Diva escrita por Palas Silvermist


Capítulo 9
Capítulo 09 – 5 passos, 3 feitiços e muito barulho




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/728860/chapter/9

Era um domingo. A lua cheia acabara dois dias antes, e os Marotos aproveitavam para dormir até mais tarde e recuperar o sono. Bom, pelo menos…

PÓÓÓ!!

Inesperadamente, um som alto preencheu o dormitório.

Sirius sentou rapidamente com o susto batendo a cabeça no teto da cama. James, achando que fosse um ataque ou qualquer outra coisa parecida, pulou da cama tropeçando em seu cobertor e caindo no chão. Remus estava tão cansado dos dias anteriores que meramente teve um espasmo muscular e se sentou na cama.

—AI! Mas o quê…? – Sirius abriu o cortinado de sua cama com violência massageando o topo da cabeça

Os três Marotos ex-adormecidos encararam um Peter com cara de culpado sentado em sua cama com um saxofone na mão.

—Ops. – fez ele – Acordei vocês?

—Não, Wormtail. – disse Remus – Nós três tivemos um pesadelo coletivo e acordamos ao mesmo tempo para evitar que um navio passasse em cima de nós.

—Ah…

—Claro que foi você que acordou a gente!

—Wormtail, onde você encontrou isso? – James perguntou

—Ah, - disse ele animado – naquele armário onde nos escondemos do Filch uns dias atrás. Não é legal?

E assoprou forte o instrumento fazendo uma nuvem de pó voar.

—E a troco de… Atchim!… de que você acordou a gente com isso? – fez Sirius

—Ah, é que o Sarau está chegando, e eu quero me apresentar.

—O quê?

—Você acordou a gente por isso? – Sirius falou indignado

—Wormtail, e como você pretende aprender a tocar isso em quase dois meses? – James perguntou

—Eu achei um livro na Biblioteca.

—Você esteve na Biblioteca? – fez Remus impressionado

O rapaz baixinho tirou do chão um exemplar de Aprendendo saxofone em 5 passos e 3 feitiços e mostrou aos amigos.

—Eu vou até a cozinha comer alguma coisa depois disso. – falou Sirius se livrando das cobertas

—Eu também vou – falaram James e Remus em uníssono

Depois de se trocarem, os três fugiram do dormitório.

—Onde vocês acham que ele vai ter mais problemas: nos 5 passos, ou nos 3 feitiços? – perguntou Sirius

Remus bateu no braço dele.

—Não seja tão mau.

—Vai me dizer que não estava pensando na mesma coisa.

—Não, Padfoot. … Dessa vez, não.

Antes de saírem pelo Retrato da Mulher Gorda, encontraram Frank indo para o dormitório.

—Você tem amor aos seus ouvidos? – Sirius perguntou

—Isso devia fazer algum sentido pra mim? – ele pediu ajuda a Remus

—Peter está tentando aprender a tocar sax. Se eu fosse você, pegaria o que precisa e sairia do dormitório bem rápido. – James explicou

—Vocês estão tentando me pregar uma peça, certo?

—Eu bem queria que fosse, Frank. – lamentou Remus

Póoo— veio de longe o som

—Vocês só podem estra brincando. – falou o rapaz começando a acreditar – E eu que achei que já tinha passado dessa fase quando meu irmão desistiu do violino… - disse fechando os olhos e começando a subir a escada

—Boa sorte. – falou Sirius e os três desceram para tomar café

… … … … … … … … … 

Dias depois, James treinava sozinho no Campo de Quadribol com o pomo de ouro depois das aulas da tarde. Sirius subiu na arquibancada e chamou o amigo, mas não teve resposta. Acabou montando em sua vassoura e foi atrás dele.

—Prongs, cara, estou te chamando tem uns cinco minutos. Você não ouviu?

—Não, Pads, eu estava concentrado procurando o pomo. Não posso perder o próximo jogo de novo.

