S I S escrita por NathyYellow


Capítulo 1
Recomeçar


Notas iniciais do capítulo

As palavras do dia foram: SÚBITAS e EPULÁRIO. (A segunda palavra significa alguém se delicia num banquete de comida, por dizer de forma mais simples possivel)

Boa leitura ♥

O Ponto de Vista desse cap é: Greta.



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Greta olhava os presentes de fim de ano intocados enquanto pensava no pai... E como ele partiu.

As horas no hospital. O médico avisando que ele nunca mais acordaria aquilo passava na mente dela o tempo inteiro, e sabia que também passava na mente de sua irmã gêmea, Marilyn.

Geralmente costumava acordar mais cedo, mas Marilyn já estava acordada com olheiras profundas no rosto, nem precisava perguntar, sabia que ela tinha tido pesadelos, o que era algo bem frequente que acontecia desde que acontecera aquilo.

E agora estavam no ultimo semestre do ensino médio, o que para uns era uma comemoração, para as gêmeas parecia um total desanimo.

— Meninas, vão se atrasar para a aula. — A mãe dela entrava fazendo ambas pularem de forma súbitas, Marilyn quase errou a base que usava para cobrir as olheiras do rosto.

— Mãe! Imagina se eu erro isso aqui, ia ter que começar a me maquiar tudo de novo! — Greta riu do tom inconformado da irmã, antes de ir atrás da primeira roupa que achasse no armário. — Ah não! Você não vai pegar a primeira roupa que achar de novo né? É a volta as aulas depois das férias de fim de ano. Imagina. Temos que estar mais lindas e perfeitas do que já somos.

— Mas minhas roupas estão ótimas, e é seis da manha... Eu não vou ficar me arrumando para gente que eu vou ver todo o dia.

— É exatamente  porque eles te veem todo o dia. Imagina se aparecesse na escola estonteante. Eles simplesmente ficarão tão admirados com sua beleza que não vai ter tempo para outro tipo de assunto.

Christal apenas olhava as duas filhas e balançava a cabeça.

— Vou esperar vocês na mesa de café, Mary deixe sua irmã vestir o que quiser. As duas tem cinco minutos. — Ela dizia saindo e as deixando ali no quarto, recentemente, mesmo cada uma tendo o  próprio cômodo, era comum dormirem juntas.

— Mary, se ele me vissem com trajes diferentes do habitual ai que iam ficar perguntando mesmo, já basta os jornalistas de epulário em cima da gente e da mãe.

— Epu... O que? Esquece isso ai, não vem falar difícil comigo não! Eu to dizendo que pior que os jornalistas é pessoas que a gente conhece. O olhar de pena. Então se eu estiver linda, eles saberão que estou bem e não vão ficar toda hora “Ah, mas você está bem?”.

— Mary... Essa sua lógica é uma merda.

—... Eu sei. — A loira falou terminando de passar o rímel nos olhos. — Mas ao menos é alguma coisa. Se eles ao menos pensarem que eu to bem, logo passa, e os olhares também, o pai iria odiar se ficássemos chorando e deixássemos de viver nossa vida... Mesmo que a dele... — Ela balançou a cabeça piscando os olhos. — Merda! Manchei o rímel olha só o que...

Greta não esperou a irmã terminar foi por trás dela e a abraçou com força.

— Não precisa disso. Que se foda os olhares, eu, você e mãe sempre teremos uma a outra, e tem a Tia Mireile, a tia Lux, a Norah, os padrinhos, eles nunca vão deixar a gente na mão.  E nenhum deles vai nos olhar com pena.

Marilyn se virou e abraçou a irmã com força, antes de a soltar, limpando embaixo dos olhos.

— Vamos indo antes que a mãe brote aqui de novo.

Ela agora sorria e Greta retribuía o sorriso da mesma, enquanto iam tomar o café da manha.

A mãe já tinha alguns roteiros na mesa para ler, mesmo que achassem ser “muito cedo”, ela não. Sempre lidou com as coisas de maneira extraordinária, e Greta achava que ela escondia muito pelas duas, não queria aquilo. Mas nisso todas as três eram bem parecidas, só lidavam com os sentimentos de formas diferentes.

O novo apartamento estava cheio de caixas e ainda uma bagunça, tinham se mudado para uma cobertura deixando a antiga casa para trás em Manhattan havia memórias demais ali, e passar pela rua onde o pai fora baleado nunca seria uma lembrança boa, mesmo que se recusassem a vender a casa, duvidava que qualquer um fosse lá.

Greta permanecia no silencio habitual enquanto Mary e a mãe conversavam, geralmente a irmã costumava falar bastante e sempre atrair a atenção de todos, ela usava o que tinha a favor dela, ser filha de uma estrela de Hollywood, era uma alavanca, ela havia participado de concursos de beleza, moda, e tinha até um blog do assunto famoso.

Já ela gostava de permanecer nos bastidores, onde achava que a magia do cinema era realmente feita, não gostava dos holofotes, aquilo era para a mãe e a irmã, gostava de investigar, de escrever, de produzir, considerava nesses dias trocar o curso de produção de cinema que iria nas férias em Londres, para se tornar detetive particular.

Queria saber quem tinha feito aquilo com o pai, ordenar a morte de alguém era cruel. Apesar de ainda mais agora ela saber sobre os riscos, não queria deixar a irmã e a mãe sozinhas se algo acontecesse com ela, sempre que mexiam demais em alguma acabava atraindo atenção indesejada, fora uma das causas da morte do pai, ele era um policial bom demais. Entregou e prendeu muita gente, e teve que ser punido.

Era injusto.

Greta saiu dos devaneios quando a irmã lhe chamou para irem para a escola, nenhuma das duas estavam realmente preparadas para aquilo, mas ver a irmã dirigindo... Ou melhor tentando era algo realmente divertido de se fazer.

— Se acelerar um pouco não vai atropelar ninguém sabia?

— Ah tá! Muito engraçadinha você e... AI MEU DEUS! — Ela parou o carro subitamente enquanto um cachorro passava, Mary tremia no volante, Greta riu e trocou de lugar com a irmã, antes que sofressem mesmo um acidente a menos de um quilometro de casa.

A escola não era muito longe de carro, por isso quando estacionaram, chamaram a atenção, bem a irmã chamou, ela permanecia onde preferia.

Nos bastidores, invisível aos holofotes que as cercavam.


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Notas finais do capítulo

Um extra sobre a Greta e Christal:
Greta é uma garota mais reservada como notaram no capítulo, ela não liga para moda, ou para o fato de ter a mãe famosa, como ela descreveu, nunca vai se estender muito se o assunto não for pertinente, ambas tem olhos verdes, mas o cabelo de greta é ruivo, puxando a cor de seu pai.

Christal é a mãe da gêmeas, ela casou-se nova, quando gravava para uma produção de Super Girl que foi o seu maior sucesso com Henry, seu falecido marido, nesse capítulo, ele morreu a pouco mais de um mês, então elas ainda estão de luto. Christal é uma mulher loira, alta e extremamente bonita, descendente de alemã e russos.



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