Perdas e Ganhos escrita por Lucca, alegrayson


Capítulo 26
Atualizando a esperança, finalmente!


Notas iniciais do capítulo

Finalmente atualizamos. Perdão por tanta demora.

Boa leitura!



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O quarto parecia tão frio. Não era a temperatura, mas aquela conjuntura de acontecimentos ao redor dela que levantava entre sua Jane e a felicidade um imenso muro de gelo. Adormecida sob os efeitos dos remédios, ela parecia quase sem vida naquela cama. Pálida, distante, dilacerada de tantas formas... Kurt sentiu-se ali, no lugar dela e a dor se apoderou dele. Olhando para sua esposa, engoliu o fel amargo que subia em sua garganta. “Não há felicidade no seu DNA” – as palavras de Roman voltaram à sua memória.

Agora ele entendia porque a raiva a guiou por tanto tempo. Mesmo com um coração tão forte e compassivo, era necessário um esforço sobre-humano pra não querer explodir o mundo naquele momento. Respirou aquela atmosfera com força e coragem. Quantas vezes ela se levantou de situações assim? Ele não se permitiria desanimar. Estaria ali, oferecendo seu apoio e seu amor para quebrar esse ciclo e mostrar a tudo e a todos que existia sim felicidade para ela: junto dele!

Kurt caminhou para o lado da cama com passos firmes como quem quer romper com a redoma fria de indiferença que a vida colocou sobre ela. Então viu-se lá, roçando os dedos suavemente sobre as linhas tatuadas na mão dela. Ali, unido à ela, se sentia forte o bastante para enfrentar o que fosse preciso e vencer.

E os dois não estavam sozinhos nisso. Tinham sua família. Todos entendiam que não era uma simples questão de defender Jane. Ao tornar as missões envolvendo suas tatuagens como uma ação ilegal, cada membro do team seria colocado no banco dos réus.

Pegando o celular, enviou mensagens aos amigos perguntando sobre o andamento das coisas. Tasha respondeu que Keaton alegou não ter total jurisdição sobre a situação, mas que faria tudo ao seu alcance para conseguir a liberação de Jane. Reade disse que Weitz bufou, coçou a nuca, levantou o dedo como quem ia ameaçá-lo, mas por fim disse que podiam encaminhar o incidente de forma favorável à todos. Kurt só se sentia mais enojado por aquelas pessoas com quem conviveu. Ele nunca imaginou que Nas, Weitz e Keaton desceriam tão baixo.

Patterson foi a última pessoa com quem falou. Ela estava trabalhando num plano B para o caso do resto falhar. E, como sempre, seu trabalho foi fantástico. Suas novas identidades estavam prontas e o roteiro de fuga preparado em detalhes. Tudo que precisavam era que a bebê tivesse condições de respirar sozinha e estariam fora do país antes que as agências do governo pudessem se dar conta.

Kurt respirou aliviado. De uma forma ou de outra tudo daria certo. Sua esposa e filha ficariam seguras. Ele puxou a cadeira bem próxima a cama e debruçou a cabeça próxima a sua Jane. Um sorriso estranho se formou no seu rosto ao se lembrar que agora ela voltara a ser Remi, mesmo assim, nas últimas horas, ele só se referira à ela como Jane. Fechou os olhos e procurou colocar os pensamentos em ordem...

Jane abriu os olhos lentamente. Estavam pesados. O quarto ao seu redor era uma imagem trêmula que lutava para se concretizar. Mesmo a meio caminho entre o sono e a vigília, ela tinha certeza que não estava sozinha. Ela não precisava que a realidade ao seu redor estivesse configurada para sentir Kurt ali. Seus olhos correram ao encontro da figura do marido debruçado na cama ao seu lado.

Ele parecia tão cansado. À medida que ela despertava, mais e mais toda a complexidade de sua situação foi aumentando em sua consciência. Seus olhos não saiam de Kurt. Todas as suas lembranças, o melhor e o pior, todas as suas considerações sobre onde ela estava e como ela estava, passavam pelo prisma de como seu marido tinha sido atingido por aquilo. Como ela queria poder poupá-lo de tudo isso. Como queria vê-lo feliz.

Sua mente viajou aos instantes anteriores ao receber os sedativos e ela entendeu que, por mais que seu senso de justiça gritasse que se entregar era o certo a fazer, isso roubaria de Kurt toda a felicidade que ele tanto merecia. Não. Ela não deixaria ninguém tirar isso dele. Lutaria com todas as suas forças e daria ao marido a família que ele tanto sonhou em construir com ela.

