Após o choque inicial passar, foi impossível para o garoto escapar de um abraço.  No fim, o alivio em vê-lo provou-se maior, que qualquer preocupação. Mika a convidou para o seu aniversário, sorrindo. Arie não recusou o convite.

No dia, os pais dele a receberam bem. Mika definitivamente herdou o sorriso do pai. Quando Arie chegou, ele lhe contou das conversas frequentes que o filho tivera a respeito dela. Mika ficou vermelho. 

Arie não viu outros convidados naquele aniversário. Também não encontrou muitas respostas. Nada foi dito sobre o motivo da ausência do menino. O assunto foi posto de lado, encoberto pelas brincadeiras e risadas de ambos. Em algum momento, após o parabéns, parte do bolo parou misteriosamente no rosto do Mika. Arie fingiu não estar envolvida.

Naquela tarde, Mika esqueceu do medo que sentiu. Esqueceu da vontade de desaparecer, das lágrimas de seus pais, do cheiro de hospital. Esqueceu do coração falho, do seu pleitear e da saudade que sentira. Esqueceu da preocupação que causava. Ali, brincando junto a Arie, sentiu-se feliz.

Logo o garoto voltaria a frequentar a escola, prometendo não faltar novamente.

Arie decidiu algo.

Ao invés de desfazer aquele sorriso, agora se esforçaria para mantê-lo.