Do trono ao cadafalso escrita por Evil Queen 42


Capítulo 33
Capítulo XXXIII


Notas iniciais do capítulo

Voltei ♡



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Boruto e Sarada olhavam enquanto a Corte festejava. Sentados em seus respectivos tronos, no local privilegiado daquele grande salão, os dois estavam felizes. 

A monarca sorria, os nobres desejavam felicitações a Rainha e ao novo Rei. 

Claro, Boruto sabia que ficaria numa posição de consorte, e isso não agradava alguns cortesãos, mas a decisão já havia sido tomada e a Corte estava em festa. 

Somente a cerimônia de casamento havia sido realizada. A coroação do novo Rei ainda estava sendo providenciada, e Sarada queria que fosse uma ocasião ainda mais gloriosa do que o próprio casamento. 

– Está feliz? - Sarada segurou na mão do homem que agora era seu marido.

– Acreditaria se eu dissesse que sou o homem mais feliz deste mundo? - Sorriu de canto, fazendo Sarada corar.

– Mesmo estando numa posição inferior? - Indagou, referindo-se à posição de consorte que Boruto teria como Rei. 

– Estou na posição de seu marido, e nada pode me alegrar mais do que isso.

A resposta de Boruto fez Sarada esboçar um largo sorriso. 

Havia quem se perguntasse se a jovem conseguiria ser regente e esposa ao mesmo tempo. Mesmo que Sarada tivesse conseguido conquistar a simpatia de seu povo e da maioria dos nobres após a derrota da frota de Utakata, ainda havia quem considerasse como anormal, monstruoso, ou até mesmo como diabólico ter uma mulher no poder. Todavia, Sarada era a Rainha de direito e nada podia ser feito para mudar isso. 

– Também estou muito feliz. - Disse ela. 

Os conselheiros se apresentaram diante dos monarcas e fizeram uma reverência em respeito. 

– Venho, em nome do Conselho Real, desejar felicidades às Majestades. - Mitsuki falou.

– Obrigada, Mitsuki. - Sarada agradeceu com um sorriso.

– Oramos para que sejam abençoados com herdeiros saudáveis. - Disse Shikadai, fazendo se perder o sorriso no rosto de Sarada. 

Ela podia ser a regente do país, mas ainda era uma mulher, e tinha como obrigação prover herdeiros para a Coroa. Caso Sarada morresse sem herdeiros, seria o fim da Dinastia Uchiha, e uma guerra certamente se iniciaria para a conquista do trono; Afinal, foi com a força de uma espada que os Uchiha garantiram o trono, numa situação semelhante, quando não havia um sucessor legítimo. 

Boruto e Sarada eram, naquele momento, não só marido e mulher ou Rei e Rainha, mas os salvadores da Dinastia. A fertilidade de Sarada iria garantir um sucessor para pacificar o país. 

Naquele momento, Sarada se lembrou do histórico de sua mãe. Tantas crianças perdidas... Logicamente que a soberana tinha noção da realidade de sua época. Sakura não foi a primeira e nem seria a última mulher a engravidar várias vezes e fracassar na maioria. 

Teria ela forças para aguentar gestações mal sucedidas? Teria forças para enterrar um filho pequeno como sua mãe um dia teve? Conseguiria viver longe de suas crianças, sabendo que seriam criadas por outras pessoas? 

Muitas perguntas não tinham resposta, mas Sarada precisava de um filho. Konoha precisava de um herdeiro. 

– Também oramos por isso, Shikadai. - Boruto falou, segurando forte na mão de sua esposa ao notar que ela havia ficado mexida. 

Os conselheiros se retiraram, e Boruto fitou o rosto sério de Sarada.

– E se eu não conseguir, Boruto? - Ela suspirou com pesar - E se eu fracassar em dar continuidade à minha Dinastia? 

– Não diga isso. - O loiro beijou a mão de Sarada - Nós teremos muitos filhos. Você verá. 

Sarada sentiu suas bochechas esquentarem, haja vista que corou violentamente. 

– Assim espero. - Assentiu. 

[...] 

"Ontem à noite me pus a esperar o Rei em meus aposentos, e ele de fato me procurou. Há meses não tínhamos intimidade alguma, e posso ousar em dizer que foi deveras estranho tê-lo novamente. Era como se eu já não mais conhecesse a sensação de ter seu corpo no meu. 

