Estrela da Alva escrita por Princesa Dia


Capítulo 17
Pedindo desculpas


Notas iniciais do capítulo

Vésperas de Natal, gente. Espero que vocês estejam animados. Bem, mais um capítulo para entretenimento de vocês, espero que gostem.❤️



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POV. BELLA SWAN

A manhã transcorreu muito rápido, não posso dizer que estive realmente prestando atenção ao que acontecia, mas ainda podia ver a agitação de todos ao meu redor, podia ouvir os cochichos das pessoas.

—Fala a verdade Bella, vocês se beijaram sim, né? -Jessica perguntou pela milionésima vez depois que havíamos nos encontrado, revirei os olhos recolhendo os meus materiais para deixar a sala.

—Me perdoe, Jessica, mas isso não é da sua conta. -Falei já aborrecida com todos aqueles questionamentos.

—Então é verdade, vocês se beijaram. -Gritou histérica, joguei o caderno de qualquer jeito dentro da mochila e encarei Jessica furiosa, essa garota não sabia quando parar, não? Respirei fundo controlando a irritação.

—Eu preciso ir. -Falei fechando a bolsa e lhe dando as costas, ela veio atrás de mim.

—Ei, Bella, me espera. -Parei do lado de fora ao ver Edward me esperando, ele estava com os braços cruzados e o pé na parede, sua postura era relaxada e um sorriso torto brincava em seus lábios.

—Oi. -Falou se aproximando, suspirei abobalhada.

—Oi.

—Olá Jessica. -Ouvi Jessica suspirar deslumbrada, fechei a cara, e o sorriso dele aumentou mais ainda ao perceber isso.

—Oiiiii... -Revirei os olhos, Jessica parecia tão idiota falando daquele jeito, era pra ser sedutora?

—Eu vim buscá-la para o almoço, Alice está ansiosa para conhecê-la.

—Ah, claro, se importa Jessica? -Perguntei muito à contra gosto, por que ao contrário dela eu recebi uma ótima educação.

—Hã, o quê? Não... claro que não. -Ela nem teve a decência de olhar para mim quando falou, ela babava em Edward como um cachorrinho.

—Tá, então nos vemos depois. -Falei arrastando Edward para longe dali.

—Até mais, Jessica. -Edward se despediu falando por sobre o ombro, o idiota ainda ria.

—Posso saber qual é a graça? -Perguntei assim que nos distanciamos, eu estava irritada.

—É que você fica fofa quando está com ciúmes.

—E quem disse que estou com ciúmes? -Me fiz de desentendida, ele riu de novo.

—E não está? -Ok, mesmo que eu negasse estava escrito na minha cara.

—Sim, eu estou, mas você também não colabora, precisava ficar se jogando pra cima dela? -Acusei lhe dando um tapa no braço, Edward se encolheu ainda rindo.

—Eu não estava me jogando pra cima dela.

—Sei... -Ouvi a risada dele e logo em seguida ele puxou em meu pulso fazendo o meu corpo virar em sua direção e se chocar contra ele, seus lábios tocaram o meu em um selinho rápido.

—Sabia que você fica uma graça quando está bravinha? -Corei envergonhada, percebi que todos no corredor pararam para nos observar.

—Não estou brava. -Sussurrei, ele riu.

—Uhum, sei... -Falou passando a mão pela minha cintura. -Agora vamos que Alice já deve estar ficando maluca. -Sorriu me conduzindo em direção ao refeitório. Assim que entramos o recinto caiu em um silêncio constrangedor, Corei envergonhada, mas Edward ria; ele me conduziu até a fila e pegou uma bandeja enchendo ela com um pouco de cada coisa, não reclamei, fiquei apenas remexendo na alça da mochila enquanto o via avançar na fila, Edward pagou o almoço e seguimos em direção a mesa da sua família, eu estava nervosa, como eles me receberiam, será se Alice agora queria falar comigo? Será que Rosálie ainda estaria furiosa?

—Bella, meu Deus, estou tão feliz em te conhecer. -Alice falou se jogando em meus braços e me pegando de surpresa, Edward riu, assim como os outros garotos. A envolvi carinhosamente sentindo meu coração explodir de alegria, depois de tantos anos Alice estava comigo novamente, ela estava viva e bem, assim como Edward, senti as lágrimas de emoção banhar meu rosto. -Ah meu Deus, eu te machuquei? -Perguntou em pânico, se afastando; senti imediatamente o vazio do seu abraço.

