Diving In The Past escrita por YinLua


Capítulo 3
Changes


Notas iniciais do capítulo

Bom dia!
Mais um capítulo :3
Infelizmente, nas últimas 6 semanas passei por uma crise de falta de vontade de escrever e criatividade, que fez com que eu me atrasasse com os capítulos. Digo, quando comecei a postar, eu tinha 6 capítulos escritos. Estava escrevendo um por semana, mais ou menos, e hoje, no terceiro capítulo, tenho exatamente 6 capítulos escritos. A mesma quantidade. Deveria estar na metade da história já, mas não estou.
De qualquer forma, hoje acordei decidida a escrever e estou quase na metade do capítulo 7. Espero conseguir escrever os próximos com a mesma facilidade.
Obrigada a todos os que comentaram no capítulo anterior, e espero que gostem deste também!
Boa leitura :3



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— Senhores. — Dumbledore bateu em sua taça, chamando a atenção de todos ali, tanto os alunos quanto os professores. — Por favor, queiram me desculpar por interromper o café da manhã de vocês. — Os burburinhos surgiram e a maior parte dos alunos lhe olhava interessada, questionando por que a interrupção. — Os alunos que faltavam finalmente chegaram. Eles foram transferidos da Escola de Magia e Bruxaria Castelobruxo, no Brasil, porém ocorreu um problema com a viagem deles. Peço que os tratem gentilmente. Agora vamos às seleções!

Dumbledore bateu palmas e a pesada porta do Salão Principal se abriu, dando aos alunos a visão dos quatro adolescentes que ali entravam. Os murmúrios ficaram mais altos e as cabeças viravam conforme os amigos passavam. Minerva encarou Dumbledore em questionamento, o mais velho apenas sorriu para ela.

Harry não sabia como se sentir. Aquilo se parecia mais com um sonho do que  realidade. Observou com o canto do olho seus pais sentados um ao lado do outro na mesa da Grifinória e seu coração saltou dentro do peito. Como poderia se segurar perto deles? Como passar ao lado deles e não abraçá-los? Como vê-los e não dizer sinto a falta de vocês?

Era um desafio.

Apertou a mão de Gina, que caminhava ao seu lado. Seu estômago se revirava; estava nervoso. Vários pares de olhos lhe encaravam e observavam principalmente a cicatriz em formato de raio em sua testa. Aquilo era como voltar ao primeiro ano, em que todos sabiam tudo sobre si e ele não conhecia nem metade da história. Só que, naquele caso, era ao contrário. Alguns rostos lhe eram conhecidos e ele podia dizer a cada um o destino deles, porém não o faria, é claro.

Por que o Salão Principal parece mais extenso que o normal? Indagou internamente, respirando fundo. Pararam próximos a escada que havia ali e esperaram Filtch terminar de colocar o Chapéu Seletor em cima do banquinho. Parecia hilário, ter que sentar naquele minúsculo banquinho de três pernas naquele tamanho, em seu último ano.

Mas Harry podia afirmar com toda certeza: as circunstâncias que levaram àquilo não eram nem um pouco cômicas.

— Certo. — Dumbledore sorriu, diante do palanque. Olhou a cada um deles nos olhos, como se tentasse acalmá-los. — Vamos começar? Ah, não há a necessidade da música de abertura, senhor Chapéu — completou, vendo o Chapéu Seletor fazer uma careta.

— Guedes, Hermione.

Ao ouvir seu nome falso ser chamado, Hermione respirou fundo e seguiu até o banco. Sentou-se e sentiu a professora McGonagall colocar o Chapéu Seletor em sua cabeça. Mordeu o lábio, nervosa.

Não precisa ficar nervosa, minha cara. Sua casa já foi definida há muito tempo e você sabe disso; todos os seus feitos apenas ressaltaram que minha escolha foi acertada. Por isso, novamente você ficará na...

— Grifinória!

A mesa correspondente aplaudiu animadamente. Grifinória é sempre receptiva, pensou sorrindo e sentiu o Chapéu ser puxado de sua cabeça. Foi o sinal que precisava para levantar do banco e dar a vez para Harry. Olhou-o, indicando que estava ali e seguiu para sua mesa.

