Hit And Run escrita por Any Sciuto


Capítulo 16
Regras da vida.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/754507/chapter/16

Era fácil demais. Todos sabiam disso. Fácil como Kevin deixou-se encontrar naquela cabana, mesmo não sabendo que a equipe Scorpion estava por perto.

Era mais uma das muitas coisas que não faziam sentido sobre Kevin. Ele era um hacker mediano se comparado a Penelope, ele precisava de cinco minutos para invadir um banco de dados quando ela conseguia apenas pressionando um botão.

Ninguém saiu da cabana por todo o tempo que ambas as esquipes estavam indo. Walter garantiu que ficasse assim. Com o computador e uma bateria extra ele queria chegar rápido. De todas as coisas mais loucas que eles fizeram e por Deus, eles fizeram muitas até agora essa era a mais louca. Ir para um confronto armado, com situação com reféns.

Tensão. Medo. E para piorar uma chuva começou a cair do nada. Não era o melhor cenário.

Cabe sabia que cada minuto contava. Ele pisou tão fundo quanto o carro conseguia e a equipe do helicóptero esperou que pudessem achar um lugar perto para pousar. Diabos. Eles nem precisavam que a coisa pousasse. Apenas deixe-os a pé e espere a ligação.

O cenário que Derek imaginava eram dois. O primeiro era um com Penelope já morta, em um mar de sangue, com um corte profundo. Ele encontraria Kevin e o faria pagar.

O segundo cenário era um pouco mais animador. Ela estaria em uma poça de sangue, porém, viva e seria levada para um hospital. Não importa quanto tempo ela precisaria curar.

Ele passou nove meses a beira da cama dela, sem desperdiçar um minuto livre. Ele ficaria uma vida toda a beira da cama se precisasse.

Parecia engraçado Derek estar devotado a uma única mulher desde que seu amor por Penelope começou a alguns anos. Ele tinha casos ocasionais, ela tinha Kevin, mas Derek queria provar Penelope e então provar a vida inteira.

Talvez fosse o destino de Derek que depois de nove meses em coma, um julgamento péssimo, muitas sessões de terapia e por fim sua primeira noite de casamento eles fossem separados para sempre.

— Vamos descer em quatro minutos Derek. – Hotch o tirou de seus sonhos. – Achamos um lugar há cinco minutos de caminhada para pousar. A equipe Scorpion estará nos esperando.

— E se for tarde? – Derek se chutou. – Eu quero uma família com ela.

— E você vai ter. – Rossi o apalpou no ombro. – Vamos ter muitos gatinhos tecnológicos pelo BAU.

— JJ ficou na sede. – Prentiss observou. – Afinal ela está gravida.

Quando eles desceram do helicóptero a caminho da cabana, Derek se viu correndo.  Algo brilho quando sua lanterna atingiu o chão.

Era a aliança dela. Aparentemente, os ons de arremesso de Kevin tinham dado a Derek o prazer de encontrar a aliança.

Era um bom sinal talvez.

— Ninguém entrou ou saiu da cabana a uma hora. – Walter observou. – Podemos ir.

Hotch se colocou na frente da porta enquanto Rossi e Reid entravam pela porta da frente. Derek esperou com Emily na terceira porta.

Ele não entendeu porque uma cabana teria três portas.

— Derek! – Emily o chamou. – Concentre-se.

— Hum. Certo. – Derek voltou sua preocupação para parar qualquer um que saísse pela porta que não tivesse cruzado seu caminho de um jeito diferente.

Embora ele mesmo gostava de pensar em dois cenários, um terceiro veio a sua mente. Um que ele gostava bastante.

Ela estava amarrada a cama quando eles entraram. Ela apenas estava dormindo, viva e com alguns arranhões. Derek se aproximava calmamente e a desamarraria e a levaria para casa.

Hotch entrou na casa pela primeira porta enquanto Reid e Rossi entraram pela segunda porta. Emily e Derek só deveriam entrar se alguém passasse pela porta. 

Cabe chegou a tempo de dar apoio a Hotch. O resto da equipe desarmada ficou no carro.

— FBI. – Hotch gritou ao entrar. –Limpo. – Hotch gritou ao verificar a sala e o banheiro térreo.

— Limpo. – Reid gritou ao verificar quatro quartos de um lado do corredor superior.

— Limpo. – Rossi falou enquanto fechava a porta do último quarto. – Geek de merda.

Era fácil demais.

Derek veio ao encontro de Hotch e Cabe, porém, ele olhou para o chefe e suspirou.

— Minha equipe estava vendo o tempo todo. – Cabe resmungou nervoso. – Ele não pode ter feito um truque de desaparecimento.

— Acharam ela? – Walter apareceu, computador na mão com a tela do satélite aberta.

— Você tem certeza que eles estavam aqui? – Derek estava bravo agora.

— Derek. – Hotch repreendeu o agente. – Se acalme. Walter não tem culpa de nada.

— Fique tranquilo agente Hotchner. – Walter não parecia chateado. – Raiva é um sentimento natural quando algo acontece com alguém que amamos. Quanto a essa coisa eu estava vigiando o tempo todo.

