Assim como prometera, Mika retornou à escola.

A estranheza inicial vinda de seus colegas não incomodou ele, ofuscada pela constante companhia da Arie. Ambos voltaram a passar seu tempo juntos, seja contando nuvens ou mantendo conversas e brincadeiras. Arie não estava acostumada a encontra-lo em seu assento todos os dias. Ele não faltou mais. O apelido "fantasma" passou a fazer menos sentido.

Arie conseguiu notar um esforço rotundo, proveniente do menino. Um dia, Mika veio com o cabelo solto. Em outro, ele tentou acompanha-la em uma corrida pelo pátio, mesmo que tenha ficado extremamente exausto após o ato e descansado em seus ombros pelo resto do recreio.

Quando Mika cogitava contar sobre o que tinha lhe acontecido, acabava escolhendo continuar com a atmosfera recheada de risadas. Então ele desviava a conversa, apenas abrindo um sorriso tenro.

— Obrigado, Arie.

 Certo dia, Mika atrasou-se. A menina imaginou a coloração rubra que o rosto dele teria, quando ela o questionasse sobre cabular aula. Abriu um sorriso com o pensamento, mal podendo esperar para contar sobre seu final de semana.

Antes de dar inicio à aula, o professor anunciou algo. O sorriso de Arie desmanchou-se e um calafrio percorreu o seu corpo.

Mika morreu.