Observou a mesa e escolheu sentar-se no lugar que tinha ao lado de um rosto conhecido. Sirius! Sentiu-se emocionada, ver aquele homem a quem tinha admirado tanto mais jovem, sem cicatrizes, com seu olhar ainda iluminado era surreal. Sorriu e sentou-se no lugar.

— Olá — falou para ninguém específico. Os rostos que a encaravam de volta lhe sorriram e Hermione soube que tinha sido bem recebida. — Sou a Hermione.

— Prazer. — O moreno que estava ao seu lado lhe sorriu malicioso, fazendo com que Hermione corasse levemente. — Meu nome é Sirius.

— Não liga para ele, Hermione. — Hermione voltou-se para a dona da voz e surpreendeu-se. Aqueles olhos... — Sou Lilian Evans, muito prazer.

— Paes, Harry.

Hermione distraiu-se com a conversa, sentindo-se honrada em conhecer a mãe e o padrinho de seu melhor amigo, assim como os antigos integrantes da Ordem da Fênix. Era uma chance única e, embora ainda estivesse temerosa sobre como voltar, pensou que deveria aproveitar.

— Sonserina!

A voz do Chapéu Seletor fez com virasse imediatamente para Harry, assustada. Seu amigo estava mais pálido que o normal e parecia temeroso. Ouviu as palmas contidas da mesa da Sonserina e então pareceu mais real: Harry tinha sido selecionado para a Sonserina, mas que diabos?!

— Harry! — exclamou, pondo a mão na boca. Procurou os olhos do amigo, mas o mesmo ainda parecia um pouco em choque.

— Seu amigo? — Lilian questionou-a.

— Sim, nos conhecemos desde os 11 anos — murmurou, preocupada.

Observou o peito do moreno subir e descer lentamente e parecia que Harry tinha voltado a si, uma vez que levantou do banco. Mordiscou o lábio, prestando atenção a cada um de seus movimentos.

Harry trocou um olhar com Gina e a ruiva lhe olhou como se dissesse vai ficar tudo bem, foi o suficiente para que ele tivesse forças para caminhar até a mesa da Sonserina. Ultimamente estava precisando muito dela; não era algo de se envergonhar, mas Harry precisava se reestabelecer. Não podia depender da força que Gina lhe dava sempre. A guerra e os pesadelos tinham abalado suas estruturas, porém ele era Harry Potter e voltaria ao seu normal.

Sentou ao lado de um sonserino desconhecido que lhe olhava com o rabo de olho e pegou os talheres, cutucando a torta de abóbora que tinha aparecido em seu prato magicamente. Como não se preocupar quando estava entre cobras? Virou-se para olhar Ron e Gina, que ainda seriam selecionados.

— Wiges, Ginevra.

Segurou um sorriso ao ver a careta de Gina e viu-a caminhar até o banco. Tão logo o Chapéu tocou em sua cabeça, ele gritou:

— Grifinória!

Sorriu para ela, mesmo que ainda estivesse um pouco chateado por ficar sozinho na Sonserina. Era estranho pensar que vestiria o uniforme verde e prata, que dormiria nas masmorras, que não podia ver seus amigos sempre que quisesse. Mas era o preço a pagar por sua escolha: não podia ficar próximo a James e Lilian, por isso pediu ao Chapéu não colocá-lo na Grifinória. Tinha funcionado em seu primeiro ano e funcionado novamente naquele momento.

Só não esperava que fosse selecionado para a Sonserina.

Certo, o risco passou por sua mente quando considerou que quase o tinha sido na seleção anterior, mas ele o ignorou. Bem, talvez ele poderia tirar vantagem disso. Conversaria com os outros e veria o que poderia fazer. Só precisava tomar cuidado com os comensais, para que não relatassem nada importante.

— Wiges, Ronald.

Ninguém em sua mesa tentou puxar assunto e ele não fazia questão disso. Quanto mais quieto, melhor. Não podia chamar muita atenção, Voldemort não podia descobrir sobre sua existência e tinha que tomar muito cuidado com suas ações, qualquer coisa poderia alterar gravemente o futuro.

— Grifinória!

