Uma Noite No Motel escrita por Marina Louise


Capítulo 3
Capítulo 3




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                                          Capítulo 3



Lisbon soltou o suspiro que estava segurando assim que Patrick fechou a porta do banheiro. Quando voltara para o quarto, o Mentalista lhe olhara de um jeito que, se não o conhecesse bem, diria que ele estava atraído por ela. 


Mas sabia que isso era apenas coisa de sua imaginação. Tinha certeza de que seus sentimentos por Jane jamais seriam correspondidos. Ele ainda amava Angela, e jamais olharia para uma mulher como ela. Pequena, magra, morena, de gestos nada delicados e olhos verdes. Nada a ver com o tipo dele, pensou. No mínimo ele tinha aprontado alguma coisa e estava sem saber como contar a ela.


Essa noite seria uma verdadeira tortura para ela. Havia gasto mais de meia hora no banho tentando esfriar o corpo e tirar da cabeça as imagens que o loiro implantara em sua mente mais cedo. Não conseguia parar de se perguntar de onde tiraria forças para estar deitada tão próxima dele sem tocá-lo. Sacudindo a cabeça, a agente tentou deixar esses pensamentos de lado, passando a se concentrar em pegar o lençol e o edredom que levara. 


Quando Patrick a convencera a ir com ele para um local seguro, pensou que ele a levaria para um hotel. Como o tempo estava chuvoso, quando pararam em sua casa para pegar suas coisas, acabou por pegar um edredom, e como o loiro costumava se hospedar em espeluncas, levara um lençol para poder forrar a cama. O que definitivamente havia sido a sua sorte, já que ele a arrastara para um motel! Ponderou, sacudindo de leve a cabeça.


Assim que terminou de estender a cama, a morena se deitou. De nada adiantaria ficar esperando por Jane em pé, mas estava tão cansada que logo adormeceu. 


~.~


Lisbon acordou com um forte barulho de algo batendo, se sentindo completamente desorientada por um momento, sem se lembrar de onde estava, até que as memórias finalmente foram voltando aos poucos à sua mente. 


Sentando-se na cama, ela sentiu a cabeça latejar. Quando aquele maldito serial killer a eletrocutara, ela realmente havia caído no chão com força, pensou, apalpando o galo na parte de trás de sua cabeça. 


Procurando pela causa do estrondo que a acordara, a agente percebeu que a porta da entrada estava um pouco aberta, podia ver que a luz do banheiro estava apagada, apesar da porta fechada, e não conseguia ver seu consultor em lugar nenhum. 


“Jane?” Chamou, apertando os olhos em direção à porta entreaberta. 


Como não obteve resposta, resolveu checar. Não entendia o que ele estaria fazendo do lado de fora a uma hora dessas da madrugada. E por que ele deixaria a porta entreaberta? 


Abrindo espaço suficiente para passar, verificou o corredor, e lá também ele não se encontrava. Voltando para dentro do quarto, ao acender a luz, sentiu o coração falhar uma batida. Havia um rastro de sangue, como se alguém muito machucado tivesse sido arrastado por todo o quarto até o banheiro. 


Não, por favor, isso não. Pensou, desesperada, apertando com força a cruz do colar que sua mãe lhe dera, os olhos se enchendo de lágrimas, as pernas tão trêmulas que pareciam prestes a ceder a qualquer minuto. 


Não deve ser nada, Patrick está bem! Repetia a si mesma enquanto finalmente se obrigava a caminhar até o banheiro. Permanecera estática por alguns segundos, apenas observando a porta fechada, até que criou coragem e girou a maçaneta. 


Ao acender a lâmpada, a primeira coisa que viu foi um rosto sorridente, desenhado de vermelho na parede, e assim que abaixou os olhos para a banheira, seu pior pesadelo se concretizara. 


“Não!” Conseguiu pronunciar em meio aos soluços. 


Patrick estava morto. Retalhado como as outras vítimas de Red John, bem na sua frente. A dor em seu peito era tanta que ela estava encontrando dificuldades em controlar a respiração. 


“Jane! Por favor, não!” Tentou dar um passo na direção do loiro, mas suas pernas não obedeciam. Aquilo não podia estar acontecendo. Era uma mentira. Jane devia estar querendo lhe pregar uma peça e resolvera fazer aquela brincadeira estúpida. 


“Jane! Jane!” Gritou, chorando. “Vamos lá, Patrick, por favor, levanta daí! Patrick!” Nunca na vida se sentira tão desesperada, nem mesmo quando havia encontrado o corpo do próprio pai. 


Praticamente aos tropeços, começou a fazer o caminho até a banheira, mas antes que conseguisse chegar até lá, um par de braços a segurou, impedindo seu movimento. 


“Lisbon?” 


A voz da pessoa que a segurava chegava aos seus ouvidos, mas estava tão desesperada lutando contra o aperto que a impedia de caminhar até Patrick que mal conseguia escutar. 


“Teresa, olhe para mim, por favor! Teresa!” A pessoa a segurou mais forte, chamando seu nome com desespero. 


“Me solta!” Esperneou, tentando se livrar dos braços que a cercavam. “O Jane! Me solte! Jane!” Gritou mais uma vez, mas, de repente, tudo ficou preto. 


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