No fundo da alma escrita por RosaDWeasley


Capítulo 2
Enfrentamentos


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura mores!

:)



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O clima na cozinha parecia ter mudado, estava tenso e quente ao mesmo tempo.

Hermione ficou muda de nervoso por alguns segundos. – Sim, tudo bem. – Era visível o nervosismo. Ron não entendia, sabia que era um legume insensível como ela mesmo dizia, mas ficava imaginando se Hermione estava querendo fugir. Eles haviam se beijado, e que beijo! Cheio de toda ânsia pela espera. Haviam dado as mãos em vários momentos, mas não tinha sido trocada nem uma palavra sobre o ocorrido e nem sobre o que seria dali para a frente. Tudo bem que eles estavam em guerra, tudo bem que ele tinha perdido o irmão e ainda estava meio atordoado com tudo, mas tinha tentado se aproximar dela, não tinha?

— Eu queria conversar sobre nós! – Falou, não, quase gritou, tamanho o nervoso que estava, e se arrependeu após. Será mesmo que ela gostava dele? – Mas se você não quiser, tudo bem eu vou entender, não vou insistir porque um cara como eu e uma menina como você, eu sei como é, que as pessoas falam e que eu sou um legume insensível e sempre fui grosso com você e brigamos, eu entendo se você não quiser... – disparou.

— Rony, PARA! – Hermione gritou, era engraçado e desesperador ver alguém falando tanto e tão rápido – Eu não conversei com você pela circunstância, você estava arrasado, sua família precisava de apoio, eu tentei não te sufocar, mas é lógico que eu me interesso por você, na verdade sempre me interessei... – disse ela e foi se aproximando dele, alguém precisava ter um pouco mais de coragem né?!

— Então...a gente ta junto? – Hermione sorriu balançando a cabeça afirmando – Então... vo-você que-er na-namorar comigo? – A gagueira não podia ser evitado, Hermione quis guardar na memória aquele momento bem fofo aos olhos dela.

— É claro seu bobo! – E o beijou. O beijo selado naquele momento foi mais calmo e cheio de promessas não ditas, esse amor que sentiam era quase palpável. O coração podia pular fora do peito? Hermione não sabia, mas acreditava que talvez o dela pudesse. Eles nunca saberão dizer quanto tempo durou aquele beijo, não queriam se desgrudar, mas foram interrompidos pelo barulho da chaleira e se separaram para que Hermione pudesse terminar o jantar.

Como se estivesse vendo tudo escondido, Gina apareceu segundos depois que eles se separaram com a maior cara de quem não sabe de nada, mas sabia. – Oi gente, tudo bem por aqui? – Perguntou ela se divertindo por dentro, era bom ter algo com o que se alegrar.

— Tudo! – Responderam em uníssono.

Gina sorriu internamente, e perguntou: - Quer ajuda Hermione?

Ambas trabalharam com o jantar, Ron as observava calado e aos poucos a casa foi acordando e descendo atraída pelo cheiro de comida. O jantar foi calmo e muito quieto, a conversa era pouca, a dor era vista no olhar de todos e eles sabiam que o dia seguinte seria ainda mais dolorido.

Antes de dormir, Hermione disse a Ron que era melhor deixarem a declaração que estavam juntos; como se todos já não esperassem por isso, para depois, ela não queria que a declaração deles pudesse causar mais dor ou que eles pensassem que eles estavam juntos durante a guerra e esconderam deles. Ron concordou e foram descansar.

O dia seguinte amanheceu cinza como o dia anterior, caia uma garoa fina, e todos se encaminharam para Hogwarts. Os corpos estavam em caixões enfileirados no mesmo local que Dumbledore foi enterrado, as covas já estavam abertas, as famílias chegavam aos prantos, viam os corpos e se acomodavam para esperar a cerimônia fúnebre, a Profª Minerva já se preparava para o discurso, que foi tão bonito como foi triste. Os mortos na guerra receberiam a homenagem de ter suas pinturas no corredor principal de Hogwarts que dava acesso para o salão comunal. Cada família foi convidada a acender uma vela encantada, elas durariam uma semana e ficariam ao redor da escola iluminando a noite, para lembrar a todos, que depois das trevas, sempre encontramos a luz.