Quer dizer, eles já estavam alterando com suas presenças, mas falar algo em relação ao futuro para alguém podia prejudicar bastante e mudar completamente o futuro que conheciam. Um erro e Voldemort poderia dominar o mundo bruxo.

— Terminadas as seleções, aproveitem o banquete. Assim que terminarem, peço aos novos alunos que passem em minha sala para pegarem seus horários. — Dumbledore sentou-se e pôs-se a degustar seu café da manhã, ignorando o alvoroço.

Harry então se virou para seu prato também, tentando comer o mais rápido possível.

Gina encarava a mesa da Sonserina, preocupada. Por que Harry tinha sido selecionado para aquela casa? Isso com certeza não estava nos planos deles, e provavelmente atrapalharia a comunicação entre eles. Bem, qualquer coisa poderia simplesmente ir até a mesa da Sonserina e sentar ao seu lado. Quem se importava com olhares?

— E agora? — sussurrou para Hermione, que também não parecia muito confortável para a situação.

— Vamos dar um jeito — ela respondeu, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Hermione franziu as sobrancelhas e fez cara feia para Ron: — Coma devagar, Ronald! Você é o quê, um porco?

Sorriu com a familiaridade da cena, comendo seu pudim. Lembrou-se de Luna e sentiu saudades da amiga, mas prometeu a si mesma que faria de tudo para que pudessem voltar ao futuro, senão não se chamava Gina Weasley.

— Então... — Uma voz desconhecida chamou a atenção. Era uma garota morena, de longos cabelos lisos que formavam um encaracolado nas pontas, dando um toque charmoso. Seus olhos eram de um tom claro de azul, talvez meio cinzento, Gina não sabia dizer. — Sou Marlene McKinnon, muito prazer.

— Hermione Guedes. — Hermione lhe apertou a mão e apontou para a ruiva que tinha ocupado o lugar de Sirius ao seu lado. — Essa é Gina Wiges e o irmão dela Ronald Wiges.

— Muito prazer. — Gina lhe sorriu, enquanto Ron apenas acenou com a cabeça, de boca cheia. — E aquele lá na mesa da Sonserina é o Harry Paes, meu namorado.

— Vocês falam inglês muito bem. — Lilian observou. — Nem possuem sotaque.

— Ah, tivemos aulas no Brasil antes de vir. — Hermione disfarçou.

Ao lado de Lilian estava James Potter, que conversava animadamente com Sirius sobre quadribol. A morena sorriu,era de se esperar. Era tão bom vê-los assim, sabendo que no futuro não teriam nem metade dessa felicidade e animação estampadas em seus rostos.

Hermione mexeu em seu prato e beliscou a comida, sem muita fome. Estava nervosa sobre como as coisas seriam dali para frente. O que fariam? Deveriam começar a pesquisar formas de voltar para casa assim que tivessem um tempo livre, não era seguro ficarem naquele tempo. Se Voldemort descobrisse...

— Temos que encontrar Dumbledore — ela disse, afastando os temores de seu coração. — Termine logo de comer, Ron.

— É comida! — Ele fez uma careta, se recusando a comer mais rápido, e deixar a comida no prato era uma opção que não seria considerada, com certeza. Gina lhe dirigiu um olhar cortante e ele respondeu: — Certo, já estou terminando.

A ruiva queria estar com Harry e aproveitaria a chance que Dumbledore tinha lhes dado. No caminho, poderiam discutir algum plano ou como pesquisar a solução de seus problemas. Também daria tempo de vestir seus uniformes e colocar a cabeça no lugar, pensar calmamente.

[...]

— Entrem.

O comando foi o suficiente para que Harry tocasse na maçaneta e a virasse, empurrando a porta. Ele foi o primeiro a atravessá-la, sendo seguido pelos amigos. Tinham conversado um pouco no caminho e isso tinha ajudado, contudo, ainda precisavam planejar o que fariam. A conversa de antes tinha sido apenas trivial.

— Queria nos ver, diretor? — Harry tomou a palavra.

— Sim. — Dumbledore olhou-os por cima dos óculos de meia-lua. Ele estalou os dedos e alguns itens apareceram em cima de sua mesa. — Aqui estão as partes de seus uniformes que precisam.

