Do trono ao cadafalso escrita por Evil Queen 42


Capítulo 32
Capítulo XXXII


Notas iniciais do capítulo

Voltei ♡



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"Hoje estarei na Corte de Sasuke, juntamente com Sarada, para comemorar mais um ano de reinado do nosso soberano. Mesmo que há dias o Rei venha se sentindo desanimado demais para alguém cuja idade ainda não está próxima dos trinta, finalmente o vi animado. 

A comemoração será estupenda, e, como Rainha, devo apresentar-me para homenagear o Rei. Encomendei um belo vestido verde esmeralda, com detalhes em fios de ouro e pérolas. Decidi que deixarei de lado quaisquer redes, toucados ou capelos, para que meus cabelos permaneçam soltos, pois sei que Sasuke ama meus cabelos de tonalidade tão incomum. Para enfeitar-me ainda mais, escolhi jóias de valor sentimental inestimável, que Sasuke me deu de presente na época em que nosso amor aflorava. 

O Rei dará um baile de máscaras, e usarei todos os meus atributos para manter os olhos de meu marido fixos em mim, como acontecia na época em que ele me cortejava. 

Se as coisas saírem como planejo, irei amanhecer o dia entre os lençóis do Rei, e, se a sorte agir em meu favor, com uma criança concebida em meu ventre (...)".

As aias aprontavam a Rainha que tinha por objetivo ser a mais bela dentre todas as mulheres. Há tempos não aparecia na Corte, e havia boatos de que estava abatida pela distância do marido, mas Sakura queria provar que nunca esteve melhor. 

Utilizou de aplicações de mercúrio para cobrir qualquer marca de cansaço da viagem que estivesse nítida em seu rosto; Embora tal cosmético, com o tempo, fosse extremamente prejudicial, deixava a pele lisa e era muito utilizado pelas mulheres em algumas ocasiões.  Sakura disfarçou a palidez com uma camada bem fina de pó de chumbo,  em seguida deu um toque de alúmen para adquirir um tom rosado nas faces e cochonilha para os lábios. Tais cuidados fizeram a Rainha parecer novamente com a jovem menina por quem o Rei se encantara anos atrás. 

Os cabelos lisos estavam com a aparência encaracolada devido ao tempo que passaram trançados e presos durante a viagem. Como a Rainha era o espelho da moda de sua época, e Sakura era vista constantemente com seus cabelos ondulados ou encaracolados quando estavam soltos, todas as damas da Corte passaram a copiá-la; Algumas inclusive chegavam a utilizar ferro quente para conseguirem os cachos nos cabelos. Em algumas ocasiões, como bailes, era permitido que as mulheres casadas da Corte usassem os cabelos à mostra. 

 Dentre as várias jóias à sua disposição, Sakura escolheu um colar de pérolas cujo pingente era uma grande esmeralda. Os anéis e brincos combinavam com o colar, todos foram presentes de Sasuke. 

Sakura geralmente pagava uma fortuna em perfumes, cremes e óleos para banho.  Quando saía, parecia flutuar em uma nuvem de fragrâncias. Era algo que nunca passava despercebido. 

 Foi assim que Sakura se apresentou ante o Rei. A mais bela entre todas as mulheres. Nenhuma outra conseguia se destacar perto dela, e era assim que uma Rainha deveria ser. 

Quando Sakura apareceu no grande salão real, Sasuke caminhava por entre alguns nobres e conversava descontraidamente com alguns deles. Estava com a pequena Sarada em seu colo, e a exibia com orgulho para todos. Era sua única herdeira, e os presentes ali deveriam olhá-la com devoção nos braços de seu pai. 

O vestido de Sarada foi escolhido por sua mãe. Sakura era cuidadosa com o guarda roupa da menina, que contava com mais de duas mil peças. 

Sarada usava um vestido de seda amarelo e bordado com fios de ouro. Sua touca era de tecido branco, mas bordada com pequenas pedras de rubi, diamantes e pérolas. Mais parecia uma coroa. E, mesmo com a touca em sua cabecinha, os cabelos negros de Sarada eram bem visíveis, pois já chegavam na altura dos ombros da menina. 

A rosada foi ao encontro do marido que sorriu alegre ao lhe ver.

– Sakura... - Os olhos negros brilhavam - Está linda. Magnífica! 

– Tudo para o agrado do Rei. - A mulher fez uma reverência. 

– Mamãe! - Sarada esticou os bracinhos para que sua mãe a pegasse. A menina sempre ficava contente ao ver os pais. Mesmo pequena, já sentia a falta deles. 

– Ah, minha pequena! - Sakura pegou sua filha e a abraçou forte. Não a via há três semanas, desde que a menina completara dois anos - Que saudade, minha menina! Você sentiu minha falta?