A necessidade de dizer isso à ele cresceu forte e rápido dentro dela. Ela precisava tocá-lo para senti-lo real naquele quarto que ainda não se firmara na sua visão periférica. Tocá-lo com toda a delicadeza que ele merecia, um toque carregado de carinho que demonstrasse o amor que ela sentia. Mas quando foi mover a mão até ele, viu-se impedida pelas ataduras que a ligavam as grades laterais da cama. Ela respirou fundo e engoliu o nó que se formou em sua garganta com a mesma determinação que decidira aplicar à luta por sua liberdade. Seus punhos estavam presos, mas os dedos não. Decidida, estendeu-os o mais que podia e, milímetro a milímetro se aproximou do rosto de Kurt até ser capaz de roçar seus cabelos, agora bem mais longos do que era usual para ele, e sussurrou seu nome:

— Kurt...

Imediatamente, ele reagiu, levantando o rosto e olhando pra ela:

— Oi, meu amor.

Se dando conta do esforço que ela fizera para tocá-lo, Kurt aproximou o rosto de sua mão e a beijou. O sorriso que se formou no rosto dela foi como um bálsamo aliviando seu espírito surrado após um dia tão difícil.

— Como você está se sentindo?

— Melhor... Por quanto tempo eu dormi?

— Algumas horas. – ele se levantou e começou a soltar as ataduras.

— Kurt, não... não podemos...

— Estou cansado de tudo isso. – disse com o olhar centrado na tarefa de retirar a faixa que prendia o braço dela.

— Eu sei... Mas vão te impedir de continuar aqui comigo e não quero que isso aconteça. Por favor, olha pra mim...

Ele parou e entrelaçou seus dedos aos dela, respirando fundo em busca das palavras certas antes de deixar seus olhares se cruzarem.

— Eu preciso desse momento para nós, Kurt. Você é meu ponto de partida, a minha metade... sou eu: Jane. Eu me lembro de tudo.

Kurt não conseguiu conter o sorriso que se formou no seu rosto. Ela estava de volta. Sua Jane.

— Bem vinda, sweet heart. – e beijou sua testa. – Como é voltar?

— Uma bagunça... mas eu não vou deixar nada nos separar. Estamos juntos nisso, não é mesmo?

Kurt não conseguia parar de sorrir.

— Sempre, Jane. Vai dar tudo certo, eu prometo.

Ela olhou para a porta para se certificar que estavam sozinhos, e sussurrou:

— Precisamos articular uma fuga pra quando a bebê puder deixar o hospital. E eu também preciso muito vê-la, Kurt. Você disse que eu poderia...

— Temos dois planos correndo em paralelo. Cuidamos de todos os detalhes e frentes que eram possíveis. Então, não se preocupe com isso agora. Foque em você e nela, o tempo e o ritmo de vocês. Não foi um parto fácil, Jane. Pra poder ir vê-la, precisa se alimentar primeiro. Além disso, tem as algemas...

— Precisamos que eles acreditem que estamos seguindo as diretrizes que traçaram. Vou me alimentar e vou ver minha filha mesmo algemada, Kurt. Se não puder tocá-la, você fará isso por mim. Mas vou estar lá e ela saberá, vai sentir e ouvir minha voz.

Kurt acariciou o rosto dela com as costas dos dedos enquanto dizia:

— Eu vou chamar as enfermeiras...

Mal terminou de falar e duas enfermeiras entraram no quarto. Elas se apresentaram, descreveram porque estavam ali e avisaram que retirariam as restrições de Jane. Tinham recebido autorização para isso. Após conferirem que ela estava bem, liberaram uma alimentação leve e disseram que poderia ver a bebê se sentisse bem após se alimentar e andar pelo quarto.

Não foi preciso mais nenhuma informação para que Jane se esforçasse o máximo possível em cumprir todo o protocolo exigido pelos médicos. Se alimentou, com a ajuda de Kurt, levantou-se, andou pelo quarto, tomou um banho e, então, pediu para ir até o berçário já se preparando para receber as algemas. Um dos seguranças entrou no quarto e disse:

— Senhor Weller, Senhorita Doe, as algemas não serão necessárias. Recebemos ordem para permitir a visita à bebê sem isso.

O casal se abraçou compartilhando uma alegria que há muitos dias não tinham. Sem querer esperar mais, dirigiram-se ao berçário.

A pequenina estava numa estufa oxigenada. Seu tamanho contrastava com sua esperteza. Estava acordada e sugava a própria mãozinha com avidez. Jane não esperou autorização para colocar as mãos dentro da estufa e acariciar a filha:

— Oi, meu amorzinho. Como você é linda e forte, minha princesinha guerreira. Não foi um começo fácil, não é? Mas nós estamos aqui e não vamos te deixar...