A gravata com listras verdes e pratas se destacava em meio a outras três que possuíam as cores vermelho e dourado. Harry encarou-a e tocou-a levemente, sentindo sua textura. Para Harry, era mais que uma gravata; era a confirmação de que estava em um lar de cobras, que qualquer passo fora do combinado poderia ser a sentença de morte sua e de seus amigos. Porém não pôde voltar atrás, ele tinha feito sua escolha com o Chapéu Seletor ao negar a Grifinória e não podia culpá-lo por apresentar características que o indicavam para a Sonserina.

Harry Potter não era mais uma criança, tinha que arcar com suas escolhas.

— Obrigado, diretor — agradeceu poucos segundos depois ao homem que lhe observava curiosamente. Pegou a gravata, passando-a por volta de seu pescoço e dando um nó bagunçado.

— De nada, senhor Potter. — O velho piscou para ele, como quem guarda um segredo. — E peço que aguardem uns minutinhos enquanto Minerva chega com seus horários.

— Claro — Hermione concordou, visto que nenhum deles parecia que o faria.

— Posso lhes fazer uma pergunta? — A voz de Dumbledore soou curiosa como a de uma criança e o diretor inclinou-se um pouco, apoiando o rosto nas mãos cruzadas em cima da mesa.

— Olha, senhor... — Hermione começou, hesitante. — Não podemos falar sobre o futuro se é o que quer saber.

— Oh, minha cara, eu sei disso. — O grisalho riu de leve. — Apenas ia perguntar se gostariam de tomar um sorvete de limão enquanto esperam.

— Ah, sim. Perdão. — A Granger soou envergonhada, suas bochechas coraram e a mesma desviou o olhar para o outro lado, mesmo que conhecesse aquela sala há anos. — Então não, obrigada.

Harry e Gina declinaram a oferta, esta última com um pequeno sorriso.

— Sorvete de limão parece bom — Ron murmurou, sendo ouvido pelo diretor.

— Claro, senhor Weasley.

O mesmo se levantou, andando até o outro lado da sala. Mexeu em algo e logo voltou com uma pequena tigela com o sorvete e uma colher em cima. Dumbledore o mantinha ali para que não precisasse incomodar os elfos sempre que quisesse comer o doce, sob feitiços de conservação.

— Obrigado, senhor. — Ron aceitou a tigela, sorrindo. Pegou a colher e cavou o sorvete, levando um pouco a boca.

O que se seguiu foi um silêncio desconfortável. Ron ocupava-se com seu sorvete enquanto os demais viajantes pareciam perdidos em pensamentos.

Harry permanecia com seus olhos baixos, encarando suas mãos inquietas que estavam em cima de suas pernas. Contudo, seus pensamentos estavam um pouco mais longe; ele viu seus pais sentados na mesa da Grifinória, rindo e conversando com os amigos quando estava a caminho do escritório de Dumbledore. Viu também Sirius e Remus, aqueles que tinham sido tão importantes para si quanto seus pais. Era tão bom vê-los...

Naquele momento, Harry se deu conta de que não queria que aquelas tragédias se abatessem sobre eles. Não queria ver Remus morto ao lado de Nymphadora, não queria ver o corpo de Fred Weasley estendido no chão e a senhora Weasley chorando sobre ele; não queria sofrer novamente.

Nenhum deles merecia sofrer.

Por que eles tinham que se machucar?

Por que tinham que morrer?

Por quê?

Preciso fazer alguma coisa, suas mãos se apertaram em punho. Ele não podia deixar o futuro daquela forma! Ele não podia deixar aquelas pessoas morreram... Não podia deixar Ted sem pais, como ele; ele não queria perder seus pais. A chance estava ali, em suas mãos. Só precisava saber se os outros concordavam.

Quase podia ouvir a voz de Hermione dizendo coisas ruins aconteceram com bruxos que mexeram com o tempo, Harry, e ele sabia disso. Mas não pôde deixar de se sentir tentado. Ele podia fazer tudo diferente, ele podia salvar a todos, podia se salvar. Ele não precisava sofrer...

Era um pensamento egoísta, ele sabia. Contudo, se pudesse mudar o futuro, não apenas ele como muitos outros seriam salvos. Sirius, Remus... Até pessoas que não conhecia poderiam ser salvas. Pensando daquela forma, parecia fácil sua decisão.

