— Uma mulher veio falar com você.

Era estranho para Ginny ter a sua rotina de trabalho interrompida. Nem mesmo o seu chefe fazia isso. Foi mais estranho ainda quando viu Hermione, com quem não tinha intimidade para tanto, aproximar-se de sua mesa.

— Desculpe por vir aqui no meio do seu expediente — ela disse, parecendo nervosa — Se importa?

Ela se importava com o salário que cairia no fim do mês na sua conta.

Suspirou, fechando a porta do cubículo, enquanto Hermione parecia sarpar para um canto bem longe dali, o que só fazia sua visita mais estranha.

Antes que pudesse sequer respirar mais uma vez, ela desatou a falar:

— Eu sei que não deveria vir aqui muito menos para falar sobre Harry, mas eu não me importo se ele me ignorar completamente, já fez isso antes.

Ginny tentou entender alguma coisa daquele discurso estranho e sem sentido, sem muito sucesso.

— O que houve, Hermione? — ela perguntou.

— Harry não está bem. Eu não posso te falar muito, eu não quero invadir a privacidade dele, mas... — Hermione hesitou — Ele confia em você. E está precisando de ajuda.

Ginny esperou.

— Lembra quando disse que os tios não gostavam dele? Isso é eufemismo.