—Prongs, faça-me o favor, você sabe que o último jogo não foi falta de habilidade, foi falta de sorte.

—Chame do que quiser. Não pode acontecer de novo.

—Um amigo lobisomem, um que acha que pode tocar sax em 5 passos e 3 feitiços e agora um amigo paranoico. Era tudo o que eu precisava. Que seja. Não sabe o que eu vi no Mural de Avisos: colocaram os nomes da Comissão de Formatura de cada Casa e colocaram o seu nome na Grifinória. – disse Sirus rindo

—E daí, Pads?

—Como “e daí”? Vai me dizer que entrou nessa por livre e espontânea vontade?

James saiu para pegar o pomo nessa hora. Incrédulo, Sirius foi atrás.

—Você não pode estar falando sério. Até onde eu tenha visto, nenhum balaço bateu na sua cabeça no treino, nem no jogo.

—Quanto drama, Padfoot.

—Drama? Prongs, nós costumávamos fazer piada desses caras.

—Eu sei. – disse ele soltando o pomo de novo

—Você me disse que preferia escorregar em um tobogã de gillete e cair em uma bacia de álcool a fazer parta de Comissão de Formatura

—Eu sei. – ele pegou o pomo de novo

—Você disse que não faria isso nem sob tortura.

—Eu mudei de ideia. – ele soltou o pomo

—Essa parte eu já entendi. – falou Sirius segurando o pomo e fazendo James prestar toda atenção nele

—Padfoot, quer me devolver o pomo?

—Não antes de você me falar porquê.

—Não tem um porquê.

—Você não me engana.

—Droga, Padfoot… - ele passou a mão pelos cabelos – É a Lily. Ela também faz parte.

—E daí? Ela te forçou a participar dessa bobagem?

—Não. – James falou como se essa perspectiva fosse absurda.

—Então o quê??

O amigo passou a mão pelos cabelos nervoso outra vez.

—Droga, Padfoot, eu gosto dela. Eu realmente gosto. Só que por causa daquele trato absurdo eu não posso fazer nada. Eu realmente me interessei por alguém que eu não posso convidar pra sair. Porque eu fui idiota o suficiente para ela acabar fazendo um trato e eu aceitando de não convidá-la.

—E você pretende fazer o que entrando na Comissão de Formatura? – Sirius perguntou parando de brincar

—Eu não sei, mas pelo menos posso ficar perto dela.

—Desde quando?

—Desde quando o quê?

—Desde quando gosta dela? E não vem me dizer que tem dois anos, porque eu não vou acreditar.

—Não tem dois anos. Talvez um ou dois meses. Ela é linda Padfoot, em todos os sentidos da palavra. Tem alguma coisa nos olhos dela que me atraem… no sentido de puxar mesmo… O brilho que emana dela quando está pintando e quando fala de seus desenhos… - James comentou com os olhos no infinito – E eu não posso fazer nada.

—Eu me enganei. – corrigiu Sirius – Não é um amigo paranoico que eu arrumei agora, é um apaixonado. É pior do que eu pensava.

—Não fala nada, Pads. Não pense que eu não reparei naquela corvinal quase se jogando em cima de você e você mal olhou pra ela.

—Ela simplesmente não faz o meu tipo.

—Fale o que quiser, Padfoot. Tenho minhas próprias teorias. – falou James com um sorriso, tirou o pomo da mão do amigo e soltou-o de novo

Pouco depois, os dois voltaram para a Torre da Grifinória. Estavam ainda na escada do dormitório quando ouviram: pó pó póó… póóóó. O som ia se intensificando conforme eles subiam os degraus.  Pó pó  PÓÓÓ!!

—O que acha de um feitiço silenciador, Progs?

—Como se sax não fala?

—Prongs, isso é absurdo! Nós, os Marotos, estamos sendo expulsos do nosso dormitório por um acúmulo de poeira em forma de instrumento musical!

—Tocado por outro Maroto.

—Tocado??

—Ok, arranhado.