Esperava que os outros pensassem o mesmo.

Um barulho na porta o despertou de seus pensamentos.

— Entre.

Então, pela porta passou a figura conhecida de Minerva McGonagall, com seu coque alto, seu cabelo começando a ficar grisalho e algumas poucas rugas aparecendo por seu rosto. Em suas mãos, tinham alguns papéis que Harry supôs serem os horários que estavam esperando. Seu rosto estava marcado por seus lábios que se espremiam em uma linha fina, demonstrando seu descontentamento.

A mulher parou ao lado da cadeira do moreno.

— Senhor Paes, seu horário. — Estendeu uma folha para Harry, que a pegou rapidamente. Aquela cara da professora McGonagall era assustadora. Ela caminhou por trás das cadeiras, dando o restante para os grifinórios da sala. — Estes são os de vocês. Sejam bem-vindos.

Naquele momento, Harry pensou ter visto um olhar questionador da mais velha para o diretor. Imaginou que ela estivesse curiosa sobre eles e acenou a cabeça discretamente, sinalizando a Dumbledore que este podia contar a ela caso quisesse. Minerva era uma pessoa confiável e de pulso forte, tinha certeza que ela entenderia e tentaria ajudar.

— Podem ir, meus caros. — Dumbledore dispensou-os.

Os quatro se levantaram, prontos para deixar a sala.

— Obrigada, diretor Dumbledore, professora. — Hermione agradeceu, sorrindo levemente.

— Obrigado. — Harry seguiu-a.

Gina deu um tchau com as mãos, enquanto Ron acenou com a cabeça.

— Sente-se, Minerva. — A voz de Dumbledore foi a última coisa que ouviram antes de fecharem a porta.

Harry respirou fundo, precisava conversar com eles. Tinha que contar a eles sobre o que tinha cogitado momentos antes, estava ansioso para saber se seus amigos concordariam. Já passaram por tanta coisa juntos... porém aquilo era diferente. Era algo que sequer podiam imaginar as consequências.

— Deixe-me ver seu horário, Harry. — Hermione o tirou de seus pensamentos, enquanto andavam pelo corredor. Olhou-a questionador. — Seu horário, pra ver quantas aulas teremos juntos.

— Ah sim. — compreendeu, passando a folha que sequer tinha olhado para a menina.

— Oh. — Hermione entortou a boca. — Teremos apenas quatro aulas juntas por semana, que pena — lamentou.

— Mentira! — Gina exclamou. Pegou o horário de Harry e comparou com o seu, franzindo as sobrancelhas. — Não acredito! Que bosta...

— Sinto muito — o moreno se pronunciou, passando as mãos pelas costas da ruiva, como em um consolo.

— Não tem que sentir, não foi sua culpa — a ruiva murmurou. Afinal, ele tinha sido selecionado, não tinha como escolher. Não é?

— Eu escolhi não ser selecionado para a Grifinória — Harry disse, atraindo a atenção dos outros três.

— Como assim, Harry? — Ron se pronunciou. Até aquele momento, tinha mantido sua atenção no pote de sorvete que tomava lentamente.

— Isso não é possível, é o Chapéu Seletor quem escolhe as casas dos alunos com base em suas personalidades. — Hermione estranhou. Nunca tinha ouvido nada sobre aquilo, seja vindo de Harry ou de outro aluno.

— No meu primeiro ano, o Chapéu Seletor ia me colocar na Sonserina. Na época, tínhamos ouvido péssimos rumores sobre a Sonserina, então fui influenciado e disse ao Chapéu Sonserina não. Aí vocês já sabem o resultado. — Harry viu as sobrancelhas arqueadas de Hermione, os olhos surpresos de Gina e a boca aberta de Ron. Mesmo assim continuou: — Dessa vez, eu pedi a ele para não me colocar na Grifinória porque eu não suportaria ficar perto dos meus pais e não poder abraçá-los, dizer quem eu sou ou evitar suas mortes. Por isso ele me selecionou para a Sonserina.

— Entendo... — Hermione pareceu pensativa, mas apenas balançou a cabeça e fechou os punhos, batendo no braço de Harry. — Que bom que veio para a Grifinória então. — sorriu.

