S I S escrita por NathyYellow


Capítulo 2
Recolha os pedaços


Notas iniciais do capítulo

As palavras são: Privação e Singularismo.

Dado a quem é o capitulo de hoje, foi bem fácil encaixar.

Ponto de vista: Marilyn.

Boa leitura ♥



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— Você pode dizer o seu nome e sobrenome para a câmera para registro?

— Marilyn Renard.

— Senhorita Renard, pode descrever novamente o que fazia na noite do assassino do Sargento Renard?

— Eu estava com minhas amigas... Tínhamos acabado de comer pizza, e ai eu sai para me despedir delas, era por volta de dez horas.

— O que houve depois?

— Eu vi meu pai, ele estava no final da rua, trazia rosas na mão, e... Ele foi baleado. Por dois caras, estavam em uma moto... Eles passaram correndo, olharam para mim, e seguiram.

— Você conseguiria identificar algo deles? Rosto? Placa? Modelo?

— Não.

 

Marilyn ouvia novamente a gravação de seu testemunho enquanto a psicóloga a olhava a analisando. Diferente daquela vez, ela estava totalmente calma naquele momento, tinha feito muitas compras no dia anterior e revisto coisas para o blog de moda, ocupado sua mente principalmente desenhando vestidos e roupas, era o que mais a acalmava, como se fosse um singularismo que nunca abriria mão, embora por dentro estivesse a ponto de explodir.

— Por que estou vendo isso novamente? — Ela perguntava a olhando com toda a calma que podia naquele momento.

— Os detetives... Eles acham que talvez você tenha uma lembrança melhor agora que o trauma inicial passou.

— A merda com o que eles pensam! — Talvez não estivesse tão calma assim, ela sentia a mão tremer, a privação do próprio sono finalmente fazendo efeito, ela estava realmente irritada — Está tentando me ajudar ou está tentando ajuda-los!? Até onde eu sei, eles não tem ideia de quem possa ter matado o meu pai! Algum desses detetives pode até ser o mandante vai saber. Já se foram três meses e não se tem um único suspeito! Eles querem saber o que eu lembro? Eu lembro de ver meu pai, sangrando no chão, uma poça vermelha enorme, eu lembro de estar tão em choque que nem reconheci o perigo quando aqueles merdas olharam para a minha cara! Quer saber mais? Eu lembro das horas do hospital com esperança, aquele raio de esperança, quando o médico se aproximou e disse que nunca mais meu pai acordaria, que naquela mesma manhã, tinha saído sorridente, que de noite voltava com flores na mão, e acabou morto! Morto por ser bom... E eu ainda espero... O dia que ele vai entrar pela porta e dizer... Que foi tudo... Tudo mentira... E me abraçar... E... Que tudo vai voltar ao normal de uma vez, mas daí eu sou acordada por meus próprios pesadelos... Vendo-o morrer de novo e de novo...

Ela se calou e levou a mão ao rosto desabando ali, ainda não acreditava ser verdade, três meses depois, dois de inicio de aula e ainda não acreditava ser verdade.

As pessoas pensam que só porque você desabafa você se sente melhor, nem sempre é assim, Marylin sabia o que sentia; o que esperar e não esperar, apesar de quem a olhasse superficialmente diria que ela era apenas uma patricinha, mimada, que acabou de perder o pai.

“Pobre garota rica” eles deviam pensar com ironia. Ela não se incomodava com esse tipo de pensamento sobre ela, na verdade por vezes até o preferia, que aquele olhar.

Os que os professores davam de pena, sentia que estavam pegando mais leve com ela, e quando se tem uma noticia dessa espalhada em jornais o tempo todo, é difícil esquecer.

Por isso no ultimo mês ela focava em seu amor, aquele que ela sabia que não importasse como, sempre ela voltaria para os seus braços, e sempre seria acolhida.

A moda.

O sonho dela era ter um ateliê, estudar moda fora do país, apesar de ser uma coisa que não deseja mais tanto, mas compras em Paris não fariam mal.

Enquanto não iria para a frança e estava terminando o ensino médio, ela focava em seu blog de sucesso, tinha na marca de milhão de acessos, dicas de maquiagem, beleza, e mesmo que fosse julgada como “padrão”, de aceitação. Fora os programas de caridade ao qual ela e a irmã sempre iam ajudar, seja de sopão para os sem tetos, de abrigo para os animais de adoção, de recolher agasalho.  

Por isso naquela semana ela tinha desenvolvido uma ideia, uma que não era exatamente original, mas que a aproximaria dos leitores e lhe manteria muito ocupada a ponto de só pensar naquilo, o que era simplesmente perfeito. Um que sortearia três garotas para uma mudança visual completa, garotas consideradas “fora do padrão”. Marilyn detestava esse termo.

Ela dizia que as roupas serviam para exibir sua alma. A primeira impressão, mas muitas vezes as pessoas apenas não sabiam que elas podiam sim causar qualquer impressão que quisessem causar.

Ashley e Lindsay eram suas melhoras amigas, assim como a prima Norah, as duas primeiras ajudavam na criação de conteúdo, e estavam sempre por perto, muitos da escola que olhavam de longe achariam que as três eram apenas umas Reginas George embutida. Mary simplesmente achava graça daquilo.

A primeira sorteada era alguém de Nova York, ela se achava simplesmente horrível por causa da aparelhos, óculos e um cabelo crespo frisado, Marilyn disse que ela não estava se olhando pela perspectiva certa, que, como a mãe Christal, havia lhe ensinado, todas somos lindas. Só basta a gente querer mostrar isso.

A mudança visual foi um total sucesso, a garota, Mercedes, ficou encantada com mesmo com os óculos, e o cabelo crespo, ela podia ser perfeita, ver o sorriso na face dela depois daquela semana, tinha valido a pena para Marilyn, era a primeira vez que via um sorriso sem um pingo de tristeza.

Greta estava junto com ela, ajeitando as coisas nos bastidores como costumava dizer. E as outras duas já estavam sorteadas, ela tinha o dinheiro de anúncios, então na cabeça de ambas, nada poderia dar errado. Até mesmo Greta se divertia com aquilo e Christal gostava de vê-las focando em outra coisa.

Marilyn sorria com amor enquanto fazia a mudança na segunda garota. Na terceira e ultima que os problemas realmente começaram. O dinheiro havia acabado.


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Notas finais do capítulo

Extra sobre a Marilyn: Ela é sim extremamente emotiva, porém ela consegue segurar a barra por um tempo, até explodir de vez, e depende do assunto também. Ela é uma patricinha com todos os termos da palavra, mas não cai naquilo de ser malvada ou simplesmente fanatica por peso e a propria aparencia, ela se cuida porque gosta de ser o centro da atenção e nem nega isso. A Auto-estima dela é lá em cima. Ao invés de ser ruiva como a irmã, o cabelo dela é loiro, puxando o da mãe, apesar de o rosto de Mary e Greta serem iguais.


Ashley e Lindsay são suas amigas da escola, e as três tem a mesma idade, Ash é a mais calma, enquanto Lindsay sonha em ser uma cantora famosa como a avó foi.

Essa história se passa em anos no futuro, não em 2017, mas não é uma história futurista, ela cai mais para a realidade, portanto se verem uns termos mais tecnologicos por ai, não estranhem.

Norah é a personagem da minha amiga Nathalia Ferry, e ela vai sim aparecer na história ♥



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