—Não, claro que não, só estou emocionada. -Ela sorriu mais aliviada.

—Ufa. -Edward riu e eu o acompanhei.

—Eu também quero abraço. -Emmett falou se levantando e vindo na minha direção, vi quando a baixinha arregalou os olhos.

—Emmett, não. -Edward e Alice falaram ao mesmo tempo.

—Eu sou Emmett Cullen, o irmão mais gostoso. -Ouvi uma risada suave antes de me perder nos braços fortes do grandalhão, o ar escapou dos meus pulmões com a surpresa, senti o chão desaparecer de sob meus pés e o refeitório girar vertiginosamente quando ele me rodopiou no ar, senti meus estômago revirar com isso.

—Emmett seu idiota, você vai machuca-la. -Ouvi a voz de Alice nervosa, suas mãos o puxaram o obrigando a me soltar, senti o chão novamente sob os meus pés, mas de uma forma estranha, cambaleei para trás e Edward me sustentou pela cintura, olhei para cima encontrando seus olhos preocupado, abri um sorriso agradecido.

—Obrigada. -Ele ainda estava sério quando encarou o irmão.

—Viu o que fez, idiota. -Emmett fez uma carinha triste que quebrou meu coração.

—Não precisa brigar com ele, Edward, eu estou bem. -Falei com um sorriso torto, Edward franziu os lábios.

—Ele poderia ter te machucado.

—Mas não machucou, então não precisa se preocupar. -Falei com um sorriso, ele fechou a cara. -Eu sou, Bella Swan, a aluna nova. -Falei estendendo a mão para Emmett que voltou a abrir seu encantador sorriso de covinhas e pegou minha mão animado.

—É um prazer, Srta. Swan. -Gracejou depositando um beijo no dorso da minha mão, sorri enquanto os outros soltavam pequenos arquejos.

—Eu digo o mesmo, Sr. Cullen. -Respondi também de forma cortês, eu adorava o tempo em que havia educação entre os jovens, atualmente não se via muito disso.

—Emmett, você está bem? -Alice perguntou preocupada, o grandalhão revirou os olhos.

—É claro que eu estou, Alice. -Sua voz era impaciente.

—Bem... é que você está tão... cavalheiro. -Emmett repetiu o ato de revirar os olhos.

—Eu recebi uma educação, sabia?

—Então tudo bem... -Eu definitivamente não estava entendendo a surpresa de todos. -Vem, Bella, venha conhecer os outros. -Alice falou animada me puxando para mais perto da mesa. -Esse é o Jasper, meu... namorado. -Reconheci ele como o autor da risada; sorri.

—É um prazer, Jasper. -Falei estendendo a mão para ele, percebi Edward e Alice prenderem a respiração, mas não dei muita importância para isso; Jasper me encarou por um momento antes de sorrir e, assim como Emmett fez, pegou minha mão depositando um beijo no dorso.

—O prazer é meu, senhorita. -Falou, seu sotaque sulista se insinuando um pouco. Percebi pelo canto do olho Alice e Edward trocarem um olhar preocupado.

—Vocês parecem dois idiotas antiquados. -Rosálie comentou irritada movimentando a mão com desinteresse, Jasper soltou minha mão revirando os olhos, mas seu sorriso permaneceu ali. -Ah, me desculpe, três idiotas antiquados, ainda tem o Edward. -Eu ri, embora essa não tenha sido a intenção dela.

—Acho que já conhece a minha irmã, Rosalie. -Edward falou indiferente, mantive o sorriso em meu rosto embora a lembrança do nosso último encontro tivesse preenchido os meus pensamentos.

—Olá. -Cumprimentei com a voz suave, Rosálie me encarou de forma debochada, seus olhos me medindo de cima a baixo, por um momento pensei que ela não me responderia.

—Oi. -Edward apertou minha cintura de forma protetora ao ver a irmã voltar a encarar as unhas com uma extrema atenção, então pra evitar uma cena eu engoli meu orgulho e me sentei, Edward ficou do meu lado direito e Alice do esquerdo, Rosálie estava na minha frente. Edward colocou a bandeja na mesa e eu a encarei envergonhada, só eu comeria ali.

—Não vai comer, Bella? -Alice perguntou preocupada, abri um sorriso tranquilo.