Não era minha vontade que seu fogo apagasse instantaneamente como acontecera várias vezes, então tentei relaxá-lo ao servir-lhe vinho aromático perto da grande lareira em meu aposento. Reuni forças e mostrei-me ousada, tal como fazia antes que o amor e o casamento o deixassem enfraquecido. Proferi palavras doces enquanto lhe massageava, e ele fez as mais belas juras de amor. 

De fato, Diário, foi um momento nostálgico, como quando começamos a nos deitar como marido e mulher. Era como se, por um instante, o amor que eu jurava sentir por Sasuke tivesse voltado com tudo em meu coração. 

Sua virilidade nos concedera uma nova oportunidade para termos nosso Príncipe. 

Consegui o que eu queria. Com beijos ardentes, consegui avivar a paixão do Rei e do homem frágil que nele existe. Sasuke não precisou de muitos incentivos para arrancar-me as várias camadas do vestido e me levar para a cama. 

Há tempos não o via completamente despido. Sasuke já não é mais o mesmo de antes da febre... Seu corpo, embora ainda formoso, está mais magro. Mas não precisei fingir desejo enquanto o deixava servir-se de mim, portanto deitar-me com ele não foi nenhum teste à minha capacidade de representar. Ainda me resta afeto por ele. 

Fiquei feliz ao receber essa prova de que a febre não levou consigo a virilidade de meu marido, embora ele tenha terminado o ato incrivelmente rápido. Mesmo que ontem o Rei não tenha me deixado satisfeita na cama como fazia antes, alegrei-me em silêncio por ter conseguido alterar mais uma vez o meu destino. 

Os médicos diziam que Sasuke poderia não mais me fazer conceber, e temi que isso acontecesse por sua recusa em me tocar durante meses, mas a situação foi revertida. Se eu tiver uma criança em meu ventre, estarei me afastando do negro abismo que tenta me atrair (...)".

Sakura aproveitava a presença de sua filha na Corte de Sasuke para passar um tempo com ela. Caminhava alegremente no jardim com Sarada, e logo atrás vinham as damas da Rainha e babás da Princesa. 

Viu, de longe, o grande alvo onde Sasuke mirava suas flechas. Era uma bela manhã, e eis uma das poucas atividades que o Rei ainda podia fazer após os médicos lhe terem tirado o prazer das Justas e caça. 

Em volta do Rei estavam alguns criados que tinham como função entregar flechas para o soberano atirar com seu arco, e depois tirá-las do alvo. Naruto, amigo íntimo de Sasuke, também estava ali, tal como algumas damas da Corte, filhas de nobres. Afinal, Sasuke sempre precisava de alguma platéia. 

Sakura se aproximou com a filha no colo, e Sasuke concentrava-se em suas flechas no alvo. Era claramente exibido, e gostava de receber aplausos quando acertava o alvo. Ninguém ousaria não aplaudir. O Rei era sempre o melhor, mesmo que de fato não fosse. 

A Rainha logo notou a intenção de uma das damas ali presentes, que parecia a mais vulgar e atirada sempre que Sasuke atirava uma flecha. Enfatizava o quanto o Rei era um homem incrível, e recebia discretos sorrisos do monarca como resposta. 

A moça aplaudia com empolgação e chegava a dar pequenos pulos a cada flecha atirada. Às vezes mordia o lábio inferior discretamente, e o decote parecia generoso demais para alguém com seios tão pequenos. 

Qualquer um notaria as intenções dela, inclusive o Rei, que parecia encorajá-la em seu comportamento lascivo. 

Estavam flertando, essa foi a interpretação de Sakura. 

Entregou então sua filha para uma das babás, e ordenou que a menina fosse levada para dentro do castelo. 

Sasuke, distraído, não notou a presença da esposa. Quando Sarada já se encontrava a uma distância considerada, Sakura caminhou a passos firmes até a moça que se insinuava para o Rei, e lhe deu no rosto uma sonora bofetada. 

Todos se espantaram, inclusive o Uchiha que deixou seu arco cair no chão. A pele alva da moça ficou vermelha com o tapa da Rainha, mas ela não podia revidar. Os presentes ali estavam boquiabertos, mas o Rei, mesmo espantado, manteve-se indiferente, frio. 

– Saiam daqui! - A rosada ordenou - Todos vocês!

As pessoas permaneceram paradas ao invés de obedecerem a ordem da consorte. No entanto, Sasuke acenou com a cabeça, como um um pedido mudo para que a ordem de Sakura fosse cumprida.

