Sempre ao seu Lado escrita por Aquela Trouxa


Capítulo 20
18 de Julho ➶


Notas iniciais do capítulo

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Olá gentee, postando mais um capítulo em comemoração ao lançamento do mais novo livro da saga!!!!!!!! SOL DA MEIA-NOITE!!!!!!!!!!!! Quem mais realizou sua compra???? Não vejo a hora do meu chegaaaaar! Aproveitem o cap, eu tive que dividir kkkkk mas logo estarei postando o próximo, aproveitem!!!!!!
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Sempre ao Seu Lado 

Capítulo 20 

  

 

 Meramente arrependida por ter dormido tão tarde. Era assim que eu me encontrava. Na verdade, nem tanto, pois nos longos minutos que se seguiram comigo espiando a grande parede de vidro ainda procurando por Cole, percebi que estava aguardando por ele, isso foi assustador aceitar que era exatamente isso que aconteceu, não me arrependo de ter ficado tanto tempo sem dormir, mas estava com o corpo tão pesado e mole às nove e quarenta e duas da manhã, que nem me importei de me debruçar sobre a bancada da ilha e cochilar ali mesmo após ter alimentado Hilary nesta manhã, isso era sem dúvidas, o resultado de uma noite de pouquíssimas horas de sono dormidas e de sonhos comprometedores difíceis de serem explicados até mesmo em pensamentos, era uma mistura dos últimos acontecimentos pessoais, da gravidez, de Hilary e de toda a família Cullen em repartições confusas do sonho mas que estranhamente se uniam, o que tornava perturbador de diversas formas, era bem melhor deixar isso guardado apenas dentro de mim, eram coisas do momento mesmo... 

 Ao contrário do que pensei, Esme não chamou minha atenção sobre meu atual comportamento, foi compreensiva em levar Hilary nos seus braços gelados que a acomodavam tão bem para a sala que já estava abarrotada de brinquedos barulhentos, muita diversão e estímulos, ela perdia a noção do tempo quando se dispunha a entreter Hilary, em alguns momentos eu despertava ouvindo a gargalhada da minha menina ecoar pela casa, mas logo voltava a cochilar nenhum pouco incomodada pela posição que eu me dispus a ficar. Continuei do mesmo estado moribundo de sono prestando a atenção ao som de carros que gradativamente se aproximavam da mansão, passados alguns segundos, foram sendo estacionados a frente e ouvi as  portas sendo fechadas, no breve momento de silêncio total da casa eu tornei a dar um breve cochilada, mas me atentei a voz feminina que preencheu o ambiente com risos transmitindo uma alegria que poderia contagiar a casa toda, ouvi Rosalie mimar Hilary e se desculpar pela demora deles com uma voz infantil que me lembrou a Renesmee, ouvi a estrondosa característica voz de Emmett e mais uma junção de vozes que eu não reconheci. Alguns minutos se passaram num diálogo constante de informações entre eles na sala, logo estavam subindo a escada para a cozinha ainda num tom descontraído de cumplicidade entre eles. 

— Bom dia dorminhoca! — saldou Emmett tocando em meus ombros e os apertando gentilmente. Esforcei-me a levantar a cabeça do ninho que havia feito com meus braços e olhei para ele tentando o cumprimentar o mais cordial possível, o que não deu muito certo ao sair apenas alguns resmungos preguiçosos e desanimadores. — Credo Amberli! — afastou retirando suas mãos geladas dos meus ombros. 

 

 —  Minha nossa, ela está passando mal?! — a voz cantada feminina chamou minha atenção. 

 

— Não, — desconsideraram — apenas está com bastante sono. 

 

 — Para mim ela está virando um zumbi! — Emmett exclamou cutucando meu braço esquerdo — Os grunhidos já começaram! Daqui a pouco ela irá rastejar querendo minha carne e cérebro! — ergui meu rosto novamente revirei meus olhos contendo um riso tentando sentar direito na banqueta, achando graça da suposição de Emmett. Devido a nova agitação no ar, percebendo a súbita disposição que tornei a ter eu me encontrei mais disposta a prestar a atenção na situação que se desenrolaria na cozinha. 

 

— Ah!... — Rosalie suspirou alto colocando a mão direita no rosto reprovando a suposição do marido. 

 

 — Emm, nunca que um zumbi viria querer te comer — descartou a ideia revirando seus olhos de maneira dramática —nem carne ou muito menos cérebro você tem! 

 

 — Alice, já te falei o quanto você é chata? O que não tem em tamanho tem em chatice! — replicou virando todo o seu corpo na direção dela, dando-me a oportunidade de conhecer a tão falada Alice. — Porque não procura uma loja brega de esquina para poder comprar tudo que ela pode te oferecer? — sugeriu debochado. 

 

 — Ah!! — abriu a boca ofendida, seus olhos também dourados reluziram ao dar um passo na direção de Emmett passando por um feixe de luz, seu rosto reluziu como um cristal. Pisquei meus olhos os abrindo sem acreditar no que estava vendo, cada pequena parte de sua pele exposta ao sol reluzia! — Terei o prazer de fazer! — contrapôs erguendo seu queixo delicado orgulhosamente ao mover-se para mais perto dele saindo da exposição da luz solar, parando de brilhar — Usarei seu cartão para comemorar as novas coleções cafonas que estarão em cada closet da nossa família! 

 

 — Você não faria isso! — ofegou com a ameaça da garota, que abria a sua boca para respondê-lo presunçosa. 

