Complicated escrita por NathyYellow


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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And life's like this, you

You fall and you crawl and you break and you take what you get

And you turn it into

Honestly, you promised me I'll never going to find you fake it

No, no, no

Ela andava de um lado para o outro no quarto, que nem notou quando Truce Entrou, ela pulou no susto porque não sabia que já era tão cedo assim.

— Hey! Cê, você está ansiosa para mais tarde? — Ela perguntava de forma inocente.

— Que!? Por que eu estaria ansiosa? É só uma luta com um babaca, ele não vai me conquistar de qualquer jeito... Digo... Ganhar de mim! Sabe, conquistar a luta... Ah... Mierda. — Ela bufou e então se afundou na cama deitando ali inconformada.

— ... Ok... O que ta acontecendo? — Ela perguntava calmamente se sentando ao lado da amiga.

— Eu quase fiz uma besteira enorme... Eu... Eu quase o beijei.

Truce arregalou os olhos a olhando.

— Beijou quem? E porque isso seria ruim? Se quase beijou é porque gosta dele não é?

— Não! — Celine se levantou bruscamente. — Eu não gosto dele! — Ela falava quase como se estivesse afirmando mais para si mesma. Truce acabou rindo.

— Mentira. Você gosta dele! Quem é?

— Não gosto! Seu sensor ta com defeito! E é... Dário. Ele é um idiota que aumenta histórias só para parecer foda, e se acha demais e precisa de um óculos urgente para se enxergar, como também um espelho. E uma dose de semancol. — Truce tentou tocar o ombro dela, mas Celine estava elétrica, o que a fez recuar. — ... Desculpe. Eu estou nervosa.

— Eu notei. Relaxa, e pelo o que estou vendo se não gostasse dele, não estaria assim, o que tem de errado em se apaixonar.

— Eu acabei de listar o que tem de errado!

— Não... Você estava dando desculpas, você mesma o elogiou apesar de tudo no fim da missão. Qual é o verdadeiro problema? — Ela perguntava de forma serena olhando para Celine, que suspirava.

—... De uma forma ou de outra, vai dar errado. Sempre que me aproximo de alguém assim... Dá errado de alguma forma. — Ela deu um riso sem humor algum e olhou a Truce. — Foi mal, eu to meio... Confusa. Eu não sou o tipo que se relaciona, e acredito que ele só tava zoando com a minha cara, e vai usar isso na luta de hoje contra mim.

— Hm... Eu não acredito nisso, mas não vou forçar. — Ela falava parando um instante para pensar sobre o outro assunto. — Falando nisso... Você acha que é mesmo uma boa ideia? Vocês dois lutarem a sério.

— Claro. Eu não posso deixar barato depois de ontem! — Ela levantou da cama desistindo de dormir.

— Mas...

— Eu sei o que vai dizer, mas não, Truce. Sério, eu tenho que ganhar dele hoje. Ele tem algo meu e eu vou pegar de volta... E uh... Obrigada por se preocupar. — Ela não esperou resposta antes de sair para fora do quarto.

Havia desistido de dormir depois daquilo, ela andava com calma para tomar um café da manhã, mal tinha comido ontem e sabia que precisava de energias para uma luta mais a sério com Dario, nunca o subestimaria na vida. Não depois de o ver imobilizar um grifo em um ataque e o controle dele sobre as sombras. Por isso depois de comer ela foi dar umas voltas por ai, evitando gastar energia, ou encontrar qualquer pessoa que pudesse a fazer desistir.

Parecia ouvir quase a voz do pai quando pensava daquela forma. “Nunca subestime seu inimigo, pesquise, tenha noção do que ele pode fazer e então acabe com ele.”.  Outra frase dele que era mais clássica, sempre que ela dizia que não tinha tido escolha sobre qualquer coisa. “Sempre que alguém apontar uma arma para a sua cabeça, você pode achar uma terceira opção, não é só aceitar ou morrer”.

Ela pensava, que talvez ele devesse escrever um livro com isso. Claro, o que ele se referia era sobre advocacia e não sobre problemas de semideuses.

Ela se pegava pensando naquilo. O que o Sr. Specter faria se descobrisse que sua ex-mulher o tinha traído com o rei dos deuses gregos? O senhor todo poderoso dos céus? Ele provavelmente a internaria em um hospício, ele mal acreditava na ideia de que algum deus pudesse existir direito, imagina se revelasse aquilo?

Felizmente ou infelizmente, a mãe era diferente. Ela sempre pode ver através da névoa, um dom raro entre humanos, o que a fazia ter exata noção de com quem se envolveu. O que fez Celine ter ainda mais raiva dela durante muito tempo, ela tinha perdido tempo demais já com esse tipo de pensamento, estava para dar quase a hora da luta e não tinha nem se aquecido ainda.

