Equinox escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 23
Capítulo 103


Notas iniciais do capítulo

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Capítulo 103

01 de fevereiro de 2008 – Carlisle PDV

Hoje eu consegui tirar ao menos o final de semana de folga, pois trabalhei ontem o dia inteiro e mais meio dia hoje de manhã. E hoje é meu aniversário, o dia em que comemoramos, não sei se nasci mesmo nesse dia ou no final de janeiro, sei que era inverno quando meu pai me lembrava o dia que minha mãe morreu.

Não era um dia feliz de se recordar, era um dia mais marcado pela morte de minha mãe do que pelo meu nascimento. Mais pelo luto e pesar pela vida que se foi do que alegria e felicidade pela vida que começava. Eu precisava que meu pai se dedicasse a mim, mas eu me criei abandonado, praticamente sozinho. Nós nunca tivemos uma relação de pai e filho saudável como deveria ter sido. Nem se compara com a que eu tenho com meus filhos.

 Mas hoje eu superei e lembro da data apenas como meu aniversário. Talvez seja por isso também que eu tenha me tornado um médico, para amenizar a culpa de ter matado a minha própria mãe. Claro que minha mãe jamais voltaria a viver, não importa quantas pessoas eu salvasse. Já nasci sendo um assassino muitos anos antes de ter me tornado um vampiro.

Por isso também não quero ser um monstro que as pessoas supõem que os vampiros são. Eu quero manter a minha humanidade, nisso o trabalho me ajuda. Hoje estou completando 368 anos - mas eu digo lá no hospital que é 36, só para manter o disfarce- e tenho uma família maravilhosa maior do que jamais poderia ter sonhado!

Semana passada eu fiz o pedido para sair nesse final de semana:

 

Flashback on:

— Com licença Sr. Albuquerque – disse ao entrar no gabinete do diretor do hospital.

— Dr. Cullen! Entre, fique à vontade. O que o traz à minha sala?

— Quero pedir uma dispensa por dois dias, na verdade quase três.

— Posso saber o motivo? Não que só conceda se me explicar, sei que o Dr. só pediria em caso de extrema necessidade.

— Eu quero ir ao Rio de Janeiro ver a minha esposa e a nossa filha.

— Elas estão lá? Vocês se divorciaram? Eu não sabia...

Fiquei surpreso com a dedução errada dele:

— Não, ela só está com a nossa filha aproveitando as férias dela. Eu tive que voltar para trabalhar.

— Porque não me disse antes? Poderíamos ter estendido suas férias.

— Obrigado. Mas eu não queria incomodar o senhor e além do mais estava com saudade do hospital e queria voltar a cuidar dos pacientes. Eu preciso das férias mais tarde porque pretendemos viajar nas férias de julho da minha filha.

O verdadeiro motivo é que Carlisle não quer ficar muito tempo longe para não perder a resistência, embora isso dificilmente aconteceria. No entanto, ele não quer arriscar.

— Está bem. Quantos dias você precisa de licença?

— Apenas a tarde de sexta, sábado e domingo da semana que vem. Pode ser?

— Claro que pode! E, sexta feira não é seu aniversario?

— É sim, senhor.

— Então pode tirar os dias de folga sem repor.

— Não posso aceitar, trabalharei três turnos seguidos.

— Tem certeza?

— Absoluta - fui decidido na minha decisão e o diretor não insistiu em tentar em dissuadir. Às vezes a voz de comando de vampiro é muito útil, mas eu não gosto de impor minha vontade desse jeito para as pessoas. Eu não gosto de hipnotizar ou influenciar, é uma qualidade que eu não aprecio muito em nós vampiros, nesse caso não havia mal nenhum e eu condescendi em usar esse truque.

Flashback off.

 

Então ficou assim o acordo. E agora estou indo para Foz do Iguaçu mais uma vez pegar um avião de lá para a 'cidade maravilhosa' (Rio de Janeiro, capital). Eu queria ter feito isso já no mês passado, mas só agora vou poder avisar minha esposa sobre nossa filha.

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Espero que Caroline não tenha sofrido nada nesse meio tempo. Acredito que não, porque se tivesse acontecido alguma coisa com nossa filha, Esme teria me telefonado e eu iria direto para lá. Depois eu pensaria no hospital, o mais importante vem primeiro:, nossa filha; o resto pode esperar.

Mas isso não ocorreu e deve estar tudo bem com elas duas. Eu vou chegar lá na ilha e elas vão ficar tão felizes em me ver principalmente porque hoje é um dia muito especial.

...XXX...

 

Ilha Esme

Caroline PDV

Hoje é aniversário do papai e eu tentei ligar para ele antes, mas o celular dele estava desligado. Ele deve estar trabalhando ainda (na verdade Carlisle já estava no avião) e vou telefonar depois. Ouvimos um barco que atraca na praia:

— Quem será a essa hora da noite? – pergunto assustada olhando para mamãe.

— Não se aflija querida, é seu pai – ela deve ter percebido pelo aroma.

— Papai! – me coloco em pé num salto e corro até a porta.

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Antes que eu chegue na entrada ele me pega no colo e levanta.

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— Minha filha!