 

 — Chega de show por hoje né! — Rosalie interrompeu a discussão irônica deles — Alice, você mal chegou e já está manchando sua própria reputação, sabe o quão bem estivemos falando de você? — repreendeu sem estar de fato chateada com a situação. Possivelmente isso era frequente entre eles. 

 

 — Nada pode manchar minha reputação Rose, eu sou Alice Cullen, — respondeu pomposa caminhando a passos leves e ensaiados para perto de mim. Ela era muito menor pessoalmente, muito mesmo. — é um prazer finalmente poder olhar para você Amberli Scott! — gracejou me dando um abraço apertado, envolvi meus braços em seu corpo miúdo correspondendo. Ao nos afastarmos seus olhos percorreram pelo meu corpo meticulosamente. — É uma pena que eu também não possa saber qual será o sexo do seu bebê, — comentou olhando para o volume da barriga — é frustrante porque adoro comprar antecipadamente! 

 

 — Uau, você brilha! — exclamei extasiada não segurando as palavras na boca, dentro de mim, senti o bebê se movimentar. Alice apenas levantou os ombros e sorriu travessa. 

 

 —  Isso é uma característica da nossa espécie, por isso gostamos tanto de Forks. —  explicou rindo pela minha cara pasma — Espero que não tenha se ofendido com as constantes comprar que eu fiz para você e sua filha, eu amo fazer compras! 

 

— Isso eu percebi, — concordei, já que desde o início ela esteve mandando sacolas de roupas novíssimas, fora os brinquedos — obrigada pelos presentes educativos que deu à Hilary, serão bem aproveitados. — agradeci arrumando meu corpo na banqueta descansando meus braços sobre a pedra da ilha. 

 

 — Que bom que gostou! — riu com a notícia desatando a falar movendo as mãos para cima frequentemente — Eles são interessantes não é? Fiz uma lista rigorosa dos itens ideais para a idade dela, Hilary é inteligente, com os estímulos certos ela logo estará mais desenvolvida, irá ver! Ah, Amberli, quero te apresentar meu companheiro — mudou drasticamente o assunto olhando para trás estendendo sua mão esquerda em um convite. A alguns metros atrás de nós estava o homem loiro dos característicos olhos dourados que já havia visto com ela em uma fotografia, pessoalmente ele parecia mais intimidador. Ele se aproximou de boa vontade segurando a mão da esposa com carinho, um pequeno sorriso desenhava seus lábios. 

 

 — Muito prazer, Amberli, sou Jasper. — foi simpático ao estender sua mão em cumprimento, sorri para ele receptiva movendo a minha mão me preparando para sentir sua baixa temperatura — Sua filha é, encantadora.  

 

— Obrigada, é um prazer te conhecer, Jasper. — desfizemos o aperto. Jasper era belo, como todos da família, mas havia alguns traços singulares em algumas partes do seu pescoço e rosto que estavam visíveis aos meus olhos, pequenas cicatrizes apagadas pelo tempo em formatos estranhos, me perguntei como ele havia adquirido essas marcas. Pisquei meus olhos fugindo desse detalhe com mais uma dúvida rondando minha cabeça, talvez fosse algo bobo, mas seus cabelos são loiros, claro que a tonalidade era diferente e até mesmo a o formato, mas... — Você e Rose são irmãos biológicos? — perguntei expondo meus pensamentos — Digo, por causa do cabelo... 

 

— Não, mas... — soltou um riso anasalado desfazendo nosso contato visual, ele não parecia ofendido com a pergunta, muito menos Rosalie, que também soltou um riso anasalado — Para que os humanos não questionem tanto, nós somos os irmãos Hale. — informou, ao fundo Rosalie assentiu — É bom que você já saiba sobre isso também, já deve ter conhecido alguns curiosos ao vir para Forks. — supôs. Anuí a cabeça lembrando-me da recepcionista. — Você é corajosa Amberli, poucas fariam essa ação, como você está fazendo. 

 

 — Tenho meus princípios, é por isso que estou aqui. — esclareci, Alice e ele consentiram — É claro que a maneira em que estive nessa condição eu não desejaria a ninguém, e é reconfortante não me lembrar de nada do ocorrido, o bebê já está aqui apesar de tudo é meu filho e quero tê-lo. 

 

 — Uma mulher de coragem. — Jasper aprovou erguendo a sobrancelha esquerda, ao seu lado, Alice apoiava a fala do marido. 

 

— Sua barriga já está tão grande! —  contemplou comovida, Jasper se afastou dela indo conversar com Emmett — Você precisa fazer um ensaio fotográfico urgente! 

 

 — Mas eu já fiz um... Não fiz?— perguntei olhando para Rosalie em busca de socorro. 

 

 — Sim, fez, mas sua barriga estava menor, precisamos fazer mais uns dois ensaios para seguirmos os avanços da gestação — argumentou decidida. 

 

 — Não será um empecilho fazermos mais alguns ensaios, serão recordações lindas de se ter. — Rosalie apoiou sua irmã, que também é sua cunhada. — Sem contar que Hilary também fará parte dos ensaios, não nos adianta relutar, sei que Alice já comprou as roupas temáticas e os novos cenários. 

 

 — Sim! — comemorou feliz batendo palminhas me fazendo rir— Sei que você quer! — falou convicta contornando minhas costas tocando a ponta de seus pequenos dedos em meus braços. 

 

 — Nunca disse que não queria... — respondi gentilmente erguendo os ombros esfregando meus lábios um no outro. 

