Estrela da Alva escrita por Princesa Dia


Capítulo 27
Como tudo aconteceu


Notas iniciais do capítulo

Hey, mais um capítulo, eu meio que me senti culpada pelo capítulo anterior extremamente minúsculo, então... Sim, um capítulo bônus.

AVISO❗❗❗

#Drama

#Drama

#E mais



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POV. Clarissa Swan

Quando acordei de manhã e olhei o relógio eram três horas, eu me sentia angustiada e aflita, mas eu não sabia dizer ao certo o porquê. Me virei na cama por algum tempo tentando voltar a dormir, mas esse sentimento opressor estava me deixando em alerta, tornando as minhas tentativas falhas. Frustrada pelo sono interrompido, joguei os lençóis para o lado e sai da cama seguindo direto para o banheiro, quando saí de lá meia hora depois eu já me sentia mais relaxada; vesti o uniforme e prendi o cabelo em um coque elaborado deixando alguns cachos emoldurando o meu rosto, fiz uma maquiagem leve e me olhei no espelho sorrindo satisfeita com o resultado. Eu não era uma garota espetacular como Lizzie era, mas eu não estava insatisfeita com a minha aparência, meus cabelos eram escuros como a noite, cacheados que chegavam até o meio das costas, meus olhos eram chocolates iguais aos olhos do papai, eu não era muito pálida e as minhas curvas eram bem definidas, eu me parecia muito com a minha mãe, mas essa semelhança se resumia apenas na aparência.

Sorri pegando o meu material e a varinha e saí do dormitório feminino. O salão comunal estava vazio, o que não era uma grande surpresa considerando o horário, me sentei em uma das poltronas vagas e abri um livro, já havia lido mais da metade quando um garoto entrou, era o monitor da Corvinal e provavelmente estava voltando da sua ronda matinal, o garoto era loiro e tinha olhos azuis safira, seus lábios se abriram em um sorriso ao me ver.

Buongiorno, amore. (Bom dia, meu amor.)—Cumprimentou se aproximando e depositando um beijo em meus lábios. -Acordada tão cedo. -Comentou com o cenho franzido, sorri tentando tranquilizá-lo.

—Bom dia, amor. Eu me deitei cedo ontem. -O que não era uma mentira.

—Você está bem? -Indagou preocupado, encarei ele confusa.

—Eu estou, porquê?

—Não sei... parece pálida... aconteceu alguma coisa?

—Não. Não aconteceu nada, meu bem. Eu acordei com muita fome, é apenas isso. -Ele sorriu acreditando em meu argumento.

—Bem... ainda falta uma hora e meia para o café, mas eu tenho algo no meu quarto. Fique aqui, ok? -Ele saiu sem me dar tempo para responder, esperei até que ele retornasse trazendo um saquinho nas mãos, Fred me puxou pela mão me guiando até o sofá maior e se sentando comigo deitada em seu peito, o saquinho foi para o meu colo e eu fiz uma careta ao ler a embalagem.

—Feijõezinhos de todos os sabores, é sério? -Perguntei incrédula, meu namorado riu.

—Era o que eu tinha.

—Obrigada, mas não tenho certeza se quero começar o dia comendo cera de ouvido. -Ele fez uma careta com a menção do sabor.

—Não seja sem graça, Clary. Pode ser que você pegue um com gosto de abóbora. - Revirei os olhos.

—Ou talvez eu pegue um com gosto de chulé. -Ele riu.

—É uma probabilidade.

—Ok, mas você começa. -Sentenciei e ele assentiu. Frederico pegou um dos feijõezinhos no pacote e levou a boca fazendo uma careta.

—Que sabor era? -Questionei curiosa, ele engoliu a bala.

—Tinha gosto de terra. -Eu ri com a sua resposta.

—Pode zombar, é a sua vez agora miele*. -Ele anunciou divertido, encarei ele assustada e depois o saquinho, suspirei pegando um feijãozinho e analisando, fechei os olhos e levei o doce à boca, mastiguei lentamente sorrindo ao sentir o gosto do açúcar.

—Ei! Isso não é justo. Por quê está sorrindo? Que sabor era? -Fred perguntou curioso, olhei para ele com um largo sorriso.

—Chocolate. -Ele bufou.

—Garota sortuda. -Resmungou aborrecido, dei dois tapinhas em seu joelho enquanto sorria.

—Sua vez, amore mio*—Ele encarou a embalagem por um momento e depois pegou um aleatório. Fred se levantou em um salto correndo até o lixeiro, comecei a rir descontroladamente.