—Claro. -Peguei um pedaço de pizza e levei à boca, Rosalie fez uma careta.

—Credo, como você consegue comer essa porcaria? -Franzi a testa pensativa.

—Não é a minha comida favorita, mas é comestível. -A loira franziu os lábios desgostosa.

—E qual a sua comida preferida, Bella? -Alice perguntou ansiosa, sorri, talvez Alice não tenha mudado sua personalidade eletrizante.

—Eu gostava da torta de maçã da tia Liz, era deliciosa, mas acho que eu posso me contentar com comida italiana. -Alice ficou pensativa e eu voltei a comer a minha comida em silêncio. -Ok, perguntem de uma vez. -Falei depois de oito minutos debaixo dos olhares dos cinco.

—Como sabe? -Jasper perguntou surpreso.

—O quê? Que querem perguntar? Vocês não tiram os olhos de mim e tenho certeza que não é interesse no meu almoço. -Falei rindo, os cinco fizeram uma careta.

—Você é muito observadora. -Jasper voltou a comentar, ele estava impressionado.

—Precisei aprender a ser assim. -Falei, meu semblante se tornando um pouco sombrio. -E então?

—É que...? -Ele começou.

—Edward nos disse que... -Alice tentou continuar.

—É verdade que você é... -Emmett falava animado.

—Esperem. -O cortei antes que ele pudesse proferir as palavras seguintes, se íamos ter essa conversa ali precisávamos ter ao menos um pouco de privacidade, disfarçadamente ergui a varinha. -Abaffiato. -Guardei a varinha novamente. -Pronto, podem falar. -Quatro pares de olhos me encararam em choque.

—O que você fez? -Alice estava curiosa.

—Um feitiço, vai impedir que outras pessoas fora dessa mesa fiquem xeretando.

—Então você é mesmo uma bruxa? -Rosálie não se preocupou em esconder o nojo em sua voz, Edward se remexeu inquieto ao meu lado enquanto eu apenas a encarava ofendida.

—Algum problema com isso? -Ela desviou o rosto envergonhada.

—Que legal, e como é ser um bruxo? -Emmett perguntou eufórico, sua voz se elevando um pouquinho.

—Emmett, idiota, estamos em um refeitório. -Alice falou nervosa, ele arregalou os olhos.

—É mesmo, não é? -Seus olhos percorreram o local para ver se alguém teria ouvido a declaração dele, sorri com isso.

—Não se preocupem com isso, como eu disse antes o feitiço que eu fiz evita enxeridos, isso significa que todo mundo fora dessa mesa vai ouvir não mais do que murmúrios, sem no entanto entenderem, mesmo que seja vampiro. -Eles me encaram impressionados.

—E como faz pra se tornar um bruxo, é um ritual? Eu também quero ser um. -Emmett falou fazendo um bico, não consegui controlar a risada.

—Ritual? De onde tirou isso, Emmett? -Perguntei ainda rindo, ele deu de ombros.

—Sei lá, dos filmes, talvez. -Balancei a cabeça desacreditada.

—Não, Emmett, não passamos por um ritual, na verdade o que acontece é que recebemos uma carta da escola com onze anos de idade, aí vamos estudar para nos tornarmos bruxos. -Emmett ficou pensativo.

—Escola para bruxos? -Jasper estava surpreso.

—Sim, existem várias espalhadas pelo mundo.

—E como nunca ouvimos falar delas? -Rosálie perguntou desconfiada, dei um leve sorriso.

—Como vocês, gostamos de ser discretos.

—E por que eu não recebi a minha carta? -Emmett estava indignado.

—Para receber a carta, você precisa ter nascido com a magia, Emmett. -Ele cruzou os braços, franzi a testa confusa.

—Não dê atenção a ele, Emmett às vezes pode ser mais infantil que uma criança. -Edward sussurrou em meu ouvido, Emmett lhe lançou um olhar irritado, mas não disse nada.

—Você disse que precisava nascer com a magia, então isso é hereditário? -Jasper Questionou curioso, sorri.

—Não necessariamente, algumas pessoas vieram de família trouxa.

—O que você quer dizer com trouxa? -Rosálie perguntou enraivecida, franzi a testa.

—É como chamamos as pessoas que não são bruxos. -Seus olhos se estreitaram em fendas.

—Trouxa é você.

—Rosalie...