 

— É assim que eu gosto de ser recebida! — aprovou com um sorriso enorme em seu rosto, seus olhos brilhavam de alegria — Amanhã mesmo o cenário estará montado em meu quarto, vocês irão amar! Eu acho... — acrescentou baixo não parecendo estar duvidosa realmente, Alice passeou pelo cômodo como se estivesse dançando, até consegui imaginá-la com um tutu brilhante, collant e sapatilhas de ponta rodopiando pela casa. Alice andou até Jasper enlaçando seu braço ao dele, intencionando sua saída do cômodo para os andares de cima — Ah! — parou de andar olhando um pouco envergonhada para mim — Eu não poderei ficar sempre tão próxima de você... A gestação, me dá dores de cabeça, é algo complicado de explicar, mas depois vai passar. — começou a subir as escadas com Jasper em seu encalço. 

 

— Não me diga que passou a noite em claro mais uma vez? — inquiriu Rosalie caminhando até a mim analisando meu rosto, desviei meus olhos dos seus olhando para Emmett que mexia em seu celular — O que está te perturbando? 

 

 — Nada! — retorqui rápido demais — Apenas não tive sono durante a madrugada, — acrescentei mais calma sob os olhos críticos dela — deve ser por conta da gravidez, não consigo dormir durante a noite e fico dormindo até demais durante o dia — acrescentei, algo que não era mentira, mesmo assim seu olhar transmitia uma relutância em aceitar os motivos que apresentei a ela — O que? 

 

 — Hum... Nada! — copiou minha fala deixando o assunto de lado, mesmo que ainda estivesse desconfiada — Eu senti sua falta — admitiu passando seu braço esquerdo por cima de meus ombros e me apertou cuidadosamente contra ela. Senti o seu perfume inundar meu olfato me deixando extasiada, pisquei os olhos um pouco encabulada e olhei para ela e sorrimos. 

 

 — Que bom Rose, pois pensei que nunca mais voltaria. — alfinetei, Rosalie revirou seus olhos, mas o sorriso ainda emoldurava sua face. 

 

 — É tão bom ter chegado aqui e te ver bem. — suspirou aliviada olhando-me com seus olhos dourados mais claros — Bella não teve isso, a cada hora que se passava, pior ela ficava... — segredou triste lembrando do que havia acontecido com sua cunhada — Mas agora ela está bem, todos estamos bem e felizes! — espantou seus maus pensamentos. 

 

 — E como está o meninão do tio Emmett? — Emmett se aproximou estendendo suas mãos enormes na minha direção. Permiti que ele colocasse suas mãos na minha barriga mesmo estranhando sua abordagem — Olha como ele já está grandinho Rose! — sorri para sua fala. 

 

— Meninão?! — Rosalie franziu as sobrancelhas.  — Não podemos nos precipitar Emm. 

 

 — Isso não importa, — desconsiderou com seus olhos fixos na barriga — Vir saudável e forte é mais importante. Não vejo a hora de ensinar os melhores jogos para ele, vai aprender rápido! Sem contar que eles vai assistir todos os episódios de Popeye!— comentou animado mexendo sua mão por todas as direções — Ah!... — exclamou desanimado — O bebê não vai se mexer? — ergueu seus olhos para mim. 

 

 — Pelo jeito não... — me desculpei — Se o bebê se movimentar eu te aviso — prometi. 

 

 — Talvez seja uma menina, quem sabe ela não tenha se ofendido com você? — Rosalie argumentou. Seus olhos brilhavam de uma maneira diferente, me perguntei se ela também não tinha vontade de sentir o bebê assim como seu marido tentava fazer. 

 

 — Se ofender com Emmett? — ele perguntou sem acreditar — Nunca que alguém se ofenderia comigo! A não ser, claro — propôs todo cheio de si — se a pessoa perder na queda de braço! — gargalhou afastando suas mãos de mim, Rosalie e eu acompanhamos seu riso — Não se esqueça de me avisar quando o bebê se mexer, quero senti-lo também. — pediu educadamente, com um aceno ele se retirou do cômodo subindo as escadas também — A boa filha a casa torna! — gritou quando eu já não podia mais vê-lo. 

 

 — O que ele quis dizer? — perguntei para Rosalie, descendo da banqueta. Ela acompanhou meus passos na direção da escada que descia para a sala. 

 

 — Renesmee também está de volta. — esclareceu quando já estávamos nos últimos degraus acompanhando meu ritmo — E não veio sozinha. 

 

Desci mais um degrau me esforçando para não alterar minha expressão facial, mas era difícil, a constatação de que ela estava acompanhada por mais pessoas da reserva indígena que ela frequentava, automaticamente criou uma expectativa vibrante dentro de mim que me fazia querer sorrir. Pressionei meus lábios tencionando minha mandíbula para que o sorriso não aparecesse em meu rosto. Respirei fundo me acalmando, só assim consegui contê-lo. Entramos na área da sala iluminada com menos brinquedos do que eu havia imaginado ter pelo cômodo, Hilary se encontrava de pé com Esme sentada a sua frente ensinando como ela deveria usar o brinquedo, seus dedinhos curiosos inspecionavam o objeto apertando seus botões e tentava falar as cores que piscavam, como havíamos ensinado para ela nos dias anteriores.  