—Mas que droga, isso só pode ser brincadeira. -Observei enquanto ele conjurava um copo com água e tomava.

—Tinha gosto de quê? -Ele fez uma careta.

—Chulé. -Comecei a rir mais uma vez.

—Ria da desgraça alheia. -Falou mal humorado enquanto voltava a se sentar ao meu lado.

—Você que quis brincar, querido; agora aguente as consequências.

—Já me arrependi. Tocca a te, piccola*. (É a sua vez, querida.)—Ainda sorrindo, peguei a bala e levei a boca. -De que era?

—Abóbora.

—O quê!? -Ele estava indignado. -Eu não quero mais brincar. -Decretou fechando a cara, sorri lhe dando um beijo.

—Deixa de ser besta, príncipe. -Fred revirou os olhos.

—Eu sou besta, mas é por você. -Gargalhei ao ouvir sua declaração e ele se aproveitou para me roubar mais um beijo. -Vamos comigo na festa de formatura. -Fechei a cara imediatamente.

—Na casa da Hunter? Não, obrigada. -Falei cruzando os braços irritada.

—Por que você não quer ir comigo? -Ele falou chateado.

—E por que você quer tanto ir? -Devolvi na defensiva.

—Camilly é minha amiga, Clarissa. E também, é nossa formatura, acho que devemos aproveitar.

—Eu não estou a fim. -Respondi de forma malcriada, Frederico bufou se levantando.

—Pelas barbas de Merlin, o que custa apenas me acompanhar, Clarissa?

—Eu não gosto da sua amiguinha, você sempre soube disso. Então, não venha querer agora me empurrá-la goela abaixo. -Rebati furiosa me colocando de pé também.

—Gente, o que está acontecendo aqui? -A dita cuja apareceu e outros alunos estavam com ela.

—Não se mete, ninguém te chamou na conversa.

—Não seja grosseira, Clarissa. -Encarei Frederico irritada.

—Estou sendo grosseira, é?

—É. -Meus olhos se apertaram em fendas.

—Então, que você fique com ela, os dois formam um ótimo casal. -Rebati recolhendo as minhas coisas furiosa.

—Não seja infantil, Clarissa. -Lancei-lhe um olhar gélido.

—Vai al diavolo!* (Vá pro inferno!)—Ordenei deixando o salão a passos duros.

—Clarissa! Clarissa! Volte aqui, vamos conversar. -Eu não dei atenção, eu queria ficar sozinha naquele momento, o mais longe o possível dele.

—Clarissa! Espera! -Parei ao ouvir a voz da minha melhor amiga, Lucy. -Amiga, o quê que aconteceu? Você está bem? -Indagou parando na minha frente, balancei a cabeça deixando-me ser acolhida pelas lágrimas, o soluço alto em meus próprios ouvidos, Lucy me envolveu em seus braços. -Eu sinto muito, querida.

—Ele é um idiota. -Reclamei me segurando a ela.

—Venha, vamos sair daqui. -Lucy me conduziu para fora do castelo em direção ao lago. Ela me deixou chorar em seu ombro, me deixou praguejar e maldizer enquanto eu liberava toda a minha frustração. -Você tem certeza que isso não é só ciúmes, Clary. -Encarei ela indignada.

—É claro que não. Aquela garota não é confiável, só Frederico não percebe isso, ela gosta dele e é capaz de tudo para tê-lo, eu tenho medo do que ela possa fazer para nos separar. -Confessei escondendo o rosto entre as mãos, Lucy voltou a me abraçar.

—Brigando com o seu namorado você só está o deixando livre para ela. -Levantei a cabeça surpresa com aquela voz.

—Lizzie!!! -Exclamei me levantando e correndo para os seus braços que me aceitaram imediatamente.

—Tudo bem, querida. Vai ficar tudo bem.

—Como sabia que eu estaria aqui? -Perguntei chorosa, Lizzie se sentou na grama me puxando para me deitar com a cabeça em seu colo.

—Você não apareceu nas aulas. -Explicou enquanto afagava meus cabelos. -Fred ficou preocupado.

—Eu duvido, Frederico só se preocupa com aquela lá. -Rebati fechando os olhos para tentar segurar as lágrimas.

—Isso não é verdade, você sabe. Fred te ama, mas você não está confiante dos sentimentos dele.

—Fred tem estado distante nos últimos dias. -Confidenciei, quando abri os meus olhos Lizzie me observava atenta às minhas palavras. -Ele tem passado muito tempo com ela.