Quando o Rei estava presente, suas vontades prevaleciam, não as da Rainha. 

Após uma reverência, os nobres, criados e damas de companhia ali presentes se retiraram, deixando o casal a sós. 

– O que foi aquilo?  - Sasuke questionou friamente após alguns segundos em completo silêncio. 

– Você sabe melhor do que eu. - Retrucou - Não via como aquela mulher vulgar lhe devorava com os olhos? Notou as claras insinuações dela, meu marido, não negue! 

Embora Sakura muitas vezes tivesse dito que não se importaria com casos extraconjugais do Rei após conseguir seu herdeiro, dentro de seu coração nascia uma esperança de salvar aquele casamento. Portanto o ciúme estaria sempre presente. 

Sakura logo voltaria para sua Corte, deixando Sasuke a mercê das filhas de nobres que queriam ganhar favores do Rei lhe oferecendo amantes. 

E Sakura sabia melhor do que qualquer pessoa como uma mulher poderia virar a cabeça de um homem e manipulá-lo. 

O problema maior não seria Sasuke ter uma amante, mas ter a amante errada. Alguém cujos encantos fugissem do controle, tomando proporções inimagináveis. 

– Mesmo que eu realmente estivesse flertando com aquela moça, quem é você para me censurar? - Ele questionou entre dentes. 

Ninguém considerava humilhação para uma mulher caso seu marido trocasse olhares com outra; Todavia, o alarde de Sakura foi considerado uma humilhação para o seu marido. 

Que tipo de mulher censura um homem? Que tipo de esposa é petulante a ponto de se manifestar escandalosamente acerca de uma atitude de seu marido? 

Que tipo de homem não consegue controlar sua esposa? Que tipo de Rei poderia governar um país, se não conseguia governar nem sua própria Rainha?

O comportamento de Sakura, tal como a postura pacífica de Sasuke diante disso, gerava boatos e comentários maldosos acerca não só da Rainha, como também do Rei. 

Sasuke não tinha controle sobre Sakura. 

– Sou sua esposa. - Ralhou - Mesmo não tendo tocado na maldita meretriz, tais olhares eram claramente insinuações. 

– Ela não é minha amante. - Afirmou firmemente - Seu comportamento foi totalmente desnecessário. Aquela mulher nunca esteve em minha cama, Sakura. 

A rosada não conteve uma gargalhada, e Sasuke contorceu seu rosto em total confusão. 

Ela debochava claramente do Rei, rindo sem pudor do que ele havia acabado de falar. 

– Não imagino que seja. - Desdenhou - Ela não lhe lançaria tais olhares se já soubesse que você não é capaz de satisfazer uma mulher. 

O sangue do monarca ferveu em suas veias. Ele levantou sua mão com fúria, e Sakura, destemidamente, esperou pela bofetada que não veio. 

Sasuke trincou o maxilar, respirou fundo e tentou manter a calma. Cerrou o punho, apertando com força. Por muito pouco não perdeu a cabeça, por pouco não agrediu Sakura; O soberano se conteve. 

Socou então uma árvore perto de si, o que lhe machucou a mão, evitando dessa forma bater em Sakura. 

Para a Rainha foi um grande alívio, mas ela, corajosamente, se mostrava firme como um cavaleiro no campo de batalha; Em nenhum momento estremeceu, demonstrando para o marido que não o temia. Tal atitude irritou o homem mais ainda, pois sua figura imponente deveria ser enxergada como algo divino na Terra, inspirando devoção e ao mesmo tempo temor. 

– Vá! - Ele ordenou. 

Sakura pensou em rebater, mas o olhar de fúria do Rei conseguiu facilmente intimidá-la. Sasuke jamais havia feito menção de agredi-la e obviamente que aquilo a assustou. 

Podia ser apenas impressão, mas Sasuke, após a doença, estava se tornando cada vez mais difícil de lidar. Mais intolerante, mal humorado... Ela temia por isso. 

Naquele momento ele havia parado, mas iria bater na esposa. Se Sakura voltasse a agir de maneira impetuosa, Sasuke poderia não mais se controlar.

Aquilo não a agradava, mas deveria mostrar submissão mais do que nunca. Provavelmente se manter distante, em seu castelo, era mais seguro para ela. 


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Notas finais do capítulo

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Bjs♡



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