Quando ela percebeu nossa presença, sorriu fazendo suas bochechas se erguerem e apertar seus olhinhos, que quase se fechavam por causa do sorriso. Hilary havia ganhado peso nessa semana, também foi notório a mudança na sua altura também; assim como eu, Hilary estava sendo consultada por Carlisle, e estive proibida do tocar no assunto “valor da consulta” dentro e fora deste lugar. Hilary ergueu o brinquedo para cima nos mostrando o que estava fazendo e caminhou a passinhos rápidos, se desviando dos seus obstáculos durante o caminho para chegar mais rápido até a nós, ela estava tão animada que sequer esperou que andássemos até ela. Eu, Rosalie e ela paramos juntas, seus pequenos braços gesticulavam sem parar e de seus lábios saiam tantas palavras que nem conseguíamos entender. 

 Segurei suas mãos gordinhas e a levei na direção da poltrona puxando seu corpo para cima, para que pudesse sentá-la em meu colo. Esme levantou do chão e ao lado de Rosalie sentaram no sofá mais próximo de nós duas. 

 

 — Calma amor, calma — interrompi Hilary que continuava a tagarelar de uma forma que nem eu havia visto. Ela fechou seus lábios e olhou em meus olhos dando atenção às minhas palavras. Passei minhas mãos por seus cabelos sentindo sua textura — Agora fale, bem devagar — entoei com carinho quase separando cada sílaba para que ela pudesse entender a forma que deveria reproduzir suas frases. 

 

 — Eu te amo mamãe. — respondeu erguendo mãozinha esquerda, tocando meu queixo me derretendo inteira em suas mãos. 

 

 — Eu também te amo, amor, muito! — respondi emocionada cobrindo sua pequena mão com a minha. Era sempre assim e espero que nunca mude, sempre me derretia e sentia meu coração se aquecer a cada palavra que saía de seus pequenos lábios e sempre que ela dizia que me amava, eu me sentia viva! Pisquei meus olhos sorrindo para ela, que correspondeu e foquei-me na ideia inicial de tentar entender o que ela tanto falava — O que você estava dizendo sobre o brinquedo? — perguntei olhando para o objeto que ainda piscava sobre suas coxas. 

 

Ela seguiu meu olhar e voltou a se agitar em meu colo: 

 — Cor, mamãe! Olha! — apontava para o brinquedo extasiada. 

 

 — Que cor é essa? Você se lembra? A cor é tão bonita! — incentivei seu raciocínio. 

 

— Cor! A...! — respondeu apontando para a cor que piscava dentro do brinquedo. 

 Com mais alguns estímulos meu e das mulheres que ali estavam, ajudamos sua dicção a cada sílaba da palavra, era divertido tentar ensiná-la, pois ela sempre ria no meio da palavra, insisti com ela para conseguisse completar o nome da cor corretamente. Hilary conseguiu falar a palavra completa sem errar: 

 — Amarelo! Amarelo mamãe! Cor, cor! Amarelo — desatou falar e a rir mostrando o brinquedo para todos que quisessem ver.  

 

Como se não estivesse satisfeita em apenas mostrar o brinquedo, ela desceu do meu colo caminhando até ao sofá que Esme e Rosalie estavam e colocou o brinquedo na mão das duas mulheres e continuava a repetir “Cor!” e “Amarelo!” sem parar. E foi nesse pique que Renesmee apareceu com Thomas e Martim de regatas que mostravam suas tatugens idênticas no braço direito acompanhando-a. Toda a expectativa que eu tinha de que Cole apareceria à luz do dia na mansão dos Cullens foi reduzida, mas por hora eu tinha novidades de Renesmee o suficiente para saber como ele realmente estava e perguntá-la se tinha ciência do aparecimento dele por aqui hoje de madrugada. Eu apenas não sabia como ficaríamos sozinhas para que eu me sentisse a vontade em abordar o ocorrido com ela. 

 A primeira a ter toda a sua atenção foi Hilary que num piscar de olhos estava em seus braços leitosos sendo mantida para cima, a pequena não teve nem tempo para se recuperar do susto ao gargalhar deliciosamente pela reação dos lábios de Renesmee expelindo a respiração contra sua barriga, causando cócegas. Ainda parados ao lado da escada, os meninos observavam a cena risonhos e mesmo parecendo tímidos, se aproximaram de nós e cumprimentaram cordialmente, Rosalie apenas resmungou um cumprimento e continuou a se envolver com Hilary, que ainda estava nos braços de sua sobrinha, fingindo que eles não estavam ali, vez ou outra eu via que seu nariz se enrugava descontente. 

 

 — Como está Amberli? — Martim perguntou ao lado da poltrona. 

 

 — Olá, Amberli! — cumprimentou Thomas logo depois dele. 

 

 — Oi Thomas, Martim. Eu estou bem, como vocês estão? — ergui meus olhos procurando os seus. 

 

 — Bem. — responderam em uníssono — Nessie ainda não disse, mas viemos aqui para almoçarmos com vocês — acrescentou Thomas. 

 

 — Sério? — ergui minhas sobrancelhas surpresa — Isso é bom! 

 

 — Na verdade, Esme já sabia. — pontuou Martim — Nessie havia mandado uma mensagem de texto para a avó dela. Então, alguém já estava ciente. 

 

 — Ah... — Thomas ponderou dando um tapa com as costas da mão no braço do amigo — Ainda bem que sabe, pois é ela quem cozinha. E que comida não é mesmo? 

 

 Deixei de prestar a atenção no diálogo deles voltando meus olhos para Renesmee, que estava sentada entre Rosalie e Esme, com Hilary em seu colo. Ela comentava sobre sua estada da última noite que passou na reserva, hospedada na casa de Embry e Rebecca. 

