma pausa para respirar – Eu não quero deixar a Katherine triste e nem magoar o Matt e muito menos deixar a Carly brava comigo, eu só quero que a gente continue assim, como uma grande família, com nossas discussões sem sentido, a gente se ajudando...

Quando terminei me dei conta da besteira que tinha feito. Tinha acabado de dar um motivo para Henry deixar Katherine. Mas oras, não são meus verdadeiros sentimentos? No fundo eu queria que ele notasse isso, mas ele não nota, porque ele tinha medo de ser rejeitado de verdade, tinha medo de me perder.

Olhei para ele, aqueles olhos fundos e chocados com o que tinha escutado, ele podia ter suposto isso algum dia na vida dele, mas nunca tinha escutado diretamente de mim, acho que é por isso que ele está assim. Aqueles olhos que tanto amo me perder... uma pena que só poderei fazer isso mais uma vez, pela ultima vez.

- Mary... eu não posso acreditar que você...

Ele não terminou a frase porque eu não deixei. Acabei sendo egoísta mais uma vez e me deixei levar pelos sentimentos. Antes que ele pudesse pronunciar mais uma palavra eu já estava ali, em cima dele o envolvendo com meus braços e o calando com um tolo beijo. Não demorou muito para que ele começasse a retribuir, tornando aquele momento um pouco mais intenso do que planejei. Henry passou seus braços em volta da minha cintura, me segurando e se levantou, dando alguns passos e me colocando na cama, ficando em cima de mim. Ele parou de me beijar e me olhou, confuso, não entendendo como eu estava o deixando fazer isso. Mas como eu não quero que ele diga nenhuma besteira e me faça desistir dessa loucura, o puxei novamente, colando nossos lábios e iniciando o meu pior problema.

Eu só terei esse dia, esse momento pelo resto da minha vida. Katherine me desculpe, mas só hoje eu quero esquecer que tudo está de pernas pro ar e me entregar aos meus verdadeiros sentimentos. Logo pela manhã, partiremos, como se nada tivesse acontecido, certo?

 


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Notas finais do capítulo

e AI? ; To com medo '-' ; é serio! xD ; hahahaha Beijos e obrigada por ler!