—Já pensou que ele poderia estar ajudando na organização da festa? Fred está animado com ela.

—A Hunter não precisa de ajuda. -Lizzie sorriu passando a mão em minha testa.

—Eu sei que está insegura, Fred ainda não falou com seu pai e tem passado muito tempo com a Hunter, você está a muito tempo longe de casa e tem estado muito preocupada com as provas finais e tem também toda essa questão com Virgíny. É muita coisa para uma pessoa só, principalmente para uma garota tão sensível como você, mas não há nada que não possa ser resolvido com uma boa conversa, Clary. Uma relação saudável se baseia nisso, em diálogo, e principalmente, em confiança, pelos dois lados, se vocês não tiverem esse entendimento agora, será bem complicado com o passar dos anos.

—Você está certa, eu estou preocupada, por ele não ter falado ainda com o meu pai.

—Frederico é um pouco covarde, mas uma hora ou outra ele terá que conversar com Charlie.

—Você acha que ele vai fazer isso? Eu tenho medo de ele não queira nada sério comigo. -Ela sorriu.

—Ele quer, pode ter certeza. -Eu me sentei me encostando à árvore e encarando as águas imóveis do lago.

—Che succede, tesoro?* (O que foi, querida?).

—Eu não sei, alguma coisa está me deixando inquieta hoje. -Lizzie colocou a mão sobre a minha.

—Você só está preocupada com a briga com Fred, você vai se sentir melhor se conversar com ele. -Assenti, embora eu não me sentisse confiante quanto a isso. -Vocês ao menos tomaram café? -Balancei a cabeça negando.

—Eu estou sem fome. Eu gostaria de ficar um pouco sozinha.

—Mas...

—Tudo bem. -Lizzie concordou quando Lucy começava a se opor.

—Você precisa pensar, pode ficar o tempo que precisar, eu vou conversar com a Minerva, mas eu queria te dizer mais uma coisa.

—O quê?

—Você não pode querer mudar o seu companheiro, você tem que aceitá-lo do jeito que ele é, com as falhas e tudo mais, e isso inclui até mesmo os amigos, mesmo que você não goste deles, tudo o que você precisa fazer é ficar com os olhos e os ouvidos bem abertos. -Ela concluiu com uma piscadela, sorri.

—Obrigada, Lizzie.

—Disponha. Agora vamos, Lucy; você deve estar com fome, sua amiga te maltrata, hein? -Eu e Lucy rimos, e quando as duas se afastaram me deixando mergulhadas em meus pensamentos, comecei a me lembrar de toda a nossa história, as palhaçadas, as declarações, os momentos a dois ou com nossos amigos, percebi que não importava o que Camilly Hunter queria ou pensava, Fred e eu fomos feitos um para o outro, ele era meu e eu não o entregaria para ela.

Em algum momento eu havia adormecido e quando acordei percebi que o sol estava quase se pondo, me sentei sentindo o meu corpo reclamar devido às horas imóveis, esfreguei as minhas bochechas lançando um olhar para o castelo e percebendo que duas pessoas conversavam na entrada da floresta proibida, era Fred e Camilly, franzi a testa ainda meio entorpecida pelo sono, mas fiquei em alerta quando os dois juntos entraram na floresta, alguma coisa estava acontecendo e eu precisava descobrir o que era.

Coloquei-me de pé correndo para onde os dois tinham entrado, mas por algum tempo eu me sentia perdida, eu não sabia para onde eles tinham ido e eu não sabia como encontrá-los, eu me sentia assustada e nem sabia dizer o porquê.

—Che cosa hai fato?* (O que você fez?)—Ouvi as vozes distantes e parei sem ter certeza se eu deveria continuar, Lizzie disse que eu deveria confiar nos sentimentos do meu namorado.

—Ela prometeu que você seria meu. -Franzi a testa confusa, ela? Mas ela quem?

—Será que não pode entender, Camilly? Eu amo a Clarissa e vou me casar com ela.

—Você não vai se casar com ela, você vai ficar comigo.

—Não mesmo. -Eu ouvi passos apressados e logo depois um corpo se chocou comigo nos lançando no chão. -Clary...? O quê...?

—Me desculpe, eu não devia ter brigado com você, eu também te amo. -Falei jogando os braços em seu pescoço, Fred por um momento sorriu antes de balançar a cabeça e se desvencilhar do meu abraço, franzi o cenho confusa.

—Precisamos sair daqui. -Anunciou com a voz urgente, ele se levantou me ajudando a ficar de pé.