 

 — Nem dá pra acreditar que a Kaylee já irá fazer sete anos! — exclamou surpresa — Me lembro da gravidez da Becca como se fosse ontem!...Vovó, hoje eu quero te ajudar a preparar uma torta de frango! — mudou de assunto mal dando tempo de Esme comentar sobre a garotinha, Kaylee. Esme sorriu para a neta prestando a atenção no novo assunto — Não é uma simples torta é claro... 

 

 — É a famosa torta da tia Franchesca. — interrompeu Thomas. 

 

 — É a famosa torta da tia Franchesca! — Renesmee continuou aumentando o tom de sua voz sobressaindo sobre a fala de Thomas — Uma das receitas da família, claro que eu apenas olhei ela fazer e perguntei se poderia reproduzir, como ela deixou, cá estamos nós! 

 

 — Ela nos obrigou a estar aqui Esme, espero que não morramos ao comer uma torta feita pela Nessie! — dramatizou Thomas. 

 

 — Iiih... Sem graça! — Renesmee retrucou fazendo uma careta — Mas preciso da sua ajuda vovó, te passo todo o processo da receita! Não vejo a hora de reproduzir uma receita Quileute! 

 

 — Quem deveria provar para ter a certeza que chegaria aos pés do autêntico é o Cole... — comentou Martim. Ninguém o respondeu, ficando no vácuo — Ele come a torta desde criança, seria um bom jurado. — justificou erguendo os ombros desconfortável. 

 

 Renesmee movimentou a cabeça entendendo o ponto de vista de Martim colocando-se de pé dando-me minha filha e puxou sua jovem avó para o cômodo de cima. Hilary continuava com suas mãozinhas firmes no brinquedo, que agora não piscava mais. Seus olhos atentos olhavam para os dois visitantes de forma curiosa, atraindo de maneira involuntária os olhares deles, ela levantou os pequenos braços e resmungou seu pedido manhoso. 

 

 — Minha nossa, ela quer colo! — retraiu Martim para Thomas. 

 

 — Ela gostou da gente cara, está com medo de uma criança? — riu do amigo se aproximando de Hilary fazendo carinho em seus cabelos — Oi Hilary, eu sou o Thomas. Seu cabelo é comprido né? — puxou assunto com ela, Hilary sorriu para ele tocando um de seus dedos que passava pelos fios de cabelo dela. Thomas afastou o contato de suas mãos e minha pequena firmou seus pezinhos em minhas coxas para tentar ficar em pé — Olha, ela quer vir comigo! — comemorou estendendo seus braços na direção do pequeno corpo de Hilary, que se tornava menor ainda ao estar com ele. — E esse brinquedo aqui, está colado em sua mão? — ousou a pegá-lo. 

 

 — Amarelo! — exclamou Hilary abraçando o brinquedo. Percebendo que o objeto não estava mais com a luzinha acesa, ela o estendeu para mim, pedindo que tornasse a ligá-lo — Mamãe, luz!  

 

 — Ela irá te mostrar a cor da luzinha — expliquei para Thomas apertando o botão de liga/desliga para que ela pudesse acendê-lo novamente e estendi o brinquedo, o devolvendo para ela, que o pegou com ambas as mãos. 

 

 — Cor! Amarelo! — exclamou apertando o botão do brinquedo e mostrando para eles, que encenaram surpresa, Martim se aproximou mais da minha filha e juntou-se a Thomas no novo e inseparável entretenimento de Hilary. 

 

 — Acho melhor irmos para a cozinha acompanhá-las no preparo da nova receita. — a voz de Rosalie se fez presente — E creio que eles são competentes para cuidar de Hilary. — alfinetou. Os garotos pouco ligaram para as palavras dela, apenas confirmaram que eu podia ir para a cozinha tranquila, que se algo acontecesse com minha filha eles pediriam ajuda.  

 

 Então eu subi as escadas na companhia de Rosalie, Hilary sequer se abalou ao nos ver sair do cômodo a deixando com dois homens praticamente desconhecidos. Ao chegarmos na cozinha, Esme já tinha colocado as partes necessárias do frango para serem cozidas, Renesmee separava a quantidade suficiente das ervilhas na panela que já tinha batatas e cenouras cortadas em cubos. Me prontifiquei a cortar as cabeças de cebolas e alhos necessárias para a receita e me responsabilizei em ficar responsável pelo almoço da minha filha. Para a minha surpresa, Rosalie apenas sentou na banqueta observando nosso movimento contínuo pela cozinha. Renesmee estava mais agitada que o normal, falava sem parar nas receitas de família que Franchesca tinha guardado a sete chaves no porão de sua pequena casa e o quanto se sentia vitoriosa por ter o privilégio de saber pelo menos uma, o que ela havia sonhado conseguir por alguns anos depois de ter provado a comida da mulher.  

 Passado algum tempo, Alice desceu juntando-se a Rosalie na inspeção do preparo da torta; seu assunto preferido era sobre a rotatividade do mundo da moda e a falta de autenticidade que seu universo favorito sofria no passar dos anos. Eu não entendia muito das etiquetas modelistas, era incrível como ela parecia respirar tudo isso. 

 

 — ...Nessie, acho que você está se esquecendo do presunto cozido! — interrompeu seu próprio diálogo avisando a sobrinha — É incrível! — continuou, eu já nem sabia do que ela falava — Tenho certeza de que vocês não sabem quem foi Elsa Schiaparelli! Rose! Esme! Não falem! — as silenciaram. 

 

 — Uma médica que revolucionou a história da medicina? — arrisquei um palpite mexendo o refogado na panela. 