— Feliz aniversário, papai – lhe dou um beijo na bochecha assim que ele me coloca no chão.

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Carlisle vai ao encontro de Esme e os dois se beijam.

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— Vou para o meu quarto dormir e deixar vocês a sós.

— Obrigado querida – diz Carlisle.

— Boa noite sweetie — diz Esme.

— Boa noite mãe, boa noite pai – afasto e me inclino perante eles dois quase fazendo uma mesura.

— Boa noite criança – diz Carlisle.

Não que eu tenha tentado, mas não ouço nenhuma conversa entre eles. Será que eles saíram para caçar? Não posso voltar lá na sala ver, então o melhor que eu faço é dormir.

...XXX...

 

Esme PDV

— Carol é uma menina muito esperta e sabe a hora em que precisa sair – comenta Carlisle.

— Ela é uma boa menina - exponho.

— Infelizmente os pais dela não reconheciam isso – comenta meu marido.

— É verdade querido, mas nós faremos nossa parte e a trataremos com dignidade e carinho como ela merece - complemento.

— Sim, querida. No que depender de nós, Caroline nunca mais vai sofrer por nenhum motivo.

— Carlisle estou percebendo que sua relação com a nossa filha mudou... Qual a causa dessa mudança repentina? – pergunto ao observar uma sutil diferença.

— Fiquei sabendo de uma coisa. Sente, querida, que vou lhe dizer.

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— Carlisle você sabe que isso não é necessário – fico ansiosa porque sei que o assunto tem a ver com a nossa filha. – O que foi que houve?

Ele me estende um envelope pardo para que eu veja por mim mesma:

— Nossa filha tem endometriose – ele finalmente diz ao mesmo tempo em que leio no papel.

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— Quer dizer que... Ela vai morrer? Não podemos permitir. Vamos transformá-la agora.

— Não, querida. Não se preocupe. Você sabe que se fosse algo tão grave eu teria comunicado imediatamente quando soube mês passado ao chegar em casa.

Então penso na minha segunda hipótese e essa sim é verdadeira:

— Quer dizer que ela nunca poderá ser mãe?

— Não, querida. Ela é estéril.

— Por quê?

— Talvez algum caso na família ou porque ela tem baixos níveis de hormônio no sangue.

— Ela vai ter que fazer uma cirurgia? – deduzo.

— Provavelmente. Mas eu estarei com ela na sala de operações e não deixarei que sua vida se perca.

— Ela corre risco de morrer por causa disso?

— Se não for feita a cirurgia agora, será necessário fazer mais tarde, de qualquer forma ela terá que ser operada mais cedo ou mais tarde. E claro que toda operação cirúrgica tem risco, pois trata-se de uma intervenção. Mas eu prometo que vou ficar alerta e supervisionarei pessoalmente o procedimento.

— Ela não pode tomar remédio apenas, por enquanto? A cirurgia não pode ser adiada? Quando ela for vampira não será mais necessário.

— Como eu disse, querida; ela pode, mas mais tarde não teria alternativa a não ser a intervenção cirúrgica. Não devemos contar com a sorte, não dá para arriscar. É a vida de nossa filha que está em jogo.

— Eu sei querido – é claro que eu jamais iria por a vida dela em perigo; Eu sou mãe. - Há outra opção – tenho uma ideia.

— Qual opção, querida?

— Antecipar a mudança para que ela não corra o risco de morrer durante a cirurgia.

— Não querida, ainda é cedo demais e ela tem de se formar no colégio esse ano.

— Depois ela vai fazer o ensino médio diversas vezes, Carlisle. Não importa que não termine agora.

— Esme, você dizendo isso? Pensava que por ter sido professora a educação era prioridade para você.

— É importante sim, mas antes de ser professora eu sou mãe e mais importante é a vida de nossa filha. O conteúdo ela irá aprender depois, não há necessidade de ser agora. Além do mais eu posso ensinar para ela se for necessário – o currículo no Brasil é diferente dos EUA.

— Eu estarei com ela durante o procedimento, eu prometo, e não deixaria nada acontecer.

— Mas ela prefere que seja meu veneno que a transforme - explico.

— Nesse caso ela não tem muito o que escolher. Você acha que ela não iria querer que eu a mordesse? – Carlisle fica cabisbaixo e eu sei o que ele está pensando.

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— Não é isso, querido. Ela não está preterindo você. Ela não quer que nenhum de nós a morda, pois não quer que nenhum de nós sofra depois.  Ela sabe quão difícil seria para nós voltarmos à dieta de sangue animal e não gostaria de saber que sofremos por sua causa. Ela não quer ser a culpada por ter nos transformado em monstros caso não consigamos retornar.

— Eu explicarei para ela que não precisa se preocupar comigo, pois eu sei o que estarei fazendo. Assumo toda a responsabilidade. Não vai ser a primeira vez que faço isso, mas só farei se for extremamente necessário. Vou dizer para ela e acredito que ela vai compreender.

Mas cada vez é diferente e se dessa vez ele não conseguir voltar, Caroline vai se sentir culpada.

— Tudo bem, querido – devolvo a carta para meu marido e saímos para caçar.