—Nós temos que…

PÓÓÓÓÓÓ!!!!

—Eu vou voltar para o Salão Comunal – falou James dando meia volta

—Eu só vou pegar meu livro e descer. – disse um Sirius irritado antes de abrir a porta do dormitório e se aventurar lá dentro.

… … … … … … … … … 

Na primeira aula da semana seguinte, Feitiços, Sirius jogou uma bolinha de pergaminho na carteira de Bela.

Sirius: Bela, quando vão ser as inscrições para o Sarau?

Bela: Daqui duas semanas.

Sirius: Duas semanas?? Ainda?

Bela: É.

Sirius: Tudo bem, nós damos um jeito de sobreviver. Ainda assim ganhamos umas três semanas.

Bela: Sirius, do que você está falando?

Sirius: Bela, você tem que recusar a inscrição de Peter no Sarau.

Bela: O quê? Sirius, não posso fazer isso.

Sirius: Bela, por favor. Rach?

Ao ler o bilhete, Rachel apenas balançou a cabeça negativamente.

Sirius: Vocês precisam! É um problema socioambiental.

Bela: Problema socioambiental?

Rach: Pelo que ando escutando os meninos falarem esses dias, até posso imaginar o que seja o sócio, mas o ambiental…

Sirius: Sócio porque ninguém aguenta ficar perto dele. Estamos sendo expulsos do nosso próprio dormitório! Ambiental porque aquilo é poluição sonora da pior espécie.

Bela: Sinto muito, Sirius. Vocês que vão precisar resolver isso.

O rapaz não gostou muito da resposta, mas ia ter de pensar em alguma outra coisa…

… … … … … … … … … 

Mais tarde naquele dia, Remus entrou no dormitório e encontrou Sirius e Peter discutindo.

—O que aconteceu?

—Ele pegou meu sax. – Peter acusou

—Não peguei. – Sirius se defendeu

—Pegou sim!

—Não peguei!

—Só para confirmar, vocês têm quantos anos mesmo? – Remus perguntou

—Dezessete. – Sirius respondeu

—Sério? – fez Remus sarcástico – Eu chutaria no máximo dez.

—Sete anos de diferença, não foi tão longe. – Sirius retrucou no mesmo tom

—Eu deixei aqui dentro. – Peter guinchou remexendo em seu malão jogando suas coisas no chão com considerável barulho

Do outro lado do dormitório, Remus apenas solhou para Sirius.

—O quê? – fez Padfoot – Não fui eu! – e abaixando a voz acrescentou – Acredite, Moony, eu gostaria de assumir a autoria de uma ideia tão brilhantemente prática, mas não fui eu.

—Hum…

—Eu só tentei pedir a Bela e Rach que recusarem a inscrição dele no Sarau… - disse ele disfarçadamente

—Padfoot! – amigo sussurrou

—Ah, Moony, para de dar uma de santo. Vai me dizer que também não queria que elas aceitassem o que eu pedi.

—Esse não é o assunto agora.

Sirius grunhiu em resposta.

Um momento de silêncio…

—Elas aceitaram? – Remus perguntou subitamente interessado

Sirius lançou a ele um olhar maroto.

—Afinal? – perguntou Remus

—Infelizmente, não.

—Que pena…

… … … … … … … … … 

No sábado seguinte, todos já tinham se levantado do almoço quando Rachel chegou ao Salão Principal. Sirius insistiu em ficar para lhe fazer companhia, apesar de ela insistir que não era necessário.

—O que aconteceu? – ele perguntou ao seu lado – Você nunca se atrasa pra nada.

—Ah, - disse ela sem olhar diretamente para ele – eu já estava descendo quando Dília apareceu cheia de pequenos espinhos. Demorou um tempo até eu conseguir convencê-la a me deixar tirá-los e mais um tempo até terminar de tirar todos. Não sei por onde ela andou…

O rapaz estava sentado de lado no banco de forma a ficar de frente para ela.

—Dília tem quanto tempo?

—Três anos.