 

 — Alguém da moda? — Renesmee tentou uma alternativa mais óbvia. 

 

— Sim, Nessie! — comemorou batendo palmas — Famosa nos anos mil novecentos e trinta por criar o rosa choque! Ela na verdade revolucionou o mundo da moda! Quem você acha que criou o shorts feminino? — gargalhou em deleite. Realmente, Alice respirava moda — Amei conhecer essa mulher! — seus olhos brilhavam declarando — Estive presente apenas em sua última apresentação de desfile em mil novecentos e cinquenta e quatro. — suspirou saudosa e eu a olhei chocada — Através dela eu tive convicção em estudar arte e moda... — travou seu próprio diálogo ficando em silêncio — Uh! Já volto, preciso dar uma animada na bolsa de valores. — se retirou do cômodo pegando seu celular de dentro de um bolso camuflado de seu vestido. 

 

 — Década de mil novecentos e cinquenta?! — perguntei perplexa — Isso foi a tanto tempo, que sequer me lembro de como eram as vestes das mulheres nessa época! 

 

 — Pois é, estamos vivendo por um bom tempo! — riu Rosalie — Com o tempo nos acostumamos com tudo isso. — indicou o ambiente a sua volta, exemplificando a respeito dos anos. 

 

 — Pois é! — concordou Renesmee passando por mim com a bacia de inox em mãos — Não que eu estivesse viva desde esse tempo, mas é bom já estar acostumada. Não é nada fácil ser a bebê no meio dos anciões! — brincou. 

 

 — Hei! — ofendeu-se Rosalie — Está se referindo a supremacia, eu suponho. — ergueu sua sobrancelha fazendo uma troca de olhares cumplices com sua sobrinha. 

 

 — Certamente! — concordou peneirando a farinha sobre a bancada da pia— Vovó, onde está o rolo? A massa já ficará no ponto em menos de quinze segundos. — perguntou para logo receber o rolo de amassar massas em suas mãos pela mesma — O refogado está quase pronto não é Lee? Creio que sim, estive cronometrando, quinze minutos é o tempo perfeito para que o recheio descanse enquanto a massa asse no forno... 

 

 — Lee?! —  virei meu rosto em sua direção franzindo a sobrancelha confusa. 

 

 — Hã?!— inquiriu confusa, do ângulo em que estava, percebi sua testa começar a se avermelhar antes da bochecha começar a atingir a coloração similar, resultado do seu constrangimento — Eu cronometrei, está neste exato momento, perfeito! Pode por favor colocar a panela com recheio para descansar? Apenas isso... — desconversou aprontando a massa sobre o balcão começando a esticá-la. 

 

 — Está bem! — acatei sua ordem afastando a panela do cooktop, que desligou automaticamente. 

 

 Deixei a panela no canto da pedra em que ela esticava a massa até atingir o ponto certo para montar a forma que eu já havia untado. Ela não tornou a comentar muitas coisas depois disso. Continuamos a trabalhar no preparo da torta com todos os presentes da família na cozinha. Rosalie continuava no mesmo lugar entretida com a falação de Alice, que apareceu com boas notícias sobre as ações da família na bolsa de valores e me convencia a pensar em deixá-la conduzir meus investimentos da mesma forma que ela fazia com todos. Emmett garantiu que Alice nunca falhava, o que me deixou mais induzida a aceitar sua oferta; de qualquer modo, Alice já parecia ter mexido alguns pauzinhos e só me restava concordar com sua decisão no investimento. Renesmee deixou em meus cuidados as últimas modelagens da massa no acabamento decorativo que criamos na última camada da torta, não que tivéssemos experiência nisso, mas Esme nos deu a liberdade de executarmos essa parte sozinhas.  

Passei a forma para as mãos de Renesmee, vendo-a colocá-la dentro do forno, agora esperaríamos nosso almoço assar. Depois de alguns minutos sentada na mesma banqueta em que estive mais cedo, Thomas e Martim subiram com Hilary para a cozinha também aguardando com expectativa, o momento em que poderiam avaliar o sabor da torta que a amiga se dispôs a fazer. Hilary caminhava entre todos os presentes com o bendito brinquedo piscando sua luz amarela por todo o lugar, sua voz de vez em quando entoava animada a palavra “luz” e “Amarelo”, mas logo ela se calava e apenas caminhava para lá e para cá em silêncio, apesar de demonstrar seu contentamento. Agradeci aos céus pelo brinquedo apenas ter uma luz e nenhum tipo de som, pois teríamos que aguentar as cantarias por um longo tempo indeterminado. 

 

 — Será que estou sonhando? — perguntou Renesmee para ninguém em especial — Franchesca nem irá acreditar que eu estive refazendo sua receita! Meninos, tirem uma foto! Eu vou mostrar para todo o mundo que passar na minha frente! 

 

 — Tia Franchesca irá acertar uma colher de madeira na sua cabeça se você ousar espalhar para os sete ventos que conseguiu driblar seu silêncio a respeito das receitas Quileutes da família. — falou Martim dando risada. Apesar de ter rido, percebi que ele estava falando sério — Você falou a receita pra todo mundo da sua casa Nessie, ela não irá te perdoar... — alfinetou. 

 

 — Para de implicar, palhaço! — repreendeu Thomas — Esse é o meu trabalho! Nessie, ela não vai querer nem te ver na varanda da casa! — juntou-se ao amigo em chateá-la. 