 O profeta diário estava em peso presente, queriam entrevistas, principalmente de Harry, que se negou e prometeu-lhes que faria um resumo por escrito e entregaria a eles, pois não tinha estrutura para entrevistas no momento.

Hermione notou que Harry e Gina ainda não haviam se acertado, mas sabia que a amiga iria deixa-lo à vontade, pois ele estava muito abalado. Depois dos sepultamentos de todos os mortos, foi servido almoço no castelo, Hermione nunca havia visto o castelo tão cheio e tão silencioso. Minerva declarou que as aulas seriam, obviamente, encerradas e que os alunos do 7° ano podiam regressar para cursar novamente o sétimo ano e quem não retornasse receberia o diploma em casa, pois em respeito a todos que haviam perdido na guerra, não haveria cerimônia de formatura.

Chegaram a Toca no final da tarde, após jantarem Harry pediu para conversar com os amigos, encaminharam-se para o quarto de Ron.

— Você está bem Harry? – Perguntou Hermione preocupada.

— Estou. – Ele parecia demasiadamente pensativo – Só estou me sentindo um pouco perdido, me entendam, não quero sair daqui, mas ao mesmo tempo sinto que devo ir morar no Largo Grimmald, e tentar refazer minha vida, iniciar o curso de Auror e encontrar um trabalho. – Disse ele, tentando não olhar para os amigos, pois tinha medo da reação deles.

—Harry, você pode ficar aqui o tempo que quiser, sabe que somos sua família e aqui também é a sua casa. – Confortou Ron.

— Eu sei, mas sei que pode ser abusivo, posso me tornar um peso, tem tanta coisa a se colocar no lugar, tenho que resolver tantas coisas... – ele disparou de uma vez, a ansiedade tomando conta dele.

— HARRY! – Hermione gritou para interrompê-lo – Escuta, primeiro de tudo, a guerra acabou, se acalme – ela estava séria o olhando – Segundo, a Srª Weasley jamais aceitaria você morando sozinho, longe dos cuidados dela, pelo o menos não por enquanto – Harry sorriu com o comentário da amiga, era verdade – Eu acho que você devia relaxar, vamos pela primeira vez na vida aproveitar o verão, sem mais preocupações por enquanto, o que você acha?

— Você tem razão Hermione, acho que estar aqui é a coisa certa a se fazer.

— Ainda mais por ter vários comensais da morte à solta por aí, não é seguro – Ron comentou dando de ombros como se tivesse falando “ei, vamos comer uma banana”, Hermione ficou incrédula, mas o comentário irônico veio de Harry.

— Valeu por lembrar Ron.

— O quê? O que eu falei?! – Ele se assustou ao ver Hermione o fuzilando e Harry ficar desconfortável.

— Esse não é o tipo de comentário que se faz quando está tentando acalmar alguém Ronald!!

— Mas eu só to querendo ajudar, ele vai ficar em segurança enquanto estiver aqui!

— Sabemos, mas vo-

— Gente!! Tá tudo bem!! – Harry interrompeu antes que aquela discussão se tornasse interminável como todas eram – Sério, é que por um momento eu tinha me esquecido que ainda havia perigo por aí – comentou desconfortável.

— Sempre irá existir Harry, senão não haveria motivo para você se tornar auror, mas mudando de assunto – curiosa como só ela poderia ser, resolveu ser direta – quando vai se acertar com a Gina?

— Eu... é... bem – ele olhou receoso para Ron que resolveu agir como se nenhum deles estivessem ali, olhando para todos os lados do quarto menos para eles – não sei Hermione – foi sincero, mas o olhar que deu a Hermione foi quase suplicante.

— Como você está se sentindo em relação a vocês? – Ela resolveu ignorar a existência de Ron, que agora assobiava para não ouvir a conversa.

— Bom, uma parte minha quer ir falar com ela, mas outra parte não sabe o que fazer, foi tanto tempo separado, que eu não sei como agir – Harry se sentiu aliviado ao desabafar com a amiga.

— Ron quer parar?!?! – Hermione gritou com o ruivo, o assovio havia aumentado gradativamente conforme Harry falava.

— O quê?! – Ele olhou para ela como se estivesse fazendo a coisa mais normal do mundo – Você não quer que eu compactue com isso, quer?