– Senti. - Assentiu a Princesa.

– Eu também senti a sua. - Respondeu a rosada - Senti muito. 

– Ela cresceu bastante. - Observou o Rei - E mostra-se incrivelmente inteligente para sua idade. 

Sasuke foi quem mais ficou afastado da filha. Havia adoecido, ficou em quarentena, e mesmo após o seu regresso para a Corte ele preferiu manter certa distância de Sarada por um tempo. Temia infectar a menina, uma vez que a Princesa era bastante jovem; Sasuke estava ciente de que a mortalidade infantil era relativamente alta, e que grande parte das crianças falecia por conta de doenças antes dos cinco anos. A infância era considerada uma fase perigosa, dada a fragilidade das crianças. 

– Ela é o meu orgulho. - Sakura falou contente, olhando para o rosto da filha tão parecida com Sasuke, mas ao mesmo tempo muito parecida consigo.

Sarada tinha os traços da mãe, não havia como negar, mas ainda assim era assustadoramente parecida com seu pai. Sakura agradecia por isso, pois nenhum inimigo seu poderia sugerir que Sarada não era, de fato, filha de Sasuke.

A Corte estava em festa e um banquete seria servido. Na mesa mais alta, com local privilegiado, estava a família Real. Sasuke sentava no meio; Ao seu lado direito estava Sarada; Todavia, a cadeira ao lado esquerdo estava vazia, visto que a Rainha se encontrava no centro do salão. 

 Dentre todas as damas, era, de longe, a mais bela. Sua vestimenta era a mais rica, de cor mais chamativa. Nada falava para o marido, mas lançava-lhe um sorriso sedutor que valia mais do que mil palavras, como na época em que o seduzia com promessas para uma vida de casados. Executava uma dança alegre, e o Rei admirava atento todos os seus movimentos. Os olhos negros não se voltaram para nenhuma outra mulher que não fosse Sakura, e, claro, ela ficou satisfeita com isso.

Sarada estava empolgada, batia palmas e, em alguns instantes, roubava os olhares de alguns cortesãos com suas risadas infantis. Em contrapartida, o mundo de Sasuke havia se resumido à visão de Sakura, claramente tentando seduzi-lo como há tempos não fazia. 

Foi um momento realmente nostálgico. 

 A expressão de Sasuke era orgulhosa. Quando Sakura fez uma reverência em agradecimento, e os cortesãos aplaudiram sua bela apresentação; Ela olhava fundo nos olhos de seu marido e naquele momento notou que ele novamente a pertencia. 

 O baile finalmente começou. Sarada ficou por conta de suas babás, logo iria se recolher por conta do horário; E Sasuke atravessou o grande salão para ir de encontro com Sakura. 

– Estava linda. - Pegou de surpresa na mão da Rainha, então a beijou, demonstrando completa devoção á sua esposa - Me trouxe boas lembranças. 

– Fico feliz por tê-lo agradado. - Disse satisfeita - É uma honra inenarrável para mim. 

– Você é, de longe, a mais bela das mulheres. 

– Reconhece? - Sakura levou sua mão até o colar em seu pescoço, então um discreto sorriso de canto apareceu nos lábios do Rei.

– Como me esqueceria? - Sasuke levou a mão até a face de Sakura, acariciando-lhe a maçã do rosto - Quando vi esta bela esmeralda, lembrei-me imediatamente do brilho dos teus olhos. Embora não haja comparação nem com a mais brilhante das jóias. 

Sasuke era cortês. Sabia conquistar com as palavras, e, talvez, tenha sido por isso que Sakura por muito tempo acreditou ser perdidamente apaixonada por ele. 

Sabendo lidar com o Rei, ela certamente teria a vida que sempre sonhou. No entanto, caminhava em terreno perigoso, e precisava ser extremamente cuidadosa. 

– Deixou-me sem palavras. - Disse timidamente a rosada. 

– Você não é de ficar sem palavras. - Brincou - Certamente pensou em algo, mas não quer dizer. 

– Sou grata a tudo que o Rei faz por mim. 

As palavras de Sakura eram sinceras, Sasuke conseguia sentir isso.

– Viu nossa filha? - Sasuke indagou orgulhoso. Sarada era uma grande alegria em sua vida - Todos a admiram. 

– Ela é uma Princesa, deve ser admirada. - Respondeu a Haruno - Acho que ela será uma mulher muito bonita. 

– É claro que será. - Sasuke deu um beijo rápido na bochecha da esposa - Basta olhar para a mãe dela... 

– Deixando-me sem palavras novamente. - Riu.

– Quer dançar?  

Sakura assentiu e foi para o centro do salão com o Rei. A música parou, os cortesãos pararam de dançar e fizeram uma reverência para o casal Real. 