 

 — Sabe o que eu estou fazendo com essas palavras? — devolveu ela — Fazendo-as entrar por este ouvido e sair pelo outro! — apontou seu dedo para suas orelhas, que havia um brinco cravejado no formato da letra R de, possivelmente diamantes — E eu não estou espalhando nada! — negou cruzando seus braços erguendo seu queixo de modo convencido. Não havia inimizades entre eles, era tudo apenas uma implicância saudável, a família sequer intrometia. 

 

 — Deixe Cole saber sobre isso... — Thomas instigou a intriga, deixando tanto ela, quanto eu, desconfortáveis. 

 

 — Porque insiste em mencioná-lo? O que ele irá fazer? Me morder?! — debochou gesticulando suas mãos de forma dramática. 

 

 Eles continuaram a trocar farpas, agora, focando em outro assunto que não envolvessem a tia Franchesca e Cole. Thomas e Martim passaram a comer as sobras das tiras de massa que haviam restado no balcão enquanto reclamavam da demora da torta, que na verdade já estava praticamente pronta dentro do forno, o cheiro já inundava a mansão toda, mas era notório que eles apenas falavam para que Renesmee ficasse com a testa e bochechas vermelhas de cólera. 

 

 — Parem de encher meu saco! — revirou seus olhos castanhos escuros puxando a luva térmica caminhando até o forno o desligando — Está pronto! — declarou retirando a forma. Atrás dela, ambos gritaram em comemoração me dando um pequeno susto, nenhum pouco tímidos eles logo se curvaram sobre a pedra da ilha, mais um pouco eu poderia presenciar algumas babas escorrerem no canto de seus lábios. Torci minha boca repudiando a cena nojenta que minha mente reproduziu. 

 

 — O cheiro parece bom! — aspirou Thomas — agora teremos que saber o sabor... Espero não encontrar nenhum fio de cabelo seu aqui dentro Nessie. — encarava a torta sem piscar. 

 

 — Que nojo! — Martim olhou para ele fazendo uma careta enojado. 

 

— Meninos, pelo menos sentem-se a mesa para comerem. — Esme pediu para eles com um sorriso gentil. Ela já havia arrumado a mesa para que pudéssemos almoçar. Os copos, pratos e talheres já estavam a postos na frente de cada assento e havia uma jarra de suco ao lado da garrafa de refrigerante gelada nos esperando.  

 

 A passos largos com suas pernas grossas e compridas, eles logo se ajeitaram na cadeira ansiosos para receberem uma fatia da torta em seus pratos. Peguei Hilary em meus braços e séria conversei com ela a respeito de não poder ficar com o brinquedo luminoso em suas mãos durante as refeições. Ela não gostou muito, como toda criança, mas me conhecia bem o suficiente para entender que seu choro não mudaria nenhuma decisão minha a respeito de suas atitudes. Por mais nova que ela fosse eu tinha a obrigação de desenvolver a melhor educação que ela deveria levar para a vida inteira, isso começou desde antes dela sequer saber sentar, não era porque eu não estava em um lar meu e fixo que eu deixaria ela fazer o que quisesse. Então, quietinha, apesar de seus olhinhos terem ficado vermelhos pela vontade de chorar ela ficou sentadinha em sua cadeira aguardando a sua refeição. Deixei sua colherzinha em suas mãos e me sentei ao seu lado junto com Martim e Thomas, aguardando uma Renesmee animada se aproximar de nós com a torta já desenformada até a mesa. Rosalie e os demais saíram do cômodo, nos avisando que estariam no deck ou pelo extenso jardim do terreno. Deixei o prato pequeno e infantil a frente de Hilary que com jeitinho passou a selecionar quais legumes iria comer primeiro, vez ou outra ela soltava a colher para pegar o alimento com a mão, mas logo voltava a usá-lo. 

 

— Aqui está! — saltitou até nós colocando com todo o cuidado a torta na nossa frente, o cheiro estava maravilhosamente atrativo, a fumaça que saía de dentro das aberturas da massa trançada parecia caminhar por toda cozinha — Queria que Jake estivesse aqui, ao contrário de vocês... —   comentou Renesmee, mas nem terminou sua fala, repensando suas palavras e negando com um aceno de cabeça — Não, todos vocês são irritantes, nem mesmo Jacob se salva! Okay... — sentou-se ao meu lado direito com a espátula de corte em sua mão, parecia conter sua euforia. Ao lado direito dela estava Martim, que estava a minha frente e Thomas a frente de Hilary, ao lado de Thomas sobrava apenas um assento disponível com o prato e os talheres foram mantidos — Agora sim, — ergueu-se para cortar a torta passando a nos servir. — Bom apetite para nós! — desejou. 

 

Começamos a comer em silêncio, cada um degustando da sua maneira a torta que Renesmee se empenhou no preparo. Sua massa estava leve e saborosa, era fácil sentir seu sabor e qualidade por manter tão bem a temperatura do recheio do frango desfiado maravilhoso que preenchia minha boca, eu não conseguia identificar, mas com certeza o molho inglês era o grande cumplice da consistência nítida do sabor. Degustei com gosto, e assim como os jovens homens a minha frente, suspirei em deleite. Claro que nosso silêncio não durou por muito tempo entre a gente, falávamos de um pouco de tudo, desde o assunto da bolsa de valores que Alice havia mencionado e que eu já estava praticamente decidida em aceitar, até a baseball, o esporte favorito da família Cullen. O assunto a respeito da vivência deles na reserva indígena era pouca e eu não sabia como estender o assunto o suficiente para que conseguisse chegar ao bendito ser, chamado Cole. Eu estava me corroendo de curiosidade em saber sobre seus comportamentos, e saber se ela tinha ciência de que ele havia estado por perto a horas atrás! 