Kurt estava abraçado a esposa e questionou:

— Precisamos dar um nome à ela. Ainda não conversamos sobre isso. Você tem alguma preferência?

— Quero que seja uma escolha sua.

— E eu quero que seja uma escolha nossa. Posso dar uma sugestão e você me diz se concorda. – Jane assentiu ainda totalmente concentrada na filha – O que acha de Alice? Foi seu primeiro nome e ela é tão parecida com você.

— Acho uma linda escolha. Então, seu nome é Alice, pequena.

A pediatra se aproximou do casal e relatou que, após quase 24 horas de nascida, Alice estava evoluindo muito mais rápido do que esperavam. A respiração estava estável e ela podia deixar a estufa para que Jane oferecesse o peito à ela. Deixariam um tubo de oxigênio ligado próximo para facilitar sua respiração durante a mamada.

Com cuidado, mamãe e bebê se acomodaram numa poltrona para o grande evento. Vários minutos foram necessários até que as duas encontrassem uma posição adequada. O papai tentou ajudar em tudo que foi solicitado. De repente, os três estavam entrelaçados e naquele emaranhado a família se entendeu. Alice mamou calma, sem tirar os olhinhos dos rosto da mãe.

Jane e Kurt foram transportados para um universo paralelo onde só eles e Alice existiam. Não conseguiam parar de sorrir. Cada detalhe da filha parecia tão perfeito que experimentaram uma felicidade que ainda não conheciam. Aquele serzinho era a prova definitiva do quanto foram feitos um para o outro, estavam definitivamente unidos em uma só carne e um só sangue por tempos que iriam muito além de suas próprias vidas.

Apartamento de Patterson

Patterson estava pensando em Roman. Aquela seria a primeira noite dele em seu apartamento. Um sentimento especial a preenchia e ela admitiu a sí mesma há muito tempo gostaria de gritar aos quatro ventos que amava esses momentos que pertenciam somente à ela e ele.

Sua alegria foi entrecortada pela realidade do que vivia. Duraria pouco. Poucas horas os separavam do momento de revelar a real situação de Remi à Roman. Ele amava a irmã e saber que ela foi traída pelas agências que tanto ajudou o deixariam fora de si. E ela precisaria controlá-lo, contê-lo, convencê-lo a se aliar à eles num plano de fuga, se necessário.

Seria ir do céu ao inferno. Deus, como ela se deixou entrar em outro relacionamento tão perigoso? Sua vida amorosa lembrava os velhos filmes de perseguição policial onde mocinha e bandido acabam unidos com muito desejo e paixão. O final seria trágico? Droga, ela sempre gostou de manter sua vida rigidamente sob controle. Roman instalava o caos em todos os seus planos e regras, mas mesmo assim ela desejava esse risco mais que tudo que já desejou na vida.

Cuidadosamente ela se vestiu. A roupa era singular, uma que há muito tempo ela não pensava em colocar. Pronta, aguardou ansiosamente por um sinal. Por dentro um mistura de pensamentos impuros e ao mesmo tempo lapsos de lembranças boas que ambos haviam passado - sim, tiveram bons momentos - e que agora seriam firmados naquele outro encontro, talvez o melhor de todos. Olhou para aquele quarto que ficou vazio por tanto tempo, de outro ela com uma camisola preta desfiada na frente - era a arma de sedução mais letal que Patterson já tinha usado em toda a sua vida - e que agora exatamente nessa noite ela havia escolhido para alguém que se tornou tão especial.

Os pensamentos em sua mente foram interrompidos por um certo barulho. O barulho de passos no corredor... Em direção aos quartos... A um quarto em específico.

— Pensei que já estava dormindo... – ela disse assim que ele abriu a porta, sem esconder a pitada de malícia em sua voz.

— Não consigo pegar no sono, ares diferentes... - a voz dele inundou o cômodo preenchendo tudo dentro e fora dela. Ele falava a encarando como se lesse seus pensamentos.

Roman parou na porta. Não tinha certeza do que fazer. A roupa que ela estava vestida o chamava para entrar em seus braços e beijá-la como se não houvesse amanhã. Mas ele deveria? Não seria um abuso de sua hospitalidade? Ele lutou para manter seu corpo ali, mas seus olhos já varriam Patterson de alto a baixo: aquele chambre aberto, a camisola de seda marcando sedutoramente cada parte de seu corpo, as pernas mostrando a pele alva convidando ao toque...