— Sim, o que seria de mim sem vocês? — Harry riu. Abraçou Gina de lado, vendo-a sorrir e concordar com Hermione.

— Com certeza nada. — Ron debochou, dando alguns tapinhas nas costas do amigo.

— Tenho algo para falar com vocês. — O sorriso de Harry morreu e ele soltou Gina, parando de andar. Seu rosto ficou sério. Seus amigos pararam também, ele olhou para os lados do corredor. Ao confirmar que este estava vazio, ele continuou: — Já que estamos em 1977, eu pensei em aproveitarmos essa chance para derrotar Voldemort aqui.

— Harry... — Hermione murmurou.

— Eu sei, Hermione — ele a interrompeu. — Mas sabemos como derrotá-lo, já fizemos isso e podemos fazer mais uma vez. Pense nas pessoas que podemos salvar. Sirius, meus pais, Remus, Fred... Nenhum deles precisaria morrer... Por favor.

— Eu topo. — A voz de Ron fez com que Hermione se virasse para ele. Se olhar matasse, o ruivo tinha certeza que cairia morto naquele momento.

— Sério? — Harry surpreendeu-se.

— Sério! — Ele confirmou, rindo. Raspou os restos de seu sorvete e, assim que terminou, viu o pote sumir de suas mãos. Ele estranhou, mas imaginou que Dumbledore tinha enfeitiçado o pote para que fosse direto para a cozinha quando acabasse ou algo do tipo.

— Ron! — exclamou a morena com as sobrancelhas franzidas. Ela virou-se novamente para Harry, gesticulando: — Harry, você sabe que isso é muito arriscado! Não sabemos como viemos parar aqui, não sabemos como voltar e você quer mudar a história? Coisas horríveis aconteceram com bruxos que mexeram com o tempo, Harry. Isso é loucura!

— Eu sei. — Ele murchou. De fato, era loucura. Mas só a ideia de poder ter uma vida nova, de crescer ao lado de seus pais, de poder ter uma família, quem sabe irmãos... era tentadora. — É loucura, mas talvez seja por isso que voltamos. Pode ser que alguém tenha enfeitiçado aquela fonte para que pudéssemos salvar as pessoas, Hermione.

— E pode ser que tenham enfeitiçado a fonte para que Voldemort nos matasse e assumisse o controle no futuro! Por favor, temos que tomar cuidado, e certamente caçar as horcruxes não é ser cuidadoso. — Hermione respirou fundo. Olhou-o diretamente e pôs a mão em seu braço: — Olha, eu sei que isso vai ser difícil para você, mas temos que ser discretos.

— Eu acho que poderíamos tentar. — Gina interrompeu, expressando sua opinião. — Digo, não sabemos o que aconteceu, pode ter sido muito bem um acaso, um acidente, mas temos uma nova chance e poderíamos aproveitá-la. — A menina desviou o olhar. — Não quero ver meu irmão morto...

— Não é seguro... — Hermione suspirou.

Fechou os olhos por um momento e cogitou todas as possibilidades, lembrou-se de tudo que havia lido referente àquele ano e, por fim, pensou na guerra. Muitos poderiam ser salvos, como disse Harry. Se Voldemort morresse naquele tempo, Cedric não morreria, George não perderia a orelha, o professor Snape poderia ter um final feliz, Sirius não seria preso, Dumbledore não morreria... Eram tantas vidas, tantas pessoas que poderiam ser salvas.

Ela mordeu o lábio, incerta.

— Certo, vamos fazer isso. Iremos derrotar Voldemort mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos por lerem até aqui!
Já disse que detesto ter que pôr todas as partes em itálico em itálico de novo porque quando copio e colo o texto, essas partes desaparecem? Pois é, eu odeio.
Então esses capítulos iniciais vão ser meio paradinhos, apenas para a adaptação e mostrar como é o ambiente em que eles tão se metendo, as pessoas e tals. Mas logo começa a rolar a história UASHUSA, não se preocupem!
Acho que é só isso :3 Até o dia 14, pessoal!
Beijos~
Lu-chan :3

OBS: Esse capítulo se passa no dia 4 de setembro de 1977.



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