Ela andava em direção a floresta para aquilo, quando notou Helana ali perto. Ela se aproximou devagar com um sorriso para a garota.

— Hey Helana.

A garota se virou para ela, como sempre tinha cara de quem saiu de um enterro ou estava assustada com algo.

— O-Oi Celine.

— O que faz por aqui? Praticando poderes? Procurando alguma coisa? — Ela as vezes devia parar de falar com Truce, estava pegando os hábitos dela de perguntar muito.

— E-Eu... Não... Eu estava procurando por você.

Celine a olhou surpresa por aquilo.

— Por mim? Bem to aqui, pode falar.

Helana ficou em silencio durante muito tempo, como se reconsiderasse falar o que viera falar ali. Ela tinha estado na missão junto com ela e Dário, e ela viu como a menina podia ser forte e não demonstrava isso... Ou não enxergava isso.

— Eu não a-acho, que seja uma boa ideia... V-Você e Dário lutarem... Pode ser que as coisas acabem ruins... E... Ficamos amigos na missão. Eu não quero me intrometer! M-Mas... Por favor...

Celine suspirou a olhando, era a segunda pessoa que lhe dizia aquilo, e vir de Truce e Helana no mesmo dia em poucas horas de diferença, significava que algo era para dar errado naquela luta. Tinha problemas demais, mas desistir assim só faria coisas ruins.

— Eu... — Celine começou pensando bem o que ia dizer a garota, ela levou a mão a cabeça dela e acabou sorrindo. — Eu juro que as coisas não vão ficar ruins por causa disso, não da minha parte pelo menos.  

— M-Mas... É que... Eu não gosto de ver vocês brigando. — A voz dela era quase um sussurro e ela parecia prestes a retirar tudo aquilo e se esconder.

O coração da garota derreteu ali, e ela acabou suspirando.

— Tudo. Eu não vou lutar com ele. Eu vou chegar lá e dizer que desisto. Nem tem sentido, ele ia apanhar feio para mim de qualquer forma.

Ela viu um leve sorriso de Helana, ou talvez fosse imaginação dela com isso. Ela se virou e notou que tinha dado a hora do “combate”. Apenas suspirou e falou para ela a seguir para lá.

Celine quase nunca se atrasava para nada, ainda mais pelo fato de que tinha que saber sempre quanto tempo podia ficar em cada lugar, quando chegar e quando sair, acabou se acostumando a curtos prazos desde que saíra de casa a primeira vez.

Não esperava que tivesse toda aquela comoção de gente super curioso ali, Helana ficara quietinha num canto, enquanto ela olhava ao redor, esperava Dário.

16hrs05min.

16hrs15min.

16hrs23min.

Celine ficava impaciente e todos ao redor. Ele iria dropar assim? Abandonar um desafio daquela forma? Pensava seriamente em lutar mesmo com ele, mas desistia sempre que lembrava de Helana e Truce, se ambas estavam falando para não fazer aquilo deveria ouvir. Mas Dário não colaborava.

Foi quase um pressentimento, ou talvez por sentir algo de errado no ar, ou talvez pudesse chamar de sensor de perigo de semideus, ela puxou a espada e defendeu o golpe da adaga dele no ar. Ela reparou que era a que ele tinha usado na missão do submundo, com o cabo de osso, mas havia outra em sua cintura.

— Golpe sujo! — Celine gritou para ele, enquanto saltava para trás, ele vinha atrás dela com um leve sorriso.

— Estratégico. — Ele respondia voltando a atacar, ela não atacava de volta e só se defendia das investidas. — Vamos, Cê, você tava melhorzinha ontem. Algo mudou a sua cabeça? — O tom era totalmente insinuativo.

Mierda. Ela pensava, se ela desistisse agora ele iria ter a ideia errada. Se o deixasse ganhar ele notaria, mas... Ele acharia ruim? Ela balançou a cabeça, que se foda o que ideia ele vai ter. Decidiu, antes de dar um passo para trás e largar a espada no chão erguendo as mãos.

— Eu desisto. — Ela falou alto e chamou a atenção de todos ao redor, parecia que um silencio súbito entrou na arena.

Dário não parou no entanto, ele parecia não comprar ou achar que era uma estratégia para fazê-lo baixar a guarda.

Ele moveu as sombras para a prender no chão e avançar com tudo para cima dela, Celine só fechou os olhos esperando pelo golpe. Sentiu a ponta da adaga em seu rosto, o aço frio sobre a pele, outra na sua barriga, mas ele não chegou a encostar nela ou machucar, assim que viu que ela realmente estava falando sério.

Ela abriu os olhos o encarando.

— Depois do grifo não achei que ia me atacar assim. Vai me espetar com sombras quando eu to claramente me rendendo aqui? — Ela perguntou num tom mais ofensivo do que deveria por estar literalmente com a espada no pescoço.