—Tudo bem, Edward. -Falei antes que uma discussão começasse. Encarei Rosálie com o meu melhor sorriso de sabe tudo. -Eu disse que era trouxa Rosalie, de pessoas que não possuem magia, e não trouxa de besta ou seja lá o que isso signifique aqui, há uma diferença, mas se você preferir pode chamar de No-maj, o termo muda de uma escola para outra. De qualquer forma eu não me importo com o termo e você também não está errada sobre mim, de certa forma eu sou trouxa mesmo.

—O que quer dizer? -Edward perguntou curioso.

—Bem... existem dois tipos de bruxos como eu estava tentando dizer antes, o primeiro são os bruxos de sangue puro, que possuem uma herança sanguínea, os outros são aqueles que nasceram em uma família trouxa, mas nasceram com a magia em seu sangue, esses não são puros e também não são trouxas, são na verdade mestiços, como eu e Alice. -Todos me encararam de olhos arregalados.

—Eu!? -Alice estava histérica, franzi a testa confusa. -Como assim eu? -Encarei Edward.

—Não contou a ela?

—Contou o quê?

—Eu esperava que você fizesse as honras. -Respondeu com um sorriso torto, revirei os olhos.

—Típico de você, Masen, sempre deixa o trabalho duro pra mim. -Ele riu.

—Ei, dá pra vocês explicarem, eu não estou entendendo nada. -Alice exigiu zangada.

—Na verdade, ninguém está. -Jasper comentou, me voltei para eles com um sorriso nervoso, se Edward jogara a bomba em meu colo o melhor a se fazer era jogar para eles de uma vez.

—Alice, por favor, mantenha a calma. -Falei na esperança de tranquilizá-la, ela me fuzilou.

—Você está a deixando mais nervosa, Bella. -Edward comentou com uma risadinha, dei-lhe uma cotovelada.

—Tudo bem então, vai da forma indelicada; Alice, eu e você nos conhecemos em 1912, na escola de magia e bruxaria de Ilvermorny. -Seus olhos ficaram fixos em um ponto distante, ela havia entrado em choque.

—Querida, você está bem? -Jasper a chacoalhou, mas não houve uma resposta. -Alice?

—Deixe-a, Jasper. Ela precisa absorver a informação. -Falei terminando o meu almoço e empurrando a bandeja para longe, ele me encarou preocupado.

—Que absorver o quê. -Rosálie falou batendo a mão na mesa e se colocando de pé, ela arreganhou os dentes sem porém revelar as presas, Edward ia se levantar para me defender, mas o prendi no lugar.

—Refeitório, Rosalie. -Ela olhou de um lado para o outro e se sentou.

—Você não tem o direito de fazer isso com ela, não pode simplesmente ficar usando algo que é delicado demais para a gnomo de jardim. – Ela estava possessa.

—Olha, Rosalie, eu não tenho motivo nenhum para estar mentindo, principalmente quando o assunto é Alice, ela foi e continua sendo a minha melhor amiga, a minha irmã, e tudo o que eu quero é o bem dela.

—Como eu posso ter certeza que está falando a verdade, porque desde que chegou você só tem trazido problema.

—Eu realmente sinto muito por isso.

—Será mesmo? -Sua voz era debochada, abri a boca para rebater, mas Alice foi muito mais rápida.

—Já chega, Rosalie, eu estou bem. -A loira olhou para ela mais ficou quieta, Alice olhou para mim com os olhos em fenda, senti meus ombros encolherem. -Por que contou a ele e não a mim? -Me encolhi mais ainda com a sua pergunta.

—Por que vocês estão ligados. -Seus olhos se estreitaram.

Ligados? -‘Ferrou’, pensei olhando para Edward em pânico, se ela entrou em choque ao descobrir que era uma bruxa, como ela reagiria quando eu falasse que o ‘irmão’ dela também era? Edward fechou os olhos, apertando a ponte do nariz e respirando fundo. Ele abriu os olhos me encarando com um sorriso torto.

—Eu também sou um bruxo, Alice. -Falou voltando a encarar a irmã, o sorriso desaparecendo do seu rosto, o queixo dos quatros caíram.

—O quê!? -Rosálie gritou perplexa.

—Isso é injusto, por que até ele pode ser bruxo e eu não? -Emmett falou indignado, abri um pequeno sorriso.