 

 — Hãã... Nessie? — chamou Martim parando de cortar mais um pedaço da terceira fatia que ele comia. Renesmee desviou sua atenção de Hilary e olhou para ele — Alguém irá recepcionar a pessoa que está na porta? — perguntou. 

 

 — Eu atendo!  — ouvimos a voz aguda de Alice gritar no andar de baixo. Os três a minha frente fizeram uma leve careta de dor, Thomas sendo mais exagerado tapou seus ouvidos. 

 

 — É... Ainda bem que não comemos todas as fatias da torta... — Martim comentou. 

 

 — O que significa que não sobrará mais pra gente. — acrescentou Thomas um pouco chateado pegando mais outro pedaço da torta. Ergui minhas sobrancelhas não acreditando na sua cara de pau. 

 

 Percebi que os três a minha volta ficarem nitidamente tensos, Renesmee por ter a pele mais clara que nós, não conseguia ocultar as reações inconscientes que seu corpo pigmentava em sua pele, deixando a ponta de suas orelhas, bochechas e testa bem rosadas. Já Martim apresentava um tremor em suas mãos, enquanto Thomas parecia focar sua atenção ao prato a sua frente, passando a nos ignorar, ainda assim, eu percebi uma veia sobressair na sua testa. Tornei a dar minha atenção a minha filha oferecendo mais um pouco de suco de laranja para ela, Hilary segurou o copo com ambas as mãos não se importando por eu já estar fazendo o mesmo para ela. Deixei que ela controlasse a quantidade de líquido que engoliria, o que não resultou em uma boa ação assim que ela começou a se engasgar com o suco cuspindo a grande quantidade de líquido que ela não havia chegado a engolir e começou a tossir. Puxei o copo de suas mãos antes que ela o derrubasse puxando minha cadeira na sua direção rangendo no piso fazendo um barulho agoniante no ato. Ergui seus braços acima de sua cabeça e assoprei por costume no meio de sua testa a assustando. Seu rostinho vermelho se levou um leve choque, o que a fez parar de tossir.  Mantive seus braços suspensos analisando sua feição assustada me sentindo culpada e preocupada olhando seus pequenos olhos cheios de lágrimas contidas. Quando a crise de tosse realmente pareceu ter acabado eu desci seus braços devagar e alisei seus cabelos descendo minha mão esquerda para suas costas, esfregando o lugar. Hilary se inclinou na minha direção agarrando minha blusa, não se importando em como ela conseguiria estar em meus braços. A puxei para mim abraçando seu corpo enquanto ainda continuava tossindo, mas agora, sem o perigo de alguma obstrução respiratória. Não era a primeira vez que isso acontecia com ela e sabia que também não seria a última, entretanto não havia mais de uma pessoa ao nosso lado para presenciar a situação que por segundos poderia se tornar algo fatal. Era desconcertante. 

Apenas quando ela tossiu pela última vez com sua cabeça descansando sobre meus ombros, já cansada me deixando aliviada, foi que percebi Alice parada na borda da escada com o quileute a sua frente. Assim como a plateia que estava comigo na mesa estavam temerosos com o que haviam presenciado, Cole expressava nitidamente seu abalo, parecia sentir alguma reação dolorosa de culpa. Alice estava petrificada movendo seus olhos para cada rosto presente no cômodo sem saber o que poderia falar naquele momento. Forçando um pigarro, ela deu um passo à frente tocando seus fino dedos nas costas do homem a sua frente, que se retraiu com o toque se afastando dela. 

 

 — Vocês têm visita. — informou pontilhando seus pés delicados para perto de mim — Se quiser posso levá-la para Esme — propôs. Mesmo que no fundo eu não quisesse... 

 

— Temos algumas pendências serem esclarecidas por aqui... — sua voz preencheu o ambiente calando as próximas palavras de Alice — Espero que conseguir resolvermos isso hoje. 

 

— Cadê o Jake? — perguntou Renesmee. Percebendo a convicção que Cole carregava, cedi ao pedido de Alice passando Hilary para os seus braços; gesto que atraiu os olhos de Cole novamente para nós. — Pensei que estivessem juntos. — Renesmee emendou cruzando seus braços. 

 

 — Não sei Renesmee, deve ter ido para a casa de Embry, eu não quis saber para onde ele estava indo, mas sei que não irá demorar para aparecer aqui — andou mais um pouco para mais perto de nós. Martim e Thomas continuaram calados esperando o amigo se aproximar. — Martim, Thomas. — os cumprimentou. 

 

 — Senta logo aí! — exclamou Thomas apontando para a única cadeira que havia disponível — Temos a réplica de uma boa torta aqui para ser julgada. 

 

 —  Pensamos que não se desculparia nunca com a Amberli. — Martim comentou olhando para mim pelo canto do olho. 

 

— Não é como se ele tivesse escolha. — Thomas comentou como se não estivéssemos na sua frente — O que acha Nessie? Até que ele demorou né? — riu. 

 

— Como eu sei que vocês não aguentam manterem as coisas apenas para si, — Cole revirou seus olhos — eu fiz questão de vir até a mansão Cullen para pedir perdão olhando nos olhos da mulher que assustei. — desviou seus olhos castanhos claros para mim — Claro, se aceitar. 

 

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por favoritar, acompanhar e comentar! ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥



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