— Você me desafia e desiste antes mesmo de a luta começar? Eu sei que sou incrível e forte, e tudo o mais, mas você não é disso. — Ele respondia baixo, só para ela ouvir, apesar de sentir os olhos em cima dos dois.

— É porque eu preciso mesmo daquele favor de ontem. De ir até o meu pai, você tinha razão é suicídio e risco desnecessário ir sozinha, e infelizmente você é a melhor pessoa para isso.

Ele erguia a sobrancelha para ela como se ainda não acreditasse.

— Não tinha momento melhor para pedir, não? Ainda acho que vai se virar contra mim.

 Ela suspirou e então levantou a voz.

— Eu percebi que seria... Errado eu lutar contra um colega de acampamento e equipe, e que nossas forças podem se igualar facilmente, ou até um superar o outro. Mas hoje, ele ganharia de mim. Por isso e por não estar a fim de me foder, eu me rendo. — Era uma mentira, mas Dário não a questionou apesar da leve surpresa.

Ele a soltou e concordou com aquilo, fazendo uma cara convencida, Jason encarava a irmã com um leve sorriso de alivio.  Talvez não fosse totalmente mentira, ele poderia mesmo ganhar dela, mas no momento ela não estava a fim de testar aquilo.

Ela simplesmente o pegou pelo pulso e o arrastou dali da arena, sem dar mais nenhuma explicação, seguiu em direção à floresta, em silencio, ele não puxara a mão, em fato parecia se divertir com aquilo de certa forma.

Ela andou pela trilha até parar em um local que ao menos não seriam ouvidos por enxeridos ou Gerard’s voantes, no máximo alguma ninfa ou satiro por ali.

— Já ta me arrastando para lugares assim, sem nem pagar um jantar? Que isso Celine, eu sou moço de família.

— Vai se fo... — Ela respirou fundo. Não iria brigar estava decidida a isso. — Olha, eu não queria que ninguém atrapalhasse. Por que o que quero dizer é sério. Eu preciso de você para que nada de ruim ocorra com meu pai. Ele é importante para mim. E se algo acontecer com ele eu... Enfim. — Ela respirou fundo encostando numa arvore. — Eu poderia pedir para Truce ir comigo, mas tem um problema sobre isso. Ela iria tentar me proteger. Se algo der muito ruim. Eu preciso que você vai embora, me abandone lá, não importa a situação. Eu sei que você é capaz disso, não leve a mal, por favor, mas é bem claro quando noto que você se coloca em primeiro lugar acima dos outros.

Ele a encarava seriamente, considerava tudo o que a garota havia dito naquele momento e suspirou pesadamente, antes de cruzar os braços, e dar novamente um sorriso convencido.

— Tudo bem, você até desistiu de lutar comigo e adiantou a sua derrota. Vou ser bonzinho com você, já entendi os seus termos, se a coisa ficar ruim quer que eu me mande.

— E conte o que rolou. De verdade. Sem aumentar, sem inserir lutas majestosas, a verdade nua e crua, ao menos para Truce, Helana e Hisato, eles merecem saber.

— Hisato? O filho de hefesto?

— É. Ele é meu amigo, ele ta numa outra missão no momento, mas quando voltar, se voltar antes da gente, conte a verdade para ele.

— Hm... Ta legal. Mas para de falar como se fosse morrer nessa viagem.

— Você não conhece a minha sorte com algumas coisas. Eu te encontro amanha a noite na entrada. Vê se não atrasa.

Ela começou a andar para sair da floresta quando foi parada por ele segurando o braço dela.

— Espera aí, apressadinha você heim? Ainda tem algo que quero falar, sobre ontem...

— Eu só tava te zoando. Eu não ia te beijar. — Ela cortou rápido. Ela ia, mas não ia contar isso para ele. Ele não precisava saber, e dado a viagem que fariam, seria melhor que não soubesse.

— Own, não precisa resistir a mim, princesinha, eu sei que é bem difícil resistir ao príncipe do submundo, não lhe culpo.

— Não me faça arrepender de ter pedido a sua ajuda. — Ele desceu a mão no braço dela, que gerou um leve arrepiou na garota a qual não demonstrou, ele parou segurando a mão de Celine, colocando algo ali. O isqueiro dela.

— Falei que ia devolver quando perdesse para mim, até amanha a noite. E vê se não fuma perto de mim, ou vou pegar ele de novo. — Ele sorriu antes de desaparecer nas sombras, a deixando de novo, parada com cara de idiota ali.

Ela olhou o isqueiro na mão e balançou a cabeça em seguida. Respirou fundo e saiu da floresta, teria uma longa noite para arrumar e resolver tudo.


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