— Então eles ainda podem estar aqui? – Derek voltou a se animar.

— Posso ver a quem essa cabana pertence e achar plantas. – Walter sentou-se à mesa e encontrou um papel escrito. – Eu acho que isso é para você, Derek.

— Obrigado. – Derek pegou o papel e começou uma leitura. – "Bem-vindo agente Morgan. Que pena que não encontrou sua garotinha por aqui. Seja qual for o método que usou deu errado. Vocês nunca mais a verão. – Kevin."

Ele sentiu como se estivesse falhando em manter ela segura. Walter se sentiu mal. A verdade era que ninguém entendeu como eles saíram da área com a equipe vigiando o tempo todo.

Local desconhecido...

Penelope acordou com o cheiro de desinfetante nela. Um quarto branco, paredes com imagens desenhadas em papel e um bip continuo. Ela não conseguiu se mexer. Ela ficou desesperada.

A quanto tempo ela estava fora? Nem ela sabia. Ela apenas se lembrou do pano com clorofórmio que Kevin pressionou nela antes de escurecer.

— Vejo que acordou. – Uma mulher vestida de enfermeira apareceu. – Como se sente?

— Onde eu estou? – Penelope queria sentar.

— Você está em Ohio. – Ela ajudou Garcia a sentar. – O doutor Johnson virá mais tarde para verificar você.

— É um hospital? – Ela queria correr.

— É uma clínica, Senhorita Pamela. – Ela respondeu.

— Eu não me chamo Pamela. – Penelope tentou se afastar o máximo que conseguiu.

— Seu marido disse que está sofrendo de flashes de memória. – Ela leu na ficha. – Porém ele disse que estão separados agora e por isso ele não virá mais.

— Derek? – Ela não queria acreditar.

— Não. Kevin Lynch. – Ela respondeu.

— Ele não é meu marido. – Ela tentou bater na moça, porém sentiu algo furando sua pele e começou a dormir de novo.

— Ela acordou agitada. – A enfermeira falou. – Ela nem se lembra de seu marido.

— Talvez possamos manter ela sedada por alguns meses. – Johnson respondeu. – O ex dela pagou para dois anos.

— Vou providenciar uma linha IV com remédios sedativos. – A enfermeira saiu, deixando Johnson sozinho com Penelope. 

— Tenha bons sonhos criança. – Johnson falou com um sorriso no olhar.

B.A.U

Derek se sentiu cansado. De tudo o que últimos dois dias significaram. Kevin foi rastreado na emergência de um P.S com fratura nasal e eles estavam chegando perto de prendê-lo para sempre.

— Deveríamos descansar. – Hotch falou. – Especialmente você Derek.

Ele não achou uma péssima idéia pela primeira vez. Talvez voltar para a casa deles fosse reconfortante no final das coisas. Ele poderia ficar em meio as roupas dela e sentir que se ela estivesse viva ele a encontraria.

Quatro meses depois...

Os sedativos pesados foram substituídos por remédios leves e não prejudiciais.

Agora que Penelope estava esperando um bebê, o que só foi descoberto no terceiro mês, eles não poderiam deixar ela acordada. Eles tiveram medo de ela tentar se prejudicar e eles não tinham o nome real dela.

Entretanto as coisas pareciam mudar quando Kevin foi preso.

Depois de exatos dois meses de buscas diárias e extensivas ele foi localizado escondido com sua irmã em uma fazenda em Oklahoma.

Ele por outro lado não disse uma palavra sobre Penelope ou onde ele a havia colocado.

Uma das enfermeiras da clínica por uma brincadeira do futuro estava assistindo a notícia da prisão quando uma foto de Penelope apareceu durante ela.

— Disque denúncia do FBI. Como posso ajudar? – O operador respondeu.

— Laura Greisson. Sou clínica da família em Ohio. – Ela tinha que avisar. – A moça da reportagem, Penelope Garcia. Ela está internada na nossa clínica.

— Obrigado senhora. – O operador desconectou e ligou para Hotchner. – Agente Hotchner. Conseguimos informações sobre Garcia.

— Penelope? – Hotch gritou, sem lembrar que estava no meio do Bullpen com Derek e Rossi. – Diga que você a achou?

Derek olhou para Hotch com lágrimas correndo pelo rosto.

— Estamos a caminho. – Hotch respondeu. Olhando para Derek com calma ele finalmente pode dar a notícia. – Ela está em uma clínica em Ohio, com nome falso.

— O que estamos esperando? – Derek pegou o casaco e o emblema. – Vamos.

— Derek. – Hotch chamou o agente. – Tem uma coisa que você precisa saber.

— O que? – Derek ficou preocupado.

— Deus. Nem sei como dizer isso. – Hotch se sentou. – Ela está bem, passou quatro meses em sedação. Eles achavam que ela era uma ameaça para ela e para o bebê.

Os olhos de Derek se alargaram assim como a boca de Rossi caiu.

Ninguém disse nada durante vinte minutos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hit And Run" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.