Sasuke então deu um sinal para que os músicos continuassem a tocar, então conduziu sua esposa na dança enquanto a Corte admirava. 

Enquanto dançavam a Galharda, Sakura notou que seu marido parecia feliz novamente. Era como um jovem garoto na flor da idade, e vê-lo empolgado como outrora certamente alegrou sua esposa. A energia novamente se fazia presente em seu corpo.

O Rei sempre foi habilidoso. Tocava vários instrumentos, falava mais de cinco idiomas, e dançava incrivelmente bem. 

A dança era um passatempo bastante popular, compreendida como uma recreação sadia para a mente e um exercício para o corpo. As danças diferiam conforme as classes sociais; As danças dos mais pobres eram mais tradicionais, enquanto que os mais ricos sempre buscavam estilos novos vindos de fora.  A nobreza prezava por danças mais sofisticadas e bem elaboradas, eram bastante complexas, e a grande maioria executada por casais.

Galharda era uma dança bastante comum na Corte de Sasuke.  Se tratava de uma dança improvisada, onde os dançarinos combinavam padrões de passos que ocupavam um ou mais compassos da música. Em uma medida, a Galharda possuía tipicamente cinco passos. Era considerada uma dança bastante vigorosa.

 Ao final da dança, os cortesãos aplaudiram os monarcas. 

– Você é incrível. - Sakura falou para o marido. 

– Você me esperará esta noite. - Decretou o soberano.

– Irá para a minha cama? - Indagou esperançosa, então Sasuke assentiu.

[...]

O vestido de cor forte estava finalmente pronto. As aias de Sarada a ajudavam a experimentar, mas a Rainha sabia que não era necessário, haja vista que suas costureiras eram as melhores do reino e jamais erravam suas medidas. 

Estava perfeito, o casamento estava próximo. 

Junto das aias, Karin também estava presente nos aposentos da Rainha. Ver Sarada tão crescida e empolgada com seu casamento lhe fazia lembrar de Sakura, com a mesma alegria e sorriso contagiante. 

Sarada terminou a prova do vestido de casamento, e logo em seguida suas aias lhe colocaram uma roupa mais simples. 

Reis e Rainhas não se trocavam por conta própria. Sempre havia criados para vestir-lhes. 

– Podem sair. - Sarada ordenou logo que suas damas lhe amarraram o vestido nas costas. 

Os cabelos longos e negros estavam completamente soltos, e nenhuma jóia a enfeitava. O vestido que usava era bem simples para uma Rainha, cor de creme e sem muito bordado. 

Karin cuidava do vestido de casamento, arrumando com cuidado para guardá-lo de forma que não danificasse a costura e não deixasse o rico tecido amassado. 

– Nunca vi um vestido tão lindo. - Karin comentou encantada. A roupa não era tão enfeitada como as que Sakura costumava usar, mas ainda assim era de uma beleza estupenda.

– Alguns podem dizer que é simples demais. - Riu - Mas eu prefiro assim. Colocarei o manto de arminho, portanto o vestido não deve roubar a atenção daquilo que enfatiza a minha posição. 

A pele de arminho era restrita a membros da realeza, portanto nem mesmo os mais ricos usavam. A cor púrpura também enfatizava a posição social de uma pessoa, pois era conhecida como "a cor da realeza", visto que púrpura era uma tonalidade extremamente difícil de se conseguir, extraída de um molusco raro, portanto os tecidos púrpura eram tão caros que somente a realeza tinha condições para comprar. 

– É belíssimo. - Karin enfatizou - Fico muito feliz que a Rainha vai se casar com o homem que ama.

– E você, Karin? - Sarada sentou sobre sua cama, encarando curiosa a ruiva que dobrava todas as camadas de seu vestido com capricho - Nunca a vi com homem algum. Você nunca se casou...

Karin pareceu nervosa, como se pensasse numa resposta adequada para a ocasião. 

– Já fui apaixonada, e cheguei bem perto de me casar. - Respondeu sem encarar a monarca perto de si. Parecia perturbada e, claro, Sarada notou isso.

– Diga seu nome. 

– Suigetsu. - Respondeu - Era nobre... 

– Era? - Sarada arqueou uma sobrancelha - Perdeu o título de nobreza? 

– Ele está morto, Majestade. - Karin falou com pesar, como se tal assunto ainda a machucasse. 

– Eu sinto muito. - Sarada abaixou o olhar - Certamente foi traumático perder seu futuro marido antes do casamento. 

– Foi. - Assentiu - Muito traumático. 

Notando que tal assunto machucava a antiga aia de sua mãe, Sarada preferiu não prolongar o assunto. Mas era claro que a morte do Suigetsu havia traumatizado Karin profundamente. 


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Notas finais do capítulo

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Bjs



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