...XXX...

 

— Carlisle, querido... – o chamo enquanto corremos de volta para casa.

— Sim, querida – ele para imediatamente como uma estaca fincada no chão ao ouvir minha voz.

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— Caroline me disse que precisa usar óculos, ela não enxerga bem o quadro... E se ela não tivesse coragem de nos contar antes do ano letivo começar o professor iria nos falar.

— Ah! – ele suspira aliviado.

— Desculpe não ter contado antes, eu podia ter telefonado, porque nossa filha me disse isso há quase um mês...

— Tudo bem Esme, depois que voltarmos a Toledo segunda feira vamos levar Caroline ao oftalmologista.

— Você é um amor, Carlisle. Por isso que eu te amo – me aproximo dele e abraço seu peito.

Ele por sua vez me dá um beijo na testa e depois abaixa a cabeça para encostar seus lábios aos meus. Fazemos amor ali mesmo no meio da floresta. Isso não seria incomodo nenhum, eu e Carlisle já fizemos isso diversas vezes, para nós o conforto de uma cama é indiferente ao de uma relva. É claro que em casa é mais prático, mas não teria problema fazer aqui, ninguém veria mesmo.

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— Carlisle...

— Esme...

Ele beija meu pescoço sobre a cicatriz que ele deixou e só nós podemos ver, pois eu geralmente cubro com meu cabelo. É uma marca pessoal e especial que apenas nós dois podemos ver.

Eu não consigo mais resistir.

Delicadamente meu marido me deita na grama e temos ali mesmo uma noite de prazer...

...XXX...

 

02 de Fevereiro de 2008

Esme PDV

Quando percebo já está amanhecendo e me sobressalto:

— Querido, precisamos voltar para casa não quero que nossa filha acorde sozinha. Hoje os empregados vem cuidar da casa, temos de estar lá para recebê-los.

— Calma, Esme. Não estamos assim tão longe de casa e agora é pouco mais das seis horas da manhã, ainda temos tempo até que eles cheguem – com o tempo Carlisle aprendeu a identificar a hora só de ver o céu.

— Não vou deixar Caroline enfrentar Kaure sozinha – digo colocando meu vestido.

— Até parece que a Kaure vai machucá-la. Ela não é um monstro, ela acha que nós é que somos.

— Não somos monstros, mas eu não vou fazer essa monstruosidade com a nossa filha. Imagina só ela acordar e não nos ver, o que ela vai pensar?

— Que saímos para caçar e que nos entregamos. Caroline não é boba, ela não é uma garota como as outras. Ela é bem mais esperta que a pouca idade que tem. Talvez por causa da forma que foi criada ela teve que crescer.

— Exatamente, ela cresceu praticamente abandonada pelos próprios pais, e pior ainda maltratada. Nós não a deixaremos também.

— Jamais, querida. Mas isso não seria um abandono, ela sabe que não – retruca meu marido.

— Será? Não quero que ela tenha que passar por isso novamente. Mesmo depois de tantas vezes nunca nos acostumamos com algo assim, posso imaginar o quanto ela sofreria se nós a deixássemos. Justo nós. Eu sofri muito quando você foi embora de Columbus. Não quero que ela passe pela mesma situação - esclareço.

— Me desculpe, querida - sei que foi covardia o que eu fiz com Carlisle, foi golpe baixo.

— Você sabe que já o perdoei há muito tempo mon amour— vou para seu lado e o beijo.

— Vamos para casa ma cheriée.

— Vamos.

 ...XXX...

 

Voltamos para casa e entramos sem fazer barulho para não acordar Caroline. Entrei no quarto dela e a encontrei dormindo. Ela ressonava profundamente e estava com um sorriso angelical no rosto.

— Aí esta Esme, viu? Ela ainda está dormindo como eu disse. E ainda vai ficar assim por mais uma ou duas horas temos tempo de sobra para ir para o quarto e...

— Carlisle, de novo?

— Eu não me canso da minha esposa, e você se cansa de mim?

— Não, você sabe que vampiros não cansam. Eu vou amar você para sempre.

— Eu também, então vamos lá para o quarto. Não me diga que esse mês que passou você não sentiu minha falta? Eu senti tanto sua ausência...

— Claro que senti Carlisle, mas...

— Ah Esme, vamos. Eu só tenho mais amanhã de folga e depois vamos voltar para nossa casa e eu vou trabalhar... – Carlisle me implora com a carinha de bebê.

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— Ah Carlisle, assim é golpe baixo! Você sabe que fazendo essa carinha eu não consigo resistir...

— Vamos, assim você troca de roupa depois que acabarmos. Já pensou o que nossa filha diria se a visse com a mesma roupa de ontem? – ele diz se aproveitado do meu receio de que ela descubra (não que ela não possa, ou estamos fazendo algo errado; nunca vou me sentir envergonhada por amar meu marido) e me puxa para nosso quarto.

Com esse argumento não tenho como resistir...

...XXX...


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Notas finais do capítulo

Trilha sonora:
Perfect, Ed Sheeran dueto com Beyoncé
Kiss me - Ed sheeran
Thinking out lod - Ed Sheeran



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