Ele não teve tempo de refletir o quão ousado seu olhar foi... De repente, ela estava diante dele, próxima o bastante para inundar seu olfato com aquele aroma delicioso que só ela tinha. Como por um reflexo, ela encostou seus lábios nos dele dando a permissão que ele precisava para envolvê-la com seus braços. Não  houve qualquer sinal de restrição naquele beijo, pelo contrário, foi a declaração do desejo compartilhado: intenso e pleno. E ela parecia precisar de muito mais. Sem descolar seus lábios do dele, escalou seu corpo envolvendo as pernas ao redor de sua cintura. Roman a sustentou nos braços e caminhou até a cama. O que iria de fato acontecer entre quatro paredes naquela noite somente eles decidiriam.

Entre os beijos e carícias recebidas naquele momento, Patterson tentou afastar a preocupação de qual seria a reação de Roman ao saber de Remi. Quanto mais sua consciência a cobrava de ser até desleal esconder algo tão sério dele, mesmo momentâneo, com mais força ela o beijou e acariciou. Estragar aquele momento também parecia desleal com tudo que já tinham passado.

Mas seu raciocínio lógico era um carma que não a deixava. Ele a julgaria por não contar logo sobre Remi? Ou entenderia o lado dela? As possíveis respostas a sufocavam. Entre beijos e carícias, ela tentava disfarçar a tensão que parecia estampada em todo o seu corpo.

Isso não passou despercebido por Roman. Cada linha tensa marcada pelos músculos abaixo da pele macia que ele beijava foi um sinal de alerta. Será que ela não queria isso de fato? Ou seriam apenas os traumas do passado que ele precisava ajudá-la superar? Enquanto percorria a clavícula dela com beijos, ele precisou questionar:

— O que te deixa tão tensa, baby? – e encostando os lábios ao pé do ouvido dela sussurrou com a respiração pesada – podemos fazer isso no seu tempo e no seu ritmo...

Ela cravou os dedos nos músculos das costas dele e colou ainda mais seu corpo ao dele diante do som da intenção tão doce dele. Não, ela não deixaria nada atrapalhar aquele momentos dos dois.

— Esse é meu tempo e meu ritmo, Roman.

Uma nova sequência vigorosa de beijos e carícias se seguiram. Cada toque dele em seu corpo era como lava a incendiando. E quando mais as ondas de desejo se quebravam contra o corpo dele, mas sua consciência gritava que ele merecia saber a verdade antes de se entregarem ao amor. De repente, enquanto ela sentia os dentes dele roçarem seu mamilo convidando a esquecer de si mesma, ela o afastou:

— Espera.. eu preciso te falar uma coisa! - Saiu mais inesperado do que ela poderia imaginar.

Ele riu maliciosamente pra ela:

— Se é sobre usarmos um preservativo como proteção, eu topo. – e voltou a mordiscar o mamilo dela.

Droga, isso não era fácil. Delicadamente, com a respiração ofegante, ela o afastou e insistiu:

— Eu queria falar sobre Remi...

Ele sorriu e balançou a cabeça enquanto colocava o indicador sobre os lábios dela:

— Shshshshs Agora não... Por essa noite seremos só nós dois.

Agora sim ela tinha um lapso de alívio. Ela tentou contar, mas ele a interrompeu. Seria isso o suficiente?

A cama estava mais arrumada que o habitual. Não que isso fosse fazer diferença depois das longas pegadas durante essa noite. O sentimento de posse de algo que se queria a muito tempo era tão bom que por um minuto Patterson tinha esquecido que tudo isso parecia não ser a coisa mais ideal. Roman tinha vindo de uma recente decepção amorosa, ela nem se fale. Ambos estavam ainda muito feridos emocionalmente, procurando quem sabe no sexo uma válvula de escape. Ao mesmo tempo que parecia ser muito errado, também parecia ser muito certo. Porque deixar para amanhã o que pode se fazer agora? Não era esse o lema que sempre falavam? O que aconteceria naqueles lençóis seria apenas duas pessoas lutando para serem felizes. Pelo menos era isso o que ela repetia insistentemente no subconsciente.

Os dedos de Roman pareciam afundar cada vez mais nas curvas de seu corpo. Aquela sensação de prazer invadia por cada segundo cada milímetro da sensibilidade íntima e parecia não acabar mais. Nenhum dos dois gostaria que acabasse por um longo tempo afim de suprir cada um as suas necessidades mais audaciosas e reclusas. Aos poucos as peças de roupas iam sendo retiradas entre longos beijos e carícias recebidas e a cada momento que passava o desejo ia se intensificando mais.

