POV Sam

De manhã, fui patrulhar. Novos vampiros estavam na área, um moreno de dreads e uma ruiva espertinha. A matilha estava bem alerta procurando por eles. Eu estava deixando sempre alguém de patrulha.

Sam, chamou Paul, em minha mente.

O que é?, perguntei.

Eu posso patrulhar agora, e de noite você pode cobrir meu turno? Tenho coisas a resolver.

Claro, Paul, queria mesmo passar a tarde com Emily. Então até logo. Respondi saindo da forma de lobo por dentre as árvores. Sabia que tinha algumas roupas em uma árvore próxima, então andei até lá. Não era muito longe, então era menor o risco de alguém me ver...

-Sam, você não devia andar por aí assim.- disse Leah com uma sobrancelha levantada e um sorrisinho irritante, encostada na árvore.

-Ah, droga! Saia daqui, Leah.- corri para a árvore, agora próxima, onde tinha guardado uma bermuda.

Quando cheguei à árvore me abaixando e pegando algumas roupas, vi que todas estavam rasgadas...

-LEAH!- gritei e ela se aproximou, com a mesma cara de antes.

-O quê?- perguntou inocentemente.

-Porque fez isso com minhas roupas?- ergui a bermuda que ia usar, agora toda rasgada.

-Porque você acha que fui eu?- ela descruzou os braços incrédula. Bela atriz.

-Porque outra pessoa faria isso?- perguntei. Ela era obviamente a autora da malandragem. Ela tinha raiva de mim por ter um imprinting com Emily.

-Pode ter certeza que eu não fiz isso! Ou você acha que é lindo te ver desse jeito?!- gritou furiosa.

-Pode confessar, Leah. Mas antes, pode por favor, pegar outra roupa pra mim, que está na árvore leste?- não gostava de ficar assim perto dela.

Ela ia gritar outra vez, mas farejou algo e correu para traz da árvore e logo após transformou-se e correu para a árvore leste.

Enquanto esperava, finalmente senti o cheiro doce demais de vampiros.. Arg! Antes não tinha notado, quando estava concentrado na briga com Leah.

Cheirei de perto a bermuda e a outra camisa rasgada, e percebi que o cheiro estava impregnado nelas. Ah.. então algum daqueles sanguessugas nojentos rasgaram as roupas! Malditos, vingativos! Teria que me desculpar com Leah.

Enquanto eu praguejava, ela finalmente chegou soltou uma bermuda e uma camisa em minha frente, e foi para traz da árvore com suas roupas. Vesti a camisa e a bermuda rapidamente e caminhei próximo a ela para me desculpar. Ela sai de traz da árvore carrancuda, e veio com os braços cruzados.

-Agora, você pode me pedir desculpas.- disse friamente. Ah, ela tinha sentido o cheiro antes.

-Ah, me desculpe. Não tinha percebido o cheiro.- disse envergonhado.

-Tudo bem, senhor alfa. Da próxima vez, fareje bem o local antes de colocar a culpa em mim.- afastou-se, pisando duro.

Me virei e fui para casa de Emily. Já estava a bastante tempo sem ela.

Emily tinha feito uma torta deliciosa, que comi quase inteira se não fosse por Jared, ter chegado e comido metade. Morto de fome!

Passamos a tarde jogando baralho, eu ganhei de Jared várias vezes, quase em todas...

-Ganhei!- disse ele triunfante.

-Ah, ok, ok! Mas eu ganhei mais vezes!- disse me vangloriando.

-Ah, é? Vamos ver desta vez, então!- disse preparando outra vez as cartas, mas já estava anoitecendo.

-Não posso. Tenho que patrulhar agora.- respondi me levantando.

-Não me venha com essa, você está com medo!

-Se pudesse jogaria mais uma partida para te massacrar. Mas o trabalho me chama.- estralei os dedos.

-Ah, tudo bem. Amanhã estarei aqui para ver quem vai massacrar quem.- Convencido!

Bufei e sai me despedindo de Emily.

Deixei minhas roupas em uma árvore perto e me transformei.

Paul?, chamei.

Ah, que bom que chegou. Posso ir, ok?, ele estava apressado. Depois perguntaria que coisas ele tinha a resolver.

Claro. Mas antes, algum vestígio?, perguntei.

Os cheiros estão mais fortes perto da fronteira, pro lado da cidade., respondeu com pressa.

Ok. Então, até mais. O que você vai..., ia perguntar o que ele tinha para resolver, mas antes que pudesse terminar, não o ouvia mais. Ele estava realmente com pressa. Era algo importante, obviamente.

Concentrei-me na patrulha, e corri para o lado da cidade. Agora sem os Cullens aqui, nos podíamos vasculhar os novos sanguessugas por lá.

O caminho até lá era médio, percorri o caminho por entre várias árvores que com minha velocidade passavam como um vulto.

Paul tinha razão, os cheiros estavam mais fortes perto da cidade. Mas obviamente, esses  sanguessugas estavam procurando algo lá. Somente ás vezes apareciam por aqui, eles ficavam mais na área de Seattle. Não sabíamos o que eles estavam querendo, mas logo os pegaríamos.

Vasculhei por algumas árvores, mas o cheiro não era tão recente. Fui para outra fileira de árvores, mas nessas não tinham nem se quer algum cheiro de sanguessuga. Me voltei para o outro lado para algumas árvores mais distantes, e estas árvores sim tinham um cheiro mais recente. Algum sanguessuga tinha passado por aqui a pouco tempo, talvez uma hora. Corri mais a frente, e vi um vulto laranja. Seria a sanguessuga ruiva?

Estava perto da casa de Charlie, que a filha se envolvera com os Cullens. Me lembrei do dia em que a encontrei na floresta, estava tão abalada, e só conseguia dizer “Ele se foi”. Malditos sanguessugas.

Segui o vulto alaranjado, mas ele se distanciava cada vez mais. Ela não tinha me visto, estava concentrada em algo, ou talvez não conseguisse diferenciar o cheiro já que ele estava por toda a floresta mesmo. Isso era bom, pegar de surpresa. Iria chegar por traz e ... menos uma sanguessuga para nos dar problemas. Sorri com este pensamento.

Ela tinha parado atrás de um arbusto e observava ou esperava alguma coisa. Fui discretamente e silencioso atrás dela, me preparando para atacar.

Finalmente ela percebeu minha presença, e quando pulei em cima dela, ela caiu para o lado e correu floresta adentro. Percebi a garota de Billy correndo para casa dela, assustada. A ruiva tinha a amedrontado. Corri para a floresta atrás da sanguessuga, seguindo o cheiro, mas após alguns minutos perdi o vestígio... Ah, quando a pegasse ela ia ver só!

Era muita coincidência a ruiva estar aqui, e encontrar a menina dos vampiros. Era óbvio que tinha alguma coisa acontecendo de estranho. E isso, nós iríamos descobrir logo...