Papeis, livros, eu-lírico e eu te amo escrita por Tia Lina


Capítulo 11
Amizades honestas


Notas iniciais do capítulo

BoA leitura ^^



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Steve sorria quando se separaram, e ele nunca pareceu tão bonito como naquele momento, sob aquela luz meio amarelada de sua varanda. Algum lugar na mente do Barnes buscava qualquer recordação visual que o fizesse compreender o significado daquele sorriso, mas Steve continuava sendo uma caixinha de surpresas sendo vagarosamente desvendada pelo moreno. Bucky prendeu a respiração quando o loiro lhe acariciou a face e deixou um rápido selar em sua testa, se afastando em seguida.

— Você tem planos para amanhã? – Steve riu soprado. – Digo, hoje?

Demorou alguns segundos até o cérebro do Barnes oxigenar e recuperar suas funções mais básicas, depois de passar uns segundos processando o que fora dito, precisou se recordar de como falar.

— Não tenho nada programado.

— Por que não aparece na minha casa mais tarde? Podemos passar a tarde toda assistindo filmes que sequer são analisados pelos críticos por terem os piores enredos enquanto comemos todo o estoque de pipoca que tenho na despensa, o que acha? – Ele sorriu um pouco sem graça, incerto se o outro aceitaria ou não. – Eu só queria passar mais tempo com você. – Admitiu levando aquela bendita mão à nuca. Bucky ainda não descobrira como resistir àquele gesto impensado do loiro.

— Tudo bem, acho que dou conta de comer de sua pipoca e assistir a filmes ruins durante um dia inteiro. – Steve riu soprado.

— Então te vejo mais tarde? – Arqueou uma sobrancelha, querendo se certificar de que ele entendera o convite.

— Nos vemos mais tarde, Steve. – Bucky conseguiu repuxar os lábios num sorriso meio bobo.

Steve sorriu de novo e deixou mais um selar nos lábios do moreno antes de dar a volta e adentrar o seu carro. Bucky, por outro lado, passou alguns minutos parado em frente à sua casa, mastigando as novas informações que apareceram. Steve Rogers acabara de beijá-lo, não contente com isso, convidou-o para passar um domingo inteiro assistindo filmes em sua casa. De onde ele tiraria coragem para sair de casa depois que acordasse daquele sonho absurdamente incrível? Oh, por favor, aquele não podia ser mais um de seus sonhos, seria cruel demais.

Suspirando derrotado com sua mente pessimista, ele finalmente encontrou suas chaves e adentrou sua casa, assustando-se com um vulto. Ao acender as luzes, revirou os olhos ao encontrar os esverdeados da mãe, que o encarava com expressão zombeteira. Ele tomou fôlego e a encarou de volta, tentando muito parecer irritado, mas Steve Rogers acabara de beijá-lo e aquele maldito sorriso idiota não queria parar de aparecer, então seu rosto de partiu em mais um sorriso radiante, o que fez sua mãe rir.

— Não destrua minha felicidade, mamãe. – Ele pediu baixinho.

— Eu não vou, só queria dizer que achei uma graça ele ter tomado o cuidado de te trazer até a porta. Não queria bisbilhotar, mas foi uma das cenas mais fofas que já vi, não consegui parar de olhar.

— Steve Rogers me beijou. – Ele sussurrou, percebendo que seu sorriso aumentou quando deixou escapar. Dizer parecia ainda mais surreal. – Dá para acreditar nisso?

— Estou tão orgulhosa do meu menino, vem cá. – Ela o abraçou. – Deveria me ouvir mais vezes, James, é impossível não se apaixonar por você, sabia que Steve se interessaria exatamente pela pessoa que é.

— Não exagere, mãe. – Ele riu soprado, abraçando-se à mulher. – Foi somente um beijo de despedida.

— Bom, pode não ser nada sério, por enquanto. – Zombou novamente. – Vão com calma, vocês são novos, tudo a seu tempo.

— Eu sei. – Selou a testa da mulher. – Eu preciso de um banho antes de me deitar.

— Boa noite, meu filho. – Ela sorriu.

— Boa noite, mãe. – Sorriu para a mulher e subiu as escadas.

Se ele pudesse escolher viver em uma realidade alternativa pelo resto de seus dias, escolheria uma na qual os lábios macios do Rogers não deixassem mais os seus em paz, porque era tão quente e tão bom que a sua cabeça ainda girava e seus ouvidos zuniam. Ele nunca executara tantas tarefas simples com aquele sorriso no rosto como naquele momento. Fora o banho mais feliz de sua vida, a escovação mais feliz de sua vida, a troca de roupas mais feliz de sua vida e, por fim, o final de noite mais feliz de sua vida. Bucky só desejava dormir e poder sonhar com aquele beijo num looping eterno até que o sol raiasse e o tirasse da cama naquela manhã. Se tivesse muita sorte, Steve o beijaria outra vez naquele mesmo dia.

Na manhã daquele domingo, Bucky estava tão absorto em sua leitura que só percebeu Natasha em seu quarto quando a mesma se jogou na cama, deitando-se na transversal, próxima aos seus pés. Ele arqueou uma sobrancelha para a ruiva, que ignorou o tom de repreensão e só se levantou para buscar um dos quadrinhos que mantinha na casa do amigo. Quando voltou, sentou-se ao lado do Barnes e se pôs a reler a saga da herdeira Earp e a sua potente arma, a Pacificadora. Bucky, distraído com o balançar da russa, bufou impaciente e fechou o livro.