— Compactuar com o que Ron?! Com o seu melhor amigo gostar da sua irmã?! É isso? – É, ela sempre foi direta – Cresça Ronald, ou saia do quarto e me deixe conversar com o Harry em paz!

— Nunca!! – Ciumento sim ou claro?

— Então cale a boca! – E ele se calou, briguinha bem a cara deles terminada como só eles conseguiam terminar, Hermione o calando, Harry ria da cena, estava pra nascer outro casal como eles – Continuando, Harry, fale com ela, é isso que ela está esperando, ou você vai esperar que ela tome uma atitude de novo?! – O olhar que Hermione o lançava além de fazer ele se sentir o último dos homens, ainda o encheu de coragem.

— Tá, vou falar agora! – Ele agradeceu a amiga e saiu do quarto, certo de que encontraria Gina no dela.

Ron fez menção de levantar para ir atrás dele, mas Hermione o puxou – Nem pense nisso!! – Com o puxão de Hermione, Ron caiu praticamente em cima dela.

Eles estavam próximos demais pela atitude de Ron, ele ia questionar dizendo que não deixaria Gina “a mercê” de Harry quando o perfume dela o embriagou e de repente ficou muito abafado dentro do quarto, a expressão dele mudou e Hermione pareceu perceber que estavam próximos demais. O beijo selado dessa vez foi diferente, havia desejo, muito desejo, havia muito amor que cresceu conforme eles cresciam sim, havia paixão e até mesmo uma completa adoração e orgulho pelas pessoas que estavam se tornando, mas desejo, era novo, era bom, Ron gemeu quando Hermione aprofundou (se é que era possível) mais o beijo, algo dentro dele explodiu e quando se deu conta, já estava a deitando no chão do quarto, ficando por cima, o braço direito apoiando as costas dela e a mão esquerda correu livremente pela lateral do corpo dela, fazendo Hermione arfar e interromper o beijo, se continuassem, era um caminho sem volta.

— Para! – Eles se afastaram como se tivessem levado um choque após a fala dela, Hermione se sentou e Ron estava sentado apoiado nos joelhos, ofegante e vermelho, mal conseguia olhar pra ela – se continuássemos nós...

— É, eu sei, tudo bem, que coisa não, quase impossível parar – ele estava da cor de um pimentão, olhava para todos os lados menos nos olhos dela, Hermione respirava fundo, tentando fazer o coração voltar a bater normalmente, quando uma dúvida pairou na mente dela.

— Ron, eu quero te fazer uma pergunta, mas se não quiser responder tudo bem – ele voltou a olhar pra ela, agora menos vermelho e sério, se tinha uma coisa que ele havia aprendido sobre Hermione, é que podia-se esperar tudo vindo daquela boca inteligente – Você e Lilá, você sabe... vocês chegaram a...

— O que? Se eu dormi com a Lilá? Ficou louca? – Ron estava entre a incredulidade e o divertimento

— Bom, vocês namoraram, nós estamos juntos desde ontem e olha só como estamos... – ela nem conseguia imaginar a cena dele e Lilá juntos, só de lembrar das cenas enjoativas em público já tinha arrepios.

— Hermione, com você é diferente, eu só dei bola pra Lilá porque descobri sobre você e o Krum... – De repente ele voltou a ficar vermelho e Hermione se encolheu esperando a explosão de ciúmes – Vocês dois, vocês dois, é... você só beijou ele certo, você chegou a visitar a casa dele, vocês... não...não – ele não seria capaz de pronunciar, era muito pra qualquer homem apaixonado por uma garota, era muito pra ele.

— NÃO! Ron pelo amor de Deus, não! Não aconteceu nada disso entre nós – ela se ajoelhou na frente dele, segurou seu rosto entre as mãos e o beijou, era um beijo de conforto, como uma promessa de estar sempre ali – Sempre foi você Ron, sempre esperei por você, mesmo você sendo lerdo e um legume insensível, sempre foi você.

Ele sorriu a abraçando, encaixando a cabeça no vão do pescoço dela, se embriagando com o seu perfume, e se lembrou de Harry e Gina e seu ciúme sumiu, desejou que eles estivessem como ele e Hermione, vivendo esse sentimento.


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Notas finais do capítulo

Algumas alterações realizadas, me contem o que acharam!

beijos!



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