—O que está acontecendo, Fred? -Um vento gélido e sobrenatural passou por nós me deixando em estado de alerta, Fred me abraçou e em um movimento rápido passou o braço por debaixo dos meus joelhos me erguendo do chão.

—Vejam só, diversão em dobro. -Um vampiro loiro apareceu atrás de nós.

—Onde os pombinhos pensam que vão? - Outra vampira também loira, apareceu da direção em que Frederico tinha vindo, era Virgíny.

—Porca miséria.* (Que droga.)—Praguejou escondendo o rosto em meu pescoço, ele suspirou antes de voltar a encarar a mulher. - Adeus, mamãe. -E ele correu, escondi o rosto em seu peito enquanto sentia o vento açoitando o meu corpo, mas algo deu terrivelmente errado, nos chocamos contra alguma coisa e fomos lançados para longe, Fred amorteceu a minha queda mais ainda sim senti um enorme impacto quando batemos em uma árvore e caímos, não apaguei, mas Fred sim.

—Frederico! Frederico! -Chamei angustiada, mas ele não despertou, o vampiro começou a rir.

—Isso foi divertido.

—Fique longe. Não se aproxime. -Ordenei apertando a varinha, ele deu um riso maldoso enquanto a mulher se aproximava.

Estupefaça.

Protego. -Exclamei me protegendo do feitiço da outra, mas eu não tive tempo para me proteger do próximo.

Cruciatus. -Eu cai ao lado de Fred gritando. -Clary... -Frederico murmurou, mas eu não conseguia responder, eu só conseguia gritar.

—Clarissa! -Fred se sentou colocando a minha cabeça em seu colo, as lágrimas transbordaram de meus olhos com tanta dor. -Pare com isso, por favor, pare. -A dor parou.

—Você está vindo com a gente. -A mulher ordenou.

—Não. -Murmurei e a dor voltou a cortar o meu corpo, minha cabeça bateu no chão quando Fred correu até a mulher a jogando de encontro a uma árvore.

—Fique longe dela, entendeu? Fique longe dela. -O vampiro se lançou de encontro a ele e os dois começaram a lutar, mas Fred era mais lento e foi atingido no peito com um soco que o jogou ao meu lado, me sentei com dificuldade, e o vampiro deu um passo em nossa direção, a mulher já estava de pé e só observava, Fred voltou a se levantar e novamente o atacou, mas logo foi imobilizado pelo pescoço, o vampiro com as presas expostas perto da sua jugular.

—Clarissa, corre! Corre! -Balancei a cabeça sentindo as lágrimas nos olhos.

—O que vocês querem? -A mulher se aproximou com um sorrisinho nos lábios.

—Com você? Nada. Eu vim aqui para o meu filho.

—Eu não vou com você á lugar nenhum, sua bruxa louca. -Frederico gritou tentando se soltar, mas sabíamos que estávamos sem saída.

—Você não tem escolha, querido.

Everet Sta...—A vampira correu até mim me lançando para trás, bati com a cabeça na árvore, mas não tive tempo para lamentar antes de ser segurada pelo pescoço e ser erguida.

—Clarissa! -Fred gritou tentando novamente se soltar, mas o vampiro loiro torceu o seu pescoço e ele caiu no chão desacordado.

—Não! Fred! -Tentei chutar a bruxa maldita que estava me segurando, mas ela apertou mais o meu pescoço me deixando sem ar.

—Aproveite o sono, queridinha. -Eu me sentia ser sugada para a escuridão, mas não totalmente, cai com um baque no chão e abri os olhos encarando o corpo do meu namorado. -Pegue-o e vamos sair logo daqui.

Estupefaça. Uma luz brilhante veio de lugar nenhum em direção a bruxa, mas ela se desviou no último segundo. O vampiro correu até a garota que havia lançado o feitiço e a jogou para longe.

—Você é muito estúpida mesmo. Podia ter ficado viva se não tivesse se metido. -Virgíny falou se aproximando dela.

—Eu não vou deixar você levá-lo.

—E eu não vou deixar que você saía daqui com vida. Eu não posso matá-la, porque Frederico gosta muito dela, mas você... acabou de traí-lo, não é ninguém. -Virgíny falou a segurando pelos cabelos.

—Não é verdade. -Camilly soluçou lançando para mim um olhar suplicante. -Me desculpe. -A mulher loira olhou para mim e sorriu, meus olhos se fecharam.

—Ela é toda sua, James.

Expectro Patronum. -Foi a última coisa que ouvi antes de ser lançada definitivamente na escuridão.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado, até o próximo gente.

Bye ♥️



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