—Eu sinto muito, grandão. -Ele fez careta cruzando os braços.

—E por que nunca nos disse isso, Edward? -Rosálie estava irritada novamente.

—Bem... eu descobri isso ontem.

—Então como tem tanta certeza que ela está falando a verdade? -Ok, eu estava começando a me estressar com aquela loira encrenqueira.

—Conta o fato que eu fiz um feitiço. -Os quatro esbugalharam os olhos.

—Com é??? -Edward riu da cara dos irmãos e eu fiz o mesmo.

—Bem... acho que respondi a sua pergunta, não, Rosalie? -Ela fechou a cara.

—Pera aí. -Alice gritou erguendo a mão e nos encarando com expectativa.

—Então vocês se conheciam também? -Eu e Edward trocamos um olhar cúmplice.

—Historinha para outra hora. -Falei com um sorriso travesso, me coloquei de pé pegando a minha mochila, os cinco encararam o refeitório surpresos ao ver que pouco a pouco ele se esvaziava. -Vocês vem? -Perguntei quando nenhum deles se moveram.

—Mas... -Alice falou meio indecisa, eu sabia o que ela estava sentindo, Alice ficara muito tempo sem saber sobre o seu passado, nada mais natural que ela exigisse uma resposta.

—Não precisa ficar preocupada Alice, teremos muito tempo para conversar, eu não vou fugir. -Ela suspirou.

—Ok.

—Não fica assim, nós nos veremos depois das aulas. -Ela sorriu.

—Tudo bem.

—Agora, vamos, já estamos... -O sinal tocou fazendo todos nós nos encolhermos. -Atrasados. -Eles riram e se levantaram, seguimos os seis em silêncio, logo cada um foi para um lado ficando apenas Edward e eu que estaríamos juntos na próxima aula; assim que entramos todos nos encararam curiosos, fingi que não havia percebido nada, assim como Edward. A aula passou arrastada, nós dois não trocamos uma palavra, Edward pareceu distraído, então preferi não tirá-lo de suas divagações, mas eu estava preocupada com ele, me lembrei que Edward me falara do meu sangue, mas eu havia tomado a porção mais cedo, será que não funcionara?

O sinal tocou anunciando o final da aula, imaginei que ele dispararia para fora da sala como das outras vezes e quem seria eu por criticá-lo por isso, Edward já estava lidando de mais com a minha presença, mas ele não saiu, esperou pacientemente que eu recolhesse o meu material e me seguiu para fora da sala.

—Você está bem? -Perguntei preocupada, ele me olhou confuso.

—Estou, por quê? -Olhei para os lados percebendo as pessoas caminhando apressadas para suas próximas aulas, puxei Edward para um canto e esperei que o grupo de Mike passasse por nós, ele nos lançou um olhar irritado que eu não entendi, Edward riu. -Ele está querendo a minha cabeça. -Revirei os olhos.

—Você não tem certeza disso. -É claro que ele tinha, estava escrito na cara do garoto.

—Ah, eu tenho sim. -Levantei uma sobrancelha, Edward se inclinou apoiando sua mão na parede atrás de mim e sussurrou em meu ouvido, fiquei totalmente encurralada. -Eu sou um leitor de mentes. -Meus olhos se arregalaram em surpresa, ele sorriu se afastando um pouco para olhar em meus olhos, dei-lhe um sorriso torto.

—Estou surpresa que você tenha mantido essa habilidade. -Ele recuou, seu sorriso desaparecendo.

—Como assim?

—Bem... alguns bruxos possuem qualidades excepcionais como a legilimência.

—Minha varinha. Você disse que era ótima para a legilimência. -Assenti. -Então é isso que significa? Eu podia ler pensamentos antes? -Balancei a cabeça, ele me olhou confuso. -Mas...

—Você podia ver as memórias e até mesmo as emoções das pessoas.

—Mas eu não vejo memórias e nem emoções, só... pensamentos.

—Tem certeza? -Ele me encarou em dúvida, sorri. -Comece a prestar mais atenção, depois a gente conversa sobre isso. -Ele assentiu distraído, sorri puxando ele pela mão e voltando a caminhar; decidi que aquele não era o momento para perguntar, então faria isso depois.