— Tudo bem, Natasha, você venceu mais uma vez. O que é que você quer agora?

— Eu? – Ela se fez de inocente, sabendo que aquilo enfurecia o moreno.

— Claro que não estou falando de você, me refiro a Heathcliff. – Revirou os olhos. – Esquece, você não precisa me dizer, eu sei o que é que você veio fazer aqui. – Ela sorriu como se tivesse acabado de receber um prêmio óbvio.

Vagarosamente fechou a HQ, num movimentar dramático que só poderia pertencer a ela e a mais ninguém. Então ela cruzou as pernas e os braços, apurou os ouvidos e finalmente disse.

— Comece a me contar como foi que ele te convenceu a deixar a segurança do seu quarto para enfrentar aquela selva de hormônios adolescentes que você tanto odeia, porque isso me consumiu por boa parte da noite.

— Não é como se eu soubesse exatamente o que foi que ele disse para ter me convencido. – Fez uma careta involuntária. – Eu só acho que queria descobrir um pouquinho mais sobre quem ele é e as coisas que gosta de fazer, e ele tem esse jeito de sorrir que eu não consigo resistir. De todo modo, não foi uma experiência assim tão ruim.

— “Não foi uma experiência assim tão ruim” diz o garoto que se nega a ter uma festa de aniversário em casa desde os oito anos só porque detesta aquele aglomerado de pessoas, mesmo sendo somente conhecidos. – Ela arqueou uma sobrancelha. – Você tá tão apaixonado que chega a me dar náusea.

— Não te chamei aqui, você veio porque quis. – Ele rebateu, rindo soprado quando ela mesma riu.

— E depois da sua experiência “não tão ruim”? Vocês foram para algum outro lugar?

— Fomos ao Molasses.

— Ah, não! Você saiu pela primeira vez com o cara dos seus sonhos e o levou àquela livraria podre? Não me admira você ainda estar solteiro, Bucky. – Natasha ria.

— Vai se foder, Natasha. – Ele também riu. – Steve gostou do Molasses, ok? Não é a Housing Work, mas é bem aconchegante.

— Tá, e depois?

— Depois ele me trouxe para casa e foi embora. – Deu de ombros, voltando a abrir o livro.

— Foi só isso mesmo? – Ela arqueou uma sobrancelha.

— Tá, o que foi que ela te disse? – Bucky revirou os olhos, voltando a fechar o livro, desistindo de vez de ler naquele dia.

— Ela?

— Não se faça de idiota agora, você sabe que estou falando da minha mãe.

— Ela não entrou em detalhes. – Deu de ombros, se aconchegando melhor na cama, deixando escapar um sorriso enviesado. – Só que ele te deu um beijo de boa noite antes de voltar pro carro e você ficou parado na porta de casa feito um pateta.

— Às vezes eu odeio o fato de você ser amiga da minha mãe. – Bucky revirou os olhos e suspirou, também se acomodando melhor na cama. – Se está achando que vou passar a tarde fofocando sobre isso, perdeu o seu tempo, não quero falar sobre esse assunto.

— Não vim para isso, vim porque ela também me disse que ele te chamou para ir até a casa dele ver filmes à tarde toda.

— O que é que ela não te contou? – Bucky revirou os olhos outra vez.

— Qual cor de cueca escolheu usar hoje. – Zombou a ruiva.

— Preta, agora você já tem todas as informações que precisa, satisfeita?

— Quase.

— O que mais você quer?

— Saber se vai ou não à casa de Steve hoje.

— Ele me convidou, não é? – Bucky utilizou um tom que indicava obviedade. – Além do mais, eu acho que não sei negar algo a Steve.

— Por que diz isso?

— Porque eu não deveria ter ido àquela festa, mas fui. Não deveria tê-lo deixado me beijar, mas deixei. Se ele descobrir que consegue arrancar tantas coisas assim de mim, o que me sobrará no futuro?

— Você está concedendo tudo sem que ele precise implorar, então relaxa, mesmo se ele não te pedir nada você vai acabar entregando tudo, é só porque você gosta do cara.

— Não, é porque eu sou um otário. – Ele revirou os olhos novamente.

— Ah, mas isso já faz tempo, não precisou nem da ajuda dele. – Ela riu quando ele resmungou. – Eu só espero que hoje seja um bom dia para vocês.

— Eu, honestamente, quero que ele me beije de novo. – Suspirou derrotado.

— E por que você não o beija primeiro?

Natasha arqueou aquela sobrancelha como se não soubesse que Bucky não tinha a coragem de fazê-lo, e mesmo sabendo que não tinha aquela coragem toda, um questionamento passou pela sua cabeça enquanto ela ria.

Por que não?


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Notas finais do capítulo

Presentinho pra vocês essas imagens ^^ Elas também contam uma história, fiquem atentos ^^ Um pause pra dizer que Natasha é o melhor ser humano da face da Terra ♥

Obrigada pela companhia e até o próximo ♥ XoXo ;*



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