Estavam agora ambos na cama rolando entre demorados beijos e mãos bobas, que insistiam em percorrer áreas íntimas de ambos e reafirmar uma boa parte do prazer que estava sendo procurado naquele ato.

Os lençóis já amassados connfirmavam um começo de noite inesquecível. Poderia algo dar errado? Pelo menos não era cogitada essa possibilidade.

— Quero que você me beije por inteira. Da cabeça aos pés.  – ela susurrava no ouvido de Roman.

— Você acha que eu desperdiçaria um milímetro sequer da sua pele? Sou detalhista, Patterson. Ou você não percebeu enquanto desvendava as tatuagens? -  e riu de uma forma sex ao interpretar no olhar dela o desejo calado desde os enigmas que ele desenvolveu pensando na mente dela para decifrar.

— Se você ainda tiver fôlego, podemos tentar algo diferente mais tarde.

Ele para de beija-la e a encara.

— Eu tenho fôlego e disposição para o resto da noite. Vou te provar isso!

O calor daquele momento parecia esquentar mais e mais. As unhas de Patterson percorrendo as costas de Roman e chegando até embaixo, dentre suspiros e respirações mais lentas e viradas e desviradas de corpos, eles iam se entendendo da melhor forma possível: na cama.

O tempo passou sem que eles se dessem conta. O prazer e todo aquele clima delirante e atraente parecia tê-los sugado para uma outra dimensão, além do mundo. A única coisa que importava naquele momento viver o amor que sentia se entregando completamente.

— Você nunca cansa de fazer essas coisas? – Patterson sussurrou entre suspiros a mesma pergunta.

— E você gosta. Eu sei que gosta. E eu adoro isso. - Roman era capaz de seduzi-la com palavras tanto quanto com suas carícias.

— Desse jeito não vamos querer sair desta cama por um longo tempo. - Ela estava chegando ao ápice novamente.

— Essa é a minha intenção! - ele disse sugando o mamilo dela e mordiscando para enlouquece-la de vez.

Nus e entregues a paixão, chegam ao clímax do momento. Parecia tudo tão perfeito! Não, perfeito não. Havia apenas uma coisa mais que gostariam de ter: a eternindade para viverem o sentimento que compartilhavam.

Amanheceram entrelaçados num emaranhado de braços e pernas, desejo e amor. Mas o novo dia trouxe consigo velhos problemas.

O celular de Patterson vibrou sobre a mesa de cabeceira lembrando-a da agenda apertada. Na mensagem, Tasha parecia aflita:

“Onde você está, Patterson? Se Nas, Keaton e Weitz não sinalizarem que cederam, temos que agir o quanto antes!”

A realidade a chamou do sonho: talvez, ao final daquele dia, todos se tornassem fugitivos. Melhor assim Nenhum deles aceitaria ver Remi atrás das grades, separada de sua filhinha, depois de ter se sacrificado tantos pelas agências de segurança desse país. Era hora de Roman saber a verdade.

Seus olhos encontraram os dele já a questionando. Ela respirou fundo e começou:

— Eu preciso ir. Tenho muito o que fazer. Fique preparado, o dia não será fácil. Talvez tenhamos que fugir...

— Fugir? E porque faríamos isso? O que está acontecendo, Patterson? O que você não me contou?

— As agências decidiram entregar Remi por seus atos como terrorista para acalmar o Congresso. Com as atenções voltadas para o julgamentos e, provavelmente, execução dela, eles escapam de responder por suas escolhas individuais e ainda conseguem promoções para cargos mais altos.

— Não pode ser, nós assinamos um acordo. Colocamos nossas vidas em risco para desmontar a Sandstorm e a HCI Global.

— Eu sei, Roman. Também estou enojada com tudo isso que está acontecendo...

— E Remi está grávida. Isso é desumano! Precisamos impedir que cheguem até ela. – disse já se levantando e se vestindo.

— Você não vai a lugar nenhum, Roman! Está em recuperação. A melhor forma de ajudar é ficar aqui e aguardar as minhas orientações. – e respirou fundo para dar as informações mais difíceis – Ela já foi presa, Roman. E acabou tento o bebê prematuro.

Roman cerrou os punhos e ficou com a respiração pesada. A ira queimava em seus olhos.


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Notas finais do capítulo

Sabemos que a expectativa aumenta a medida que a atualização atrasa.
Esperamos não decepcioná-los.
Por favor, contem-nos o que acharam para que possamos melhorar.

Obrigada pela leitura!



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