Edward me deixou na porta do ginásio e seguiu para a sua próxima aula. O assunto hoje era sobre badminton e como o professor estava passando a teoria sobre o jogo passamos a aula inteira sentados apenas fingindo que ouvíamos, quando o último sinal tocou o treinador ainda não havia terminado o assunto o que significava que amanhã seria mais uma aula que permaneceríamos sentadinhos em nossos lugares sem fazer basicamente nada, isso acabou por me deixar mais animada; corri para o vestiário assim que fomos liberados, troquei de roupa correndo e sai apressada, eu estava ansiosa para ver Edward, mas parei assim que a vi me encarando, parecia desgostosa por estar ali, franzi a testa confusa.

—Rosalie? -Perguntei surpresa. -Eu acho que Emmett não faz essa aula. -Falei olhando por cima do ombro para ter certeza, talvez eu não tivesse reparado antes, o que com certeza não era verdade, era impossível não se perceber os Cullens, principalmente Emmett; Rosálie abriu um sorriso irônico.

—Eu sei.

—Então... -Comecei a questionar, eu estava extremamente confusa, se não fosse por Emmett que ela estava ali, para que era? Eu mataria Edward se ela dissesse que ele a mandou.

—Eu queria conversar com você. Podemos? -Perguntou indicando com a cabeça o corredor, um grupo de adolescentes passou por nós lançando olhares curiosos.

—Claro. -Falei nervosa, eu estava a ponto de ter um colapso nervoso, o que ela queria falar comigo? A lembrança da nossa primeira conversa ainda estava bem vívida em minha mente e eu não estava nenhum pouco a fim de repetir a dose. Rosalie seguiu em direção a saída e eu segui ao seu lado em silêncio esperando pacientemente que ela iniciasse a conversa. -Você realmente conheceu Alice quando era humana? -Eu podia perceber a preocupação em sua voz, Rosálie não queria que ela se machucasse e talvez, só talvez, eu pudesse me dar bem com Rosalie por causa disso, ela se preocupava com a família.

—Sim.

—Sabe o que aconteceu com ela? -Fechei a cara, é claro que eu sabia, pelo menos até certo ponto; a loira parou ao perceber que eu não estava mais ao seu lado. -Você sabe, não é? -Assenti, ela me encarou por algum tempo antes de suspirar e voltar a falar. -Olha eu não te conheço, você apareceu de repente nas nossas vidas e eu tenho que confessar que isso me assusta um pouco. -Assenti, mostrando a ela que entendia. -Eu não sei o que esperar de você, mas por alguma estranha razão eu sinto que posso confiar. -Meus olhos se arregalaram com a confissão. -Se sinta privilegiada, por que eu não costumo confiar em qualquer um tão rápido assim. -Sorri, isso eu já havia percebido. -E eu queria pedir desculpas, pelas coisas que falei no outro dia. -OK, isso também me pegou de surpresa, eu não a conhecia bem, mas pelo pouco que eu tinha visto, Rosalie não parecia ser dessas de ficar pedindo desculpas; ela riu. -E não, eu não saio por aí me desculpando com qualquer um, você é uma garota de sorte por estar me vendo fazer isso agora.

—Você também lê mentes? -Indaguei surpresa, ela riu novamente.

—Não, eu prefiro deixar esse trabalho para o enxerido do Edward.

—Então, como que... -Corei sem saber como continuar, Rosálie deu de ombros.

—Edward falou uma vez que as suas emoções eram bem fáceis de ler, acho que eu concordo agora. -Como Tony falou, um livro aberto.

—Ok.

—E então? -Ela perguntou esperando minha resposta.

—Eu não estou com raiva de você, Rosalie, por quê estaria? Você não me fez nada, só estava protegendo a sua família, eu a admiro por isso, sabia? -Rosálie desviou os olhos envergonhada.

—Está tudo bem então? -Sorri.

—Por mim está.

—Só não os machuque. -Falou séria, assenti.

—Nunca, eles continuam sendo a minha família depois de tudo. -Voltei a caminhar ao lado dela, os Cullen já nos esperavam com sorrisinhos no rosto.

—Não falem nada. -A vampira chiou ao entrar na BMW, eles trocaram um olhar divertido e a seguiram, ficando apenas Edward e eu para trás.

—Conversa interessante, não? -Ele sorria feliz com a atitude da irmã.

—Conversa interessante. -Reafirmei, vendo ele abrir a porta do carro para mim, entrei sem pestanejar, a conversa tinha apenas começado.


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Notas finais do capítulo

❤️



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