—Eu estava pensando, não sei quase nada sobre a sua família.

—Bom, - disse ela corando – não tem muita coisa pra saber. Moro com meus pais e minha irmã. – disse já terminando de comer

—Ela é mais nova ou mais velha do que você?

—Mais nova. Tem dez anos.

—Então está quase vindo para Hogwarts.

—Não sabemos se ela vai vir… meus pais são trouxas, lembra?

—Eu disse a você, Carmine, - um casal de sonserinos passou atrás deles – estava sentindo um mau cheiro nesse lado do Salão Principal. Sangues-ruims, como era de se esperar… - e continuaram andando

Indignado, Sirius levantou para revidar e ofensa. Muito rápida, Rachel entrou na frente dele.

—Não! – disse ela com a voz baixa para não chamar atenção de ninguém colocando a mão no ombro dele

—Rach, você ouviu o que ele acabou de falar? – perguntou ele irritado, porém mantendo a voz baixa para falar com ela

—Ouvi. – Rach respondeu calma olhando para cima diretamente para os olhos dele

—E você aceita??

—Você acha que eu sou o que ele falou? – ela perguntou no mesmo tom calmo

—Claro que não! – ele ainda mantinha a voz baixa

—Nem você, nem nenhuma das outras pessoas com quem me importo. Então por que eu vou escutar?

—Rach...

—Sirius, ele fez isso para provocar. Vai deixar que ele consiga o que quer? – vendo que ele não respondia, ela acrescentou – Por favor.

Sirius expirou derrotado.

—Rach, você é única. Por você.

Por força de expressão, Sirius abaixou a cabeça quando disse isso ficando mais próximo do rosto de Rach. Só então ela percebeu que ainda tinha a mão no ombro dele. Sem graça, abaixou o braço, corando.

—Obrigada.

—Vem, vamos sair daqui. – ele passou o braço pelas costas dela e a dirigiu para fora do Salão Principal

Ao passarem pelo Quadro da Mulher Gorda, Sirius viu de relance Alex subindo as escadas do dormitório masculino e riu internamente. Se ela achava que o roteiro dela estaria em cima da sua cama de novo, estava muito enganada…

Ele foi sentar com os outros Marotos em frente à lareira, e Rachel sentou à mesma mesa com Alice para continuar estudando.

Cinco minutos depois, Alex voltou ao Salão Comunal perguntando:

—Sirius, isso está ficando cansativo, onde está o meu roteiro?

—Como eu vou… - ele interrompeu a si mesmo quando a amiga entrou no seu campo de visão – Essa não é a minha vassoura? – fez ele olhando para o objeto nas mãos dela

—Ah, sim, é a sua vassoura – ela respondeu em um tom jovialmente leve

—E o que você…

—Você não é o único que sabe brincar, Pads. – falou ela passando a mão pelas palhas da vassoura

—O que você…

—Eu perguntei – falou Alex segurando uma das palhas e ameaçando arrancá-la – onde está o meu roteiro

—Você não faria isso.

A garota apenas levantou as sobrancelhas

—Alex… - ele tentou

—Dou-lhe uma…

—Alex…

—Dou-lhe duas

—OK! Está aqui. – ele tirou uma miniatura no bolso e com um aceno de sua varinha o roteiro voltou ao tamanho normal

—Muito obrigada, Sirius. Sabia que não íamos precisar chegar a medidas drásticas. – disse a garota cordialmente – Vai pegar meu roteiro de novo? – perguntou com a voz suave

—Não. – ele respondeu emburrado

—Ótimo. Nos vemos no ensaio em meia hora. – disse ela e subiu para o dormitório feminino

—Pads, você tem de admitir, - falou Moony – ela tem estilo.

—Até demais... – o amigo respondeu

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá, pessoas simpáticas que acompanham a fic!
Gostaram da solução da Alex para proteger seu roteiro? rsrsr
Espero que estejam curtindo a história.
Beijos, Palas



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diva" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.